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Técnicas de Remoção de Secreção Brônquica Manobras de Higiene Brônquica Prof. Joanna Bomfim Técnicas de Higiene Brônquica Colaborar para aumentar a mobilização da secreção e sua expectoração, em situações onde ocorre retenção de secreção brônquica Técnicas de Higiene Brônquica e Técnicas de Clearance de Vias Aéreas Classificação das Técnicas de Remoção de Secreção Brônquica Leva em consideração a forma ou o meio utilizado para atingir o efeito de remoção da secreção Classificação das Técnicas de Remoção de Secreção Brônquica Ação da Gravidade Drenagem Postural Compressão de Gás (alteração de fluxo) Pressão Expiratória, Tosse, AFE, PEP, Flutter, DA, ELTGOL Choque Mecânico Vibrações Percussões Técnicas de Higiene Brônquica Aplicá-las no paciente adequado No momento clínico adequado Com objetivos firmados Técnicas de Higiene Brônquica Grande variedade de manobras Maneira de executá-las Pequenas variações da mesma Técnicas de Remoção de Secreção Brônquica Drenagem Postural Drenagem Postural Ação da Gravidade Regiões Centrais do Pulmão Regiões Periféricas do Pulmão • O paciente deve ser posicionado de modo que o brônquio correspondente ao segmento broncopulmonar a ser drenado permaneça na mesma direção da força da gravidade, ou seja, em posição vertical Princípio Físico Drenagem Postural • História clínica e exame físico • Identificação das condições hemodinâmicas do paciente • Identificação dos segmentos broncopulmonares envolvidos Avaliação criteriosa • Variável e dependerá da: • Doença de base • Volume, do tipo e do local da secreção • Tolerância do paciente Duração • Deve ser determinada pela avaliação da resposta do paciente à terapia Frequência Contra – Indicações Geralmente, as contra – indicações da postura de drenagem relacionam-se à posição de Trendelenburg (elevação dos pés da cama) Essa posição favorece: Aumento da pressão intracraniana Sobrecarga cardíaca Risco de aspiração Vibratoterapia Vibratoterapia Manualmente Pela tetanização dos músculos agonistas e antagonistas do antebraço Mecanicamente Com a utilização de aparelhos elétricos que produzem vibração na parede torácica do paciente Vibratoterapia Através da constante agitação mecânica Propriedade de tixotropismo do muco brônquico Mais fluido Com baixa viscoelasticidade *No entanto, o fato está em o terapeuta possuir habilidade e experiência na aplicação da vibratoterapia Vibratoterapia Na prática Habilidade vibratória é insuficiente Vibradores mecânicos são menos eficientes pelo desgaste dos equipamentos Método de Aplicação As mãos executam uma leve pressão na região torácica, necessária para potencializar o efeito vibratório, que é repercutido para o tórax Acompanhamento da movimentação do gradil costal durante a expiração para frente e para baixo O terapeuta deve colocar as mãos na região selecionada pela ausculta pulmonar Aplicada na FASE EXPIRATÓRIA Percussões Torácicas Percussões Torácicas São ondas de choque mecânico sobre a parede torácica Principalmente na região correspondente à ausculta de ruídos adventícios pulmonares Com o objetivo de desgarrar a secreção da parede brônquica Tapotagem Tapotagem Produzindo uma onda de energia que é transmitida através dessa parede para as vias aéreas Considera-se que esse efeito mecânico afrouxa o muco das paredes brônquicas Consiste em o terapeuta percurtir com as mãos em forma de concha na parede torácica Tapotagem Devem-se respeitar as estruturas ósseas proeminentes do tórax anterior e posterior, bem como a região das mamas na mulheres A técnica pode ser realizada tanto na inspiração quanto na expiração Quando aplicada continuamente durante as fases do ciclo ventilatório, o efeito da técnica é intensificado pela ritmicidade das percussões e propagação do efeito vibratório Um ritmo de 240 a 260 percussões por minuto parece ser o mais eficiente para produzir um efeito vibratório capaz de afrouxar o muco da parede brônquica por interferência no tixotropismo do muco Contra - Indicações Osteoporose Hemoptise Edema agudo de pulmão Cardiopatias graves Fraturas de costelas Derrame pleural Tumores de pulmão e do mediastino Pneumotórax Tuberculose pulmonar Crise asmática Pulmão sibilante Enfisema subcutâneo Broncoespasmo Após as refeições Dispnéia Tapotagem O importante é deixar claro que, apesar de ser amplamente utilizada e por muitos questionada e até mesmo abolida, a tapotagem necessita ser investigada não só quanto ao seu efeito, mas também como tem sido aplicada pelos colegas Pressão Expiratória Pressão Expiratória Com o objetivo de remover as secreções localizadas em brônquios de menor calibre para os de calibre maior Em pacientes hipersecretivos e hiperinsuflados essa parece ser uma excelente técnica, uma vez que, além de remover secreções, possibilita uma melhor oxigenação pela desinsulflação Compressão passiva do gradil costal do paciente durante a expiração Pressão Expiratória É importante que a pressão facilite a desinsuflação sem causar opressão ao movimento torácico; é preciso que o terapeuta realize a pressão em sincronia com o ato respiratório do paciente O paciente cooperativo pode participar da manobra, deixando os lábios e dentes semi-abertos para facilitar a desinsuflação • Decúbito dorsal • em Fowler (sentado a mais ou menor 45º) • Decúbitos laterais A pressão pode ser realizada com o paciente em: Contra - Indicações Deve ser evitada em pacientes com história de: Pneumotórax espontâneos Derrames pleurais Edema agudo de pulmão Fraturas de costelas Tosse Tosse Ação reflexa de defesa do organismo Finalidade de remover substâncias estranhas inaladas Eliminar secreção retida no interior da árvore brônquica Tosse Fundamentais para direcioná-lo na escolha do tipo ou da modalidade de tosse que deverá ser empregada Avaliar Grau de colaboração Condições hemodinâmicas Localização da secreção pulmonar Força dos músculos expiratórios Uma vez que o fisioterapeuta tenha avaliado a necessidade da tosse terapêutica Tosse Dirigida Tosse Dirigida Mobilizando Alto Volume Iniciada na Capacidade Pulmonar Total (CPT) Mobilizando Baixo Volume Iniciada na Capacidade Residual Funcional (CRF) Tosse Dirigida Também chamada de Tosse Técnica ou Controlada Ela é intencional, ensinada, visando mimetizar as características da tosse espontânea eficaz A tosse é eficaz quando o paciente é cooperativo Tosse Dirigida Método de Execução A posição sentada é a melhor forma de executar a tosse dirigida, pois facilita a expiração e a compressão torácica O paciente pode realizar uma pequena inclinação anterior do tronco, com os ombros rodados para frente e antebraços relaxados ou apoiados. Os pés devem estar também apoiados, para intensificar o suporte abdominal e torácico Outra posição seria com o paciente em decúbito dorsal, com a cabeceira elevada, para garantir uma ligeira flexão dos joelhos e apoio dos pés sobre o colchão Método de Execução Após o posicionamento, o paciente é orientadoa realizar um ato inspiratório profundo Seguido do fechamento da glote Contração dos músculos abdominais Por fim, expulsar o ar em alta velocidade Técnica de Expiração Forçada (TEF) Técnica de Expiração Forçada (TEF) Presença do HUFF, que é uma manobra de expulsão de ar forçada, porém não violenta Auxilia na remoção de acúmulo de secreção brônquica Minimizar a compressão dinâmica e colapso das vias aéreas decorrentes da expulsão brusca e forçada do ar Técnica de Expiração Forçada (TEF) Huff de médio para baixo volume pulmonar Eliminação de secreção localizada em regiões mais distais da árvore traqueobrônquica Huff de alto volume pulmonar Eliminação de secreção localizada em regiões mais próximas à traqueia Método de Execução Combinação de um ou dois esforços expiratórios (Huffs) Realizados com a glote aberta Partindo de um volume pulmonar médio e chegando a baixos volumes pulmonares Seguidos de um período de relaxamento com respiração preferencialmente diafragmática Aumento do Fluxo Expiratório (AFE) Aumento do Fluxo Expiratório (AFE) • Amplitude está relacionada com a quantidade de secreção a ser mobilizada • Pequenos volumes, aplica-se a técnica em alta velocidade Expiração ativa ou passiva associada a um movimento toracoabdominal sincronizado gerado pela compressão manual do fisioterapeuta, durante a fase expiratória do paciente Aumento do Fluxo Expiratório (AFE) • Normalmente realizada em crianças sem nível de colaboração Passiva • Consiste em o paciente realizar a expiração com a glote aberta, necessitando do terapeuta para a pressão manual Ativo – Assistida • Consiste na participação plena do paciente Ativa Aumento do Fluxo Expiratório (AFE) A compressão manual do fisioterapeuta deve acontecer com uma das mãos na região torácica e a outra na região abdominal A mão no tórax realiza a compressão oblíquoa, de cima para baixo, de frente pra trás, e a mão na região abdominal realiza o movimento oblíquo, de baixo pra cima, de frente pra trás Técnica de Expiração Lenta Técnica de Expiração Lenta • O prolongamento do tempo expiratório também potencializa o mecanismo de transporte e promove a hiperventilação regional Objetivo mobilizar secreções de pequenos brônquios Expiração Lenta Total com a Glote Aberta em Decúbito Infralateral (ELTGOL) Expiração Lenta Total com a Glote Aberta em Decúbito Infralateral (ELTGOL) • Consiste em realizar uma expiração lenta total com a glote aberta, estando o paciente com a região a ser desobstruída em decúbito homolateral Técnica proposta pelo fisioterapeuta Guy Postiaux Método de Execução O paciente deve estar em decúbito homolateral ao lado que deseja remover as secreções e realizar uma expiração lenta e progressiva, com a glote aberta (bucal) O fisioterapeuta deve exercer uma pressão abdominal em direção oblíquoa à parede costal supralateral no período expiratório do paciente, acompanhando-a até obter uma completa deflação do pulmão infralateral Após várias repetições, o paciente é orientado a realizar a tosse dirigida Drenagem Autógena (DA) Drenagem Autógena (DA) Iniciando no volume de reserva expiratório até o volume de reserva inspiratório De forma ativa e controladas pelo paciente Utiliza inspirações e expirações lentas Drenagem Autógena (DA) Com o paciente sentado ou semi-sentado, a DA é descrita em três fases: • Caracterizada por respirações com volumes pulmonares baixos, mobilizando muco periférico Descolar • Realizada com respirações a volume corrente, coletando muco das vias aéreas mediais Coletar • Realizada com volumes pulmonares mais altos, com o objetivo de “eliminar” ou “expelir” secreções de vias aéreas centrais Eliminar Em seguida, solicita-se para que o paciente realize um huff a partir de alto volume pulmonar, eliminando, assim, secreções localizadas na traquéia Drenagem Autógena Modificada (DAM) O paciente respira a volume corrente com apnéia de 2 a 3 segundos após cada inspiração Dessa forma, o paciente conscientiza o próximo ato respiratório Ciclo Ativo da Respiração (CAR) Ciclo Ativo da Respiração (CAR) Dessa forma, a técnica é efetiva na remoção de secreções, evitando o efeito indesejável de obstrução do fluxo aéreo, que pode estar presente durante a TEF isolada Técnica de Expiração Forçada + Controle da Respiração + Exercícios de Expansão Torácica Método de Execução O paciente pode estar sentado ou em decúbitos ou posições específicas de drenagem A sequência da combinação compreende: 1. Relaxamento e controle da respiração 2. Três a quatro exercícios de expansão torácica 3. Relaxamento e controle respiratório 4. Repetir três a quatro exercícios de expansão torácica 5. Repetir o controle da respiração e relaxamento 6. Executar uma ou duas técnicas de expiração forçada 7. Terminar com o controle da respiração e relaxamento Técnicas de Oscilação de Alta Frequência Técnicas de Oscilação de Alta Frequência • Com frequências de 12 a 25 Hz as oscilações desempenham o papel de “mucolítico” físico, uma vez que essas frequências podem atuar na frequência de deformação do muco Compreendem a produção de fluxos expiratórios com pressão positiva oscilatória controlada e interrupções do débito ventilatório de frequência regulável Técnicas de Oscilação de Alta Frequência Técnicas Oscilatórias de Aplicação Interna nas Vias Aéreas Válvula Flutter VRP1 Shaker Ventilação Intrapulmonar Percussiva (VIP) Técnicas Oscilatórias de Aplicação Externa nas Vias Aéreas Compressão da Parede Torácica de Alta Frequência (CPTAF) Compressão da Parede Torácica de Alta Frequência Compressão da Parede Torácica de Alta Frequência (CPTAF) Consiste na utilização de um gerador de pulso de ar variável e um colete inflável não- distensível que envolve o tronco do paciente (colete ThaiRapy) O sistema funciona alternando a entrada e a saída de ar no colete por um gerador de pulso de ar, com frequência rápida, causando oscilação repercutida na parede torácica Apesar de aparentemente simples, os resultados dos estudos são conflitantes e a maioria deles foi realizada em animais Ventilação Intrapulmonar Percussiva Ventilação Intrapulmonar Percussiva Consiste na utilização de um dispositivo pneumático que proporciona uma série de miniliberações de gás pressurizado em frequência de 100 a 225 ciclos por minuto (1,6 a 3,75 Hz) Esse sistema gera, através de um bocal, oscilações intrabrônquicas O controle de cada ciclo é feito de forma manual mantendo uma pressão positiva constante nas vias aéreas Válvula Flutter VRP1 e Shaker Válvula Flutter VRP1 e Shaker Técnicas da EPAP Oscilações de alta frequência na abertura das vias aéreas Válvula Flutter VRP1 e Shaker Efetividade depende Grau de colaboração do paciente Posicionamento das peças bucais Tipo de fluxo expiratório realizado pelo paciente Válvula Flutter VRP1 e Shaker • Peça bucal, constituindo o corpo do aparelho • Cone de material autolubrificante • Esfera de aço inoxidável • Capuz removível perfurado É um aparelho portátil na forma de um cachimbo e é constituído por quatro peças principais:Válvula Flutter VRP1 e Shaker O movimento de subir e descer da esfera de aço a cada expiração gera uma pressão positiva oscilatória controlada e interrupções do débito respiratório de frequência regulável Esse movimento oscilatório envia para a árvore brônquica, num fundo de pressão ligeiramente positiva, impulsos de pressão positiva nitidamente mais intensos Assim, o débito não é diminuído, pois fica submetido a fases sucessivas de aceleração e desaceleração que são a base do “efeito flutter” Válvula Flutter VRP1 e Shaker Para um rendimento ótimo, é importante que o paciente adote uma posição adequada, respeitando os ângulos de funcionamento do Flutter Cada doente adotará uma inclinação em sua posição relativa ao aparelho, de modo que sua frequência esteja “afinada” com a frequência de oscilação do aparelho Exercícios Respiratórios e Mobilização Torácica Exercícios Respiratórios e Mobilização Torácica Retenção de Secreção A diminuição da mobilidade torácica Caracterizada por uma respiração superficial e imobilidade no leito Exercícios Respiratórios e Mobilização Torácica Associado aos padrões ventilatórios Favorece a mobilização de secreções brônquicas Melhora a aeração global Função pulmonar e a Relação V/Q Favorecem alterações de fluxo aéreo importantes Os exercícios envolvendo MMSS Cintura Escapular Ombros Tronco Exercícios Respiratórios e Mobilização Torácica Outro fator importante é a participação do paciente em seu tratamento O simples fato de solicitar uma respiração ativa e consciente favorece uma melhor ventilação e abertura dos espaços próximos a colabarem Fatores Considerados para a Seleção das Técnicas de Higiene Brônquica 1. Condições clínicas do paciente 2. Ausculta Pulmonar (sons proximais e distais) 3. Grau de compreensão e colaboração do paciente 4. Condições da musculatura expiratória do paciente (tosse) 5. Motivação do paciente e do terapeuta 6. Meta do paciente e do terapeuta 7. Eficácia da técnica 8. Indicações e contra-indicações da técnica 9. Habilidade do terapeuta em executar a técnica 10. Capacidade de ensinar e de aprender a execução da técnica 11. Conhecimento das limitações da técnica, do terapeuta e do paciente 12. Auxílio de assistentes ou de equipamentos 13. Fadiga ou esforço requerido, tanto do paciente quanto do terapeuta, para execução da técnica 14. Custo direto e indireto para a aplicação da técnica 15. Evidências clínicas, práticas e científicas (se houver) da técnica escolhida Fatores Considerados para a Seleção das Técnicas de Higiene Brônquica Na realidade não existe técnica melhor ou pior, e sim momentos e situações adequadas e inadequadas de aplicação da técnica ou manobra Outro fato é a associação das técnicas de forma adequada O conhecimento do tipo de secreção pode contribuir na escolha de uma técnica de apenas remoção, ou uma técnica que trabalhe ou interfira na viscoelasticidade do muco Bibliografia Bases Da Fisioterapia Respiratória Maria da Glória Rodrigues Machado
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