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FACULADE DE ARQUITETURA E URBANISMO UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS IASMIM BARBOSA RIBEIRO CONFORTO AMBIENTAL 1 FACULADE DE ARQUITETURA E URBANISMO UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS O AMBIENTE TECNINCAMENTE PERCEPTÍVEL Aloíso Leoni Schmid in A ideia de conforto Mecanismo físicos e fisiológicos Comodidade e Adequação À vida humana se impõem as condições de temperatura do ar e da superfície da Terra, radiação, velocidade dos ventos e umidade do ar, e sua variação no dia e no ano. Às condições instantâneas denominamos tempo; à generalização de suas variações chamamos clima. O conforto térmico pode ser definido como um estado em que o indivíduo não tem vontade de mudar sua interação térmica com o meio. Não é uma definição holística; é restrita, afeita à comodidade. (...) A literatura demonstra que a comodidade com relação ao aspecto térmico está ligada, no mínimo, a três condições que devem ser observadas com concomitância. A condição de balanço térmico do corpo significa que todo calor produzido pelo organismo deve ser dissipado para o ambiente através dos mecanismos de transmissão de calor já descritos, em efeito combinado. Ainda, parte do calor deixa o corpo por meio da respiração. A condição da temperatura de pele adequada significa que, em valores absolutos, esta deva se manter numa determinada faixa, não ultrapassando valores extremos estabelecidos. A condição de taxa de transpiração adequada significa que, se parte da massa corporal é eliminada na forma líquida para, ao evaporar, retirar o calor em excesso, isto deve ocorrer dentro de limites toleráveis. Uma condição suplementar, ainda, é relacionada à maneira como as fontes de radiação se distribuem. Dificilmente uma pessoa sente-se bem exposta de modo assimétrico ao calor radiante: por exemplo, recendo calor sobre sua frente, e frio sobre suas costas, ou ainda sujeita à assimetria lateral. A temperatura do corpo e, consequentemente, o conforto térmico são o resultado da aplicação dos mecanismos de transferência de calor sensível e latente entre o indivíduo e o ambiente. FACULADE DE ARQUITETURA E URBANISMO UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS Expressividade (...) As qualidades térmicas – quente, frio, úmido, arejado, radiante, aconchegante – são uma parte importante de nossa experiência do espaço; não somente influenciam o que escolhemos o que fazer no espaço, mas também nossa sensação nele (HESCHONG, 1979). A experiência do espaço inclui, pois, sua temperatura, e os outros condicionados do conforto térmico. Aliás, como escreveu Vitrúvio, teria sido a descoberta do fogo que originalmente deu origem ao agrupamento das pessoas, à assembleia deliberativa e o intercâmbio social. A neutralidade térmica é um ideal de comodidade e também de adequação. O chuveiro quente tomado depois de um dia de frio e também o chuveiro frio despois de um dia de calor são mais que estados de conforto térmico. Têm um efeito de euforia. Não queremos tudo morno; aliás morno significa indeciso. Os pesquisadores já despertaram suas atenções para o tédio térmico ou termotédio ( thermal boredom) que resulta do excesso de controle no espaço construído. Diferentes sentidos buscam referências nas sensações térmicas. As cores são quase naturalmente quentes e frias. Os sons podem ser quentes ou frios. O calor e o frio tem, para o nosso corpo, um caráter bastante concreto. Raramente descrevemos uma sensação térmica por meio de outra qualquer, o ‘’frio cortante’’ é uma das poucas exceções. As práticas ligadas ao ambiente térmico se incorporam a vida das pessoas, aos lugares que frequentam: atingem significado ritual. Como exposto no capítulo 1, a expressividade é um nível de conforto em que seus diferentes contextos – corporal, ambiental, psico-espiritual, sociocultural – tendem a fundir-se. FACULADE DE ARQUITETURA E URBANISMO UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS
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