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1 Administração de Valores a Receber Prof. José Luiz Barros Fernandes 2017.1 2 Sugestão de Leitura • Assaf Neto: – Cap. 28 Administração de Valores a Receber • Gitman: – Cap. 14 Gestão de Ativos Circulantes Administração de contas a receber • O segundo componente do ciclo de conversão de caixa é o prazo médio de recebimento – o tempo médio para que uma venda a prazo seja paga e o pagamento se converta em fundos disponíveis à empresa. • O prazo de recebimento tem duas partes: – período desde a venda até a remessa do pagamento pelo cliente; – período desde a remessa do pagamento até que os fundos entrem na conta da empresa. Cálculo do ciclo de conversão de caixa (PMP) Elementos de uma Política de Crédito: Finanças Corporativas e Valor – ASSAF NETO Capítulo 24 – Administração de Valores a Receber Introdução Análise dos Padrões de Crédito Prazo de Concessão de Crédito Descontos Financeiros por Pagamentos Antecipados Política de Cobranças Finanças Corporativas e Valor – ASSAF NETO Capítulo 24 – Administração de Valores a Receber 24.1 Avaliação do Risco de Crédito 1CaráterDisposição do cliente em pagar corretamente seu crédito 2CapacidadePotencial de geração de recursos do cliente visando a liquidação conforme pactuada A política global de crédito da empresa deve estar embasada nos parâmetros de risco que ela deseja assumir Cinco Cs do crédito de Brighan e Weston: Finanças Corporativas e Valor – ASSAF NETO Capítulo 24 – Administração de Valores a Receber 5 Condições Envolve as influências do comportamento da conjuntura econômica sobre a capacidade de pagamento do cliente 4 Garantias (collateral) Julgam os ativos que o cliente pode oferecer para lastrear seu crédito 3 Capital Voltada para a medição dos investimentos do cliente com atenção especial ao seu Patrimônio Líquido 24.1 Avaliação do Risco de Crédito • Caráter: histórico do cliente em termos de cumprimento das obrigações; • Capacidade: capacidade de pagamento do crédito; • Capital: volume de dívidas/capital próprio (alavancagem); • Colateral: ativos colocados em garantia do empréstimo; • Condições: econômicas e setoriais que possam afetar a transação. Cinco C’s do crédito Abordagem CAMELS Finanças Corporativas e Valor – ASSAF NETO Capítulo 24 – Administração de Valores a Receber 24.1 Avaliação do Risco de Crédito Fatores do enfoque tradicional de avaliação do risco Experiência comercial que a empresa tem com o cliente Avaliação retrospectiva das demonstrações contábeis Consulta à órgãos como Serasa, SPC e Associações Comercias Utilização de índices-padrão específicos de crédito Uso de modelos quantitativos e medidas estatísticas • A atribuição de escores de crédito é um procedimento que resulta em um escore que funciona como medida da qualidade geral de um cliente, sendo calculado como média ponderada de escores de diversos aspectos de crédito. • O escore final é utilizado na tomada de decisões de aceitação/rejeição do pedido de crédito feito pelo cliente. • A finalidade dos escores de crédito é levar à tomada de uma decisão informada de concessão de crédito com certa rapidez e a custo baixo. Escores de crédito Risco de Crédito Ratings de obrigações 12 Sources: Moody’s / S&P / Fitch Brazilian Sovereign Ratings A3 / A- Baa1 / BBB+ Baa2 / BBB Baa3 / BBB- Ba1 / BB+ Ba2 / BB Ba3 / BB- B1 / B+ B2 / B B3 / B- 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 1 9 9 4 1 9 9 5 1 9 9 6 1 9 9 7 1 9 9 8 1 9 9 9 2 0 0 0 2 0 0 1 2 0 0 2 2 0 0 3 2 0 0 4 2 0 0 5 2 0 0 6 2 0 0 7 2 0 0 8 2 0 0 9 2 0 1 0 2 0 1 1 2 0 1 2 2 0 1 3 2 0 1 4 2 0 1 5 Moody's S&P Fitch Investment grade upgrades in 2011: • April: Fitch • June: Moody’s • November: S&P downgrade in 2015: • August: Moody’s downgrade in 2015: • September: S&P Each dimension receives a score from ‘1’ to ‘6’. ‘1’ representing the best and ‘6’ the worst. Dimensions FINAL RATING Institutional and Economic Profile (4.5): Weak Institutional: 4 Economic: 5 External: 2 Fiscal: 5 Monetary: 3 Flexibility and Performance Profile (3.33): Intermediate Indicative Rating – Brazil 14 Moody’s: Baa3 S &P: BBB- Fitch: BBB Outlook: Stable Outlook: Negative Outlook: Stable 15 16 17 18 19 Finanças Corporativas e Valor – ASSAF NETO Capítulo 24 – Administração de Valores a Receber 24.2 Elementos de uma Política Geral de Crédito Análise dos padrões de crédito Agrupamento dos clientes em diversas categorias de risco para se mensurar o custo das perdas associadas às vendas de características semelhantes Prazo de concessão de crédito Depende da política dos concorrentes, das características e do risco do mercado consumidor, da natureza do produto vendido, da conjuntura econômica entre outros Finanças Corporativas e Valor – ASSAF NETO Capítulo 24 – Administração de Valores a Receber 24.2 Elementos de uma Política Geral de Crédito Descontos por pagamentos antecipados Abatimentos no preço de venda para pagamentos a vista realizados com o objetivo de incrementar as vendas ou como forma de financiamento a custos menos elevados Políticas de cobrança Permite o equilíbrio entre os ganhos com a redução nas despesas de devedores duvidosos e as perdas nas vendas ocasionadas por medidas rígidas de cobrança Exercício: • Avaliação de Crédito Soberano: • Busque o CDS de 5 anos atual de 5 países. http://www.cnbc.com/sovereign-credit-default- swaps/ • Defina uma carteira que obedeça as seguintes regras: • Tenha alocação minima de 5% e máxima de 50% em cada país; • CDS médio da carteira seja inferior a 80; • Maximize o retorno esperado (YTM). Exercício: País CDS 5Y YTM Alemanha 16.845 -0.383 Austria 21.765 -0.228 Bélgica 26.020 -0.165 Brasil 214.010 9.870 China 81.000 3.362 Coréia 58.315 1.897 Dinamarca 20.730 -0.262 Espanha 70.670 0.433 Estados Unidos 24.825 1.832 Finlândia 24.160 -0.374 França 33.045 -0.094 Grécia 804.630 5.935 Holanda 24.070 -0.316 Indonésia 125.940 6.671 Irlanda 44.155 -0.034 Italia 168.010 1.043 Japão 25.545 -0.150 Portugal 239.220 2.027 Reino Unido 26.745 0.498 Suécia 21.140 -0.060 Exercício: País CDS 5Y YTM alocação(w) w x CDS w x Y Alemanha 16.845 -0.383 20% 3.369 -0.077 Austria 21.765 -0.228 20% 4.353 -0.046 Bélgica 26.020 -0.165 20% 5.204 -0.033 Brasil 214.010 9.870 20% 42.802 1.974 China 81.000 3.362 20% 16.200 0.672 Coréia 58.315 1.897 0% 0.000 0.000 Dinamarca 20.730 -0.262 0% 0.000 0.000 Espanha 70.670 0.433 0% 0.000 0.000 Estados Unidos 24.825 1.832 0% 0.000 0.000 Finlândia 24.160 -0.374 0% 0.000 0.000 França 33.045 -0.094 0% 0.000 0.000 Grécia 804.630 5.935 0% 0.000 0.000 Holanda 24.070 -0.316 0% 0.000 0.000 Indonésia 125.940 6.671 0% 0.000 0.000 Irlanda 44.155 -0.034 0% 0.000 0.000 Italia 168.010 1.043 0% 0.000 0.000 Japão 25.545 -0.150 0% 0.000 0.000 Portugal 239.220 2.027 0% 0.000 0.000 Reino Unido 26.745 0.498 0% 0.000 0.000 Suécia 21.140 -0.060 0% 0.000 0.000 CDS Yield Carteira 71.93 2.49 Finanças Corporativas e Valor – ASSAF NETO Capítulo 24 – Administração de Valores a Receber 24.3 Principais Medidas Financeiras de uma Política de Crédito Despesas com devedores duvidosos Definição de um limite percentual de não recebimento das vendas, baseado na experiência passada e estabelecida de acordo com o risco que a empresa deseja assumir Gastos efetuados no processo de análise de solicitaçõese na manutenção de um departamento de crédito, como pessoal, materiais, serviços de informações, contratados etc. Medidas de controle interno Despesas gerais de crédito Finanças Corporativas e Valor – ASSAF NETO Capítulo 24 – Administração de Valores a Receber 24.3 Principais Medidas Financeiras de uma Política de Crédito Despesas de cobrança Gastos de diversos procedimentos adotados pela empresa, inclusive os provenientes de eventuais ações judiciais e taxas cobradas pelos bancos pela execução desses serviços Obtido mediante a aplicação de uma taxa de retorno mínima exigida pela empresa sobre o investimento marginal efetuado em valores a receber Medidas de controle interno Custo do investimento marginal em valores a receber Alteração de padrões de crédito Variáveis básicas Variável Direção da variação Efeito sobre os lucros Volume de vendas Aumento Positivo Investimento em contas a receber Aumento Negativo Perdas com clientes Aumento Negativo Variações de variáveis básicas em conseqüência de um relaxamento de padrões de crédito Variável Direção da variação Efeito sobre os lucros Volume de vendas Diminuição Negativo Investimento em contas a receber Diminuição Positivo Perdas com clientes Diminuição Positivo Variações de variáveis básicas em conseqüência de padrões de crédito mais rigorosos Finanças Corporativas e Valor – ASSAF NETO Capítulo 24 – Administração de Valores a Receber 24.4 Influências de uma Política de Crédito Sobre as Medidas Financeiras POLÍTICAS DE COBRANÇA DESCONTOS FINANCEIROS PRAZO DE CONCESSÃO DE CRÉDITO PADRÕES DE CRÉDITO AFROUXA- MENTO Invest. valores a receber Desp. gerais de crédito Volume de vendas RÍGIDALIBE- RAL DIMI- NUIÇÃO ELEVA- ÇÃO REDU- ÇÃO AMPLIA- ÇÃO RESTRI- ÇÃO MEDIDAS FINANCEIRAS + + + ++ + ++ + -- -- - - - - - + + +- -- As medidas financeiras e a política geral de crédito Finanças Corporativas e Valor – ASSAF NETO Capítulo 24 – Administração de Valores a Receber 24.4 Influências de uma Política de Crédito Sobre as Medidas Financeiras Exemplo 1: Decisão de afrouxamento nos padrões usuais de crédito Surge de imediato uma expectativa de elevação no volume de vendas Exige-se uma necessidade maior de volume de investimentos em valores a receber Aumentam as despesas gerais de crédito, principalmente as despesas de devedores duvidosos Finanças Corporativas e Valor – ASSAF NETO Capítulo 24 – Administração de Valores a Receber 24.4 Influências de uma Política de Crédito Sobre as Medidas Financeiras Exemplo 2: Elevação de descontos financeiros As vendas tendem a aumentar em função do barateamento nos custos do adquirente Isso acarreta menores investimentos nos valores a receber As despesas de crédito devem cair em razão da tendência dos clientes anteciparem seus pagamentos Exemplo da Dodd Tool Dodd Tool, uma empresa fabricante de ferramentas de moldagem, está atualmente vendendo um produto por R$ 10 a unidade. As vendas (todas a prazo) no último ano foram de 60 mil unidades. O custo variável por unidade é de R$ 6. Os custos fixos totais da empresa são de R$ 120.000. A empresa está considerando a possibilidade de relaxar os padrões de crédito, esperando com isso os seguintes resultados: o aumento de 5% das unidades vendidas para 63 mil; aumento do prazo médio de recebimento de 30 para 45 dias; o aumento de perdas com clientes de 1% para 2% das vendas. O custo de oportunidade dos fundos aplicados em contas a receber é de 15%. Com essas informações, a Dodd deve relaxar seus padrões de crédito? Exemplo da Dodd Tool Dodd Tool Company Análise do Relaxamento de Padrões de Crédito Dados Relevantes Vendas anteriores (unidades) 60.000 Vendas novas (unidades) 63.000 Preço unitário ($) 10 Custo variável unitário ($) 6 Margem de contribuição/unidade 4 Nível anterior de contas a receber (dias) 30 Novo nível de contas a receber (dias) 45 Giro antigo de contas a receber (360/PMR) 12 Novo giro de contas a receber (360/PMR) 8 Nível anterior de perdas com clientes 1% Novo nível de perdas com clientes 2% Custo de oportunidade 15% Exemplo da Dodd Tool Contribuição das vendas adicionais ao lucro Dodd Tool Company Análise do Relaxamento de Padrões de Crédito Contribuição das Vendas Adicionais ao Lucro Vendas anteriores (unidades) 60.000 Preço unitário ($) 10 Vendas novas (unidades) 63.000 Custo variável unitário ($) 6 Aumento de vendas 3.000 Margem de contribuição/unidade 4 (aumento de vendas x margem de contribuição/unidade) 12000 Contribuição das vendas adicionais ao lucro ($) Exemplo da Dodd Tool Custo do investimento marginal em contas a receber Custo do Investimento Marginal em Contas a Receber: Custo do Investimento Marginal em Contas a Receber = Custo variável unitário x Número de unidades Giro de contas a receber Investimento médio no plano proposto ($) 47.250 Investimento médio anterior ($) 30.000 Investimento marginal em contas a receber 17.250 Custo de oportunidade 15% Custo do investimento marginal em contas a receber ($) 2588 Exemplo da Dodd Tool Custo de perdas marginais com clientes Dodd Tool Company Análise do Relaxamento de Padrões de Crédito Custo de Perdas Marginais com Clientes: Custo de Perdas Marginais com Clientes = (% de Perdas com clientes x Preço unitário x Número de unidades) Custo de Perdas no Plano Proposto ($) 12600 Custo de Perdas no Plano Atual ($) 6000 Custo de Perdas Marginais ($) 6600 Exemplo da Dodd Tool Lucro líquido com a implantação do plano proposto Contribuição das vendas adicionais ao lucro ($) 12.000$ Custo do investimento marginal em contas a receber (2.588) Custo de perdas marginais com clientes (6.600) Lucro líquido com a implantação do plano proposto 2.813$ Dodd Tool Company Análise do Relaxamento de Padrões de Crédito Exemplo da Dodd Tool Resumo Exercício: Exercício: Exercício: Exercício: Exercício: Finanças Corporativas e Valor – ASSAF NETO Capítulo 24 – Administração de Valores a Receber 24.5 Exemplo Ilustrativo: Cia. Geral Custos de produção Variáveis.............................: 30% das vendas totais Fixos mensais.....................: $ 620.000 Despesas administrativas Variáveis.............................: 4% das vendas totais Fixas mensais.....................: $ 210.000 Despesas relativas ao crédito PDD....................................: 2% das vendas a crédito Desp. gerais de cobrança....: 3% das vendas a crédito Prazo médio de cobrança............: 45 dias ou 1,5 mês Para uma projeção de vendas mensais de $ 1.500.000, sendo 60% a prazo, temos: Finanças Corporativas e Valor – ASSAF NETO Capítulo 24 – Administração de Valores a Receber 24.5 Exemplo Ilustrativo: Cia. Geral 1.500.000 450.000 60.000 18.000 27.000 555.000 945.000 620.000 210.000 115.000 900.000 30% x 900.000 = 270.000 4% x 900.000 = 36.000 2% x 900.000 = 18.000 3% x 900.000 = 27.000 351.000 549.000 600.000 30% x 600.000 = 180.000 4% x 600.000 = 24.000 – - . 204.000 396.000 Receitas de vendas (–) Custos e desp. variáveis: Custos de produção Desp. administrativas Provisão para devedores duvidosos Despesas gerais e de cobrança Custos e desp. var.totais: Margem contribuição (–) Custos e despesas fixos: custos de produção Desp. administrativas RESULTADO TOTAL ($) RESULTADO DAS VENDAS A PRAZO ($) RESULTADO DAS VENDAS A VISTA ($) Resultado operacional: Resultados previstos para cada mês do próximo exercício: Finanças Corporativas e Valor – ASSAF NETO Capítulo 24 – Administraçãode Valores a Receber 24.5 Exemplo Ilustrativo: Cia. Geral Um estudo realizado pela empresa revelou: As vendas a prazo passariam a representar $ 1.125.000 no volume total de vendas estimado em $ 1.725.000 Uma maior liberalidade nos padrões de crédito, mediante aumento de vendas a prazo, elevaria suas vendas totais em 15% no período Admitindo (por ora) que a alteração proposta não irá influir nos custos e despesas (inclusive PDD) e no montante do passivo, temos: Finanças Corporativas e Valor – ASSAF NETO Capítulo 24 – Administração de Valores a Receber 24.5 Exemplo Ilustrativo: Cia. Geral 1.725.000 517.500 69.000 22.500 33.750 642.750 1.082.250 620.000 210.000 252.250 1.125.000 30% x 1.125.000 = 337.500 4% x 1.125.000 = 45.000 2% x 1.125.000 = 22.500 3% x 1.125.000 = 33.750 438.750 686.250 600.000 30% x 600.000 = 180.000 4% x 600.000 = 24.000 – – 204.000 396.000 Receitas de vendas (–) Custos desp. variáveis: Custos de produção Despesas administrativas Provisão para devedores duvidosos Despesas gerais e de cobrança Custos e desp. var. totais: Margem de contribuição (–) Custos e despesas fixos: Custos de produção Despesas adm. RESULTADO TOTAL ($) RESULTADO DAS VENDAS A PRAZO ($) RESULTADO DAS VENDAS A VISTA ($) Resultado operacional: Finanças Corporativas e Valor – ASSAF NETO Capítulo 24 – Administração de Valores a Receber 24.5 Exemplo Ilustrativo: Cia. Geral Margem de contribuição (situação proposta): $ 686.250 (-) Margem de contribuição (situação original): $ 549.000 Margem de contribuição adicional: $ 137.250 Uma análise baseada exclusivamente nos valores até aqui, indica um bom negócio para a empresa o afrouxamento em seus padrões de crédito Margem operacional = resultado operacional / receita de vendas Antes: 115.000/1.500.000 = 7,67% Agora: 252.250/1.725.000 = 14,62% Finanças Corporativas e Valor – ASSAF NETO Capítulo 24 – Administração de Valores a Receber 24.5 Exemplo Ilustrativo: Cia. Geral Investimento anterior: (Lucro / Vendas) x saldo médio de duplicatas a receber ($ 115.000 / $ 1.500.000) x $ 1.350.000 = $ 103.500 Investimento anterior – lucro embutido = $ 1.350.000 - $ 103.500 = $ 1.246.500 Calculando o investimento em valores a receber: Finanças Corporativas e Valor – ASSAF NETO Capítulo 24 – Administração de Valores a Receber 24.5 Exemplo Ilustrativo: Cia. Geral Investimento novo: (Lucro / Vendas) x novo saldo médio duplicatas a receber ($ 252.250 / $ 1.725.000) x $ 2.250.000 = $ 329.022 Investimento novo – lucro embutido = $ 2.250.000 - $ 329.022 = $ 1.920.978 Calculando o investimento em valores a receber: A diferença entre os dois investimentos seria de $ 674.478. Isso representa o investimento marginal (excluído o lucro) em valores a receber determinado pela nova proposta de crédito da Cia. Geral Finanças Corporativas e Valor – ASSAF NETO Capítulo 24 – Administração de Valores a Receber 24.5 Exemplo Ilustrativo: Cia. Geral O processo de decisão ou de fixação da política de crédito, decorre fundamentalmente dos valores levantados: $ 137.250 $ 674.478 $ 115.000 $ 1.246.500 $ 252.250 $ 1.920.978 Lucro Investimento médio em duplicata a receber INCREMENTOPROPOSTA ORIGINAL PROPOSTA FORMULADA ? A empresa precisará investir mais 674.478 para obter mais $ 137.250 de lucro... Esta relação está acima do custo de oportunidade da empresa Está acima do custo de captação de recursos, caso ela não os tenha Finanças Corporativas e Valor – ASSAF NETO Capítulo 24 – Administração de Valores a Receber 24.5 Exemplo Ilustrativo: Cia. Geral Influência da inflação e financiamento do investimento marginal Isso não é valido se a empresa alterar sua estrutura de ativos e passivos para financiar suas necessidades de aplicações marginais em valores a receber Se a empresa aumentar seu contas a receber sem alterar sua estrutura de itens monetários e não monetários ativos e passivos, os reflexos inflacionários da manutenção nesses recursos já estariam considerados nos resultados Finanças Corporativas e Valor – ASSAF NETO Capítulo 24 – Administração de Valores a Receber Exercício: • Os termos de crédito de uma empresa especificam os prazos de pagamento exigidos de todos os clientes que compram a prazo. • Os termos de crédito têm três componentes: – valor do desconto por pagamento rápido; – prazo do desconto por pagamento rápido; – prazo de crédito. • Por exemplo, com termos de 2/10, 30 dias, o desconto é de 2%, o prazo de desconto é de 10 dias e o prazo de crédito é de 30 dias. Alteração de termos de crédito Alteração de termos de crédito Desconto por pagamento rápido Direção Efeito Variável da Variação sobre Lucro Volume de vendas aumento positivo Investimento em contas a receber resultante do fato de que alguns clientes aproveitam o desconto e pagam mais rápido redução positivo Investimento em contas a receber devido a novos clientes aumento negativo Perdas com clientes redução positivo Desconto por pagamento rápido A Dodd Tool está pensando em oferecer um desconto de 2% por pagamento dentro de 10 dias após uma compra. O PMR atual da empresa é de 30 dias (giro de contas a receber = 360/30 = 12). As vendas a prazo são de 60 mil unidades, a $ 10 a unidade, sendo o custo variável unitário igual a $ 6. A Dodd espera que, com o oferecimento do desconto, ele seja aproveitado por 60% dos clientes, que pagarão mais rapidamente. Além disso, as vendas devem aumentar 5%, para 63 mil unidades. O PMR deve cair para 15 dias (giro de contas a receber = 360/15 = 24). As perdas com clientes cairão de 1 para 0,5% das vendas. O custo de oportunidade do capital aplicado em contas a receber é de 15%. Alteração de termos de crédito Desconto por pagamento rápido Dodd Tool Company Análise do Oferecimento de Desconto por Pagamento Rápido Contribuição das Vendas Adicionais ao Lucro Vendas anteriores (unidades) 60.000 Preço unitário ($) 10 Vendas novas (unidades) 63.000 Custo variável unitário ($) 6 Aumento de vendas 3.000 Margem de contribuição/unidade 4 (aumento de vendas x margem de contribuição/unidade) 12000 Contribuição das vendas adicionais ao lucro ($) Alteração de termos de crédito Desconto por pagamento rápido Dodd Tool Company Análise do Oferecimento de Desconto por Pagamento Rápido Custo do Investimento Marginal em Contas a Receber: Custo do Investimento Marginal em Contas a Receber = Custo variável unitário x Número de unidades Giro de contas a receber Investimento médio no plano proposto ($) 15.750 Investimento médio anterior ($) 30.000 Investimento marginal em contas a receber -14.250 Alteração de termos de crédito Desconto por pagamento rápido Dodd Tool Company Análise do Oferecimento de Desconto por Pagamento Rápido Custo de Perdas Marginais com Clientes: Custo de Perdas Marginais com Clientes = (% de Perdas com clientes x Preço unitário x Número de unidades) Custo de Perdas no Plano Proposto ($) 3150 Custo de Perdas no Plano Atual ($) 6000 Custo de Perdas Marginais ($) -2850 Alteração de termos de crédito Desconto por pagamento rápido Dodd Tool Company Análise do Oferecimento de um Desconto por Pagamento Rápido Custo do Desconto: Custo = (% desconto x % de vendas a prazo x Preço unitário x Número de unidades vendidas) Custo ($) -7560 Alteração de termos de crédito Desconto por pagamento rápido Contribuição das vendas adicionais ao lucro ($) 12.000$ Custo do investimento marginal em contas a receber 2.138 Custo de perdas marginais com clientes 2.850 Custo do desconto oferecido (7.560) DoddTool Company Análise do Oferecimento de um Desconto por Pagamento Rápido Política de cobrança • A política de cobrança de uma empresa é o conjunto de procedimentos adotados para cobrar contas a receber quando elas vencem. • A eficácia dessa política pode ser parcialmente avaliada por um exame do nível de perdas com clientes. • Como visto nos exemplos anteriores, esse nível não depende apenas da política de cobrança, mas também da política de crédito da empresa. • Em geral, deve-se gastar dinheiro para cobrar clientes em atraso até o ponto em que o custo marginal supera o benefício marginal. Política de cobrança Finanças Corporativas e Valor – ASSAF NETO Capítulo 24 – Administração de Valores a Receber 24.6 Medidas de Controle Medidas do processo de controle de valores a receber Apuração do nível de atraso com que os clientes estão pagando Análise dos clientes de forma a identificar a pontualidade dos pagamentos Identificação das razões de determinada variação na carteira de valores a receber 1. Finanças Corporativas e Valor – ASSAF NETO Capítulo 24 – Administração de Valores a Receber 24.6 Medidas de Controle Aging de valores a receber Medida de estudo cronológico dos valores a receber mantidos por uma empresa Evidencia as proporções de duplicatas a receber em relação a seus respectivos vencimentos É processada tabularmente, relacionando o volume das duplicatas a receber com o montante de carteira Finanças Corporativas e Valor – ASSAF NETO Capítulo 24 – Administração de Valores a Receber 24.6 Medidas de Controle 1.Aging de valores a receber Exemplo ilustrativo 51% 33% 84% 11% 5% 16% 100% 153.000 99.000 252.000 33.000 15.000 48.000 300.000 A vencer em jan./X9 A vencer em fev./X9 Total de Duplicatas a Vencer: Vencidas em dez./X8 (até 30 dias de atraso) Vencidas em nov./X8 (de 31 a 60 dias de atraso) Total de Duplicatas Vencidas Total Geral da Carteira %VALOR ($) Admitindo a seguinte carteira de duplicatas a receber de uma empresa, temos: Finanças Corporativas e Valor – ASSAF NETO Capítulo 24 – Administração de Valores a Receber 24.6 Medidas de Controle 2.Dias de Vendas a Receber (DVR) Permite apurar o número médio de dias necessários para realizar financeiramente as vendas a prazo É usado também como medida aproximada de cálculo do investimento em valores a receber período do diárias médias Vendas período um de final aoreceber a aloresV DVR = Finanças Corporativas e Valor – ASSAF NETO Capítulo 24 – Administração de Valores a Receber 24.6 Medidas de Controle 2.Dias de Vendas a Receber (DVR)Exemplo ilustrativo As vendas anuais de uma empresa atingiram $ 108,0 milhões no último exercício, e as duplicatas a receber $ 10,2 milhões ao final do mesmo período. Assim: dias 43 300.000 $ 10.200.000 $ 0108.000.00 $ 10.200.000 $ DVR === Finanças Corporativas e Valor – ASSAF NETO Capítulo 24 – Administração de Valores a Receber 24.6 Medidas de Controle 3.O DVR e a classificação dos valores a receberExemplo ilustrativo = 40 $ 10.000.000$ 7.500.000/30= 40 $ 10.000.000 $ 7.500.000/30 DVR 10 25 20 25 20 100 1.000.000 2.500.000 2.000.000 2.500.000 2.000.000 10.000.000 10 25 45 20 – 100 1.000.000 2.500.000 4.500.000 2.000.000 10.000.000 Vencidas no mês passado A vencer no mês A vencer em 1 mês A vencer em 2 meses A vencer em 3 meses Total %$%$ DUPLICATAS A RECEBER DUPLICATAS A RECEBER EMPRESA IIEMPRESA I Finanças Corporativas e Valor – ASSAF NETO Capítulo 24 – Administração de Valores a Receber 24.6 Medidas de Controle 4. Análise das variações no saldo de valores a receber 24 dias 600.0001.500.000Total 400.000750.0002º mês padrão $ 200.000 / ($ 750.000/30) = 8 dias 200.000750.0001º mês padrão DVR SALDO DE VALORES A RECEBER AO FINAL DO BIMESTRE ($) VENDAS ($) $ 400.000 / ($ 750.000/30) = 16 dias Admitindo que uma empresa definiu os seguintes resultados como padrão de sua atividade para o primeiro bimestre do ano: Finanças Corporativas e Valor – ASSAF NETO Capítulo 24 – Administração de Valores a Receber 24 dias 1.200.0002.625.000Total 900.0001.500.000Fevereiro $ 300.000 / ($ 1.125.000/30) = 8 dias 300.0001.125.000Janeiro DVR SALDO DE VALORES A RECEBER AO FINAL DO BIMESTRE ($) VENDAS ($) $ 900.000 / ($ 1.500.000/30) = 18 dias 4. Análise das variações no saldo de valores a receber 24.6 Medidas de Controle Os resultados mensais apurados no primeiro bimestre foram: Finanças Corporativas e Valor – ASSAF NETO Capítulo 24 – Administração de Valores a Receber 24.6 Medidas de Controle 4. Análise das variações no saldo de valores a receber Do aumento de $ 500.000 em valores a receber verificado em fevereiro, $ 400.000 são explicados por incrementos nas vendas e $ 100.000 por maior morosidade no recebimento das vendas 100.000 $ dias 8 dias 30 750.000 $ dias 30 1.125.000 $ Vendas Aumento =× −= Janeiro: 400.000 $ dias 16 dias 30 750.000 $ dias 30 1.500.000 $ Vendas Aumento =× −= Fevereiro: Finanças Corporativas e Valor – ASSAF NETO Capítulo 24 – Administração de Valores a Receber 24.6 Medidas de Controle 4. Análise das variações no saldo de valores a receber $ 100.000$ 500.000$ 600.000$ 1.200.000$ 600.000Total: – $ 100.000 $ 100.000 $ 400.000 $ 100.000 $ 500.000 $ 300.000 $ 900.000 $ 200.000 $ 400.000 1º mês 2º mês COBRANÇAVENDASBIMESTRE JAN./FEV. BIMESTRE PADRÃO VARIAÇÕES DEVIDAS A:VARIAÇÃO NOS VALORES A RECEBER VALORES A RECEBER O aumento de $ 600.000 (100%) no saldo de duplicatas a receber no bimestre , pode ser assim explicado: Finanças Corporativas e Valor – ASSAF NETO Capítulo 24 – Administração de Valores a Receber Bibliografia ASSAF NETO, Alexandre. Matemática financeira e suas aplicações. 7. Ed. São Paulo: Atlas, 2002. BENNINGA, Simon Z.; Sarig, Oded H. Corporate finance: a valuation approach. New York: McGraw-Hill, 1997. BREALEY, Richard A.; MYERS, Stewart C. Principles of corporate finance. 6. Ed. New York: McGraw-Hill, 2001. BRIGHAM, Eugene F.; GAPENSKI, Louis C.; EHRHARDT, Michael C. Administração Financeira. São Paulo: Atlas, 2001. ROSS, Stephen A.; WESTERFIELD, Randolph W.; JAFFE, Jeffrey F. Administração financeira. 2. Ed. São Paulo: Atlas, 2002 VAN HORNE, James C. Financial management and policy. 12. Ed. New York: Prentice Hall, 2002.
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