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2017528 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 1/12 Infecções Virais: Hepatites FORMA DE TRANSMISSÃO, PROFILAXIA E DIAGNÓSTICO DAS HEPATITES A, B E C. AUTOR(A): PROF. WALTER KINDRO ANDREOLI AUTOR(A): PROF. WALTER KINDRO ANDREOLI A hepatite é a inflamação do fígado e trata-se de um grave problema de saúde pública no Brasil e no mundo. Pode ser causada por vírus, uso de alguns medicamentos, álcool e outras drogas além de doenças autoimunes, metabólicas e genéticas. São doenças silenciosas que nem sempre apresentam sintomas, mas quando aparecem podem ser cansaço, febre, mal-estar, tontura, enjoo, vômitos, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras. O termo hepatites virais refere-se a um grupo de infecções cujos agentes etiológicos são vírus que possuem como principal característica o tropismo primário pelo fígado. No Brasil, as hepatites virais mais comuns são as causadas pelos vírus A, B e C. Existem, ainda, os vírus D (Delta) e E, esse último mais frequente na África e na Ásia. Atualmente milhões de pessoas no Brasil são portadoras dos vírus B ou C e não sabem. Estas pessoas correm o risco de evolução crônica com danos mais graves ao fígado como cirrose e câncer. Por isso, é importante fazer os exames de rotina que detectam a hepatite. Não existem sinais clínicos característicos de cada agente etiológico, portanto a definição do vírus só é possível por meio de exames sorológicos e/ou biologia molecular. Infecções Virais: Hepatites 01 / 11 2017528 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 2/12 HEPATITE A (VHA/ HAV) HEPATITE B (VHB/ HBV) HEPATITE C (VHC/ HCV) MATERIAL GENÉTICO RNA DNA RNA VIA DE TRANSMISSÃO Fecal-oral Sexual, parenteral, sangue e hemoderivados, Procedimento cirúrgico/odontológico Transmissão da mãe para o fiilho (parto e amamentação) Compartilhamento de escova de dente, lâmina de barberar, alicate de cutícula, navalha, seringas e agulhas. Parenteral, sangue, hemoderivados e sexual (raro). Procedimento cirúrgico/odontológico Compartilhamento de escova de dente, lâmina de barberar, alicate de cutícula, navalha, seringas e agulhas. Tatuagem, piercing, maquiagem definitiva PERÍODO DE INCUBAÇÃO 15-45 dias 30-180 dias 15-1150 dias SINAIS E SINTOMAS Assintomático Febre baixa, dor de cabeça e sensação de fraqueza, falta de apetite, icterícia, fezes esbranquiçadas e urina escura. Assintomático em metade dos casos. Pode apresentar dores articulares Fase aguda pode ter manifestação de febre, dor de cabeça e sensação de fraqueza, falta de apetite, icterícia, fezes esbranquiçadas e urina escura. Apenas 5 -10% apresentam sintomas. Cansaço fácil e moleza. EVOLUÇÃO Aguda Fulminante (rara) Aguda Crônica em 5-10% nos adultos e 90% dos neonatos Fulminante 1 -2% Crônica ( aproximadamente 85%) VACINA Disponível vacina (Imunidade por vacina anti-HAV IgG) Vacina constituída de antígeno HBs (Indivíduo com imunidade por vacina apresenta anti-HBs) Não existe vacina Infecções Virais: Hepatites 02 / 11 2017528 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 3/12 VíRUS DA HEPATITE A (VHA ou HAV) Agente etiológico: hepatovírus de RNA da família Picornaviridae. Disseminado em todo o mundo. PROFILAXIA Medidas simples de higiene, beber água filtrada, lavar bem as frutas e verduras, cozer bem frutos do mar; esvaziar e limpar a caixa-d’água a cada seis meses. Nos casos de exposição a situações de risco (acidentes de trabalho, agulhas, material biológico infectado) deve ser administrar a Imunoglobulina Humana Anti-VHA. Imunização: vacina para hepatite A pode ser administrada a partir dos 12 meses. DIAGNÓSTICO SOROLÓGICO DA HEPATITE A A triagem da hepatite A é realizada com anti-HAV total, que corresponde a pesquisa de anti-HAV IgM + IgG. Quando o anti-HAV total é reagente deve ser realizado o anti-HAV IgM . Na suspeita clínica da doença pode ser pesquisado diretamente o anti-HAV IgM e anti-HAV IgG. anti-HAV total anti-HAV IgM anti-HAV IgG INTERPRETAÇÃO NÃO- REAGENTE NÃO- REAGENTE NÃO- REAGENTE Ausência de contato com o vírus da hepatite A, não imune. REAGENTE REAGENTE NÃO- REAGENTE Fase aguda da doença REAGENTE NÃO- REAGENTE REAGENTE Imunidade por vacina ou infecção pregressa pelo VHA VÍRUS DA HEPATITE B (VHB ou HBV) Agente etiológico: vírus da hepatite do tipo B é um DNA vírus da família Hepadnaviridae. A estrutura completa do vírus é denominda de partícula de Dane (figura abaixo): estrutura complexa, com duplo envoltório. Envoltório Externo: constituído pelo antígeno de superfície do vírus da hepatite B (AgHBs). Envoltório Interno: constitiuído de antígeno do core (centro estrutural) (HBcAg). Infecções Virais: Hepatites 03 / 11 2017528 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 4/12 Legenda: ESTRUTURA DO VíRUS DA HEPATITE B. DIAGNÓSTICO DA HEPATITE B A presença do vírus da hepatite B no soro dos indivíduos é geralmente detectada através de marcadores sorológicos. Os marcadores sorológicos são antígenos e anticorpos específicos para o vírus da hepatite B. Marcadores Sorológicos da hepatite B Infecções Virais: Hepatites 04 / 11 2017528 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 5/12 MARCADOR INTERPRETAÇÃO HBsAg Primeiro marcador a aparecer na infecção pelo VHB. Persistência por mais de 6 meses caracteriza infecção crônica. É um dos marcadores testados na triagem de doadores de sangue. HBeAg É marcador de replicação viral. Sua positiviade indica alta infecciosidade. A presença deste marcador em infecção crônica é mau prognóstico. Anti-HBc IgM Marcador de infecção recente. Encontrado no soro em até 32 semanas após infecção. Anti-HBc IgG Detectado logo após HBeAg, é positivo por toda a vida. Marcador de infecção prévia por HBV. Anti-HBc total Corresponde a pesquisa de anti-HBc IgM + anti-HBc IgG. Este marcador está presente nas infecções agudas pela presença de IgM e nas infecções crônicas e cura pela presença de IgG. É um dos marcadores testados na triagem de doadores de sangue. Anti-HBe Surge após o desaparecimento do HBeAg e indica fim da fase replicativa. Anti-HBs Único anticorpo que confere imunidade ao VHB. Detectável no soro após o desaparecimento do HBsAg, sendo um dos marcadores encontrado em pessoas curadas. Em pessoas que apresentam imunidade por vacina, este é encontrado isoladamente. No gráfico abaixo é possivel identificar a evolução dos marcadores sorológicos em um paciente com hepatite aguda com evolução para cura. Infecções Virais: Hepatites 05 / 11 2017528 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 6/12 Legenda: CURSO SOROLóGICO DA HEPATITE B AGUDA Perfil sorológico de pacientes com Hepatite B Aguda: MARCADOR DE HEPATITE B RESULTADO HBsAg REAGENTE anti-HBc total REAGENTE anti-HBc IgM REAGENTE HBeAg REAGENTE (com replicação) ou NÃO REAGENTE (final da fase aguda, quando a replicação foi controlada) anti-HBe NÃO REAGENTE ou REAGENTE (final da fase aguda, quando a replicação foi controlada) Infecções Virais: Hepatites 06 / 11 2017528 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 7/12 Perfil sorológico de paciente com infecção pregressa pelo vírus da hepatite B: MARCADORES RESULTADO HBsAg NEGATIVO anti-HBs POSITIVO anti-HBc IgM NEGATIVO anti-HBc total POSITIVO HBeAg NEGATIVO anti-HBe POSITIVO ou NEGATIVO (com o tempo pode deixar de ser detectado) Agora, analise no gráfico abaixo a diferençada evolução dos marcadores sorológicos em paciente que evolui para Hepatite B crônica. Infecções Virais: Hepatites 07 / 11 2017528 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 8/12 Perfil sorológico de paciente com Hepatite B crônica: MARCADOR RESULTADO HBsAg POSITIVO anti-HBc total POSITIVO anti-HBc IgM NEGATIVO HBeAg POSITIVO (com replicação- alta infectividade e mau prognóstico) ou NEGATIVO. anti-HBe NEGATIVO POSITIVO (soroconverte HBeAg - bom prognóstico) PROFILAXIA Vacinar-se contra a hepatite B (3 doses) e verificar imunidade. Exigir material esterilizado ou descartável nos consultórios médicos, odontológicos, acupuntura. Exigir material esterilizado ou descartável nos locais de realização de tatuagens e colocação de piercings. Cada pessoa de ter o seu kit de manicure/pedicure. Não compartilhar escovas de dente, lâminas de barbear ou de depilar. Não compartilhar agulhas, seringas e outros equipamentos para uso de drogas (cachimbos ou canudos). VÍRUS DA HEPATITE C (VHC/ HCV) Agente etiológico: vírus da hepatite do tipo C é um RNA vírus, fita simples, família Flaviviridae. Possui alta variabilidade genética apresentando diferentes genótipos. No Brasil, os genótipos predominantes são os tipos 1, 2 e o 3. O genótipo 1 é o mais comum entre os pacientes infectados com o vírus HCV, porém é o mais resistente e mais difícil de tratar. Na maioria dos portadores do HCV, as primeiras duas décadas após a transmissão caracterizam-se por evolução insidiosa, com ausência de sinais ou sintomas. Os níveis séricos de ALT apresentam elevações intermitentes em cerca de 60-70% daqueles que têm infecção crônica. Nos casos mais graves, ocorre progressão para cirrose e descompensação hepática. Na ausência de tratamento, ocorre cronificação em 60 a 85% dos casos. Em média, 20% podem evoluir para cirrose e 1 a 5% dos pacientes desenvolve carcinoma hepatocelular. DIAGNÓSTICO DE HEPATITE C O marcador sorológico utilizado para Hepatite C é anti-HCV cuja reatividade indica contato prévio com o vírus da hepatite C, entretanto não define infecção aguda, pregressa ou mesmo se houve cronificação. Infecções Virais: Hepatites 08 / 11 2017528 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 9/12 São considerados casos de HEPATITE C AGUDA quando o paciente apresenta soroconversão do anti-HCV documentda, ou seja: Primeiro teste: anti-HCV: NÃO REAGENTE. Segundo teste (90 dias depois): anti-HCV: REAGENTE Para confirmar INFECÇÃO CRÔNICA pelo VHC em paciente com anti-HCV REAGENTE, deve-se realizar o teste de biologia molecular qualitativo para demonstrar HCV-RNA. Quando há indicação de tratamento, deve-se determinar o genótipo do vírus através da genotipagem do HCV para definir o esquema terapêutico. Abaixo é possivel identificar os marcadores sorológicos de uma infecção pelo VHC. Infecções Virais: Hepatites 09 / 11 2017528 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 10/12 PROFILAXIA Exigir material esterilizado ou descartável nos consultórios médicos, odontológicos, acupuntura. Exigir material esterilizado ou descartável nos locais de realização de tatuagens e colocação de piercings. Cada pessoa de ter o seu kit de manicure/pedicure ou garantir que o material seja esterilizado. Não compartilhar escovas de dente, lâminas de barbear ou de depilar. Não compartilhar agulhas, seringas e outros equipamentos para uso de drogas (cachimbos ou canudos). ATIVIDADE FINAL Um paciente faz sorologia e obtém os seguintes resultados: anti-HAV não reagente; HBsAg não reagente, anti-HBc total não reagente; anti- HBs reagente, anti-HCV não reagente. A respeito destes resultados, podemos afirmar que: A. O paciente apresenta imunidade para hepatite B por vacina. B. O paciente apresenta imunidade para hepatite A por vacina. C. O paciente apresenta cura de hepatite B. D. O paciente apresenta Hepatite C crônica. REFERÊNCIA Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância Epidemiológica. Hepatites virais : o Brasil está atento. Ed. 3. – Brasília : Ministério da Saúde, 2008. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais.Protocolo clínico e diretrizes terapêuticas para hepatite viral C e coinfecções /Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais. – Brasília: Ministério da Saúde, 2010. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais. Diagnóstico de hepatites virais/ Telelab diagnóstico e monitoramento. Ministério da Saúde, 2014. Infecções Virais: Hepatites 10 / 11 2017528 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 11/12 Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância Epidemiológica. Doenças infecciosas e parasitárias : guia de bolso / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância Epidemiológica. – 8. ed. rev. – Brasília : Ministério da Saúde, 2010. VAZ, Adelaide J.; TAKEI, Kioko; BUENO, Ednéia Casagranda. Imunoensaios: fundamentos e aplicações. Rio de Janeiro: Guanabara-Koogan, 2007. Infecções Virais: Hepatites 11 / 11 2017528 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 12/12
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