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R. Barão do Rio Branco, n. 2180, Sala 03 Centro – Campo Grande/MS +55 (67) 3015-0035 +55 (67) 3306-1959 rodrigo@bgpadvogados.com | thiago@bgpadvogados.com | bruno@bgpadvogados.com EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 14ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE CAMPO GRANDE - MS PROCESSO Nº 0805149-72.2016.8.12.0001 ANDRÉ LUIZ DA SILVA TAVARES, devidamente qualificado nos autos da AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E MATERIAIS C/C LUCROS CESSANTES, que lhe move JOSUÉ CASTRO CABREIRA, já qualificado nos mesmos autos, vem à presença de Vossa Excelência, por intermédio de seus patronos, que ao final subscrevem, apresentar a sua CONTESTAÇÃO, nos termos e condições abaixo: I – BREVE RELATO DOS FATOS. Alega o autor que é proprietário do imóvel localizado na Rua Coronel José Hélio, nº 155, Bairro São Conrado, o qual é limítrofe com o imóvel de propriedade do requerido. Aduz que referido imóvel é composto por uma casa com sala, 2 quartos, cozinha, copa e varanda, bem como um salão comercial com banheiro, os quais se destinam para locação de modo a complementar a renda mensal do autor. ht tp :// ww w. tjm s.j us .br /pa sta dig ita l/p g/a bri rC on fer en cia Do cu me nto .do , in for me o pro ce ss o 0 80 51 49 -72 .20 16 .8. 12 .00 01 e o c ód igo 17 B3 0E 2. di gi ta is po r U su ár io p ad rã o pa ra a ce ss o SA J/ AT , e m 2 1/ 06 /2 01 6 às 0 2: 13 . P ar a ac es sa r o s au to s pr oc es su ai s, a ce ss e o sit e Es te d oc um en to é c op ia d o or ig in al a ss in ad o di gi ta lm en te p or R O DR IG O G IR AL DE LL I P ER I. Pr ot oc ol ad o em 2 0/ 06 /2 01 6 às 1 8: 18 , s ob o n úm er o W CG R1 60 81 82 48 96 , e lib er ad o no s au to s fls. 50 R. Barão do Rio Branco, n. 2180, Sala 03 Centro – Campo Grande/MS +55 (67) 3015-0035 +55 (67) 3306-1959 rodrigo@bgpadvogados.com | thiago@bgpadvogados.com | bruno@bgpadvogados.com Narra que o imóvel estava locado para Kátia dos Santos, sendo que em outubro de 2014 fora-lhe informado que o imóvel havia sido atingido por fogo que comprometeu “grande parte do imóvel”, sendo a origem do incêndio a residência do requerido. Sugere que tentou diversas vezes resolver a demanda com o requerido na via administrativa, todavia, “apesar de se responsabilizar em arcar com os danos que o mesmo causou ao autor, até a presente data não tomou nenhuma providência, apenas construiu um muro (como se vê na imagem abaixo), sem qualquer acabamento”, palavras do autor, 4º parágrafo as fls. 02 dos autos. Continua asseverando que fora destruída a parte elétrica e hidráulica da casa, bem como as telhas queimaram, os canos e as paredes queimaram, sendo que nada fora reparado pelo requerido. Por fim, requer perante este Juízo indenização por danos materiais e danos morais decorrentes dos prejuízos sofridos e indenização por lucros cessantes consubstanciados nos alugueis que deixou de receber enquanto o imóvel encontrava-se impossibilitado de ser habitado. São esses em sínteses os fatos alegados pela parte autora em sua peça inaugural, que, conforme abaixo demonstrado, não merecem prosperar, devendo, portanto, a demanda ser julgada totalmente improcedente. II – DA REALIDADE DOS FATOS OCORRIDOS. Inicialmente cumpre ao réu tecer os comentários necessários para esclarecer o que de fato ocorreu no dia do fatídico sinistro. ht tp :// ww w. tjm s.j us .br /pa sta dig ita l/p g/a bri rC on fer en cia Do cu me nto .do , in for me o pro ce ss o 0 80 51 49 -72 .20 16 .8. 12 .00 01 e o c ód igo 17 B3 0E 2. di gi ta is po r U su ár io p ad rã o pa ra a ce ss o SA J/ AT , e m 2 1/ 06 /2 01 6 às 0 2: 13 . P ar a ac es sa r o s au to s pr oc es su ai s, a ce ss e o sit e Es te d oc um en to é c op ia d o or ig in al a ss in ad o di gi ta lm en te p or R O DR IG O G IR AL DE LL I P ER I. Pr ot oc ol ad o em 2 0/ 06 /2 01 6 às 1 8: 18 , s ob o n úm er o W CG R1 60 81 82 48 96 , e lib er ad o no s au to s fls. 51 R. Barão do Rio Branco, n. 2180, Sala 03 Centro – Campo Grande/MS +55 (67) 3015-0035 +55 (67) 3306-1959 rodrigo@bgpadvogados.com | thiago@bgpadvogados.com | bruno@bgpadvogados.com O réu por algum tempo manteve união estável com a Sra. Lilian Margarida Ximenes, sendo que do relacionamento tiveram uma filha, que atualmente tem 4 (quatro) anos de idade. Na época do ocorrido tanto o réu como a Sra. Lilian residiam no imóvel sinistrado, juntamente com a filha que tiveram. Sem adentrar à discussão acerca da culpa pelo incêndio, a qual será apurada e processada na via adequada, cumpre esclarecer que do incêndio ocorrido o réu perdeu tudo o que tinha. E quando se diz que o réu perdeu tudo, não há qualquer exagero, pois, o incêndio inutilizou todo o imóvel, tendo este que ser demolido, o incêndio destruiu completamente os 2 (dois) veículos que o réu possuía, um de uso particular (Fiat Uno) e outro para uso profissional (VW Kombi), bem como destruiu todo o estoque de materiais do qual o réu obtinha sua renda, através da venda “porta-a- porta”. Vejamos o que diz o Boletim de Ocorrência 9213/2014, anexo: “Ao apagar o fogo os militares constataram que não havia ninguém dentro da casa e do incêndio restou um prejuízo de grande monta, pois danificou toda a estrutura da casa, todos os móveis, eletrodomésticos, roupas e todo o estoque de materiais de enxovais de, cama mesa e banho que o comunicante revende...”. Não obstante todo o prejuízo particular que o réu obteve, ainda teve que arcar com o conserto das residências vizinhas, o que foi prontamente realizado. Portanto, observa-se que a maior vítima do ocorrido, ao contrário do que tenta fazer-se crer o autor, foi justamente o réu, que perdeu sua fonte de renda, ht tp :// ww w. tjm s.j us .br /pa sta dig ita l/p g/a bri rC on fer en cia Do cu me nto .do , in for me o pro ce ss o 0 80 51 49 -72 .20 16 .8. 12 .00 01 e o c ód igo 17 B3 0E 2. di gi ta is po r U su ár io p ad rã o pa ra a ce ss o SA J/ AT , e m 2 1/ 06 /2 01 6 às 0 2: 13 . P ar a ac es sa r o s au to s pr oc es su ai s, a ce ss e o sit e Es te d oc um en to é c op ia d o or ig in al a ss in ad o di gi ta lm en te p or R O DR IG O G IR AL DE LL I P ER I. Pr ot oc ol ad o em 2 0/ 06 /2 01 6 às 1 8: 18 , s ob o n úm er o W CG R1 60 81 82 48 96 , e lib er ad o no s au to s fls. 52 R. Barão do Rio Branco,n. 2180, Sala 03 Centro – Campo Grande/MS +55 (67) 3015-0035 +55 (67) 3306-1959 rodrigo@bgpadvogados.com | thiago@bgpadvogados.com | bruno@bgpadvogados.com sua residência, seus veículos, seus pertences, tudo o que adquiriu durante toda uma vida de lutas e batalhas. III.1 – PRELIMINARMENTE – AUSÊNCIA DE INTERESSE PROCESSUAL – OBRIGAÇÃO CUMPRIDA PELO REQUERIDO ADMINISTRATIVAMENTE. Antes de adentrar ao mérito da demanda, cumpre esclarecer que o autor carece de interesse processual, mormente já ter o requerido regularizado a residência do autor, o qual é reconhecido pelo próprio autor em sua inicial. Conforme documentação anexa, diga-se, laudo pericial, extratos de aquisição de materiais e recibos de pagamento, o imóvel do autor apenas e tão- somente foi atingido no muro, senão vejamos o que diz o laudo pericial elaborado pela autoridade policial: “Cabe mencionar, inclusive, que dois imóveis que faziam divisa do lado esquerdo do imóvel sinistrado, tiveram paredes danificadas pelo incêndio (vide Figuras 40 a 43).”. (Destaquei) Nesta esteira, tem-se, ainda, os comprovantes de pagamento de materiais e mão-de-obra do conserto da parede da residência do autor, tendo, inclusive o autor afirmado que a referida parede já fora consertada, trazendo ainda fotos que comprovam a alegação do réu. De outro norte, havendo a confissão expressa do autor de que o réu já cumpriu com sua responsabilidade em reparar os danos decorrentes do incêndio, não há que se falar em reparação por danos materiais e morais, estando claramente ausente um dos pressupostos para instauração da lide. Neste sentido o artigo 389 do CPC diz que “Há confissão, judicial ou extrajudicial, quando a parte admite a verdade de fato contrário ao seu interesse e ht tp :// ww w. tjm s.j us .br /pa sta dig ita l/p g/a bri rC on fer en cia Do cu me nto .do , in for me o pro ce ss o 0 80 51 49 -72 .20 16 .8. 12 .00 01 e o c ód igo 17 B3 0E 2. di gi ta is po r U su ár io p ad rã o pa ra a ce ss o SA J/ AT , e m 2 1/ 06 /2 01 6 às 0 2: 13 . P ar a ac es sa r o s au to s pr oc es su ai s, a ce ss e o sit e Es te d oc um en to é c op ia d o or ig in al a ss in ad o di gi ta lm en te p or R O DR IG O G IR AL DE LL I P ER I. Pr ot oc ol ad o em 2 0/ 06 /2 01 6 às 1 8: 18 , s ob o n úm er o W CG R1 60 81 82 48 96 , e lib er ad o no s au to s fls. 53 R. Barão do Rio Branco, n. 2180, Sala 03 Centro – Campo Grande/MS +55 (67) 3015-0035 +55 (67) 3306-1959 rodrigo@bgpadvogados.com | thiago@bgpadvogados.com | bruno@bgpadvogados.com favorável ao do adversário”, exatamente o caso dos autos, onde o autor admite fato que supostamente sustentaria sua tese. Desta feita, restando latente a ausência de interesse processual do autor, uma vez que já cumprida a responsabilidade civil do requerido na esfera administrativa, requer-se a extinção do feito sem julgamento de mérito nos moldes do artigo 485, inciso VI e parágrafo 3º, também do artigo 485, ambos do Código de Processo Civil. III.2 – PRELIMINARMENTE – AUSÊNCIA DE PRESSUPOSTOS DE CONSTITUIÇÃO DO PROCESSO. Eventualmente superada a preliminar anteriormente arguida, melhor sorte não ampara o autor em seu pleito, uma vez que inexistem na peça inaugural os pressupostos para constituição e o desenvolvimento regular do processo. Como se observa da peça inaugural, o autor pleiteia indenização por danos materiais, lucros cessantes e danos morais, alegando, em síntese que seu imóvel foi praticamente destruído em decorrência do incêndio que atingiu e destruiu, completamente, o imóvel do réu. Assevera, o autor, que seu imóvel teve a parede atingida, bem como fora destruída a parte elétrica, a parte hidráulica, as telhas, as paredes, sendo necessária a reforma do imóvel, que supostamente teria sido suportada pelo Sr. Josué, ora autor. Ocorre Excelência que o dano material não pode ser presumido, sendo necessária a prova inequívoca do prejuízo que a parte sofreu, seja ele demonstrado por recibo, nota fiscal, testemunhas ou quaisquer outras provas que corroborem a alegação da parte prejudicada. ht tp :// ww w. tjm s.j us .br /pa sta dig ita l/p g/a bri rC on fer en cia Do cu me nto .do , in for me o pro ce ss o 0 80 51 49 -72 .20 16 .8. 12 .00 01 e o c ód igo 17 B3 0E 2. di gi ta is po r U su ár io p ad rã o pa ra a ce ss o SA J/ AT , e m 2 1/ 06 /2 01 6 às 0 2: 13 . P ar a ac es sa r o s au to s pr oc es su ai s, a ce ss e o sit e Es te d oc um en to é c op ia d o or ig in al a ss in ad o di gi ta lm en te p or R O DR IG O G IR AL DE LL I P ER I. Pr ot oc ol ad o em 2 0/ 06 /2 01 6 às 1 8: 18 , s ob o n úm er o W CG R1 60 81 82 48 96 , e lib er ad o no s au to s fls. 54 R. Barão do Rio Branco, n. 2180, Sala 03 Centro – Campo Grande/MS +55 (67) 3015-0035 +55 (67) 3306-1959 rodrigo@bgpadvogados.com | thiago@bgpadvogados.com | bruno@bgpadvogados.com Todavia Excelência, o autor não acostou aos autos NENHUM recibo, NENHUMA nota fiscal, NENHUM orçamento da suposta reforma que foi obrigado a fazer. Diz o artigo 373 do Código de Processo Civil: Art. 373. O ônus da prova incumbe: I - ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito; É cabal a inexistência de provas quanto aos fatos alegados na inicial pelo autor, não passando a presente demanda de uma aventura jurídica onde o autor tenta a sorte para receber eventual indenização decorrente de um fatídico sinistro. De outro norte, também clarividente que o requerido já cumpriu com sua obrigação ao reparar a parede da residência do autor, inclusive, mostrando sua boa-fé, consertou ainda o telhado, que frisa-se NÃO FOI ATINGIDO PELO INCÊNDIO. Art. 373. O ônus da prova incumbe: II - ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor. É certo, que não haveria como o autor juntar referidos documentos probatórios aos autos, uma vez que ele não teve nenhum gasto com nenhuma reforma, sendo tudo reformado e custeado pelo réu, conforme documentos anexos. A jurisprudência é pacífica em casos análogos: APELAÇÕES CÍVEIS – AÇÃO CIVIL PÚBLICA – PROTEÇÃO AO MEIO AMBIENTE – OFENSA AO PRINCÍPIO DA DIALETICIDADE – NÃO OCORRÊNCIA – Interesse recursal – acolhido quanto alguns dos pedidos ht tp :// ww w. tjm s.j us .br /pa sta dig ita l/p g/a bri rC on fer en cia Do cu me nto .do , in for me o pro ce ss o 0 80 51 49 -72 .20 16 .8. 12 .00 01 e o c ód igo 17 B3 0E 2. di gi ta is po r U su ár io p ad rã o pa ra a ce ss o SA J/ AT , e m 2 1/ 06 /2 01 6 às 0 2: 13 . P ar a ac es sa r o s au to s pr oc es su ais, a ce ss e o sit e Es te d oc um en to é c op ia d o or ig in al a ss in ad o di gi ta lm en te p or R O DR IG O G IR AL DE LL I P ER I. Pr ot oc ol ad o em 2 0/ 06 /2 01 6 às 1 8: 18 , s ob o n úm er o W CG R1 60 81 82 48 96 , e lib er ad o no s au to s fls. 55 R. Barão do Rio Branco, n. 2180, Sala 03 Centro – Campo Grande/MS +55 (67) 3015-0035 +55 (67) 3306-1959 rodrigo@bgpadvogados.com | thiago@bgpadvogados.com | bruno@bgpadvogados.com recursais – Omissão legislativa – regularização superveniente – inaplicável - MÉRITO – CAPTAÇÃO DE ÁGUA SUBTERRÂNEA E DISPENSAÇÃO DE ESGOTO – OBRIGAÇÃO DE FAZER – TAMPONAMENTO DO POÇO E ADEQUAÇÃO DO ESTABELECIMENTO HOTELEIRO AO FORNECIMENTO DE SERVIÇOS DE ÁGUA E ESGOTO PELA CONCESSIONÁRIA – FISCALIZAÇÃO PELO PODER PÚBLICO – INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS – INDEVIDA – NÃO COMPROVAÇÃO - PEDIDO DO AUTOR DE INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA – PRECLUSÃO – MATÉRIA DECIDIDA EM AGRAVO DE INSTRUMENTO – necessidade de outorga – SENTENÇA MANTIDA – RECURSOS NÃO PROVIDOS. Não ofende o princípio da dialeticidade o recurso que reitera os mesmos fundamentos já utilizados na inicial, porque, dada a insurgência sobre a parte na qual houve sucumbência, é coerente que haja repetição de argumentos. O interesse recursal emerge da utilidade do pedido, assim se já atendido pela sentença a pretensão descabe sua repetir em grau de recurso. A eventual regularização superveniente apenas indicando o órgão responsável e reafirmando a necessidade de outorga por si só não aplica ao caso. Os danos materiais e morais decorrentes de violação de direitos difusos decorrentes do uso de água e da eventual degradação do solo ou das águas ou da saúde dos cidadãos somente são cabíveis caso sejam efetivamente demonstrados, o que não é o caso dos autos, porquanto o autor, além de não cumprir o ônus que lhe competia (art. 333, I, do CPC), não logrou êxito no pedido de inversão do ônus da prova, mormente o fato desta questão ter sido decidida em agravo de instrumento anteriormente apreciada. É firme a orientação da Corte Superior no sentido de ser necessária a outorga do ente público para a exploração de águas subterrâneas através de poços artesianos. (Relator(a): Des. Marcos José de Brito Rodrigues; Comarca: Campo Grande; Órgão julgador: 2ª Câmara Cível; Data do julgamento: 31/05/2016; Data de registro: 31/05/2016) APELAÇÃO CÍVEL – RESPONSABILIDADE CIVIL POR ACIDENTE DE TRÂNSITO – CULPA EXCLUSIVA DA VÍTIMA - NÃO DEMONSTRADA – RESPONSABILIDADE DO RÉU - SENTENÇA REFORMADA – DANOS MATERIAIS – NÃO COMPROVADOS – PENSÃO – AUTORA EXERCE ATIVIDADE REMUNERADA - DANOS MORAIS E DANOS ESTÉTICOS - CONFIGURADOS - LIDE SECUNDÁRIA – PRELIMINAR DE FALTA DE INTERESSE DE AGIR – REJEITADA – DANOS MORAIS E ESTÉTICOS – ht tp :// ww w. tjm s.j us .br /pa sta dig ita l/p g/a bri rC on fer en cia Do cu me nto .do , in for me o pro ce ss o 0 80 51 49 -72 .20 16 .8. 12 .00 01 e o c ód igo 17 B3 0E 2. di gi ta is po r U su ár io p ad rã o pa ra a ce ss o SA J/ AT , e m 2 1/ 06 /2 01 6 às 0 2: 13 . P ar a ac es sa r o s au to s pr oc es su ai s, a ce ss e o sit e Es te d oc um en to é c op ia d o or ig in al a ss in ad o di gi ta lm en te p or R O DR IG O G IR AL DE LL I P ER I. Pr ot oc ol ad o em 2 0/ 06 /2 01 6 às 1 8: 18 , s ob o n úm er o W CG R1 60 81 82 48 96 , e lib er ad o no s au to s fls. 56 R. Barão do Rio Branco, n. 2180, Sala 03 Centro – Campo Grande/MS +55 (67) 3015-0035 +55 (67) 3306-1959 rodrigo@bgpadvogados.com | thiago@bgpadvogados.com | bruno@bgpadvogados.com SEGURO – APÓLICE – COBERTURAS - DANO CORPORAL - RECURSO CONHECIDO E PROVIDO EM PARTE. 1. No que diz respeito a responsabilidade pelo acidente, a única testemunha de visa e o croqui não deixam dúvidas de que o réu/condutor do caminhão invadiu o local onde a autora/apelada aguardava para adentrar a via, infringindo o disposto no artigo 29, inciso V e § 2º, do CTB. Assim, a responsabilização do réu/apelado pelas consequências desse ato imprudente é medida que se impõe, nos termos dos artigos 186 e 927 do CPC. 2. No que diz respeito ao dano material, inexiste nos autos qualquer prova de despesas com medicamentos ou tratamentos que a autora desembolsou para tratamento das lesões causadas pelo acidente, nem comprovação de necessidade e/ou quantificação de gastos futuros. 3. Na hipótese, em depoimento a autora confessou que exerce atividade remunerada como auxiliar de produção. (Relator(a): Des. Sideni Soncini Pimentel; Comarca: Campo Grande; Órgão julgador: 5ª Câmara Cível; Data do julgamento: 17/12/2015; Data de registro: 18/12/2015) Logo, não havendo documentos capazes de sustentar a tese autoral, é certo que não há a caracterização do interesse processual, ensejando, assim a ação ser julgada extinta nos moldes do artigo 485, inciso IV do Código de Processo Civil. III.3 – PRELIMINARMENTE – INÉPCIA DA PETIÇÃO INICIAL - INEXISTÊNCIA DE DOCUMENTOS CONSTITUTIVOS DO DIREITO DO AUTOR – IMPROCEDÊNCIA TOTAL DA DEMANDA. Não obstante as preliminares alegadas anteriormente, as quais não se espera a superação, melhor sorte não tem o autor, pois, conforme restará demonstrado, não comprovou o seu direito. Como já dito, o artigo 320 do Código de Processo Civil determina que “A petição inicial será instruída com os documentos indispensáveis à propositura da ação”. ht tp :// ww w. tjm s.j us .br /pa sta dig ita l/p g/a bri rC on fer en cia Do cu me nto .do , in for me o pro ce ss o 0 80 51 49 -72 .20 16 .8. 12 .00 01 e o c ód igo 17 B3 0E 2. di gi ta is po r U su ár io p ad rã o pa ra a ce ss o SA J/ AT , e m 2 1/ 06 /2 01 6 às 0 2: 13 . P ar a ac es sa r o s au to s pr oc es su ai s, a ce ss e o sit e Es te d oc um en to é c op ia d o or ig in al a ss in ad o di gi ta lm en te p or R O DR IG O G IR AL DE LL I P ER I. Pr ot oc ol ad o em 2 0/ 06 /2 01 6 às 1 8: 18 , s ob o n úm er o W CG R1 60 81 82 48 96 , e lib er ad o no s au to s fls. 57 R. Barão do Rio Branco, n. 2180, Sala 03 Centro – Campo Grande/MS +55 (67) 3015-0035 +55 (67) 3306-1959 rodrigo@bgpadvogados.com | thiago@bgpadvogados.com | bruno@bgpadvogados.com Já o artigo 319, também do Código de Processo Civil, determina que, além do endereçamento e dos dados das partes, é curial a indicação dos fatos e fundamentos jurídicos do pedido, bem como as provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados. Art. 319. A petição inicial indicará: III - o fato e os fundamentos jurídicos do pedido; VI - as provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados; Écerto que no presente caso a parte autora não atendeu o requisito básico e primordial para a propositura da demanda de indenização por danos materiais e lucros cessantes. Muito pelo contrário. Conforme se observa do requerimento inicial, o autor pleiteia indenização por danos materiais no valor de R$ 3.400,00 (três mil e quatrocentos reais), bem como indenização por lucros cessantes no valor de R$ 1.600,00 (um mil e seiscentos reais). Ocorre Excelência, que nem mesmo na narrativa da sua peça a parte autora demonstrou a origem do referido valor, limitando-se apenas a requerer essa indenização, sem ao menos tentar comprovar o alegado. O mesmo se diz acerca dos lucros cessantes, o qual a parte autora tenta sustentar em um contrato elaborado unilateralmente. Ainda que o referido contrato estivesse vigente no momento do fatídico, ele em si não é suficiente para impor a obrigação do réu em efetuar os pagamentos solicitados pelo autor, uma vez que apenas comprovam que a ht tp :// ww w. tjm s.j us .br /pa sta dig ita l/p g/a bri rC on fer en cia Do cu me nto .do , in for me o pro ce ss o 0 80 51 49 -72 .20 16 .8. 12 .00 01 e o c ód igo 17 B3 0E 2. di gi ta is po r U su ár io p ad rã o pa ra a ce ss o SA J/ AT , e m 2 1/ 06 /2 01 6 às 0 2: 13 . P ar a ac es sa r o s au to s pr oc es su ai s, a ce ss e o sit e Es te d oc um en to é c op ia d o or ig in al a ss in ad o di gi ta lm en te p or R O DR IG O G IR AL DE LL I P ER I. Pr ot oc ol ad o em 2 0/ 06 /2 01 6 às 1 8: 18 , s ob o n úm er o W CG R1 60 81 82 48 96 , e lib er ad o no s au to s fls. 58 R. Barão do Rio Branco, n. 2180, Sala 03 Centro – Campo Grande/MS +55 (67) 3015-0035 +55 (67) 3306-1959 rodrigo@bgpadvogados.com | thiago@bgpadvogados.com | bruno@bgpadvogados.com residência estava alugada, porém não comprova a inadimplência da locatária, quiçá o motivo do inadimplemento. Neste sentido, curial trazer à baila dos autos os ensinamentos do artigo 373 do Código de Processo Civil: Art. 373. O ônus da prova incumbe: I - ao autor, quanto ao fato constitutivo do seu direito; Ora, o mínimo que se espera em uma ação fundada na indenização por danos materiais e lucros cessantes é que a parte autora traga à baila dos autos os comprovantes de pagamentos que fundamentam seu direito, o que não foi feito pela parte autora. A jurisprudência em casos análogos é assente: APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE COBRANÇA DE HOSPEDAGENS EM HOTEL. DEMANDADO REVEL. SENTENÇA DE PROCEDÊNCIA. PRELIMINAR DE ILEGITIMIDADE PASSIVA AD CAUSAM. MATÉRIA QUE SE CONFUNDE COM O MÉRITO. PRELIMINAR AFASTADA. RECURSO DO REQUERIDO. Pleito de reforma da sentença ao argumento de não possuir débito com o autor. Subsistência. Presunção de veracidade dos fatos narrados na exordial decorrente da revelia que in casu não encontra respaldo na prova documental amealhada aos autos. Autor que não se desincumbiu do ônus de produzir prova da existência do débito (art. 333, I, CPC). Dever de indenizar afastado. Inversão do ônus sucumbencial. Condenação da parte autora ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, fixados em R$ 2.000,00 (dois mil reais). Exegese do art. 20, § 4º, do CPC. Recurso conhecido e provido. Litigância de má-fé suscitada em contrarrazões. Não configuração. Ausência dos pressupostos objetivo e subjetivo (art. 17 do CPC). (TJSC; AC 2014.073595-5; Balneário Camboriú; Sexta Câmara de Direito Civil; Relª Desª Denise Volpato; Julg. 01/03/2016; DJSC 07/03/2016; Pág. 222) (destaquei) ht tp :// ww w. tjm s.j us .br /pa sta dig ita l/p g/a bri rC on fer en cia Do cu me nto .do , in for me o pro ce ss o 0 80 51 49 -72 .20 16 .8. 12 .00 01 e o c ód igo 17 B3 0E 2. di gi ta is po r U su ár io p ad rã o pa ra a ce ss o SA J/ AT , e m 2 1/ 06 /2 01 6 às 0 2: 13 . P ar a ac es sa r o s au to s pr oc es su ai s, a ce ss e o sit e Es te d oc um en to é c op ia d o or ig in al a ss in ad o di gi ta lm en te p or R O DR IG O G IR AL DE LL I P ER I. Pr ot oc ol ad o em 2 0/ 06 /2 01 6 às 1 8: 18 , s ob o n úm er o W CG R1 60 81 82 48 96 , e lib er ad o no s au to s fls. 59 R. Barão do Rio Branco, n. 2180, Sala 03 Centro – Campo Grande/MS +55 (67) 3015-0035 +55 (67) 3306-1959 rodrigo@bgpadvogados.com | thiago@bgpadvogados.com | bruno@bgpadvogados.com APELAÇÃO CÍVEL. PROMESSA DE COMPRA E VENDA DE IMÓVEL. AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER CUMULADA COM PEDIDOS INDENIZATÓRIOS DE REPARAÇÃO DE DANOS MATERIAIS E MORAIS E CAUTELAR DE ARRESTO. JULGAMENTO CONJUNTO. SENTENÇA DE IMPROCEDÊNCIA DA CAUTELAR E DE PARCIAL PROCEDÊNCIA DOS PEDIDOS INDENIZATÓRIOS. RECURSOS DE AMBAS AS PARTES APENAS EM RELAÇÃO AOS PLEITOS INDENIZATÓRIOS. Prescrição. Reparação por danos materiais e morais. Hipótese dos autos em que o marco inicial da prescrição deve ser contado a partir do momento em que o réu abandonou a obra, e não a partir da data inicialmente prevista para a entrega do imóvel. Danos materiais. Inexistência de provas acerca dos danos materiais (art. 333, I, CPC/1973). Aluguéis. Embora admissível a indenização em locativos, era indispensável a comprovação que o autor suportou a locação de outro imóvel, não sendo indenizável o período em que o autor seguiu residindo com seus pais. Dano moral. Circunstâncias do caso que ultrapassaram as meras vicissitudes inerentes ao descumprimento contratual. No caso concreto, o atraso supera três anos e afigurou-se excessivo e gerador de abalo emocional. Mantido o valor da indenização conferida pela sentença, em patamar condizente com o preconizado neste colegiado. Prefacial rejeitada. Apelações desprovidas. (TJRS; AC 0161904- 97.2015.8.21.7000; São Leopoldo; Décima Nona Câmara Cível; Relª Desª Mylene Maria Michel; Julg. 02/06/2016; DJERS 09/06/2016) (Grifei) Veja Excelência que, não trazendo a parte autora provas capazes de sustentar sua tese – fundada na indenização por danos materiais e lucros cessantes – não lhe cabe a procedência da demanda. Assim sendo, inexistindo provas que sustentem o pleito autoral, mister impor a improcedência da presente demanda sem que haja sequer apreciação do mérito, nos termos do artigo 485, inciso IV e VI do Código de Processo Civil. IV.1 – DA INEXISTÊNCIA DE DANOS MATERIAIS – IMPOSSIBILIDADE DE PRESUNÇÃO – NECESSIDADE DE COMPROVAÇÃO DO DANO. ht tp :// ww w. tjm s.j us .br /pa sta dig ita l/p g/a bri rC on fer en cia Do cu me nto .do , in for me o pro ce ss o 0 80 51 49 -72 .20 16 .8. 12 .00 01 e o c ód igo 17 B3 0E 2. di gi ta is po r U su ár io p ad rã o pa ra a ce ss o SA J/ AT , e m 2 1/ 06 /2 01 6 às 0 2: 13 . P ar a ac es sa r o s au to spr oc es su ai s, a ce ss e o sit e Es te d oc um en to é c op ia d o or ig in al a ss in ad o di gi ta lm en te p or R O DR IG O G IR AL DE LL I P ER I. Pr ot oc ol ad o em 2 0/ 06 /2 01 6 às 1 8: 18 , s ob o n úm er o W CG R1 60 81 82 48 96 , e lib er ad o no s au to s fls. 60 R. Barão do Rio Branco, n. 2180, Sala 03 Centro – Campo Grande/MS +55 (67) 3015-0035 +55 (67) 3306-1959 rodrigo@bgpadvogados.com | thiago@bgpadvogados.com | bruno@bgpadvogados.com Em relação ao mérito da demanda, esta deve ser integralmente julgada improcedente, especialmente os danos materiais e lucros cessantes, consoante restará demonstrado. Como já bastante demonstrado, o autor fundamente seu pleito indenizatório na “reforma” que foi obrigado a realizar em decorrência dos danos advindos do incêndio que acabou por destruir o imóvel do réu. O autor afirma e pleiteia indenização por danos materiais no valor de R$ 3.400,00 (três mil e quatrocentos reais), todavia, não demonstra em nenhum momento a origem deste valor. Aliás, Excelência, a petição inicial do autor não informa NENHUM dano material, limitando-se a afirmar que as fotos juntadas na inicial comprovam a existência do dano. De fato, Excelência, o dano ocorreu, e isso nunca foi objeto de discussão, até porque o réu, mesmo com todo o prejuízo que teve no incêndio, honrou com suas obrigações, reparando os danos do autor, inclusive aqueles que não decorreram do incêndio, como já dito. Diz o artigo 927 do Código Civil: Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo. Ainda que o autor não tenha cometido o ilícito diretamente, acaba por ser responsável em decorrência da propriedade do imóvel onde originou-se o fogo. ht tp :// ww w. tjm s.j us .br /pa sta dig ita l/p g/a bri rC on fer en cia Do cu me nto .do , in for me o pro ce ss o 0 80 51 49 -72 .20 16 .8. 12 .00 01 e o c ód igo 17 B3 0E 2. di gi ta is po r U su ár io p ad rã o pa ra a ce ss o SA J/ AT , e m 2 1/ 06 /2 01 6 às 0 2: 13 . P ar a ac es sa r o s au to s pr oc es su ai s, a ce ss e o sit e Es te d oc um en to é c op ia d o or ig in al a ss in ad o di gi ta lm en te p or R O DR IG O G IR AL DE LL I P ER I. Pr ot oc ol ad o em 2 0/ 06 /2 01 6 às 1 8: 18 , s ob o n úm er o W CG R1 60 81 82 48 96 , e lib er ad o no s au to s fls. 61 R. Barão do Rio Branco, n. 2180, Sala 03 Centro – Campo Grande/MS +55 (67) 3015-0035 +55 (67) 3306-1959 rodrigo@bgpadvogados.com | thiago@bgpadvogados.com | bruno@bgpadvogados.com Entretanto, a obrigação de reparar aquele que sofre o dano pode muito bem ser ilidida na via administrativa, consoante se deu no presente caso, uma vez que o réu reparou o muro atingido pelo incêndio. Logo, e como não poderia ser diferente, não há qualquer obrigação a ser imputada ao réu, o que se comprova pela COMPLETA AUSÊNCIA de demonstração dos danos, sequer tendo o autor citado a origem dos valores que pleiteia. Não obstante à completa inexistência de qualquer manifestação indicando a origem dos danos materiais, o autor ainda não trouxa à baila dos autos nenhum documento capaz de sustentar a sua tese, sendo certo, que para as indenizações de cunho material, é imprescindível a comprovação do dano. Nesta esteira o artigo 319 do Código de Processo Civil, determina que, é curial a indicação dos fatos e fundamentos jurídicos do pedido, bem como as provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados. Art. 319. A petição inicial indicará: III - o fato e os fundamentos jurídicos do pedido; VI - as provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados; De outro norte, no que tange aos danos materiais na modalidade de lucros cessantes, novamente carece o autor do direito, pois, como já exaustivamente demonstrado, o simples fato do imóvel do autor estar locado à terceiro não sustenta o pedido. PRIMEIRO, pois o contrato apenas retrata que o imóvel era ocupado na época do sinistro. ht tp :// ww w. tjm s.j us .br /pa sta dig ita l/p g/a bri rC on fer en cia Do cu me nto .do , in for me o pro ce ss o 0 80 51 49 -72 .20 16 .8. 12 .00 01 e o c ód igo 17 B3 0E 2. di gi ta is po r U su ár io p ad rã o pa ra a ce ss o SA J/ AT , e m 2 1/ 06 /2 01 6 às 0 2: 13 . P ar a ac es sa r o s au to s pr oc es su ai s, a ce ss e o sit e Es te d oc um en to é c op ia d o or ig in al a ss in ad o di gi ta lm en te p or R O DR IG O G IR AL DE LL I P ER I. Pr ot oc ol ad o em 2 0/ 06 /2 01 6 às 1 8: 18 , s ob o n úm er o W CG R1 60 81 82 48 96 , e lib er ad o no s au to s fls. 62 R. Barão do Rio Branco, n. 2180, Sala 03 Centro – Campo Grande/MS +55 (67) 3015-0035 +55 (67) 3306-1959 rodrigo@bgpadvogados.com | thiago@bgpadvogados.com | bruno@bgpadvogados.com SEGUNDO, porque o contrato não possui força de comprovar a inadimplência da locatária face o autor. TERCEIRO, porque, ainda que houvesse a inadimplência, esta não pode ser atribuída à terceiro, uma vez que que a responsabilidade pelo cumprimento do contrato não pode ser atribuída a terceiro por mera liberalidade dos contratantes. QUARTO, pois, na eventualidade da inadimplência contratual, não há qualquer prova de que esta tenha se dado por responsabilidade do réu, não havendo que se falar em responsabilização do réu. O aluguel possui Lei própria que o regulamento, restando lá as obrigações do locador e do locatário, sendo certo que a obrigação pelo pagamento dos alugueres é exclusiva do locatário: Art. 23. O locatário é obrigado a: I - pagar pontualmente o aluguel e os encargos da locação, legal ou contratualmente exigíveis, no prazo estipulado ou, em sua falta, até o sexto dia útil do mês seguinte ao vencido, no imóvel locado, quando outro local não tiver sido indicado no contrato; Ora, se a própria Lei Federal determina que o aluguel deve ser quitado pelo locatário, porque o autor pleiteia o suposto inadimplemento do contrato face o réu, sem trazer qualquer indício de veracidade nas suas alegações? Portanto, carecendo o autor de direito, bem como não tendo demonstrado quiçá a origem dos valores ao qual busca a indenização, somente cabe no caso concreto a total improcedência do pleito autoral, devendo a demanda ser extinta, com julgamento do mérito, nos moldes do artigo 487, inciso I do Código de Processo Civil. ht tp :// ww w. tjm s.j us .br /pa sta dig ita l/p g/a bri rC on fer en cia Do cu me nto .do , in for me o pro ce sso 0 80 51 49 -72 .20 16 .8. 12 .00 01 e o c ód igo 17 B3 0E 2. di gi ta is po r U su ár io p ad rã o pa ra a ce ss o SA J/ AT , e m 2 1/ 06 /2 01 6 às 0 2: 13 . P ar a ac es sa r o s au to s pr oc es su ai s, a ce ss e o sit e Es te d oc um en to é c op ia d o or ig in al a ss in ad o di gi ta lm en te p or R O DR IG O G IR AL DE LL I P ER I. Pr ot oc ol ad o em 2 0/ 06 /2 01 6 às 1 8: 18 , s ob o n úm er o W CG R1 60 81 82 48 96 , e lib er ad o no s au to s fls. 63 R. Barão do Rio Branco, n. 2180, Sala 03 Centro – Campo Grande/MS +55 (67) 3015-0035 +55 (67) 3306-1959 rodrigo@bgpadvogados.com | thiago@bgpadvogados.com | bruno@bgpadvogados.com IV.2 – DA INEXISTÊNCIA DE DANOS MORAIS – IMPROCEDÊNCIA DO PEDIDO. Aduz o autor que, “por erro exclusivo do réu, está passando por uma situação muito complicada”, ainda “que está passando por situações muito difíceis e constrangedoras por não poder arcar com suas despesas e da dívida que acabou gerando por ter que realizar os reparos no imóvel”, o que lhe colocaria como merecedor de reparação por danos morais. O que o autor esquece é que não há qualquer situação complicada, ou qualquer situação muito difícil ou constrangedora decorrente da dívida que acabou gerando por realizar reparos no imóvel, uma vez que NÃO HÁ QUALQUER DÍVIDA, o que se extraí da ausência de documentação comprobatória do pleito do autor. Como já dito anteriormente, o requerido não apenas refez o muro atingido pelo incêndio, como ainda, por mera liberalidade, trocou as telhas na proximidade do muro atingido e reformado, tudo reconhecido pelo autor em sua inicial. O simples fato do réu ter realizado os devidos reparos no imóvel do autor por si só já é capaz de afastar qualquer alegação de dano moral, uma vez que, ciente da situação, prontamente realizou os reparos cabíveis, inclusive a maior, frisa- se. O dano moral consubstancia-se exatamente na ausência de cooperação por aquele que comete ato ilícito, sendo necessário estar presente o evento danoso e a conduta dolosa do culpado, de modo a caracterizar o ato ilícito. ht tp :// ww w. tjm s.j us .br /pa sta dig ita l/p g/a bri rC on fer en cia Do cu me nto .do , in for me o pro ce ss o 0 80 51 49 -72 .20 16 .8. 12 .00 01 e o c ód igo 17 B3 0E 2. di gi ta is po r U su ár io p ad rã o pa ra a ce ss o SA J/ AT , e m 2 1/ 06 /2 01 6 às 0 2: 13 . P ar a ac es sa r o s au to s pr oc es su ai s, a ce ss e o sit e Es te d oc um en to é c op ia d o or ig in al a ss in ad o di gi ta lm en te p or R O DR IG O G IR AL DE LL I P ER I. Pr ot oc ol ad o em 2 0/ 06 /2 01 6 às 1 8: 18 , s ob o n úm er o W CG R1 60 81 82 48 96 , e lib er ad o no s au to s fls. 64 R. Barão do Rio Branco, n. 2180, Sala 03 Centro – Campo Grande/MS +55 (67) 3015-0035 +55 (67) 3306-1959 rodrigo@bgpadvogados.com | thiago@bgpadvogados.com | bruno@bgpadvogados.com A responsabilidade civil, prevista pelo nosso ordenamento jurídico, no artigo 186 do Código Civil, surge do dever de reparar outrem por danos causados em decorrência de ato ilícito (ação, omissão voluntária, negligência ou imprudência). Entretanto, para a consolidação da responsabilidade se faz necessário a demonstração da (i) conduta do agente, (ii) do dano e (iii) do nexo de causalidade a relacionar estes dois elementos, que presentes ensejarão a reparação do dano, consoante artigos 927 e 186 do Código Civil. No caso concreto, temos inicialmente que a conduta do agente não foi voluntária, sendo o requerido vítima de incêndio criminoso realizado por sua ex companheira. Já o dano é incontroverso, uma vez que o muro do imóvel do autor foi diretamente atingido pelo incêndio, gerando a necessidade da reparação, o que reitera-se, foi prontamente realizado pelo réu (docs. Anexos). Por fim, o nexo de causalidade inexiste, pois, como já exaustivamente demonstrado, tão logo verificado o dano no muro do imóvel do autor, o réu prontamente realizou a reparação, não efetivando a consolidação da responsabilidade civil. Verifica-se, portanto, que não obstante o réu ser vítima de incêndio criminoso, ainda assim arcou com as responsabilidades de reparação dos danos sofridos pelo autor, tudo devidamente comprovado documentalmente, afastando qualquer hipótese de indenização por danos morais. Logo não há que se falar em reparação por danos morais, uma vez que inexistem provas do alegado sofrimento do autor, muito pelo contrário, o que existem são provas da imediata reparação dos danos pelo réu, ainda que este tenha sido a maior vítima do supracitado incêndio. ht tp :// ww w. tjm s.j us .br /pa sta dig ita l/p g/a bri rC on fer en cia Do cu me nto .do , in for me o pro ce ss o 0 80 51 49 -72 .20 16 .8. 12 .00 01 e o c ód igo 17 B3 0E 2. di gi ta is po r U su ár io p ad rã o pa ra a ce ss o SA J/ AT , e m 2 1/ 06 /2 01 6 às 0 2: 13 . P ar a ac es sa r o s au to s pr oc es su ai s, a ce ss e o sit e Es te d oc um en to é c op ia d o or ig in al a ss in ad o di gi ta lm en te p or R O DR IG O G IR AL DE LL I P ER I. Pr ot oc ol ad o em 2 0/ 06 /2 01 6 às 1 8: 18 , s ob o n úm er o W CG R1 60 81 82 48 96 , e lib er ad o no s au to s fls. 65 R. Barão do Rio Branco, n. 2180, Sala 03 Centro – Campo Grande/MS +55 (67) 3015-0035 +55 (67) 3306-1959 rodrigo@bgpadvogados.com | thiago@bgpadvogados.com | bruno@bgpadvogados.com IV – DOS BENEFÍCIOS DA JUSTIÇA GRATUITA. Do laudo pericial acostado aos autos juntamente com esta peça defensiva, se observa que o prejuízo do réu praticamente levou-o à falência. Na verdade, o réu apenas não foi à falência pois sempre foi cumpridor de suas obrigações, o que possibilitou a busca por crédito junto às instituições financeiras. E é, justamente do crédito concedido pelas instituições financeiras que o réu está se reerguendo, tendo que reconstruir não apenas a sua residência, que foi integralmente destruída pelo incêndio criminoso, como ainda teve que reparar seus vizinhos que tiverem seus imóveis atingidos pelo fogo criminoso. O que se verifica dos documentos anexos, é que o réu está com praticamente toda a sua renda comprometida com o pagamento de um financiamento realizado junto ao Banco Santander, uma vez que tem por renda a quantia de R$ 3.000,00 (três mil reais) e apenas no referido financiamento paga mais de R$ 2.000,00 (dois mil reais). Não obstante o pagamento do financiamento junto ao Banco Santander, o réu ainda tem obrigaçõesfamiliares, sendo que paga, mensalmente à sua ex companheira 30% de um salário mínimo, a título de pensão alimentícia. É de conhecimento notório, ser desnecessário que a parte seja pobre ou necessitado para fazer uso das benesses da gratuidade judicial. Para Luiz Guilherme Marinoni “basta que não tenha recursos suficientes para pagar as custas, as despesas e os honorários do processo, mesmo ht tp :// ww w. tjm s.j us .br /pa sta dig ita l/p g/a bri rC on fer en cia Do cu me nto .do , in for me o pro ce ss o 0 80 51 49 -72 .20 16 .8. 12 .00 01 e o c ód igo 17 B3 0E 2. di gi ta is po r U su ár io p ad rã o pa ra a ce ss o SA J/ AT , e m 2 1/ 06 /2 01 6 às 0 2: 13 . P ar a ac es sa r o s au to s pr oc es su ai s, a ce ss e o sit e Es te d oc um en to é c op ia d o or ig in al a ss in ad o di gi ta lm en te p or R O DR IG O G IR AL DE LL I P ER I. Pr ot oc ol ad o em 2 0/ 06 /2 01 6 às 1 8: 18 , s ob o n úm er o W CG R1 60 81 82 48 96 , e lib er ad o no s au to s fls. 66 R. Barão do Rio Branco, n. 2180, Sala 03 Centro – Campo Grande/MS +55 (67) 3015-0035 +55 (67) 3306-1959 rodrigo@bgpadvogados.com | thiago@bgpadvogados.com | bruno@bgpadvogados.com que a pessoa tenha patrimônio suficiente, se estes bens não têm liquidez para adimplir com essas despesas”1, o que se observa no caso em vertente. Logo a parte ré é pessoa pobre, na acepção jurídica da expressão, onde informa não poder demandar em juízo sem prejuízo de seu próprio sustento e de sua família, em especial no caso concreto. Assim, pede que lhe seja concedido os benefícios da justiça gratuita, nos termos do art. 5º, LXXIV, da Constituição Federal, in verbis: Art. 5º - Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: (...) LXXIV – O Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos; O Código de Processo Civil tratou de forma concisa a possibilidade da concessão da gratuidade processual aos necessitados, vejamos os excertos abaixo: Art. 98º - A pessoa natural ou jurídica, brasileira ou estrangeira, com insuficiência de recursos para pagar as custas, as despesas processuais e os honorários advocatícios tem direito à gratuidade da justiça, na forma da lei. (...) Art. 99º - O pedido de gratuidade da justiça pode ser formulado na petição inicial na contestação, na petição para ingresso de terceiro no processo ou em recurso. (...) §3º Presume-se verdadeira a alegação de insuficiência deduzida exclusivamente por pessoa natural. 1 Novo código de processo civil comentado, Luiz Guilherme Marinoni, Sérgio Cruz Arenhart, Daniel Mitidiero, São Paulo, Revista dos Tribunais, 2015, pag.182. ht tp :// ww w. tjm s.j us .br /pa sta dig ita l/p g/a bri rC on fer en cia Do cu me nto .do , in for me o pro ce ss o 0 80 51 49 -72 .20 16 .8. 12 .00 01 e o c ód igo 17 B3 0E 2. di gi ta is po r U su ár io p ad rã o pa ra a ce ss o SA J/ AT , e m 2 1/ 06 /2 01 6 às 0 2: 13 . P ar a ac es sa r o s au to s pr oc es su ai s, a ce ss e o sit e Es te d oc um en to é c op ia d o or ig in al a ss in ad o di gi ta lm en te p or R O DR IG O G IR AL DE LL I P ER I. Pr ot oc ol ad o em 2 0/ 06 /2 01 6 às 1 8: 18 , s ob o n úm er o W CG R1 60 81 82 48 96 , e lib er ad o no s au to s fls. 67 R. Barão do Rio Branco, n. 2180, Sala 03 Centro – Campo Grande/MS +55 (67) 3015-0035 +55 (67) 3306-1959 rodrigo@bgpadvogados.com | thiago@bgpadvogados.com | bruno@bgpadvogados.com Os ditames mencionados linhas acima se amoldam perfeitamente ao caso em apreço, isto posto, não há a possibilidade da parte Ré buscar a tutela jurisdicional, sem que dita medida repercuta de forma negativa o cotidiano financeiro familiar, o que é vedado pelo ordenamento jurídico vigente. Desta forma, faz jus o requerido aos benefícios da justiça gratuita, uma vez que se enquadra aos exatos termos da Lei nº. 13.105/2015, devendo a esta ser concedido o pretendido benefício, sob o aspecto da mais escorreita justiça. V – DOS PEDIDOS E REQUERIMENTOS. Diante de todo o exposto, requer o réu o acolhimento das preliminares arguidas, devendo a presente demanda ser extinta sem o julgamento do mérito nos termos do artigo 485, incisos IV e VI do Código de Processo Civil. Caso não seja este o entendimento de Vossa Excelência, requer a total improcedência dos pedidos, nos termos do artigo 487, inciso I do Código de Processo Civil, uma vez que inexistentes documentos capazes de comprovar os alegados danos materiais e lucros cessantes pleiteados pelo autor. Quanto aos supostos danos morais, deverá igualmente ser julgada improcedente a demanda nos moldes do artigo 487, inciso I do CPC, visto que, ainda que ocorrido o dano, este foi prontamente reparado pelo réu, afastando qualquer alegação de angústia, sofrimento ou ainda humilhação do autor. Condenar o autor ao pagamento das custas processuais e demais consectários legais, de igual sorte ao pagamento dos honorários advocatícios, a serem arbitrados por este juízo, consoante dispõe o art. 82 e seguintes do Código de Processo Civil; ht tp :// ww w. tjm s.j us .br /pa sta dig ita l/p g/a bri rC on fer en cia Do cu me nto .do , in for me o pro ce ss o 0 80 51 49 -72 .20 16 .8. 12 .00 01 e o c ód igo 17 B3 0E 2. di gi ta is po r U su ár io p ad rã o pa ra a ce ss o SA J/ AT , e m 2 1/ 06 /2 01 6 às 0 2: 13 . P ar a ac es sa r o s au to s pr oc es su ai s, a ce ss e o sit e Es te d oc um en to é c op ia d o or ig in al a ss in ad o di gi ta lm en te p or R O DR IG O G IR AL DE LL I P ER I. Pr ot oc ol ad o em 2 0/ 06 /2 01 6 às 1 8: 18 , s ob o n úm er o W CG R1 60 81 82 48 96 , e lib er ad o no s au to s fls. 68 R. Barão do Rio Branco, n. 2180, Sala 03 Centro – Campo Grande/MS +55 (67) 3015-0035 +55 (67) 3306-1959 rodrigo@bgpadvogados.com | thiago@bgpadvogados.com | bruno@bgpadvogados.com Conceder os benefícios da justiça gratuita por assim necessitar a parte Ré, nos termos do artigo 99, § 3º da Lei nº 13.105/2015, não podendo esta dispor de meios suficientes para demandar em juízo sem prejuízo próprio. Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direitoadmitidos, especialmente pela produção de prova testemunhal, cujo rol será oportunamente apresentado, ressalvada a possibilidade de produção de eventual contraprova. Requer por oportuno, que as publicações sejam efetuadas no nome dos patronos da parte autora, Dr. Rodrigo Giraldelli Peri, OAB/MS 16.264 e Dr. Thiago Pereira Gomes, OAB/MS 18.002, sob pena de não o fazendo serem os atos considerados nulos. Nestes termos, Pede e espera deferimento. Campo Grande (MS), 19 de fevereiro de 2016. Rodrigo Giraldelli Peri Thiago Pereira Gomes OAB/MS 16.264 OAB/MS 18.002 ht tp :// ww w. tjm s.j us .br /pa sta dig ita l/p g/a bri rC on fer en cia Do cu me nto .do , in for me o pro ce ss o 0 80 51 49 -72 .20 16 .8. 12 .00 01 e o c ód igo 17 B3 0E 2. di gi ta is po r U su ár io p ad rã o pa ra a ce ss o SA J/ AT , e m 2 1/ 06 /2 01 6 às 0 2: 13 . P ar a ac es sa r o s au to s pr oc es su ai s, a ce ss e o sit e Es te d oc um en to é c op ia d o or ig in al a ss in ad o di gi ta lm en te p or R O DR IG O G IR AL DE LL I P ER I. Pr ot oc ol ad o em 2 0/ 06 /2 01 6 às 1 8: 18 , s ob o n úm er o W CG R1 60 81 82 48 96 , e lib er ad o no s au to s fls. 69
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