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Da transmissão das obrigações

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Da transmissão das obrigações
A existência do direito obrigacional se ampara na existência de dívida, com personagens que figuram necessariamente, os pólos (ativo e passivo) de uma relação jurídica, unidos por uma prestação devida por um e por crédito de outro, denominando-se então Credor e Devedor.
Diferente do direito romano, no qual o vínculo obrigacional era pessoal, intransferível e pautado por solenidades, no direito brasileiro é possível haver a transmissão das obrigações e essa possibilidade vem disciplinada no código civil brasileiro nos artigos 286 a 298 que permite em um negócio jurídico a transferência, pelo qual o titular de uma obrigação, a um terceiro.
O ponto importante da presente pesquisa é uma analise das formas pelas quais é possível transmissão das obrigações no direito brasileiro, que engloba a Cessão de Credito, Assunção de dívida (cessão de débito) e Cessão contratual.
Da cessão de Crédito
Á cessão de crédito possui uma natureza uma natureza contratual consensual, que envolve 03 pessoas denominadas de cedente, é o que transfere; o cessionário, o que adquire e por fim, o cedido que passa a ser o devedor. Este último não participa das negociações de transmissão, entretanto é necessária a sua ciência para adimplemento da obrigação devida ao novo titular.
Ao credor (cedente) é permitido transferir, total ou parcialmente, o seu crédito para um terceiro (cessionário), mantendo-se a mesma obrigação antes existente para com o devedor (cedido). 
Em regra, a cessão de crédito possui base contratual, mas também pode ocorrer por testamento (negócio jurídico unilateral). No qual transfere-se TODOS OS ELEMENTOS DA OBRIGAÇÃO, incluindo-se as garantias e os acessórios (juros, multa...), salvo disposição em contrário. Não se confunde com o pagamento com sub-rogação, nem com a novação, os quais são formas de extinção da obrigação.
Da Assunção de Dívida
Também chamada de cessão de débito, consiste em negócio jurídico onde um terceiro assume obrigação anteriormente assumida pelo devedor, com o consentimento expresso do credor, exonerando-se assim o devedor primitivo. Entretanto é necessária a ressalva das hipóteses do art. 299 do CC que trata da insolvência.
Fica a critério das partes, a liberação do devedor que contraiu a obrigação originariamente, ou mantê-lo atrelado à obrigação assumida.
Para que seja efetuada é necessário o preenchimento de alguns requisitos como: o consentimento do credor, a validade do negócio jurídico que transmite a obrigação, e a solvência do novo devedor ao tempo da assunção da dívida, a qual deverá ser comunicada ao credor acerca da solvabilidade ou não do novo devedor, sob pena de sendo omisso, pagar pelo débito.
Cessão da Posição Contratual
Essa espécie de transmissão é muito importante para o mundo dos negócios. É uma junção dos institutos da Cessão de Credito e Assunção de dívida, uma vez que é a possibilidade que os contratantes têm de transmitir a posição contratual da qual faz parte.
Nesse negócio, o cessionário assume de forma originária a posição que a priori pertencia ao cedente, com uma função de circularidade. 
Pode ocorrer em qualquer fase contratual. Entretanto faz-se necessário atender dois requisitos básicos, que são: somente é possível a cessão nos contratos bilaterais, e o necessário o consentimento do cedido. 
Quanto à natureza jurídica desse instituto, temos duas correntes que transitam no mundo doutrinário. Unitária e a Atomística. Para a primeira corrente (Atomística) a alteração contratual, se dá pelos elementos ativos e passivos, e que devem ser considerados de forma distinta.  Para a segunda (unitária) a cessão deve ser considerada como uma transferência em bloco, na qual não se distinguem os elementos passivos e ativos do contratante. 
Os seus efeitos da cessão, devem ser analisados em relação às partes envolvidas no negócio, ou seja, em relação ao cedente e cessionário. Aqui se pode dizer que ocorre uma substituição entre eles. Nesse caso, o cedente garante a validade do contrato, entretanto, não pode dizer o mesmo quanto a solvabilidade. Quanto a relação entre cedente e cedido, pode-se afirmar, que o efeito é a extinção do cedente no que tange as obrigações que havia angariado, salvo, se houver previsão contratual em contrário.
E por fim, o efeito em relação ao cedido e cessionário, nesse caso, é a simples entrada do cessionário na relação contratual no lugar do cedente. 
A ideia principal da presente pesquisa foi apresentar de uma forma sintética uma analise do tema proposto, apresentando basicamente o que cada um tópico representa e diferenciando-as ao tratar do conceito, natureza, requisitos e efeitos no mundo jurídico.

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