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PEDAGOGIA Natureza e objeto, especificidade epistemológica. Ciência da educação. História da pedagogia. Teorias pedagógicas: dos educadores tradicionais aos progressistas. O Pedagogo pode estimular o desenvolvimento de espaços de convivência entre os professores e os profissionais da educação estabelecendo caminhos de pesquisa, estudo, integração, compromisso e responsabilidade por uma educação democrática e competente, bem como assumir a tarefa de articulação no processo de ensino/aprendizagem. Além deste papel, o pedagogo tem uma grande responsabilidade quando colabora em espaços, muitas vezes, por ele desconhecido. Exemplos: Hospitais, Empresas, ONGs e Instituições. A Grécia clássica foi considerada o berço da Pedagogia, pois sabemos que a palavra paidagogos significa aquele que conduz a criança. Com o tempo este sentido foi se modificando, ampliando para significar toda a teoria referente à educação. Ao longo da história, principalmente com o estabelecimento do capitalismo (no decorrer do século XVII e XVIII), foi necessário organizar a educação para as massas, pois eram exigidos alguns saberes desconhecidos pela população da época, para se trabalhar nas fábricas. Observe como ocorria a (re)configuração do conceito de pedagogia de acordo ao momento histórico que passava, e como esse processo culminou para a noção de pedagogia que temos hoje. Período Jesuítico (1549-1759) Catequizar os índios, veio junto com os jesuítas, Ratium studiorium. Período pombalino (1760-1808) Aulas régias, saída dos jesuítas. Foram dadas por pessoas que tinham conhecimento e queriam passar para outras pessoas. Sem organização e de formas fragmentadas. De acordo com o lugar onde se dava aula. Não tinham professores formados. Período imperial (1822-1889) Sistema educacional, método lancasteriano (ensinar o aluno anterior) e formação de professores – curso normal. Período república velha (1889-1929) Filosofia positivista, liberdade de ensino, movimento entusiasta e otimismo pedagógico. Educação é a solução do Brasil, trazes cosias de fora, trabalhar melhor dentro das escolas. Período estado novo (1937-1945) Formação de professores, institutos de educação, curso normal, curso de pedagogia decreto – Lei 1190 de 4 de abril de 1939. Período da república nova (1946-1963) Movimentos políticos e educacionais para a democratização da sociedade brasileira. Paulo Freire, educação de jovens e adultos. Deste período não sai muitas ideias e não são propagadas. Período da ditadura militar (1964-1985) Formação de professores de segundo grau, não havia muita liberdade, pouca democratização. Lei nº 5540/1968 - Reforma universitária. Escola tecnicista, desenvolver um indivíduo para desenvolver para trabalhar naquela indústria de acordo com as necessidades. Subdivisões para com os professores: orientadores, supervisor entre outros. Período nova república (1986 até os dias atuais) Pedagogos, professores e demais profissionais da escola --> equipe --> gestão democrática e não hierarquizada --> fins da educação--> sucesso no processo de ensino-aprendizagem. Interlocuções, rede, entender da administração da escola, supervisão, movimentos conjuntos para um pedagogo. Pedagogo: entender do PPP, coordenar a escola e a sala de aula, visão de unidade, qualidade, apoio pedagógico, organizador e articulador do trabalho pedagógico. Legislação para o curso de pedagogia Lei de diretrizes e bases da educação nacional Lei nº 9394/96; Identificação e debates - Formação dos profissionais da educação; Diretrizes curriculares nacionais para o curso de pedagogia - Resolução CNE/CP nº01/2006; Pedagogia como ciência teórico-prática Pedagogia como teoria para uma melhor prática. Uma base sólida de conhecimento, com relação com várias áreas do conhecimento. ESCOLA TRADICIONAL, ESCALONOVISTA E TECNICISTA Nessas abordagens o papel da educação e do professor assumem características diferenciadas. O contexto dessas abordagens entendia que o professor necessita manipular o aluno para que ele pensasse igual ao professor, inculcando no aluno os conhecimentos prontos, estabelecidos e de forma fragmentada. Após receber o conteúdo, ele deveria passar o conhecimento da mesma forma que tinha recebido. Dessa maneira, o aluno tinha uma atitude passiva, ele apenas recebia o conhecimento do professor para depois reproduzir e se adaptar na sociedade. O sistema de ensino brasileiro e nossas políticas educacionais refletem os princípios do capitalismo vigente, com isso devemos entender que a educação nesse sistema capitalista é organizada pelas classes dominantes, ou seja, as condições de vida dos trabalhadores e dos burgueses são opostas e tem como função gerar mão-de-obra para o mercado de trabalho, inculcar valores burgueses e legitimar as desigualdades de classe. Teorias da educação Não críticas ou liberais -->teorias crítico-produtivistas --> teorias críticas progressistas Teorias não críticas ou liberais: escola prepara o indivíduo para o desempenho de papéis sociais, de acordo com as aptidões individuais. Escola nova, pedagogia tradicional e tecnicista. Tem a interrelação com a educação da sociedade. Teoria crítica: libertadora, libertária e histórico-crítica da educação. ESCOLA TRADICIONAL Características da escola tradicional Alunos alinhados, impõe respeito o professor, alunos submissos e reprodução de conteúdo. Disciplina rígida, preparação intelectual e moral, transmissão dos conhecimentos. Conteúdos de ensino Cultura universal, conhecimentos e valores sociais acumulados pelas gerações adultas e repassadas como verdades. Aluno não pode questionar, não trabalha em grupo, receptivo, sem direito de expressão, passivo. Professor é a autoridade, exige silêncio, transmite conteúdo como verdade absoluta. Metodologia: escutar, ler, repetir, exposição do conteúdo de formal verbal, de forma ordenada Johann Herbart - Método da instrução Preparação, apresentação, assimilação, generalização e aplicação. Concepção: inatismo Avaliação: ênfase em memorização, respostas prontas, classificatória. Figura do pedagogo: ajustamento do aluno diante da escola para que não desvie das normas. ESCOLA TECNICISTA Lógica de empresa: eficiência e produtiva, relação entre educação e o sistema produtivo. Formação de mão de obra, modelar comportamentos, desenvolver habilidades e competências. Concepção de aprendizagem: modificação do comportamento, estímulo resposta, os conteúdos têm uma sequência lógicas, aprender pra trabalhar. Aluno: recebe, fixa os conteúdos, condicionado Professor: executor, transmite os conteúdos para fixar, respostas desejadas, executor de planejamento já pronto. Método de ensino: instrução programada Etapas: objetivas instrucionais, ordenação de sequência de atividades, execução do programa – respostas corretas. Avaliação: controle dos resultados de maneira quantitativa, testes objetivos, questões dissertativas, transcrever igual do livro. Pedagogo: orientador profissional. Supervisor escolar: responsável pelo controle das ações executadas pelo professor a partir de determinadas instâncias. ESCOLA NOVA Dewey defendia que a ênfase não está no que se aprende, mas na experiência de como se aprende. O filósofo acreditava no ensino e na aprendizagem ativa, na qual o aluno aprenderia pela ação, estimulado a experienciar e a construir seu próprio conhecimento. Essa proposta, defendida por ele na década de 30 e conhecida como escolanovista, influenciou a prática pedagógica no Brasil e apresentou um movimento de reação ao ensino da escola Tradicional, configurando o papel do docente como um facilitador de aprendizagem, ou seja, aquele que auxilia para que o aluno como indivíduo ativo possa aprender pela experiência. O advento da revolução francesa trazia as razões para superar a visão de um mundo feudal e colocar, em seu lugar, o ideário da democracia. Esse movimento influenciou diretamente a necessidade de uma nova concepção de educação, pois na época a educação não era para todos. A Escola Nova foi consideradacomo uma teoria não crítica ou liberal, assim como a Escola tradicional e Tecnicista. Seu objetivo não era produzir uma transformação na sociedade, mas fazer o indivíduo se adaptar àquela sociedade que “nascia”. Entretanto, diferentemente das concepções Tradicional e Tecnicista, a Escola Nova reconhece o aluno como coparticipe de seu próprio aprendizado. Ainda buscava a reprodução de conteúdo, sem ter senso crítico. Movimento diferente da escola tradicional e tecnicista, mas ela queria também que o aluno participe do seu processo de aprendizagem. Surgiu na mudança de cenário político econômico, burguesia como classe dominante e promover a equalização social. Figura do pedagogo: orientador educacional para promover o desenvolvimento integral e harmonioso da personalidade do aluno, quais são suas necessidades. Escola nova diretiva: John Dewey e Anísio Teixeira A sala de aula deveria ser o momento de prazer para aprender. Papel da escola: adequar as necessidades individuais ao meio social, retratando pelas experiencias vividas. Valorização dos conhecimentos dos alunos. Conteúdos de ensino: valorização do processo de aquisição, promover desafios cognitivos e situações problemáticas a serem resolvidos pelos alunos coletivamente. Metodologia: aprender a aprender fazendo, por pesquisa, descoberta, método de solução. Atividades organizadas pelos princípios individuais, recursos didáticos. Aluno: ator principal, centro do ensino aprendizagem, sujeito ativo. Professor: papel secundário, facilitador de aprendizagem, disciplina negociada com os alunos. Concepção de aprendizagem: interacionismo construtivista --> Piaget --> autoaprendizagem Avaliação: verificar o processo de aprendizagem. Valorização da participação. Avaliar seu desenvolvimento e esforço. Escola nova não diretiva Aula mais como um momento terapêutico do que como ensino --> Carl Rogers Papel da escola: preparar o indivíduo para desempenhar papeis sociais por meio de autodesenvolvimento e da realização pessoal. Estabelecer clima favorável a uma mudança de dentro do indivíduo. Conteúdos: estabelecer condições, alunos estudam por si, conhecimento é um meio de autodesenvolvimento. Método de ensino: cada professor desenvolve seu próprio estilo para promover a aprendizagem. Professor se torna um especialista em relações humanas. Técnicas de pesquisa, trabalhos em grupos, jogos, experiencias, dinâmicas em grupo. Avaliação: autoavaliação, debates entre os alunos. Figura do pedagogo: orientador escolar, aconselhamento, orientação de estudos e orientação vocacional. Supervisor escolar: controle das ações executadas pelo professor, vindas de instancias superior. Teorias crítico-reprodutivas As teorias critico-reprodutivistas são representadas pela teoria da escola dualista com Christian Baudelot e Roger Estabelet, a escola como aparelho ideológico do estado tendo como representante Louis Althusser e a teoria do sistema de ensino como violência simbólica tendo como principais representantes Pierre Bourdieu e Jean-Claude Passeron. Os fundamentos das teorias críticas reprodutivistas possibilitam a compreensão de que a educação não é neutra, pois, segundo os pressupostos da “teoria do sistema de ensino como violência simbólica”, a luta de classe é impossibilitada de acontecer, uma vez que a educação é considerada reprodutora das desigualdades sociais. Dessa maneira, os marginalizados pertencentes ao grupo de dominados não possuem capital econômico e capital cultural, reforçando o poder absoluto da classe dominante. Com a teoria da escola como aparelho ideológico do Estado, a escola torna-se reprodutora das relações capitalistas, pois esta acaba dominando a educação dos estudantes de todas as classes sociais e durante a escolaridade inculca os saberes práticos da ideologia dominante. A teoria da escola dualista resumidamente mostra que a instituição de ensino é dividida na escolarização para a burguesia e outra para o proletariado de acordo com as concepções da sociedade capitalista, a escola tem por missão impedir o desenvolvimento da ideologia do proletariado e a luta revolucionária. Críticas: reconhecem a relação entre educação e a sociedade Reprodutivistas: a função da educação consiste na reprodução da sociedade em que ela se insere. Não são propostas de ensino e aprendizagem, sim análise da relação entre educação e sociedade. Teoria do sistema de ensino enquanto violência simbólica Imposição do capital cultural, criando o habitus --> Pierre Bourdieu e Passeron. Professor deve intermediar os movimentos e conhecimentos culturais dos alunos, pois, muitos deles não tem recursos financeiros para ter um capital cultural e conseguir relacionar a cultura com as disciplinas escolares. Teoria da escola enquanto aparelho ideológico do estado Estado (representante da classe dominante) --> sociedade organizada para a manutenção do poder --> aparelhos repressivos do Estado --> polícia, tribunais, prisões e exército. Aparelhos ideológicos do estado --> família, igreja, mídia, sistema jurídico. Teoria da escola dualista Sociedade capitalista --> duas classes: proletariado e burguesia. De acordo com as reflexões sugeridas sobre as teorias crítico-reprodutivistas, podemos concluir: A educação não está separada dos condicionantes sociais; A educação escolar se organiza de uma maneira diretamente ligada ao modo de organização da sociedade; A função da educação consiste na reprodução da sociedade em que ela se insere. As teorias critico-reprodutivistas não são pedagogias e não se configuram como proposta pedagógica. Entretanto, analisam o vínculo entre educação e sociedade, evidenciando uma proposta de ensino vinculada aos interesses da classe trabalhadora. Teorias críticas progressistas da educação As tendências que representam essa perspectiva são: a pedagogia libertária, a pedagogia libertadora e a pedagogia histórico-crítica da educação. O desenvolvimento destas abordagens, a partir da década 80, proporcionou um repensar da prática pedagógica pautada na pedagogia racionalista, fragmentadora e de produtividade do sistema e do trabalho. As Teorias Criticas da Educação e a Pedagogia Crítica ou Progressista foram instrumentos de reflexão para apoiar a alteração de foco de uma educação conservadora, para uma educação voltada para a transformação. As teorias críticas tiveram um importante representante na pedagogia libertadora, o educador Paulo Freire reconhecido pelo seu envolvimento com os movimentos populares e a educação não formal. A prática pedagógica nesta visão é sustentada pela ação do docente de forma que suas atividades façam com que o aluno estabeleça relações significativas e que este se aproprie dos conhecimentos socialmente construídos dando-lhes significado no contexto que vive. A pedagogia histórico-crítica se fundamenta na concepção de que a realidade não é estática e linear, mas sim dialética. Esta pedagogia para aplicação na prática pedagógica especifica cinco passos sendo: prática social inicial; problematização; instrumentalização; catarse e o retorno à prática social. Relação entre educação e sociedade, transformação social, contra hegemônicas. Educação integral: aprender e fazer. Método indutivo: parte do particular e chega na generalização --> observa os casos particulares da realidade --> conclusão Relação professor x aluno: Livres, catalizador de reflexões e orientador. Avaliação: uso prático para resolver problemas da realidade concreta. Aprendizagem: motivação pessoal Pedagogo: sem referência Pedagogia Libertadora Educação: um ato político, Transformação social e educação bancária. Pedagogia histórico-crítica Gramsci, Vygotsky e Snyders Realidade Dialética Papel da escola: socializa conhecimentos e saberes universais; transformação social, formação de pessoas críticas, autônomas e conscientes. Conteúdos: ressignificar os conhecimentos historicamente acumulados pela humanidade. Aprender a pensar de maneira mais científica. Relação professor x aluno: ambos são sujeitos do ensino-aprendizagem.Professor autoridade e competência técnica e aluno ativo. Prática social --> problematização --> instrumentalização --> identificar o que é efetivo para resolver o problema --> retorno à prática social. Avaliação: contínua, processual e transformadora. Aluno participa com o professor da composição dos critérios de avaliação. Erro --> caminho para o certo Encontrar novas respostas pesquisando. Pedagogo: luta no sentido de construir uma escola mais significativa. NEOLIBERALISMO O Neoliberalismo é uma economia de mercado auto regulável que se concretiza por meio da livre concorrência e do fortalecimento da iniciativa privada, com ênfase na competitividade, na eficiência e na qualidade de serviços e produtos. Essa ideologia difunde que os serviços públicos têm menos qualidade que os oferecidos pela iniciativa privada. Em relação à educação, esse discurso abre espaço para a expansão do ensino privado e garante o atendimento das demandas e exigências do mercado, o que evidencia um retrocesso da esfera educacional. Se teoricamente a educação superou tantos obstáculos avançando para novas formas de aprendizagem e ensino, voltar a estar dependente do sistema neoliberal é negar todo o sentido crítico que a educação já teve. Nesse sentido, velhos princípios vestidos em novas roupagens acabam retratando a situação atual da educação. O neoprodutivismo que entende a educação como a ampliação da produtividade das empresas inculca a ideia que é responsabilidade do indivíduo a sua formação para se adaptar no mercado e ser competitivo. Com isso, o neoescolanovismo que trabalha a crença de que os trabalhadores necessitam sempre se atualizar para garantir seu emprego e o neotecnicismo que trabalha a ideia de formação com base naquilo que o mercado quer. Educação no século XXI Neoliberalismo: defende a economia de mercado autor regulável. Fortalecimento da iniciativa privada. Neoprodutivismo Educação como fator de ampliação da produtividade da empresa. Teoria capital humano: individuo responsável pela sua própria formação. Neoescolanovismo: aprender a aprender, atualização constante para a empregabilidade, conteúdos relativizados, professor como mero auxiliar do processo. Neotecnicismo: taylorismo e fordismo --> superação --> Toyotismo Desenvolvimento da pedagogia das competências --> crítica Pedagogia emancipatória: educação com direito, lutar pela melhoria das condições de trabalho na escola, propostas articuladas, com cidadania, cultura e trabalho. Formação inicial e continuada na teoria. O pedagogo é responsável pela organização do trabalho pedagógico na escola e ter o objetivo de favorecer a aprendizagem dos alunos.
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