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Universidade do Vale do Rio dos Sinos Atividade Acadeˆmica: 97952 - Ca´lculo I: Estudo da Derivada Docente: Prof. Ms. Jonas F. de Medeiros Per´ıodo Letivo: 2018/1 Aula 5 - Derivadas A derivada e´ um dos conceitos mais importantes do ca´lculo e esta´ intimamente relacionado a` taxa de variac¸a˜o instantaˆnea de uma func¸a˜o. Pode ser utilizada para a determinac¸a˜o da velocidade ou acelerac¸a˜o de um mo´vel, para determinar a taxa de eliminac¸a˜o de um fa´rmaco do organismo, para calcular pontos de ma´ximo e de mı´nimo numa aplicac¸a˜o, para estimar o ritmo de propagac¸a˜o de uma epidemia ou crescimento de uma populac¸a˜o. Iniciaremos esse cap´ıtulo explorando melhor a ideia de taxa de variac¸a˜o me´dia e instantaˆnea para desenvolver o conceito de derivada. Taxas de Variac¸a˜o Exemplo 1. Considere a situac¸a˜o de um aluno que vem de uma cidade distante para cursar a disciplina de Ca´lculo I aqui na Unisinos. Apo´s a aula, ele embarca no oˆnibus e pergunta ao motorista qual a quilometragem que o odoˆmetro esta´ registrando – 63440km. Ao chegar no seu ponto de descida, questiona novamente o motorista – 63560km. Se ele anotou que o oˆnibus comec¸ou seu deslocamento a`s 22h 40min e chegou ao seu destino a`s 0h 40min, a velocidade me´dia nesse trajeto e´ fa´cil de ser obtida. Sabemos que a velocidade me´dia e´ obtida fazendo a raza˜o entre o deslocamento (∆S) e o tempo gasto para realiza´-lo (∆t), ou seja: Vm = ∆S ∆t No exemplo em questa˜o, temos que: Essa informac¸a˜o, a taxa me´dia de variac¸a˜o, e´ muito limitada. No Exemplo 1, o oˆnibus em muitos momentos teve uma velocidade muito diferente da me´dia de 60km/h. No caso da velocidade instantaˆnea num ve´ıculo, isso pode ser conseguido apo´s uma espiada no veloc´ımetro do carro ou no momento do registro da velocidade na lombada eletroˆnica. Matematicamente, conseguimos a velocidade instantaˆnea quando reduzimos a um instante a variac¸a˜o de tempo. Ou seja: Vinst = lim ∆t→0 ∆S ∆t Observe os gra´ficos abaixo que mostram a reduc¸a˜o do intervalo de tempo ate´ um u´nico instante. Note que a reta que une o ponto inicial e final do trajeto considerado tem sua taxa de variac¸a˜o calculada fazendo, genericamente, ∆y ∆x . Conforme o intervalo de tempo considerado diminui, a inclinac¸a˜o da reta se modifica ate´ que, quanto a variac¸a˜o de tempo tende a zero, a reta fica tangente ao ponto onde se quer determinar a velocidade. Portanto, a velocidade instantaˆnea, ou mais genericamente, a taxa de variac¸a˜o instantaˆnea, e´ dada pela declividade da reta tangente ao instante considerado. A taxa de variac¸a˜o me´dia e´ dada pela declividade da reta secante, enquanto que a taxa de variac¸a˜o instantaˆnea e´ dada pela declividade da reta tangente ao ponto onde se quer determinar a taxa. Para compreender melhor, vejamos duas ideias a seguir: 1 Com isso, estamos dizendo tambe´m que a declividade (m) de uma reta tangente num ponto x0 qualquer a uma curva pode ser calculada fazendo: m = lim h→0 f(x0 + h)− f(x0) h Em situac¸o˜es-problema, as taxas de variac¸a˜o me´dia e instantaˆnea esta˜o contextualizadas. Assim, as respostas devem vir acompanhadas das respectivas unidades. Por exemplo: a) se y estiver em oC e x em horas, enta˜o a unidade da taxa de variac¸a˜o deve ser oC/h. b) se y estiver em m/s e x em segundos, enta˜o a unidade da taxa de variac¸a˜o deve ser m/s2. O estudo das taxas de variac¸a˜o esta´ presente em muitas a´reas: um engenheiro pode necessitar saber com que taxa um fio se dilata em func¸a˜o da temperatura; um me´dico pode estar interessado na taxa com que o raio de uma arte´ria muda em func¸a˜o da quantidade de a´lcool na corrente sangu´ınea; um farmaceˆutico pode necessitar saber com que rapidez um antibio´tico e´ eliminado do organismo. A derivada: O limite que usamos para determinar a taxa de variac¸a˜o instantaˆnea ou a inclinac¸a˜o da reta tangente tambe´m e´ usado para definir uma das operac¸o˜es fundamentais do Ca´lculo: a diferenciac¸a˜o. A derivada de uma func¸a˜o f(x) em relac¸a˜o a x, denotada por f ′(x), e´ dada por f ′(x) = lim h→0 f(x + h)− f(x) h O domı´nio de f ′(x) consiste em todos os valores de x do domı´nio de f(x) para os quais existe esse limite. A derivada f ′(x) pode ser denotada ainda por f ′(x) = d dx [f(x)] = Dx[f(x)] ou ainda, como usamos y = f(x), podemos escrever f ′(x) = y′(x) = dy dx . 2 Interpretac¸a˜o da derivada: 1 - 2 - Exemplo 2. Um proje´til e´ lanc¸ado verticalmente a partir do solo. Desprezando-se a resisteˆncia do ar e o cano da arma, e admitindo-se conhecida a acelerac¸a˜o da gravidade, calculou-se a func¸a˜o que relaciona o espac¸o (altura), em metros, e o tempo, em segundos, representada pela igualdade f(t) = 80t− 4t2. Nessas condic¸o˜es, determine: a) A velocidade do proje´til num instante t qualquer. b) A velocidade do proje´til apo´s 5s do seu lanc¸amento. c) A velocidade no exato instante que o proje´til toca o solo. Exemplo 3. Dado que f(2) = 1 e f ′(2) = 3, encontre a equac¸a˜o da reta tangente ao gra´fico da func¸a˜o f(x) no ponto x = 2. 3 Diferenciabilidade Como a derivada e´ definida por um limite, esse limite pode existir ou na˜o em determinados pontos da func¸a˜o. Isso significa que uma func¸a˜o pode na˜o ser diferencia´vel em toda a parte. Basicamente sa˜o treˆs os casos em que uma func¸a˜o na˜o e´ diferencia´vel num ponto. 1o Caso: se uma func¸a˜o no for cont´ınua em um ponto. 2o Caso: a func¸a˜o possui um ”bico” em um ponto. 3o Caso: a func¸a˜o tem um ponto de tangeˆncia vertical. 4 Te´cnicas de Diferenciac¸a˜o I) Derivada de uma constante II) Derivada de uma poteˆncia (Regra da Poteˆncia) Se n for um nu´mero real, enta˜o d dx [xn] = nxn−1 Exemplo 4. Calcule a derivada das seguintes func¸o˜es: a) f(x) = x8 b) y = √ x c) h(x) = x d) f(y) = y−2 e) y = 3 √ x5 f) f(x) = x0,6 g) f(t) = 1t9 III) Derivada de uma constante vezes uma func¸a˜o Se f e´ diferencia´vel e c e´ uma constante, enta˜o d dx [c.f(x)] = c. d dx [f(x)] = c.f ′(x) Exemplo 5. Calcule a derivada das seguintes func¸o˜es: a) g(x) = 3x4 5 b) h(x) = 9x2/3 c) y = 2x IV) Derivada da soma ou diferenc¸a de duas ou mais func¸o˜es d dx [f(x)± g(x)] = d dx [f(x)]± d dx [g(x)] = f ′(x)± g′(x) Exemplo 6. Calcule as derivadas das func¸o˜es a seguir: a) f(s) = s3 − 4s + 5 b) g(x) = −x42 + 3x3 − 2x c) y = 4x10 − 10x4 + 4x10 − 10 4 √ x Exemplo 7. Em quais pontos o gra´fico da func¸a˜o f(x) = x3 − 3x + 4 possui reta tangente horizontal? Exemplo 8. Se f(x) = (3x− 2x2)(5 + 4x), determine f ′(2). 6 Universidade do Vale do Rio dos Sinos Atividade Acadeˆmica: 97952 - Ca´lculo I: Estudo da Derivada Docente: Prof. Ms. Jonas F. de Medeiros Per´ıodo Letivo: 2018/1 Aula 6 - Derivadas Te´cnicas de Diferenciac¸a˜o V) Derivada do produto de duas func¸o˜es A derivada do produto de duas func¸o˜es f e g diferencia´veis e´ dada por d dx [f(x).g(x)] = f ′(x).g(x) + f(x).g′(x) Exemplo 1. Determine a derivada da func¸a˜o f(x) = (3x− 2x2)(5 + 4x). VI) Derivada do quociente de duas func¸o˜es A derivada do quociente de fg , com f e g diferencia´veis e g 6= 0, e´ dada por d dx [ f(x) g(x) ] = f ′(x).g(x)− f(x).g′(x) [g(x)]2 Exemplo 2. Encontre a derivada da func¸a˜o y = 5x−2x2+1 Exemplo 3. Se f(x) = 3x 2−2 x , determine f ′(2). 1 VI) Derivadas de Ordem Superior A derivada de uma func¸a˜o e´ novamente uma func¸a˜o, que pode ter sua pro´pria derivada. Se f ′ for diferencia´vel, enta˜o sua derivada e´ denotada por f ′′ e e´ chamada derivada segunda de f. Enquanto tivermos diferenciabilidade, podemos continuar o processo de derivac¸a˜o para obter as derivadas terceira, quarta, quinta, etc. Notac¸a˜o: Derivada segunda: f ′′(x), y′′ ou d 2y dx2 Derivada terceira: f ′′′(x),y′′′ ou d 3y dx3 Derivada quarta: f (4)(x), y(4) ou d 4y dx4 Derivada n-e´sima: f (n)(x), y(n) ou d ny dxn Exemplo 4. Considerando f(x) = 2x3 − 7x2 + 3x− 5, determine f ′′(2). Exemplo 5. Seja f(x) = x5 + 2x4 − 3. A partir de que ordem a derivada de f(x) sera´ sempre nula? Exemplo 6. Mostre que, se x 6= 0, enta˜o a func¸a˜o y = 1x satisfaz a` equac¸a˜o x3.y′′ + x2y′ − xy = 0. 2 Revisa˜o das Func¸o˜es Trigonome´tricas Func¸a˜o Seno: f(x) = sinx Func¸a˜o Cosseno: f(x) = cosx Func¸a˜o Tangente: f(x) = tanx Algumas relac¸o˜es importantes: tanx = sinx cosx sin2 x + cos2 x = 1 cscx = 1 sinx , secx = 1 cosx cotg x = 1 tanx 3 Func¸a˜o Cossecante: f(x) = cscx Func¸a˜o Secante: f(x) = secx Func¸a˜o Cotangente: f(x) = cotgx 4 Universidade do Vale do Rio dos Sinos Atividade Acadeˆmica: 97952 - Ca´lculo I: Estudo da Derivada Docente: Prof. Ms. Jonas F. de Medeiros Per´ıodo Letivo: 2018/1 Aula 7 - Derivadas de func¸o˜es trigonome´tricas Consideremos a varia´vel independente x das func¸o˜es trigonome´tricas, quando se refere a aˆngulo, medida em radi- anos. As fo´rmulas de derivac¸a˜o sa˜o apresentadas abaixo: d dx [sen x] = cosx d dx [cosx] = −sen x d dx [tanx] = sec 2 x d dx [secx] = secx. tanx d dx [cotg x] = −cossec2 x d dx [cossecx] = −cossec x . cotg x Exemplo 1. Seja f(x) = x2 + 2 cosx. Determine f ′(1). Exemplo 2. Se y = x.sen x + x, determine dydx . Exemplo 3. Encontre dydx se y = sen x 1+cos x . 1 Exemplo 4. Encontre f ′′ ( pi 4 ) , se f(x) = secx. Exemplo 5. Encontre a equac¸a˜o da reta tangente ao ga´fico da func¸a˜o f(x) = sen x no ponto x = 0. Exemplo 6. Mostre que y = cosx e y = sen x sa˜o soluc¸o˜es da equac¸a˜o y′′ + y = 0. Exemplo 7. Determine d 100 dx100 [cosx]. 2 Composic¸a˜o de Func¸o˜es Dadas as func¸o˜es f e g, a composic¸a˜o de f e g, denotada por f ◦ g e´ a func¸a˜o definida por (f ◦ g)(x) = f(g(x)) Exemplo 8. Sejam f(x) = x2 + 6x + 9 e g(x) = √ x, determine: a) (f ◦ g)(x) b) (g ◦ f)(x) Exemplo 9. Para cada uma das func¸o˜es abaixo, determine as func¸o˜es f e g, tal que: a) (f ◦ g)(x) = (x2 + 1)10 b) (f ◦ g)(x) = sen3x c) (f ◦ g)(x) = tan(x5) d) (f ◦ g)(x) = √4− 3x e) (f ◦ g)(x) = 1x+1 3 Universidade do Vale do Rio dos Sinos Atividade Acadeˆmica: 97952 - Ca´lculo I: Estudo da Derivada Docente: Prof. Ms. Jonas F. de Medeiros Per´ıodo Letivo: 2018/1 Aula 8 - Regra da Cadeia Se a func¸a˜o g for diferencia´vel no ponto x e a func¸a˜o f for diferencia´vel no ponto g(x), enta˜o a composic¸a˜o (f ◦g)(x) e´ diferencia´vel no ponto x. Ale´m disso, (f ◦ g)′(x) = f ′(g(x)).g′(x) Exemplo 1. Encontre as func¸o˜es f e g tais que (f ◦ g)(x) = (x3 + 2t)5 e depois determine (f ◦ g)′(x). Exemplo 2. Encontre as func¸o˜es f e g tais que (f ◦ g)(x) = cos(x3) e depois determine (f ◦ g)′(x). Exemplo 3. Seja f(y) = ( 2y2 + 5y )−3 , determine f ′(y). Exemplo 4. Seja f(x) = tan2(4x), determine f ′(x). 1 Fo´rmulas Generalizadas de derivac¸a˜o Os resultados abaixo nos fornecem maneiras de usar a derivada f(x) para produzir derivadas de f(u), quando u for uma func¸a˜o de x. d dx [u r] = r.ur−1.u′ d dx [u.v] = u ′.v + u.v′ d dx [u/v] = u′.v−u.v′ v2 d dx [sen (u)] = cos(u).u ′ d dx [cos(u)] = sen (u).u ′ d dx [tan(u)] = sec 2(u).u′ d dx [sec(u)] = sec(u). tan(u).u ′ d dx [cotg u] = −cossec2 (u).u′ d dx [cossec u] = −cossec (u).cotg (u).u′ Exemplo 5. Determine as derivadas das func¸o˜es abaixo: a) f(x) = tan(x2 + 1) b) f(x) = sen (2x) 2 c) f(x) = √ 2x + 1.sen (2x) d) f(x) = [ x4 − sec(4x2 − 2)]−4 e) f(x) = sen ( √ 1 + cos x) 3 Universidade do Vale do Rio dos Sinos Atividade Acadeˆmica: 97952 - Ca´lculo I: Estudo da Derivada Docente: Prof. Ms. Jonas F. de Medeiros Per´ıodo Letivo: 2018/1 Aula 9 - Taxas Relacionadas O estudo da derivada e´ importante na resoluc¸a˜o de uma quantidade muito grande de problemas de diversas a´reas de conhecimento. Particularmente, a sec¸a˜o de taxas relacionadas utiliza a regra da cadeia recentemente vista na resoluc¸a˜o de problemas. Considere os exemplos abaixo: Exemplo 1) Um navio petroleiro sofre um acidente e o o´leo derramado atrave´s de uma ruptura no casco se espalha em uma forma circular cujo raio cresce a uma taxa constante de 2 m/s. Com que velocidade a a´rea do derramamento estara´ crescendo quando seu raio for de 60m? Exemplo 2) Um bala˜o esfe´rico e´ inflado de modo que seu volume cresce a uma taxa de 3cm3/s. Com que rapidez o raio do bala˜o estara´ crescendo quando o raio for de 1cm? 1 Exemplo 3) Uma escada de 3m de comprimento esta´ apoiada em uma parede vertical. Se a base desliza, afastando-se da parede a uma taxa de 10cm/s, qua˜o ra´pido o topo da escada esta´ escorregando para baixo quando a base da escada esta´ a 1m da parede? Exemplo 4) A areia que vaza de um depo´sito forma uma pilha coˆnica cuja altura e´ sempre igual ao raio da base. Se a altura da pilha aumenta a` raza˜o de 15cm/min, determine a taxa com a qual a areia esta´ se escoando quando a altura da pilha e´ de 25cm. Exemplo 5) Um mı´ssil e´ lanc¸ado verticalmente para cima de um ponto que esta´ a 8km de uma estac¸a˜o de rastreamento, e a` mesma altura desta. Durante os primeiros 20 segundos de voo, seu aˆngulo de elevac¸a˜o θ varia a` raza˜o constante de 2 graus por segundo. Determine a velocidade do mı´ssil quando o aˆngulo de elevac¸a˜o for de 30 graus. 2 Func¸o˜es Crescentes e Decrescentes Os termos crescente, decrescente e constante sa˜o usados para descrever o comportamento de uma func¸a˜o em um intervalo a` medida que percorremos seu gra´fico da esquerda para a direita. Definic¸a˜o: Seja f uma func¸a˜o definida no intervalo I, com x1 e x2 dois pontos desse intervalo. O gra´fico abaixo mostra intervalos onde a func¸a˜o e´ crescente, decrescente e constante. Isso nos leva aos seguintes resultados: Exemplo 6) Determine os intervalos nos quais a func¸a˜o f(x) = 4− 3x− x2 e´ crescente ou decrescente. 3 Exemplo 7) Determine os intervalos nos quais a func¸a˜o f(x) = x3 e´ crescente ou decrescente. Exemplo 8) A massa de uma cultura de bacte´rias tem seu crescimento representado pela func¸a˜o M(t) = 20 + 60t− 2, 5t2, com t medido em horas e M medido em cm3. Para que valores de t temos que M ′(t) < 0? O que estaria ocorrendo com a massa bacteriana nesse momento? Exemplo 9) Determine os intervalos onde a func¸a˜o f(x) = x3 − 32x2 e´ crescente ou decrescente. 4
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