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ATM- Articulação TemporoMandibular

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Articulação Temporomandibular
Generalidades
A articulação temporomandibular, como o nome indica, é aquela que ocorre entre o osso temporal e a mandíbula. Está incluída no grupo das sinoviais, articulações dotadas da faculdade de executar amplos movimentos. É do tipo bi-condílica porque vamos encontrar de um lado a cabeça da mandíbula (processo condilar ou côndilo da mandíbula) e do outro o tubérculo articular.
Características
Esta articulação é a mais importante da cabeça, apresentando algumas características que lhe são próprias:
- distingue-se de todas as outras articulações sinoviais pelo fato de que as superfícies articulais não são revestidas por cartilagem hialina e sim por um tecido conjuntivo fibroso que contém alguns condrócitos, portanto fibrocartilagem;
- é a única articulação do nosso organismo que apresenta sincronia, isto é, os dois lados se movimentam ao mesmo tempo embora muitas vezes apresentando movimentos diferentes;
- caracteriza-se ainda pelo fato que os dois complexos ósseos apresentam dentes, cuja forma e disposição tem grande influência nos movimentos mandibulares.
Sendo uma sinovial, vamos encontrar nessa articulação os seguintes elementos:
a) Superfícies articulares
No lado do osso temporal as superfícies, sob o ponto de vista anátomo-funcional, são representadas por duas porções: pelo tubérculo articular e pela fossa mandibular, a qual é limitada: na frente pelo tubérculo articular e pelo tubérculo zigomático anterior; atrás pelo tubérculo zigomático posterior e pela fissura petrotimpânica; para dentro pela espinha do esfenóide e para fora pelo tubérculo zigomático anterior e pelo processo zigomático do temporal. Quanto ao tubérculo articular, é uma saliência convexa no sentido anteroposterior, apresentando dois versantes ou vertentes, anterior e posterior, sendo este último que intervém na dinâmica da ATM.
b) Arquitetura óssea
 a fossa mandibular é constituída de tecido ósseo compacto, tanto que ao nível do teto apresenta uma lâmina muito delgada, por vezes translúcida, ao passo que o tubérculo articular é constituído por tecido ósseo esponjoso revestido por uma fina camada de tecido ósseo compacto. O tecido ósseo esponjoso possui a capacidade de suportar trações e pressões, ao contrário do tecido ósseo compacto. Disso, conclui-se que a fossa mandibular, não estando capacitada para suportar trações e pressões, não tem participação na dinâmica da ATM, sendo sua função receber a cabeça da mandíbula no repouso articular.
A fossa mandibular e o tubérculo articular são revestidos por tecido conjuntivo fibroso com alguns condrócitos ao nível do tubérculo, isto é, tecido fibroso na fossa mandibular e fibrocartilagem no tubérculo, sendo bastante espesso no versante posterior.
 A fina cobertura fibrosa da fossa mandibular, sua estrutura óssea compacta e a pequena espessura de seu teto ósseo são provas de que ela não participa da dinâmica da ATM.
No lado da mandíbula a superfície óssea é representada pela cabeça da mandíbula, saliência convexa no sentido anteroposterior e no sentido transversal, de forma elipsóide. A face superior da cabeça da mandíbula apresenta dois versantes: o anterior e o posterior, destes apenas o versante anterior participa da dinâmica da ATM, por isso é revestido de fibrocartilagem mais espessa. Quanto a arquitetura óssea a cabeça da mandíbula é semelhante ao tubérculo articular.
c) Cápsula Articular:
 para que as superfícies articulares sejam mantidas em relação de vizinhança de modo a executar uma dinâmica normal, existe um manguito de tecido fibroso envolvendo a articulação, este possui a forma de um cone de tronco de cone cuja base maior se insere em torno das superfícies articulares do temporal e cuja base menor se insere nos limites da cabeça da mandíbula.
No temporal a cápsula insere-se no bordo anterior do tubérculo, na base da espinha do esfenóide, na fissura petrotimpânica, no tubérculo zigomático anterior e no processo zigomático. Na mandíbula insere-se em torno do colo deixando livre a fóvea pterigóidea.
d) Ligamentos
para reforçar a cápsula, fibras se agrupam e reforçam certos locais desta, havendo um ligamento muito visível chamado ligamento lateral externo ou temporomandibular, que é o verdadeiro da ATM. Este ligamento se insere no processo zigomático, no tubérculo zigomático anterior e na porção posterior do colo da mandíbula.
e) Ligamentos acessórios:
são também chamados ligamentos à distância.
- estilomandibular: que vai do processo estilóide ao ângulo da mandíbula;
- esfenomandibular: da espinha do esfenóide a língula da mandíbula;
- pterigomandibular: do hâmulo pterigóideo ao bordo interno do trígono retromolar.
f) Menisco
 é um disco oval com diâmetro transverso maior do que o anteroposterior, tendo a face inferior côncava em ambos os sentidos a fim de se adaptar a forma da cabeça da mandíbula. A face superior é côncava, correspondendo ao côndilo do temporal e convexa, onde se acha em contato com a fossa mandibular. Isto em repouso articular, porque na dinâmica ele modifica sua forma garantindo a concordância das superfícies articulares. É mais espesso na periferia do que no centro e na sua porção anterior se insere algumas fibras do feixe superior do m. pterigóideo lateral. Está fusionado anteriormente a cápsula e intimamente preso as extremidades da cabeça da mandíbula, tendo como função amortecer os choques e estabelecer a harmonia entre as superfícies articulares.
g) Cavidade articular
 em virtude da disposição da cápsula e da interposição do menisco entre as superfícies articulares, resulta que a cavidade articular fica dividida em dois compartimentos: um superior, temporo-meniscal ou supra-meniscal e outro inferior, menisco-mandibular ou infra-meniscal.
h) sinovial ou membrana sinovial
 é uma membrana serosa que forra a cápsula articular e secreta um líquido, a sinóvia, que tem a finalidade de lubrificar a articulação e nutrir os elementos avasculares desta.
Relações
- externamente tem relações importantes com elementos localizados superficialmente que nela transitam, como a artéria facial tranversa, porção da glândula parótida, ramos do nervo facial e os vasos temporais superficiais;
- internamente relaciona-se com uma série de elementos anatômicos, sendo os principais a artéria maxilar e o nervo aurículo temporal;
- anteriormente relaciona-se com os nervos masseterinos, que passam pela incisura da mandíbula;
- posteriormente relaciona-se com o meato acústico externo e glândula parótida;
- superiormente relaciona-se com a cavidade craniana.
DINÂMICA DA ATM
Como indica a palavra dinâmica, trata-se dos movimentos executados por essa articulação, mas antes veremos alguns conceitos:
- oclusão: é o contato das coroas de alguns ou todos os dentes superiores com os inferiores;
- oclusão cêntrica: é aquela na qual se verifica o máximo de pontos de contato entre as superfícies oclusais das coroas antagônicas;
- relação cêntrica: refere-se a posição da cabeça da mandíbula contida na posição mais retrusiva, sem esforço muscular na fossa mandibular. Numa dentadura perfeita quando os dentes estão em oclusão cêntrica, praticamente a cabeça da mandíbula e a fossa mandibular estão em relação cêntrica.
- posição de repouso: é a posição assumida pela mandíbula na qual a ação da gravidade é contrabalanceada pelo estado de contração tônica dos músculos motores, é uma posição tal que os dentes incisivos estão separados por um espaço de 2 a 5 mm, denominado espaço inter-oclusal;
- movimentos fundamentais: são aqueles sem os quais os outros movimentos não podem ser efetuados. Assim, temos dois movimentos, o de rotação e o de translação;
- movimento de rotação: é o movimento em que a cabeça da mandíbula roda em torno de um eixo transversal, este movimento ocorre no compartimento infra-meniscal;
- movimento de translação: é o deslizamento da cabeça da mandíbula e menisco na fossa mandibular, ocorre no compartimento supra-meniscal. Sendo a ATM uma articulação de rotação e translação, tem liberdade de movimentosem todas as direções, contudo, o contato dos dentes opostos, a cápsula e o ligamento temporomandibular limitam estes movimentos;
- movimentos funcionais: são os movimentos executados pela mandíbula no desempenho de certas funções como, mastigação, deglutição, fonação, etc. e que são combinações de movimentos fundamentais, como acontece no movimento de abaixamento (combinação de rotação e translação) ou então apenas um simples movimento de translação como acontece na propulsão e retropulsão. Vamos considerar os movimentos funcionais partindo ou chegando à oclusão cêntrica. Quando os dentes estão em contato, a mandíbula pode mover-se para frente (propulsão), para trás (retropulsão), para baixo (abaixamento), lateralmente (mov. de lateralidade) e circundução, que é a combinação de todos os outros movimentos destinados a triturar os alimentos;
- propulsão: é a projeção da mandíbula para frente. Partindo da oclusão cêntrica, a cabeça da mandíbula com o menisco são levados para frente e para baixo até ficarem em contato, o versante anterior da cabeça da mandíbula com o versante posterior do tubérculo articular. Neste movimento os músculos pterigóideos são protagonistas e as fibras posteriores do temporal são antagonistas;
- retropulsão: é a volta da mandíbula a posição primitiva após o movimento de propulsão, durante este movimento a cabeça da mandíbula e o menisco são levados para trás e para cima, voltando a ocupar a posição mais retrusiva, sem esforço na fossa mandibular, ficando em relação cêntrica. Neste movimento são protagonistas as fibras posteriores do temporal e os músculos pterigóideos laterais são antagonistas;
- abaixamento: é a combinação de dois movimentos fundamentais, primeiramente uma rotação e depois uma translação, partindo da oclusão cêntrica.
No primeiro tempo os músculos abaixadores da mandíbula, ventre anterior do digástrico, milo-hióideo e o gênio-hióideo, tendo como ponto fixo o osso hióide por contração dos músculos infra-hióideos, puxam a mandíbula para baixo e para trás aproximadamente 2 cm, até aí houve uma rotação, isto é, a cabeça da mandíbula girou em torno de um eixo transversal que passa por suas extremidades, este movimento ocorre no compartimento infra-meniscal da ATM. Assim, temos os músculos abaixadores como protagonistas e sendo os músculos masseter, pterigóideo medial, fibras anteriores e médias do temporal como antagonistas.
No segundo tempo ocorre uma translação, isto é, a cabeça da mandíbula e o menisco são levados para frente e para baixo até se relacionar pelo seu versante anterior com o versante posterior do côndilo do temporal, assim, por contração dos músculos pterigóideos laterais que são protagonistas e descontração das fibras posteriores do temporal que são antagonistas, continuando a ação dos abaixadores, a boca é aberta totalmente, sendo os arcos dentais afastados 4 cm aproximadamente.
- elevação: partindo na boca totalmente aberta até a oclusão cêntrica, ocorre em dois tempos:
No primeiro tempo, pela contração das fibras posteriores do músculo temporal e distensão do m. pterigóideo lateral, a mandíbula é elevada para cima e para trás até a fossa mandibular ficando 2 cm entre os arcos dentais, havendo, portanto, uma translação.
No segundo tempo, pela contração dos músculos masseter, pterigóideo medial, fibras anteriores e médias do temporal que são os protagonistas e pela descontração dos músculos ventre anterior do digástrico, milo-hióideo e o gênio-hióideo (antagonistas), a cabeça da mandíbula roda em torno do seu eixo transversal até a oclusão cêntrica, consequentemente relação cêntrica, completando assim o movimento de elevação.
- lateralidade: é o movimento que se verifica quando apenas um músculo pterigóideo lateral, como protagonista, se contrai e as fibras posteriores do temporal do mesmo lado se relaxam como antagonistas, a mandíbula é levada para o lado oposto. Neste movimento, a cabeça da mandíbula de um lado executa a propulsão e do outro lado efetua uma rotação em torno de um eixo vertical, ocorrendo movimentos alternados de um lado e de outro.

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