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Práticas trabalhistas / Aula 2: Jornada, frequência, interrupção e suspensão do contrato de trabalho
Introdução
A jornada de trabalho acordada com o empregado tem impacto importante em sua remuneração, bem como nas horas adicionais e nas horas a serem descontadas. Da mesma forma, observa-se a importância e a complexidade do controle de frequência e de pontualidade nas diferentes cargas de trabalho.
Embora o contrato de trabalho prevalente seja o contrato por tempo indeterminado, no decorrer do vínculo observam-se situações naturais que envolvem interrupção, mas que podem também envolver suspensão.
Como veremos nesta aula, a relação de emprego e o cumprimento das jornadas de trabalho exigem estreito acompanhamento da disponibilidade do empregado.
Jornada de trabalho
Agora vamos saber como é cumprida a jornada de trabalho pelo empregado. Em outras palavras, estudaremos o tempo que ele estará à disposição do empregador no ambiente de trabalho.
Este é um tema complexo em função dos diferentes períodos de trabalho, turnos e afins, bem como dos procedimentos legais que precisam ser adotados, em alguns casos.
Veremos ainda que o fato do empregado ficar à disposição do empregador, de prontidão para o trabalho, podendo ser acionado a qualquer momento, mesmo que na residência, pode trazer também algumas dúvidas.
De uma forma geral, no entanto, a jornada de trabalho pode ser explicada em poucas linhas, direcionando o que realmente interessa ao gestor de RH responsável pela aplicação das práticas trabalhistas na gestão de pessoas. Veja:
O empregado tem como jornada normal máxima de trabalho o período de 8 horas diárias, 44 horas semanais e 220 horas mensais.
Essa jornada semanal tem que ser cumprida em, no máximo, 6 dias da semana, na medida em que um dia é destinado ao descanso do empregado. A folga ou o descanso deve ser instituído, preferencialmente, aos domingos.
Mas como fazer para montar a quantidade de horas diárias que o empregado terá que cumprir para fechar a semana com 44 horas semanais?
Você pode fazer isso das seguintes formas:
1
O empregado deve trabalhar 8 horas de segunda a sexta-feira e 4 horas no sábado, por exemplo. Esse inclusive é um horário padrão utilizado, principalmente, pelo comércio e indústria.
Assim, com 8 horas durante 5 dias teremos um período de 40 horas que serão somadas às 4 horas de sábado, completando a jornada de 44 horas semanais.
2
Outra forma seria dividir as 44 horas nos 6 dias da semana.
Assim, o empregado cumprirá 7 horas e 20 minutos de segunda a sábado, completando as mesmas 44 horas semanais.
Vamos fazer a conta para saber se realmente bate?
7 horas x 6 dias = 42 horas
Os 20 minutos restantes multiplicados por 6 completarão 120 minutos, isto é, 2 horas (120 minutos divididos por 60 minutos).
Pronto! Agora é só somar às 42 horas para completar as 44.
Há a possibilidade de se negociar a supressão do trabalho em um determinado dia da semana, compensando essas horas durante os outros dias da semana? Como isso funciona?
Você se lembra de que passamos pela composição do horário no qual se trabalha 4 horas no sábado? Nessa jornada semanal é permitido ao empregado negociar com o empregador que essas 4 horas de sábado sejam diluídas de segunda a sexta-feira, ficando, então, liberado para não trabalhar no dia de sábado.
Logo, para termos a mesma quantidade de horas a serem trabalhadas de segunda a sexta-feira, multiplicamos 4 por 60 minutos e encontramos 240 minutos. Dividindo 240 minutos por 5 dias, encontramos 48 minutos.
Dessa forma, o horário diário a ser cumprido de segunda a sexta-feira será de 8 horas e 48 minutos, completando as 44 horas semanais.
Jornadas diferenciadas
Há categorias que possuem jornada de trabalho diferenciada em face de acordo ou convenção coletiva, como, por exemplo, o bancário, em diversas localidades: são 6 horas diárias, 30 horas semanais e 150 horas mensais.
Se o contrato for apenas de 40 horas semanais, o mais comum é que se cumpra essa carga horária em 8 horas diárias, nos cinco dias da semana.
Acordo ou convenção coletiva
A presença do sindicato dos empregados ou acordos individuais firmados diretamente pela empresa, junto aos empregados, deve ser definida pela empresa de forma cuidadosa. Existem situações em que o empregador possui mais ou menos liberdade para fixação de questões relativas ao tema.
Intervalo obrigatório
Para os que trabalham, pelo menos, 8 horas diárias, há um intervalo, obrigatório, para descanso e refeição, de, no máximo, 2 horas e, no mínimo, de 30 minutos.
Para quem trabalha 6 horas diárias, o intervalo é de apenas 15 minutos. Esse é o caso, na maioria das vezes, dos que trabalham com telemarketing, teleatendimento, telefonia e afins. São casos fixados em lei ou mesmo provenientes de alguma norma coletiva ou negociação no âmbito da empresa.
Os empregados que trabalham 4 horas diárias não terão intervalo, já que esse período equivale apenas à metade de um expediente de trabalho comum. Na jornada de 4 horas, não faz sentido o empregado ter direito a algum intervalo se ele não retornará ao trabalho.
As jornadas de 4 e de 6 horas são comuns na área da Saúde. Em tais ambientes, no entanto, são corriqueiros turnos especiais ou formas particulares de cumprimento das jornadas de trabalho, como plantões.
Teste seus conhecimentos
De acordo com a legislação, o horário normal e regular de trabalho envolve 240 horas por mês, considerando-se 30 dias mensais e 8 horas por dia (30 x 8 = 240)?
Certo ou errado?
GABARITO
Errado, na medida em que o máximo permitido são 220 horas/mês.
Informando o empregado sobre o horário de trabalho
Lembre-se que o horário de trabalho determinado pela empresa deve ser comunicado já no processo seletivo, além de reforçado durante o processo de admissão.
O horário de trabalho, em muitas situações, é algo sensível e se apresenta como elemento chave para a tomada de decisão por parte do candidato.
Qualquer que seja o acordado, negociado, estabelecido, este deve ser, obrigatoriamente, anotado na ficha de registro do empregado (FRE), podendo também constar no contrato individual de trabalho e na CTPS (Carteira de Trabalho e Previdência Social), conforme o caso.
Há também a exigência legal de se montar um quadro de horário, que deve ficar em local visível para ciência dos empregados e verificação da fiscalização do trabalho, caso necessário.
Veja um exemplo:
Intervalo entre jornadas
Você deve ficar atento ao intervalo entre jornadas diárias. Aqui não se trata do intervalo durante um dia de trabalho, mas entre dois dias de trabalho.
O que é isso significa?
Trata-se do intervalo de, no mínimo, 11 horas consecutivas entre a saída do empregado em determinado dia e o seu retorno ao trabalho no dia seguinte.
Logo, um empregado que terminou seu trabalho na segunda-feira às 22 horas somente poderá iniciar o trabalho na terça-feira a partir da 9 horas, cumprindo o intervalo mínimo entre jornadas de 11 horas consecutivas.
Jornada de trabalho noturna
Apresentamos até aqui a composição da jornada regular de trabalho e algumas particularidades relacionadas aos horários diferenciados de trabalho. Veremos agora a condição especial para quem trabalha no período da noite e madrugada.
O horário noturno é mais desgastante para o empregado, pois substitui o dia pela noite, privando-o do convívio familiar. Isso porque, neste horário, as pessoas estão descansando. Por essa razão lhe é dado tratamento diferenciado.
Como você viu na CLT, o horário noturno é estipulado entre 22 horas de um dia até 5 horas do dia seguinte.
Observe que, neste caso, a carga horária diária é de 7 horas e não de 8, como na jornada normal, mas o entendimento legal é de que essas 7 horas noturnas equivalem a 8 horas de trabalho.
Por que essa equivalência?
Ela ocorre em função da hora noturna que é composta de 52 minutos e 30 segundos e não de 60 minutos.
Hora noturna
Como fazer essa multiplicação? É simples: 52 minutos vezes 8 é igual a 416 minutos.O período de 30 segundos multiplicado por 8 é igual a 240 segundos. 240 segundos divididos por 60 segundos é igual a 4 minutos. Então, somando 416 com 4, temos 420 minutos. 420 dividido por 60 minutos darão as 7 horas.
Você obtém a equivalência multiplicando 52 minutos e 30 segundos por 8, completando a jornada de 7 horas.
É simples entender a equivalência entre 7 e 8 horas na definição do horário noturno. No entanto, esse controle não é nada fácil para os gestores de RH, principalmente em organizações que não possuem mecanismos automatizados de frequência e pontualidade.
Descanso semanal remunerado
Falamos em jornada semanal de trabalho e destacamos que o empregado deve trabalhar no máximo 6 dias da semana, certo?
Isso porque o 7º dia é reservado ao descanso semanal que, pela legislação brasileira, deve ser, inclusive, remunerado.
Normalmente esse descanso semanal remunerado é conhecido pela sigla DSR.
É importante destacar que esse dia de descanso corresponde ao período de 24 horas consecutivas. Preferencialmente, deve coincidir com o domingo. Porém, hoje, para muitas categorias, como os comerciários de shopping, por exemplo, o domingo é trabalhado.
Atenção
Não sendo possível o descanso todos os domingos, como estabelecer o dia de folga na semana?
Você terá que providenciar uma escala de revezamento para definir qual será o dia de descanso do empregado. Nessa escala de revezamento, deve ser assinalado o dia da semana no qual o empregado estará folgando.
A figura a seguir exibe uma escala de revezamento onde se define os dias de folga dos empregados na semana.
➤ Você deve colocar essa escala de revezamento em local visível e mantê-la atualizada.
➤ O local de fácil acesso é o mais indicado para afixação da escala de revezamento, o que permitirá que todos os empregados possam compreender o dia de trabalho e de folga de cada um, indistintamente.
Controle da jornada de trabalho
O controle da jornada de trabalho é estabelecido por meio do chamado ponto manual, mecânico ou eletrônico.
Embora seja útil para qualquer empresa, esse controle é obrigatório para empresas com mais de 10 trabalhadores.
Nele, o empregado deve registrar a entrada e a saída do trabalho. Assim, a empresa controla o seu comparecimento, os horários de entrada e de saída, atrasos e eventuais saídas antecipadas.
Ponto
A palavra ponto, usada com frequência no dia a dia de trabalho, tem relação com a ideia de pontualidade, de prontidão para o trabalho. Trata-se, de qualquer forma, do expediente padrão regular estabelecido para determinado empregado.
Exemplo
Ponto manual 
Ponto mecânico
Ponto eletrônico
No sistema de ponto manual (que não é mecânico e nem eletrônico) pode ser utilizada a folha de ponto individual, a papeleta de serviço externo e o livro de ponto.
Nesse sistema, são comuns as rasuras, que podem levar a erros por parte do responsável pelo controle do ponto, causando transtornos para empregador e empregado.
Folha de ponto individual
Papeleta de serviço externo
Livro de ponto
Já no ponto eletrônico a exatidão é maior, pois sua marcação é biométrica, reduzindo consideravelmente a quantidade de erros.
Esse sistema emite comprovante de marcação assim que é acionado, podendo gerar relatórios ou estar integrado à folha de pagamento. Se estiver integrado, pode prover as inclusões das horas extras e descontos.
Há muitas opções de controles eletrônicos, ou controles biométricos, disponíveis no mercado. Todos eles auxiliam o gestor de RH nas rotinas de controle dos diferentes horários de trabalho.
Marcação biométrica no ponto eletrônico
Isenção de controle frequência e de pontualidade
Você deve observar os empregados que exercem cargos de comando, de chefia, de liderança, pois estes estão, normalmente, isentos do controle de frequência e de pontualidade.
Comumente, são empregados que possuem determinada liberdade de cumprimento de sua jornada de trabalho, com certa flexibilidade para entrada e saída.
É recomendável, no entanto, antes de isentá-los, consultar a área jurídica para saber se, de fato, se enquadram na condição de isenção.
Observe também que as mudanças na CLT, em vigor desde 11/11/2017, definem com mais precisão o que, antes, apresentava-se como ocupantes de cargos de confiança.
Interrupção do contrato de trabalho
A relação empregado-empregador busca a continuidade do vínculo, até que uma das partes decida romper o contrato.
Existem, no entanto, interrupções quando o empregado se ausenta do trabalho de forma legal.
Exemplo
É o caso, por exemplo, do período de férias, em que o empregado não trabalha mas tem garantida da sua remuneração integral.
Temos também as licenças, como a de paternidade e por doença ou mesmo de acidente de trabalho.
Logo, podemos concluir que toda ausência do trabalho na qual o empregador precisa pagar por esses dias é considerada interrupção do contrato de trabalho.
Suspensão do contrato de trabalho
Além da interrupção, o gestor de RH deve também compreender a suspensão do contrato de trabalho. Isso ocorre quando o empregado se afasta do trabalho e a empresa não precisa remunerá-lo.
Em ambos os casos, haverá registro por parte do gestor, eventualmente na CTPS e na Ficha de Registro.
Veja algumas situações que suspendem o contrato de trabalho:
     
✔ Doença ou acidente
É o caso do empregado que se afasta da empresa por doença ou acidente de trabalho mais de 15 dias.
Para o gestor de RH, a preocupação está justamente no período de afastamento e naquilo que deve ser assumido pela empresa ou pela Previdência Social.
Teste seus conhecimentos
Assinale a opção que completa a lacuna de cada questão.
1- O período de férias é considerado ______________ do contrato de trabalho.
a) Interrupção
b) Suspensão
2- O período em que o empregado fica doente por mais de 15 dias é considerado ______________ do contrato de trabalho.
a) Suspensão
b) Interrupção
3- Quando o empregado sofre um acidente de trabalho, com consequências mais graves, que exijam meses de afastamento, seu contrato de trabalho está ______________.
a) Suspenso
b) Interrompido
     
✔ Licença não-remunerada
São licenças concedidas pelo empregador sem remuneração. Em alguns casos, o empregado opta pela licença quando pretende, por exemplo, fazer algum curso que exige uma presença maior em outra localidade ou maior dedicação.
     
✔ Serviço militar
Afastamento do empregado para cumprimento do serviço militar obrigatório.
Teste seus conhecimentos
O serviço militar é um exemplo de suspensão do contrato de trabalho?
Certo ou errado?
GABARITO
Certo. Uma vez que a empresa não irá remunerar o empregado afastado durante o período disponível para o serviço militar.
Exercícios
Questão 1: Indique V (verdadeiro) e F (falso) para as questões a seguir:
(1) A jornada de trabalho mínima obrigatória é de 220 horas mensais;
(2) Na jornada de trabalho de 4 horas diárias é obrigatório um intervalo de 30 minutos;
(3) A jornada de trabalho deve considerar, pelo menos, um descanso ao longo da semana;
(4) É necessário permitir aos empregados, como regra, o descanso em um dia de domingo, preferencialmente;
(5) O intervalo regular entre jornadas é de 11 horas;
a) F, F, V, V e V
b) F, V, V, F e F
c) V, V, V, F e V
d) F, F, F, V e F
e) F, F, F, F e V
GABARITO
Havendo turno de revezamento observa-se o limite máximo de 180 horas/mês.” para “A jornada diária de trabalho de 4 horas não contempla intervalo.
Questão 2: O gestor de RH precisa estar atento às questões envolvendo suspensão ou interrupção do contrato de trabalho. Sobre o tema, podemos afirmar que:
a) A suspensão ocorre quando o empregado, embora não esteja trabalhando, continua recebendo sua remuneração.
b) A interrupção do contrato de trabalho ocorre quando o empregado, por uma questão legal ou em situaçõesespeciais, não trabalha, mas também não recebe.
c) A suspensão do contrato de trabalho ocorre, por exemplo, quando há uma doença que afaste o empregado por período superior a 15 dias.
d) O período de férias é caracterizado como suspensão do contrato de trabalho.
e) O período de afastamento por doença é de até 15 dias.
GABARITO
Letra “C”. Trata-se de uma suspensão porque o pagamento será realizado pela previdência social e não pelo empregador.
Questão 3: Indique a seguir a afirmativa CORRETA:
a) O período de férias é considerado interrupção do contrato de trabalho.
b) O período em que o empregado fica doente por mais de 15 dias é considerado interrupção do contrato de trabalho.
c) Quando o empregado sofre um acidente de trabalho, com consequências mais graves, que exijam meses de afastamento, seu contrato de trabalho deve ser registrado como interrompido.
d) A Previdência Social é responsável pelo pagamento ao empregado nos 15 primeiros dias de afastamento.
e) Quando houver afastamento do empregado por mais de 15 dias, caberá ao empregador, com seus recursos, diretamente, remunerá-lo.
GABARITO
Letra “A”. O período de férias é considerado uma interrupção, na medida em que a empresa remunera o empregado sem que o mesmo esteja trabalhando.
Atividade
Assista ao vídeo sobre o tempo à disposição do empregador:
https://www.youtube.com/watch?v=4oXmDh7zGUM
Agora, comente sobre a permanência do empregado, no ambiente de trabalho, depois do cumprimento de sua jornada. Será que essa permanência pode representar excesso nessa jornada?
GABARITO
O vídeo demonstra claramente que, com a reforma trabalhista, a permanência do empregado no local de trabalho após o expediente, sem nenhuma relação com o seu trabalho, não será considerada jornada de trabalho.
Referências desta aula
BRASIL. Casa Civil. Decreto Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943. Consolidação das Leis do Trabalho. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del5452.htm. Acesso em: 27 fev. 2018.
______. Casa Civil. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Capítulo II, dos Direitos Sociais. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm. Acesso em: 27 fev. 2018.
______. Casa Civil. Lei nº 13.467, de 13 de Julho de 2017. Altera a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2017/lei/l13467.htm. Acesso em: 27 fev. 2018.
Próximos passos
Tipos de salários para admissão do empregado e garantia do salário-mínimo ou piso da categoria de trabalhadores;
Verbas, além do salário, que formam a remuneração do empregado;
Aplicação dos adicionais noturno, de insalubridade e periculosidade, que são atrelados diretamente ao salário do empregado.
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• Ministério do Trabalho;
• Secretaria da Previdência Social;
• Receita Federal;
• INSS.

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