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Questão 1
Migrante: O termo migrante se refere a toda pessoa que muda seu lugar de residência para outro por um tempo indeterminado. Em geral, o migrante tenta buscar um novo lugar de convivência por onde as possibilidades de trabalho e o social sejam mais satisfatórios do que lugar que vivia anteriormente.
Imigrante: A palavra imigrante se refere a uma pessoa que vem residir num país que não é o seu. Imigrante, imigração e imigrar têm como ponto de referência o local de destino, ou seja, a entrada num novo país. Imigrante tem sua origem na palavra em latim immigrans, sendo escrita com i inicial.
Emigrante: A palavra emigrante se refere a uma pessoa que sai do seu país, indo residir em um país estrangeiro. Emigrante, emigração e emigrar têm como ponto de referência o local de origem, ou seja a saída do seu país. Emigrante tem sua origem na palavra em latim emigrans, sendo escrito com e inicial.
Asilado: No caso do asilo, as garantias são dadas apenas após a concessão. Antes disso, a pessoa que estiver em território nacional estará em situação de ilegalidade. O asilo pode ser de dois tipos: diplomático – quando o requerente está em país estrangeiro e pede asilo à embaixada brasileira - ou territorial – quando o requerente está em território nacional. Se concedido, o requerente estará ao abrigo do Estado brasileiro, com as garantias devidas.
Refugiado: O refúgio é concedido ao imigrante por fundado temor de perseguição por motivos de raça, religião, nacionalidade, grupo social ou opiniões políticas. Enquanto tramita um processo de refúgio, pedidos de expulsão ou extradição ficam em suspensos. O refúgio tem diretrizes globais definidas e possui regulação pelo organismo internacional ACNUR - Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados. No Brasil, a matéria é regulada pela Lei nº 9.474, de 22 de julho de 1997, que criou o Comitê Nacional para os Refugiados – Conare, e pela Convenção das Nações Unidas sobre o Estatuto dos Refugiados , de 28 de julho de 1951.
Questão 2
As migrações podem atenuar ou agudizar contrastes e problemas relacionados com o comportamento populacional de um país. Na realidade, podemos enumerar várias consequências que as migrações geram quer nos países de partida, quer nos países de chegada ou acolhimento. As consequências para os PAÍSES DE PARTIDA, podem ser demográficas e económicas, enquanto que para os PAÍSES DE CHEGADA OU ACOLHIMENTO essas consequências além de demográficas e económicas podem também ser sociais.
Um país que vê partir a sua população sofre demograficamente com isso, uma vez que perde efectivos populacionais, ou seja, há uma diminuição da sua população absoluta e da densidade populacional. Além disso, como quem parte são principalmente os jovens e sobretudo do género masculino, isso acentua o envelhecimento da população e um desequilíbrio social entre os sexos, pela predominância de população mulheres e idosos. Consequentemente, como a população de torna mais idosa e que já não está em idade de procriar, há uma diminuição da taxa de natalidade, um aumento da taxa de mortalidade e ainda uma diminuição da taxa de crescimento natural. Economicamente falando, a perda de jovens traduz-se também numa diminuição da população activa que pode ocasionar igualmente a estagnação da economia, uma vez que há falta de mão-de-obra para trabalhar em certos sectores de actividade, por exemplo, nos campos ou no comércio. Em contrapartida há uma redução do desemprego porque há mais postos de trabalho vagos. Uma outra coisa boa é que a economia de um país fortalece-se com a entrada de remessas ou divisas enviadas pelos emigrantes. 
Por seu turno, a nível demográfico, um país que recebe imigrantes sofre um aumento da população absoluta e da densidade populacional, um rejuvenescimento da população com a entrada dos jovens e dos seus filhos e aumenta a taxa de natalidade quando se deslocam os dois membros do casal. A nível económico, há um aumento da população activa, mas que pode ser acompanhada pela possibilidade de desemprego porque há abundância de mão-de-obra, muitas vezes em excesso, o que leva a que esta seja cada vez mais barata em determinados sectores de actividade. Além disso, há um aumento dos encargos da segurança social com a entrada dos imigrantes. Socialmente falando, a entrada de estrangeiros pode gerar problemas de integração e conflitos sociais, despoletando sentimentos de xenofobismo ou racismo. Quando a integração é pacífica pode ocorrer o enriquecimento e heterogeneidade cultural, resultante da partilha, convivência e adopção de novos hábitos. Em certas cidades, os imigrantes dão origem a guetos e a bairros-de-lata dado a escassez de infra-estruturas habitacionais. Po outro lado, pode aumentar o número de pedintes, aumento dos roubos e das situações de pobreza  extrema se acaso os imigrantes não conseguem arranjar trabalho/emprego.
Questão 3
O mundo vive atualmente a mais grave crise de refugiados desde a Segunda Guerra Mundial. A Organização das Nações Unidas (ONU) estima que mais de 300 mil pessoas tentaram cruzar o Mar Mediterrâneo para chegar à Europa em 2015. A maioria dos migrantes vem da África e do Oriente Médio, fugindo de perseguições políticas e guerras, como a que castiga a Síria desde 2011. Mas nem todos conseguem chegar ao seu destino final. A travessia é perigosa, feita em embarcações precárias geralmente superlotadas. Em 2015, cerca de 2,5 mil pessoas já morreram afogadas no Mar Mediterrâneo. Entre as vítimas está o garoto sírio Aylan Kurdi. A imagem de seu corpo estendido na praia turca de Bodrum comoveu o mundo e chamou a atenção para o drama dos refugiados.
Os países europeus têm dificuldade em lidar com este enorme fluxo de estrangeiros e tentam estabelecer uma ação coordenada para receber os refugiados. Os migrantes geralmente aportam na Europa pela Grécia ou pela Itália e, de lá, muitos tentam chegar à Alemanha. O país mais próspero da União Europeia prometeu abrigar 800 mil refugiados em 2015, a maioria sírios. No entanto, para chegar até a Alemanha, os migrantes precisam atravessar diversos países, onde nem sempre são bem recebidos. Em nações como Hungria, Eslovênia e Áustria, os governos resistem em deixar que os estrangeiros cruzem as fronteiras e dificultam sua movimentação pelo continente, agravando a crise.
Geopolítica: A maioria dos migrantes que chegam atualmente na Europa são sírios que fogem da guerra. O conflito envolve diversos interesses geopolíticos no Oriente Médio entre os países que apoiam o regime do ditador sírio Bashar al-Assad e as nações que querem derrubá-lo. Além disso, o cenário caótico na Síria e no Iraque permitiu o fortalecimento de organizações extremistas como o chamado Estado Islâmico (EI).
Demografia: A taxa de natalidade em muitos países na Europa está entre as mais baixas do mundo, o que deve gerar pressões demográficas no futuro. Com o envelhecimento da população e o baixo índice de fecundidade, a perspectiva é que, em países como a Alemanha, haja uma diminuição da população, o que também afetaria o número de trabalhadores ativos para manter a produção e sustentar a previdência. Diante dessa perspectiva, a chegada dos migrantes pode ajudar a reverter a queda populacional e manter a economia girando nos próximos anos.
Crise econômica: Muitos países europeus ainda não se recuperaram da crise econômica que atingiu o continente em 2008. A taxa de desemprego em países como Grécia e Espanha supera os 20%. Neste cenário, os migrantes são vistos pelos setores mais xenófobos da sociedade como concorrentes na disputa pelas poucas vagas no mercado de trabalho. Muitos partidos de extrema-direita vêm se apoiando neste discurso para ganhar eleitores insatisfeitos com a crise.
Choque cultural: A adaptação dos migrantes muçulmanos na sociedade europeia é outro tema relacionado à atual crise. Na França, o uso do véu islâmico em lugares públicos é vetado e a Suíça proíbe os minaretes (torres no alto das mesquitas para chamar os fieis para as orações). Sem conseguir integrar-se entre os europeus,muitos migrantes acabam vivendo de forma segregada, na periferia de grandes cidades como Paris. Além disso, o governo de países como a Hungria resiste em permitir o ingresso maciço de refugiados muçulmanos, alegando que é preciso defender as raízes e os valores cristãos da Europa.
Globalização e tecnologia: O tema da migração também pode ser explorado nos vestibulares a partir da ótica da globalização. O desenvolvimento tecnológico permitiu avanços nos meios de transporte e de comunicação que ajudou a intensificar os movimentos migratórios. A facilidade das transferências bancárias, por exemplo, permite a um imigrante africano que mora na Europa enviar parte de seu salário mensalmente para ajudar os familiares que vivem em sua terra natal.
História: Os movimentos migratórios fazem parte da história da humanidade desde que o homo erectus deixou a África rumo à Europa e à Ásia há 1,8 milhão de anos. Com as grandes navegações, nos séculos XV e XVI, o fenômeno se intensificou e no período entre o final do século XIX e início do século XX ocorreu a maior migração em massa da história. Os examinadores podem cobrar nas provas as principais relações entre os fluxos migratórios históricos e atuais.
Brasil: O Brasil é uma nação formada por imigrantes – dos portugueses, que chegaram aqui a partir de 1500, passando pelos africanos trazidos como mão de obra escrava, até a onda de europeus, japoneses e árabes que chegou ao país entre o final do século XIX e início do século XX. Atualmente, o país vem recebendo imigrantes de países vizinhos como Bolívia e Paraguai, além de africanos e haitianos. O governo também está concedendo asilo a milhares de sírios que chegam aqui desde 2013. Durante seus estudos, vale a pena estabelecer comparações entre a situação dos refugiados no Brasil e na Europa.

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