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Classificação e Cicatrização de Feridas

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FERIDAS
Ferida: força que ultrapassa a resistencia do tecido.
Cada animal responde de maneira diferente quanto à resolução de feridas. Todas as espécies formam o tecido de granulação. Uma desvantagem para equinos é a formação de tecido de granulação exuberante, ou seja, quando o tecido de granulação ultrapassa o limite dos bordos das feridas, que interferem no processo de cicatrização. Esse tecido não consegue retrair (pela ação dos miofibroblastos) e conseguir uma cicatrização adequada, porque há um tecido muito grande no meio.
Entre os equinos existem particularidades que interferem ou não na cicatrização. As feridas em pôneis respondem de maneira diferente dos grandes equinos, porque a resposta inflamatória é diferente, sendo que a inflamação dos pôneis é geralmente mais efetiva que a dos cavalos.
Existem duas formas de reparo: a cicatrização e a regeneração.
Tecidos que se regeneram: aqueles que têm característica de mitose (fígado, osso, epiderme).
Quando há feridas em tendão, exposição de musculatura: ocorre o reparo (cicatrização), que é o preenchimento (“tapa buraco”) de uma lesão com um tecido de diferente caracterização do original.
Podemos classificar as feridas quanto ao plano atingido (se é superficial ou profundo), ao tipo de lesão, à presença de microrganismos (limpa, limpa-contaminada, contaminada, suja/infectada) e há outros tipos de classificação, mas essas são as mais utilizadas.
Plano atingido
Superficial: Quando há uma lesão que só acomete a região da derme e epiderme.
Profunda: Quando há lesões que ultrapassam região da derme, epiderme, subcutâneo e tecidos adjacentes (vasos, nervos, tendão, músculo, órgãos).
Tipo de lesão
Esmagamento: Tecido submetido à força de dois objetos.
Contusão: Trauma direto que atinge vasos sanguíneos.
Uma característica de esmagamento e contusão é que não há exposição ou lesão aparente dos tecidos profundos, a epiderme está íntegra. Pode até apresentar alterações, mas por causa de uma necrose tecidual ocasionada.
Abrasão: Derme e epiderme são lesadas após trauma rombo ou por força de cisalhamento, como se fosse uma contusão na qual derme e epiderme foram lesadas.
Força de cisalhamento se assemelha à força de tesoura. Como se fosse uma contusão somada a um esmagamento.
Avulsão: Arrancamento dos pontos de ancoragem.
Incisão: São lesões incisas que normalmente são feridas produzidas no procedimento cirúrgico, mas pode haver tambem a incisão traumática (corte).
Lacerações: São irregulares, com planos de profundidade irregulares, danos variaveis aos tecidos adjacentes.
Punção: Trauma pontiagudo (exemplo: prego na sola do casco). São geralmente as piores, principalmente quando de trata de madeira e bambu. Quando o bambu entra, pode deixar um pedaço ou estruturas dele na ferida, deixando corpos estranhos no interior da ferida, favorecendo a formação de fístulas.
Classificação quanto à presença de microrganismos
Ferida limpa: São as feridas cirúrgicas. Há o preparo do tecido que irá sofrer a lesão.
Ferida limpa-contaminada: São aquelas que receberam preparo do tecido, mas durante o procedimento cirúrgico elas se contaminam. Comum quando localizada na luz do trato respiratório, trato digestório ou trato urinário (exemplo: laparotomia).
Ferida contaminada: Decorrentes de acidentes.
Ferida suja/infectada: Existe um cálculo sobre a quantidade de bactéria por grama de tecido, onde é dividido em classe 1 (ferida que acabou de acontecer), classe 2 (até 6h) e classe 3 (acima de 3h), porém isso não é muito utilizado, pois a contaminação depende também do tipo de trauma que promoveu a lesão.
Classificação da cicatrização
A cicatrização pode ser dividida em tres fases:
- Fase inflamatória: Dura do momento da lesão até aproximadamente tres dias. Tempo depende do tipo da lesão e como aconteceu. Se houver contaminação ou presença de corpo estranho na ferida, por exemplo, essa fase vai durar mais tempo. A fase inflamatória é dividida em eventos vasculares e eventos celulares. Outra característica é que há retração tecidual.
- Fase Proliferativa: Dura aproximadamente do terceiro até o décimo quarto dia.
- Fase de Remodelamento: Dura aproximadamente do sétimo dia até o fim da vida ou até que ocorra o reparo total. 
Esses eventos sempre são dinâmicos. Enquanto um evento está ocorrendo, o outro está iniciando. Não há o cessamento de um para ocorrer outro.
Primeiro evento é a fase vascular no momento da lesão até aproximadamente tres dias, onde ocorre vasoconstrição e sangramento. Há o envio de fatores inflamatórios, fatores de crescimento e tampão para parar o sangramento. Depois, há a vasodilatação e envio de plaquetas, fatores de coagulação, fatores inflamatórios. Essas células “chamam” mais plaquetas, que formam o coágulo, junto com as substâncias vasoativas e formam a cama para tecido que será a base para formação de um novo tecido. 
Ocorre a chegada dos linfócitos e logo após a dos macrófagos, que fagocitem debri celular, corpo estranho. Todas essas células liberam substâncias quimiotáxicas que iniciam a fase de Preenchimento ou Proliferativa.
As células que estão presentes normalmente são os macrófagos e há quimiotáxia para os fibroblastos, que auxiliam na reposição de colágeno e na formação do tecido de granulação, por isso se chhama fase proliferativa, começa a preencher o espaço com um novo tecido.
Tecido de granulação
A principal função do tecido de granulação (em todas as espécies) é formar uma barreira mecânica contra antígenos. As características do tecido de granulação é que sangra facilmente, é altamente vascularizado e pouco inervado, normalmente não dói, somente se a lesão for próxima à um nervo.
Na fase de Epiteliação/Remodelamento, os miofibroblastos começam a tracionar os bordos das feridas para o centro.
Fatores de interferem negativamente na cicatrização
Hipóxia (pode ser causada pela maneira que foi utilizada a bandagem – muito apertada), temperaturas baixas ou muito altas (diminuem a qualidade da cicatrização) e as articulações. Regiões com muita movimentação não cicatriza com facilidade e na fase de remodelamento é mais dificil, pois além da ação dos miofibroblastos, há ação da movimentação da articulação. A movimentação favorece também a deiscência (exemplo: lesão no carpo). 
Como deve ser feita a avaliação do paciente
Primeiramente se deve identificar a ferida, classificar e identificar os artifícios completos. Verificar a origem da lesão.
Quando receber o animal ferido, a primeira coisa a se fazer é proteger a ferida. Pode ser com gazes. 
Realizar a tricotomia, utilizar gel lubrificante (KY) para realizar a tricotomia impedindo que os pelos invadam a ferida (retirar gel com soro fisiológico após finalizar a tricotomia).
Utilizar antisséptico de rápida ação (Clorexidine é mais efetivo que iodo) tanto para mãos quanto para paciente. 
Debridamento, que auxilia na retirada de corpo estranho, debri celular, tecido morto.
Realizar antibiose, que é uma perfusão regional com antibiótico. Faz-se um garrote, canula uma veia e injeta o antibiótico nessa região e fecha o acesso venoso e deixa ali de 15 a 30 minutos. O antibiótico faz efeito nessa região, em quantidade menos mas em concentração maior.
Pode tambem utilizar pomadas, mas são pouco eficazes.
Drenar, através de canulação. Deixar dreno no máximo 72 horas. Nunca deixar dreno na ferida. Fazer isso para drenagem de seroma, pus, liquido inflamatório, debri, etc.
Terapia
Pode tratar ferida por primeira intenção ou fechamento primário, que são feridas não contaminadas. 
Cicatrização por segunda intenção é quando por primeira intenção não é possível. Para feridas contaminadas.
Fechamento Primário Tardio: uma ferida que no momento inicial não tem a indicação do fechamento primário. Exemplo: quando não é possível aproximar os bordos. A ferida está contaminada. Começar o tratamento por segunda intenção até que o tecido tenha condições de ser aproximado.
Terapia Local: lavar com água + sabão neutro ou com solução fisiológica. Aplicarbandagens (nesse caso, para que não ocorra debri, ulitizar pomadas para que bandagem não tenha contado direto com a pele e não grude).

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