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Trabalho em equipe de saúde


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17/04/2018 AVA UNINOVE
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Trabalho em equipe de saúde
NESTA AULA TRATAREMOS SOBRE AS CARACTERÍSTICAS DA EQUIPE DE SAÚDE, OS TIPOS, OS
ENTRAVES E A COOPERAÇÃO ENTRE SEUS INTEGRANTES.
As equipes de trabalho
O que caracteriza uma equipe de trabalho é a interdependência e o objetivo comum, mas nas equipes de
trabalho poderão ocorrer algumas situações ansiógenas (que provocam ansiedade), como conflitos, tensões
e atritos, pela sua composição heterogênea, havendo divergências entre categorias ou até mesmo dentro de
uma mesma categoria.
Como defesa o indivíduo assume algumas atitudes que impedem a aprendizagem com a experiência do
outro e dificulta as relações pessoais e profissionais, como aceitação, rejeição, oposição, dominância,
submissão e fuga.
Tipos de equipes quanto ao modo 
de funcionamento
Os tipos de equipes quanto aos modos de funcionamento podem ser: multidisciplinar, interdisciplinar e
transdisciplinar. Vale a pena lembrar que as equipes são estruturas dinâmicas, portanto estão em constante
desenvolvimento.
A multidisciplinaridade é um conjunto de disciplinas que trata, simultaneamente, de uma dada questão, sem
que os profissionais implicados estabeleçam efetivas trocas entre si.
Nesse caso, cada especialista emprega sua metodologia, baseado em suas hipóteses e teorias, sendo que o
objeto em questão é visto sob múltiplos pontos de vista, numa justaposição de conhecimentos. Ou seja, o
mesmo tema pode ser abordado sob ângulos variados, não existindo a perspectiva de síntese.
A figura a seguir ilustra o atendimento do paciente na área de ortopedia e traumatologia por diversos
profissionais da saúde de maneira isolada.
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Quando falamos de interdisciplinaridade, podemos destacar o caráter "inter", que por si só já marca a
presença de uma ação recíproca de um elemento sobre o outro e vice-versa.
Em uma equipe interdisciplinar há possibilidade de troca de instrumentos, técnicas, metodologia e
esquemas conceituais entre as disciplinas. Assim, trata-se de um diálogo que leva ao enriquecimento e
transformação das disciplinas envolvidas.
A interdisciplinaridade implica na interação de diferentes disciplinas científicas sob a coordenação de uma
delas, trazendo uma contribuição importante para a produção científica contemporânea, na medida em que
contempla as intersubjetividades e o respeito às diferenças existentes diante de múltiplos olhares e
compreensões acerca de um determinado objeto.
Dessa forma, a interdisciplinaridade conduz a uma reflexão profunda a respeito do conceito de ciência e
possibilita o resgate da unidade de seu objeto de estudo. É importante destacar, porém, que a
interdisciplinaridade não anula a disciplinaridade, antes de qualquer coisa, implica em uma consciência dos
limites e das potencialidades de cada campo do saber, na busca de um fazer coletivo.
O pensar interdisciplinar, então, parte do princípio de que nenhuma forma de conhecimento é em si mesma
racional havendo a necessidade de dialogar o conhecimento científico com outras formas de conhecimento,
inclusive com o conhecimento do senso comum para que possa ampliá-lo e assim enriquecer a nossa
relação com o outro e com o mundo.
Veja a figura a seguir, que ilustra o atendimento de um paciente na visão interdisciplinar, sendo o médico,
geralmente o coordenador da equipe.
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Por sua vez, a transdisciplinaridade diz respeito a uma compreensão que transcende o âmbito de cada
disciplina e surge por meio da articulação que possibilita o surgimento de uma nova visão da natureza e da
realidade.
A equipe que funciona segundo uma dinâmica transdisciplinar tem sua coordenação assegurada por
referência a uma finalidade comum, com tendência à horizontalização das relações de poder. Cria-se um
campo novo com autonomia teórica e metodológica com relação às disciplinas que o compõem.
Uma característica da transdisciplinaridade é que sempre haverá perguntas sem respostas prontas. E buscar
respostas ou, dito de outra forma, construir conhecimento implica em construir novos modos de ser, a
partir da plasticidade própria do ser humano.
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Vamos a um exemplo para melhor compreender a transdisciplinaridade. Um jovem de 18 anos precisava de
um transplante de coração. Após longo tempo de espera, conseguiu e se submeteu a uma série de
procedimentos até fazer a cirurgia, considerada muito delicada.
Nesse caso, o paciente tem que ficar isolado em Centro de Terapia Intensiva (CTI). Apesar de
aparentemente e tecnicamente estar bem cuidado, o paciente não estava bem e esse momento é
fundamental para que não haja rejeição ao órgão transplantado.
Cada profissional envolvido buscou soluções na sua área e, mesmo seguindo o protocolo, o quadro
continuava crítico. Então, um profissional da saúde resolveu perguntar para o jovem o que ele gostaria de
ter naquele momento. Ele, filho único, respondeu que desejava a companhia de seus pais. A profissional
transgrediu o protocolo e a equipe preparou os pais, submetendo-os à assepsia para ficar com o filho o
maior tempo possível. Ele se recuperou.
O que esse caso mostra? Uma percepção de que não importa que cada profissional de uma equipe em saúde
esteja absolutamente ligado ao seu conhecimento. Se eles não pensarem para que serve tal conhecimento –
e esse é um objeto da transdisciplinaridade – não falarão o mesmo idioma.
Alguns entraves para desenvolver 
o trabalho de forma integrada
Há pelo menos três níveis de entraves que devemos enfrentar para desenvolver o trabalho de forma
integrada: os individuais, os grupais e os institucionais.
Os entraves individuais dizem respeito ao significado pessoal do trabalho em equipe para cada um dos
membros envolvidos. Uma das questões que se colocam diante do profissional envolvido em uma equipe de
saúde é a respeito de seu lugar nessa equipe.
Há que se considerar a necessidade desses profissionais terem objetivos comuns, partilhados e alinhados, o
que não é uma tarefa óbvia, nem simples.
Os fenômenos dos processos grupais (ansiedades, medos, disputas, conflitos) se expressam no trabalho
propriamente dito por meio de resistências, boicotes, ataques e podem vir a prejudicar em maior ou menor
grau a realização dos objetivos propostos.
Com relação aos entraves institucionais o principal deles é o uso do saber como instrumento de poder.
Para promover a cooperação
Para promover a cooperação, é necessário que exista uma estrutura organizacional que suporte a
democratização do saber e a quebra da rigidez na aquisição e transmissão do conhecimento, bem como na
própria forma de proceder na assistência, eliminando disputas em termos de primazia e importância de um
tipo de intervenção sobre outra.
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Aqui se trata de um redimensionamento das políticas públicas de saúde e dos cursos de formação dos
profissionais que se propõem a atuar nessa área.
Um importante desafio refere-se à transformação dos cursos médicos e poderíamos acrescentar os cursos de
todas as áreas relacionadas à assistência em saúde, incorporando desde o início da formação dos
profissionais a aprendizagem para o trabalho em equipes integradas partindo de uma concepção ampla de
saúde, que inclua a subjetividade do indivíduo, suas interações com os outros, seu lugar social, sua relação
com o corpo.
Ao abandonar a contraposição linear saúde-doença, são privilegiados os processos sócio-históricos,
culturais epsicossomáticos e a concepção do papel de cada profissional na atenção à saúde ganha novo
colorido, surgindo, desde o início da formação a percepção da necessidade de articulação dos saberes.
Paralelamente, é necessário estar atento e investir na capacitação dos profissionais para o trabalho em
equipes.
REFERÊNCIA
Galván, Gabriela Bruno. Equipes de saúde: O desafio da integração disciplinar. Rev. SBPH, v. 10, n. 2, Rio de
Janeiro dez. 2007. p. 53 – 61. Disponível em: http://pepsic.bvs-psi.org.br (http://pepsic.bvs-
psi.org.br/pdf/rsbph/v10n2/v10n2a07.pdf). Acesso em: 27 abr. 2009.
Laboratório de pesquisas sobre práticas de integralidade em saúde. Transdisciplinaridade:Entrevista com
Gilson Saippa e Lilian Koifman. Disponível em: http://www.lappis.org.br
(http://www.lappis.org.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?sid=25&infoid=494). Acesso em: 27 abr. 2009.
Victor, A. C. S; Matsuda, L. M; Saalfeld, S. M. S; Évora, Y. D. M. Comunicação verbal de uma equipe médica:
Percepções e necessidades de visitantes de uma UTI. Acta Scientiarum. Health Sciences, Maringá, v. 25, n.
2, p. 199-206, 2003. Disponível em: http://www.periodicos.uem.br
(http://www.periodicos.uem.br/ojs/index.php/ActaSciHealthSci/article/viewFile/2233/1460). Acesso em: 27
abr. 2009.
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