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LIMPEZA HOSPITALAR: UM ESTUDO DE CASO EM PIMENTA BUENO. Cleonice Pereira Dutra1 Jeferson Araújo de Almeida2 Vania Ramos3 Orientador: Mirivan Carneiro Rios4 RESUMO: A literatura existente aponta que, existe um grande risco do paciente contrair uma infecção hospitalar, especialmente quando este é expostos a procedimentos invasivos. A higienização do hospital é realizada de forma adequada? Objetivo Geral: Identificar se os profissionais que realizam a higienização das dependências do hospital receberam treinamento para realizar esta tarefa. Objetivo Específico: Verificar se os critérios de higienização do hospital estão de acordo com as normas exigidas. Palavras-chaves: Limpeza, Hospital, Agentes. INTRODUÇÃO O ato do asseio é próprio do ser humano, desde os primórdios da história, tem se evidências que o homem fazia o asseio corporal. Ao longo do seu desenvolvimento o mesmo foi aprimorando o seu processo de cuidados pessoais, com o corpo, com o ambiente onde se estabelecia. Hoje o homem moderno conta com diversos recursos para realizar este processo, desde a higiene corporal, até com os ambientes que frequentam. Uma das maiores preocupações da humanidade é com a saúde física em especial, e para isso, o homem tem cada dia mais procurado hospitais e clinicas para se tratar. 1 Cleonice Pereira Dutra, acadêmica do Curso de Enfermagem, 3º Semestre da Faculdade de Pimenta Bueno. 2 Jeferson Araújo de Almeida, acadêmico do Curso de Enfermagem, 3º Semestre da Faculdade de Pimenta Bueno. 3 Vania Ramos, acadêmica do Curso de Enfermagem, 3º Semestre da Faculdade de Pimenta Bueno. 4 Mirivan Carneiro Rios - Mestre em Educação pela Universidade Federal do Mato Grosso do Sul, Pós Graduado em Metodologia do Ensino Superior – Faculdade de Ciências e Letras Plínio Augusto do Amaral – Gestão Escolar – Fundação Universidade Federal de Rondônia – Tecnologias na Educação PUC Rio de Janeiro e Mídias na Educação - Fundação Universidade Federal de Rondônia, Licenciado em Pedagogia pela Faculdade de Educação de Cacoal e Licenciado em Matemática pela Fundação Universidade Federal de Rondônia. 2 O intuito deste trabalho e demonstrar o quão importante são o processo de limpeza em especial do ambiente hospitalar. LIMPEZA HOSPITALAR A limpeza hospitalar é um processo que exige uma série de medidas, pois se sabe que pequenos resíduos podem causar, ou permitir a entrada de agentes que possam contaminar os pacientes. Para Salles (2011, p.5), A limpeza hospitalar é o processo de remoção de sujidades de superfície do ambiente, mediante a aplicação de produtos químicos, ação física, aplicação de temperatura ou combinação de processos. Ao limpar superfícies de serviços de saúde, pretende-se proporcionar aos usuários um ambiente com a menor carga de contaminação possível, contribuindo na redução da possibilidade de transmissão de patógenos oriundos de fontes inanimadas, através das boas praticas em higiene e limpeza hospitalar. Reafirmando Sales, sabe-se que a água sozinha, não é eficiente na limpeza, para isso é necessário adicionar produtos químicos promovendo o contato mais intimo com a superfície a ser limpa. A limpeza de rotina é necessária, mas não exige uma frequência tão grande quanto ao piso. Alguns procedimentos devem ser levados em consideração no momento de realizar uma limpeza, em especial para o profissional que atua neste processo dentro de uma unidade hospitalar. Os procedimentos para uma boa limpeza exige uma porção de normas a serem seguidas. Os princípios básicos para a limpeza e desinfecção de superfícies em serviços de saúde são a seguir descritos (APECIH, 2004, et all): Proceder à frequente higienização das mãos; Não utilizar adornos como (anéis, pulseiras, relógios, colares, piercing, brincos) durante o período de trabalho; Manter os cabelos presos e arrumados e unhas limpas, aparadas e sem esmalte; os de sexo masculino devem manter os cabelos curtos e barba feita; O uso de Equipamento de Proteção Individual (EPI) deve ser apropriado para a atividade a ser exercida; 3 Utilizar a varredura úmida, que pode ser realizada com mops ou rodo e panos de limpeza de pisos; Todos os produtos saneantes utilizados devem estar devidamente registrados ou notificados na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA); A responsabilidade do Serviço de Limpeza e Desinfecção de Superfícies em Serviços de Saúde na escolha e aquisições dos produtos saneantes deve ser realizada conjuntamente pelo Setor de Compras e Hotelaria Hospitalar (SCIH); É importante avaliar o produto fornecido aos profissionais. São exemplos: testes microbiológicos do papel toalha e sabonete líquido, principalmente quando se tratar de fornecedor desconhecido. Os panos de limpeza de piso e panos de mobília devem ser preferencialmente encaminhados à lavanderia para processamento ou lavados manualmente no expurgo. Os discos das enceradeiras devem ser lavados e deixados em suporte para facilitar a secagem e evitar mau cheiro proporcionado pela umidade. Todos os equipamentos deverão ser limpos a cada término da jornada de trabalho. Sempre sinalizar os corredores, deixando um lado livre para o trânsito de pessoal, enquanto se procede à limpeza do outro lado. Utilizar placas sinalizadoras e manter os materiais organizados, a fim de evitar acidentes e poluição visual. A frequência de limpeza das superfícies pode ser estabelecida para cada serviço, de acordo com o protocolo da instituição. Deve-se utilizar um sistema compatível entre equipamento e produto de limpeza e desinfecção de superfícies (apresentação do produto, diluição e aplicação). Para pacientes em isolamento de contato, recomenda-se exclusividade no kit de limpeza e desinfecção de superfícies. Utilizar, preferencialmente, pano de limpeza descartável. O sucesso das atividades de limpeza e desinfecção de superfícies depende da garantia e disponibilização de panos ou cabeleiras alvejados e limpeza das soluções dos baldes, bem como de todos os equipamentos de trabalho. Os modos citados acima devem ser realizados para que se tenha uma boa limpeza hospitalar. Devemos saber que é de suma importância no âmbito hospitalar, desde uma simples lavagens das mãos ate uma limpeza hospitalar realizada de modo correto, pois evitará assim contaminações ou infecções de origem hospitalar, trazendo mais conforto e segurança para os pacientes e para o próprio profissional. Mais para isso, os agentes de limpeza devem seguir esses princípios para que se tenha uma limpeza efetiva de modo correto e seguro. Levando em consideração, a falta de matérias de limpeza, os responsáveis pelo setor de compra devem solicitar o pedido do mesmo o mais rápido possível. COMO DEVE SER REALIZADA A LIMPEZA? 4 A Limpeza Hospitalar consiste na limpeza e conservação dos ambientes e desinfecção de superfícies fixas, de forma a promover a remoção de sujidades visíveis; a remoção, redução ou destruição de microorganismos patogênicos; o controle de disseminação de contaminação biológica, química, etc., mediante aplicação de energias química, mecânica ou térmica, num determinado período de tempo, nas superfícies das diversas áreas hospitalares. Os desinfetantes ideais capazes de destruir a forma vegetativa de todos os microrganismos patogênicos são: Fenóis, glutaraldeido, hipoclorito, iodoforos, dióxido de cloro. São classificados tipos de limpeza hospitalar de acordo com sua abrangência, frequência e os objetivos a serem atingidos. Limpeza concorrenteé realizada de forma geral, diariamente. Limpeza imediata ou descontaminação quando ocorre sujidade, em qualquer período do dia. Limpeza de manutenção limita-se mais ao piso, banheiros e esvaziamento de lixo, em locais de grande fluxo de pessoas realizadas nos três períodos do dia conforme a necessidade. Limpeza terminal trata-se de uma limpeza e ou desinfecção mais completa, abrangendo horizontalmente e verticalmente pisos, paredes, equipamentos, mobiliários, inclusive camas, macas e colchões, janelas, vidros, portas, peitoris, varandas, grades do ar condicionado, luminárias, teto, etc. No Brasil, o tratamento e a disposição final dos resíduos provenientes dos serviços de saúde, conhecidos até recentemente como lixo hospitalar, vêm sendo objeto de estudos, discussões, normas técnicas, leis e muita divergência. Este assunto tem tomado muito tempo dos técnicos e interessados no setor, mas nesses estudos e discussões deveria estar também inseridas a manipulação dos resíduos dentro dos hospitais e demais estabelecimentos de saúde e a higienização desses ambientes, onde ocorrem as maiores e piores consequências da pouca atenção dada a essa questão pelas autoridades públicas brasileiras. De acordo com ASSAD (2001, p.3), a literatura existente seja na forma de manuais ou de livros técnicos, também muito raramente aborda este tema, não havendo outras fontes de informações específicas, em língua portuguesa, para que os administradores de estabelecimentos de saúde, os responsáveis municipais pela coleta e destinação final dos resíduos de serviços de saúde ou os simplesmente 5 interessados no assunto, possam entender melhor o que pode ser feito, do ponto de vista operacional, para melhorar as condições de higienização dos hospitais, casas e postos de saúde, ambulatórios e instalações similares. A título de exemplos podemos citar o município do Rio de Janeiro, onde a Companhia Municipal de Limpeza Urbana (COMLURB), responsável pela gestão da limpeza urbana no Rio de Janeiro, foi chamada, a partir de 1989, a intervir na limpeza dos três maiores hospitais municipais da cidade, Miguel Couto, Souza Aguiar e Lourenço Jorge. Desde então, os serviços, que seriam temporários, evoluíram para um sistema integrado de higienização de todas as instalações intra-hospitalares, graças à dedicação, vocação e espírito de pesquisa das equipes. Disseminação desse conhecimento poderia reduzir bastante os riscos de contaminação, não só dos usuários das unidades, como também dos trabalhadores da limpeza urbana encarregados da coleta, transporte e destino final daqueles resíduos. UM ESTUDO DE CASO EM PIMENTA BUENO Foi aplicado um questionário aos agentes de limpeza de um hospital público no município de Pimenta Bueno, com o intuito de identificar qual o conhecimento que estes possuem a respeito do processo de limpeza que executam. Na unidade hospitalar observada, são oferecidos apenas agua sanitária, sabão em pó e detergente. Quando os agentes de limpeza foram questionados se conheciam outros tipos de produtos de limpeza, a grande maioria respondeu que não. A equipe de limpeza hospitalar, na sua entrevista disse que são utilizados os mesmos produtos de limpeza em todas as áreas, mesmo sendo criticas ou semicríticas. Sabemos que esse tipo de limpeza não é suficiente para total remoção ou desinfecção. Com esse tipo de limpeza parcial pode ser que fatos poderão acontecer e prejudicar a população, portanto não quer dizer que estão seguros de uma contaminação. Este fato é preocupante, pois se sabe que existem produtos específicos para limpeza que a Secretaria de Vigilância em Saúde estabelece. Porem existe produtos 6 permitidos para essa finalidade, como composto de cloro ativo inorgânico que são hipoclorito de sódio, cálcio e de lítio. Que tem um baixo custo e sua atividade é eficaz à bactericida, virucida, fungicida, tuberculicida e esporicida, é indicado para superfícies fixas, mas seu mecanismo de ação ainda não é completamente claro, sua desinfecção é de 0,2% a 1,0%. Já o acido pera cético é um desinfetante que age por desnaturação, tem uma ação bastante rápida sobre os microrganismos, inclusive sobre os esporos bacterianos em baixa concentração. Em nossa pesquisa acompanhamos todo processo de limpeza da equipe e pode ser observado que nenhum tipo de normas é seguido, inclusive a mais simples que é a placa de sinalização que transmitem mensagem de advertência ou proibitivas, que permitem identificar a situação da área delimitada, como: piso molhado, área interditada para reforma, etc. Ao serem entrevistadas disse que nunca usaram placas de sinalização nem mesmo a que indica piso molhado. Havia muitas pessoas naqueles corredores em que estavam sendo limpas, mas nada era identificado, então logo percebemos que ali precisa de uma boa mudança para fazer a diferença. Foram presenciadas cenas desagradáveis naquele lugar. Mediante esta situação necessita de uma fiscalização da Secretaria de Vigilância da Saúde para aplicar as normas a serem dotadas àqueles profissionais. Observado essas cenas, concluímos que o ideal seria à aplicação de curso de capacitação para desenvolver o serviço adequado para aquela comunidade. No momento da entrevista a maioria das entrevistadas relatou que usariam agua sanitária, detergente e sabão em pó inclusive no centro cirúrgico. Já uma outra questionada relata não usar detergente no centro cirúrgico somente agua sanitária, no entanto não foi possível ficar definido o porquê usar e não usar. No questionário foi abordado assunto sobre os EPIs de aprovação, pois se refere ao CA. Do Ministério do Trabalho e disponibiliza-los em quantidade suficiente para o uso e reposição (BRASIL, 2005, p.24). Porem observados que a uma grande dificuldade de manuseio com os equipamentos de limpeza, por falta da disponibilidade dos carinhos que a unidade hospitalar não oferece à equipe, para a realização de boas praticas de limpeza e integridade física do trabalhador. Indignada uma zeladora relata que a não disponibilidade de materiais pertencentes ao serviço, apresenta desgastes físicos do profissional da limpeza e também relata a quantidade mínima de profissional contratados, afirmando que há falta de mão-de-obra na limpeza hospitalar trará preocupações futuras para a integridade física. Disse, ela. 7 Ao observar que o questionamento aplicado as agentes de limpeza, as respostas não era favorável as normas da legislação, foi questionado se era realizado desinsetização periódica ou outro tipo de serviço relacionado a insetos na área hospitalar, a grande maioria disseram que não era de seu conhecimento ter feito desinsetização, ou alguma coisa parecida, pois seriam os próprios funcionários que colocava veneno para ratos e baratas, porem era observados carreiros de formigas nas paredes do hospital. Outras duas entrevistadas disseram que uma única vez a unidade contratou uma empresa para combater pombos que moravam sob o forro do hospital, as mesmas afirma que há ratos, baratas e formigas. CONSIDERAÇÕES FINAIS A limpeza hospitalar do hospital analisado apresenta sérios problemas na execução de suas atividades. Notou-se que muitos não possuem um grau de escolaridade avançado, por isso, alguns dos processos ou procedimentos não estão de acordo com o preconizado em legislação. Um deles refere-se ao seu principal objetivo, que é a redução de sujidades utilizada pelos profissionais de limpeza. Além disso, o método de limpeza é bastante inadequado. Através deste trabalho podemos constatar que a limpeza hospitalar da rede publica do município de Pimenta Bueno éum problema que pode causar vários danos às vidas da população. Portanto devemos tomar medidas de precaução diretamente com o paciente e o tipo de higienização realizado pela equipe de limpeza hospitalar. Levando em consideração que só irá conseguir superar esse problema no momento em que alguém responsável pelo serviço de limpeza acompanhar e averiguar como é realizada e interessar-se por esse trabalho tomando decisões que podem ser mudado aplicando normas que a legislação estabelece. Entretanto percebemos que na verdade quando o assunto é prevenção, ou seja, isso se refere ao cuidado com a saúde como um todo. 8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS: APECIH- Associação Paulista de Estudos e Controle de Infecção Hospitalar. Monografia: Limpeza, Desinfecção de Artigos e Áreas Hospitalares e Antissepsia. São Paulo 1999. ASSAD, Carla. et all. Manual higienização de estabelecimentos de saúde e gestão de seus resíduos. Rio de Janeiro: IBAM/COLURMB, 2001. Art. 1o A elaboração, a redação, a alteração e a consolidação das leis obedecerão ao disposto nesta Lei Complementar. Brasil, Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Segurança do Paciente em serviços de saúde: Limpeza e desinfecção de superfícies/Agência Nacional de Vigilância Sanitária. – Brasília: ANVISA, 2010. CADTERC-Cadernos Técnicos de Serviços Terceirizados Secretaria da Fazenda Governo de SÃO PAULO. http://www.hra.famema.br/ccih/manual_higiene_hospitalar_dez-2012.pdf-Windows. Pesquisado em 12-05-2013. http://www.marizquimica.com/index.php?option=com_content&view. Pesquisado em 12-05-2013. LACERDA, RA. Infecção Hospitalar e suas interfaces na área da Saúde Antônio Tadeu Fernandes, cap. 38 – Centro Cirúrgico p 789-818. Editora Atheneu, 2000. São Paulo. LISBOA, Teresinha Covas; TORRES, Silvana. Limpeza, Higiene e Lavanderia Hospitalar. São Paulo. CLR Baliero, 1999. SALLES, Carmem Ligia Artigo de atualização escrito por Carmen Lígia Sanches de Salles, membro da CÂMARA TECNICA do COREN-SP, gestão 2008-2011. http://portal.anvisa.gov.br/wps/wcm/connect/4ec6a200474592fa9b32df3fbc4c6735/Manual+Limpeza+ e+Desinfeccao+WEB.pdf?MOD=AJPERES
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