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Caso n 2

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REDAÇÃO INSTRUMENTAL - CCJ0267
Título
Caso Concreto 2
Descrição
Há uma regularidade na organização das peças processuais: são indispensáveis 
a narrativa dos fatos importantes da lide, a fundamentação de um ponto de vista e 
aplicação da norma, em forma de pedido, decisão etc.
Não importa se a narrativa dos fatos será denominada "dos fatos" (petição inicial) ou 
"relatório" (sentença, parecer, acórdão). Também não cabe, neste momento, nomear a 
parte argumentativa como "do direito" (petição inicial) ou fundamentação (parecer). 
Pretendemos apenas, como já dissemos, que o estudante de Direito perceba que as peças 
processuais seguem, independente de suas peculiaridades, uma estrutura regular: narrar, 
fundamentar e pedir.
Essa estrutura não existe sem motivação. Uma proposta teórica, internacionalmente 
conhecida, chamada Teoria Tridimensional do Direito, do jusfilósofo brasileiro Miguel 
Reale, defende que o Direito compõe-se de três dimensões: FATO, VALOR e NORMA. 
Assim:
Macroestrutura de algumas peças processuaisTeoria 
Tridimensional
petição inicial parecer sentença
Dos fatos Relatório RelatórioFATO
Narrar os fatos importantes
Do direito Fundamentação MotivaçãoVALOR
Fundamentar um ponto de vista
Do pedido Conclusão DispositivoNORMA
Conclusão, na forma de pedido, decisão etc.
Portanto, é preciso estudar com profundidade todas as questões relativas à produção do 
texto narrativo, primeira dimensão do direito, que consiste na exposição de todos os fatos 
importantes para a adequada solução da lide.
Como vimos, as peças processuais têm um denominador comum: precisam, em primeiro 
lugar, narrar os fatos importantes do caso concreto, tendo em vista que o reconhecimento 
de um direito passa pela análise do fato gerador do conflito e das circunstâncias em que 
ocorreu. Ainda assim, vale dizer que essa narrativa será imparcial ou parcial, podendo ser 
tratada como simples ou valorada, a depender da peça que se pretende redigir. São 
diferentes os objetivos de cada operador do direito; sendo assim, o representante de uma 
parte envolvida não poderá narrar os fatos de um caso concreto com a mesma versão da 
parte contrária. Por conta disso, não se poderia dizer que todas as narrativas presentes no 
discurso jurídico são idênticas no formato e no objetivo, visto que dependem da 
intencionalidade de cada um.
 
NARRATIVA SIMPLES DOS FATOS NARRATIVA VALORADA DOS 
FATOS
É uma narrativa sem compromisso de 
representar qualquer das partes. Deve 
apresentar todo e qualquer fato importante 
para a compreensão da lide, de forma 
imparcial.
É uma narrativa marcada pelo 
compromisso de expor os fatos de acordo 
com a versão da parte que se representa 
em juízo. Por essa razão, apresenta o 
pedido (pretensão da parte autora) e 
recorre a modalizadores.
Motivado por essa explicação, leia os casos concretos que seguem e responda à questão.
Caso concreto 1
O caso ocorreu em Teresópolis, Região Serrana do Rio de Janeiro, no ano de 2005. Uma 
mulher de 36 anos, desempregada, estava casada com um mecânico, também 
desempregado. Os dois moravam em um barraco de 10 metros quadrados, junto com seus 
três filhos. O mais velho tinha seis anos de idade; o filho do meio, quatro; o caçula, um 
ano e meio.
É importante mencionar que essa mulher, Marcela, estava gestando o quarto filho. No 
mês de fevereiro daquele ano, em decorrência das fortes chuvas, um deslizamento de 
terra arrastou, ladeira abaixo, o lar em que vivia essa família. A mãe conseguiu salvar os 
dois filhos mais velhos, entretanto o caçula, ainda aprendendo a andar, não conseguiu sair 
a tempo. Morreu soterrado. Por tudo o que aconteceu, Marcela entrou em trabalho de 
parto.
Chegou ao hospital público mais próximo e foi submetida a uma cesariana. Assim que 
ouviu o choro do bebê, prematuro, pediu para segurá-lo um pouco no colo. A enfermeira 
o permitiu. Marcela beijou a criança e jogou-a para trás. O menino caiu no chão, sofreu 
traumatismo craniano e morreu.
Perguntada por que tomara aquela atitude, disse que não gostaria que seu filho passasse 
por tudo o que os demais estavam passando: fome e miséria. Um exame realizado no 
Instituto Médico Legal apontou que Marcela se encontrava em estado puerperal no 
momento em que matou o próprio filho.
Caso concreto 2
Este segundo caso ocorreu em São Paulo. A secretária Adriana Alves engravidou do 
namorado e, sem saber explicar por qual motivo, não contou o fato para ele; também não 
contou para mais ninguém. Seus pais, com quem morava, não sabiam de sua gravidez. 
Não compartilhou esse segredo com amigas ou colegas de trabalho. Definitivamente, 
ninguém conhecia a gestação de Adriana.
Com o passar dos meses, Adriana não recebeu qualquer tipo de acompanhamento ou 
cuidado pré-natal especial; escondia a barriga com cintas e usava roupas largas. No mês 
de dezembro de 2006, quando participava de uma festa de final de ano, no escritório em 
que trabalha, sentiu-se mal e foi para casa.
Sua intenção era realizar o parto sozinha e jogar a criança em um rio próximo à sua casa. 
Ocorre, porém, que o parto não transcorreu tranquilamente. Adriana teve complicações e 
teve de puxar à força a criança. Depois, matou-a afogada na bacia de água quente que 
separou para realizar o parto. Para se livrar da justiça, jogou a criança, já morta, no rio, 
enrolada em um saco preto.
Muito debilitada, foi a um hospital buscar ajuda para si, mas não soube explicar o que 
aconteceu. Após breve investigação da Polícia, Adriana confessou tudo o que fizera. 
Exames comprovaram que ela não estava sob o estado puerperal.
Questão 1
a) Indique os elementos da narrativa dos casos lidos.
b) Ao perceber que as circunstâncias como a conduta é praticada influenciam 
substancialmente o crime imputado ao agente, o profissional do direito deve estar atento 
para selecionar todas as informações que não podem deixar de constar de sua exposição 
dos fatos. Identifique nos dois casos concretos quais informações não podem deixar de 
ser narradas e as indique em tópicos.
c) Quais crimes praticaram Marcela e Adriana? Defenda seus pontos de vista em um 
parágrafo.
Questão 2: Objetivas.
1. As narrativas jurídicas contêm características distintas das demais narrativas. Além 
disso, podem ser simples ou valoradas. Independentemente de serem simples ou 
valoradas, toda narrativa jurídica apresenta esta característica:
(A) Ser escrita em terceira pessoa.
(B) Apresentar a descrição dos espaços.
(C) Ser parcial.
(D) Conter modalizadores.
(E) Ser imparcial.
2. Leia o trecho, analise os elementos constitutivos da narrativa e marque a alternativa 
correta: Trata-se de negligência ao dever de cuidar de Maria de Lurdes Silva, 27 anos, a 
que expôs sua filha Carla Silva de dois anos. O fato ocorreu em Botafogo, Rio de 
Janeiro.
(A) Não é possível extrair do parágrafo o elemento "onde".
(B)É possível extrair do parágrafo o elemento "quando".
(C) O parágrafo informa o porquê do conflito.
(D)É desconhecido o agente da ação.
(E) O fato gerador do conflito não se encontra identificado nesse parágrafo, somente sua 
valoração.
Desenvolvimento
Arantes
Typewriter
Questão 1:nullnullA) Elementos da narrativa: Quem? O quê? Onde? Quando? Como? Por quê?nullnullB) Os elementos presentes nos dois casos concretos não podem faltar para a valoração são: A idade, o tempo em que o caso se passa, as condições econômicas, sociais, como o fato aconteceu (nos casos em questão, o homicídio do recém nascido), e o motivo do fato.nullnullC) Marcela e Adriana causaram as mortes de seus filhos recém nascidos. Marcela cometeu Homicídio Simples, motivada pela sua situação social,e domínio de violenta emoção, pois havia perdido no desastre, o filho caçula. Já Adriana, cometeu Infanticídio. Embora ela tenha escondido sua gestação dos pais e amigos, ela era de uma família tradicional e seus pais acreditavamque para ter filhos, deveria primeiramente ser casada, no entanto, tinha comprado o enxoval e esperava um momento oportuno para contar aos pais e o namorado. No momento do parto, sozinha e desesperada sobre o estado puerperal, cometeu o infanticídio.nullnullQuestão 2:nullnull1) Letra Anull2) Letra E

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