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Princípios e Jurisdição.

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PRINCIPIOS DO DIREITO PROCESSUAL
	PRINCÍPIO
	NORMA
	-DELIMITA DETERMINADO SISTEMA, NÃO PRECISA NECESSARIAMENTE ESTAR ESCRITO.
-FUNÇÃO DE FUNDAMENTAR
ALICERCE DO SISTEMA
-são juízos abstratos de valor que orientam a interpretação e a aplicação do Direito
	- Tutelam situações subjetivas de vantagem ou de vínculo
fUNÇÕES DOS PRINCÍPIOS
A)FUNÇÃO FUNDAMENTADORA - Os princípios constituem a raiz de onde deriva a validez intrínseca do conteúdo das normas jurídicas. Quando o legislador se dispõe a normatizar a realidade social, o faz sempre, a partir de algum princípio. Os princípios são ideias básicas que servem de fundamento ao Direito Positivo.
B) Orientadora da Interpretação - A função orientadora decorre da função fundamentadora do direito. Se as leis são informadas ou fundamentadas nos princípios, então devem ser interpretadas de acordo com os mesmos, porque são eles que dão sentido às normas. Os princípios servem, pois, de guia e orientação na busca do sentido e alcance das normas. 
C) Fonte Subsidiária - Nos casos de lacunas da lei os princípios atuam como elemento integrador do direito. Como a lei funda-se nos princípios, estes servem, seja como guia para a compreensão do seu sentido (interpretação), seja como guia para o juiz suprir a lacuna da lei, isto é, como critério para o juiz formular a norma do caso concreto. 
CLASSIFICAÇÃO QUANTO A ORIGEM
INFORMATIVOS (SUPRACONSTITUCIONAIS): BASE DA CIENCIA PROCESSUAL. NÃO CONTRARIAM NORMAS DIRETAMENTE. Os princípios informativos do processo são “normas ideais que representam uma aspiração de melhoria do aparelho processual”
*PRINCÍPIO ECONÔMICO: voltado às questões de economia processual. O PROCESSO DEVE-SE INSPIRAR NO IDEAL DE PROPICIAR ÀS PARTES UMA JUSTIÇA BARATA E RAPIDA, DO QUE SE EXTRAI A REGRA BÁSICA DE QUE “DEVE-SE TRATAR DE OBTER O MAIOR RESULTADO COM O MÍNIMO DE EMPREGO DE ATIVIDADE PROCESSUAL.” O IDEAL, PORTANTO, SERIA O PROCESSO GRATUITO, COM ACESSO FACILITADO A TODOS OS CIDADAOS, EM CONDIÇÃO DE PLENA IGUALDADE. COMO APLICAÇÕES PRÁTICAS DO PRINCIPIO DE ECONOMIA PROCESSUAL, PODEM SER CITADOS OS SEGUINTES EXEMPLOS: INDEFERIMENTO, DESDE LOGO, DA INICIAL, QUANDO A DEMANDA NÃO REÚNE OS REQUISITOS LEGAIS; DENEGAÇÃO DE PROVAS INUTEIS; COIBIÇÃO DE INCIDENTES IRRELEVANTES PARA A CAUSA; PERMISSÃO DE ACUMULAÇÃO DE PRETENSÕES CONEXAS NUM MESMO PROCESSO; FIXAÇÃO DE TABELA DE CUSTAS PELO ESTADO, PARA EVITAR ABUSOS DOS SERVENTUÁRIOS DA JUSTIÇA, POSSIBILIDADE DE ANTECIPAR JULGAMENTO DE MÉRITO, QUANDO NÃO HOUVER NECESSIDADE DE PROVAS ORAIS EM AUDIÊNCIA, SANEAMENTO DO PROCESSO ANTE DA INSTRUÇÃO, ETC. O PRINCIPIO DA ECONOMIA PROCESSUAL VINCULA-SE DIRETAMENTE COM A GARANTIA DO DEVIDO PROCESSO LEGAL. JUSTIÇA TARDIA É, SEGUNDO A CONSCIÊNCIA GERAL, JUSTIÇA DENEGADA. NÃO É JUSTO, PORTANTO, UMA CAUSA QUE SE ARRASTA PENOSAMENTE PELO FORO, DESANIMANDO A PARTE E DESACREDITANDO O APARELHO JUDICIARIO PERANTE A SOCIEDADE. A EMENDA CONST. N° 45, INCLUIU MAIS UM INCISO NO ELENCO DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS, SEGUNDO O QUAL “A TODOS, NO AMBITO JUDICIAL E ADMINISTRATIVO, SÃO ASSEGURADOS A RAZOAVEL DURAÇÃO DO PROCESSO, E OS MEIOS QUE GARANTAM A CELERIDADE DE SUA TRAMITAÇÃO.” É EVIDENTE QUE SEM EFETIVIDADE, NO CONCERNENTE AO RESULTADO PROCESSUAL COTEJADO COM O DIREITO PROCESSUAL OFENDIDO, NÃO SE PODE PENSAR EM PROCESSO JUSTO. E NÃO SENDO RAPIDA A RESPOSTA DO JUIZO PARA PACIFICAÇÃO DO LITÍGIO A TUTELA NÃO SE REVELA EFETIVA. O ESTADO NÃO PODE DEIXAR DE COMBATER A MOROSIDADE JUDICIAL E QUE, REALMENTE, É UM DEVER PRIMARIO E FUNDAMENTAL ASSEGURAR A TODOS QUANTOS DEPENDAM DA TUTELA DA JUSTIÇA UMA DURAÇÃO RAZOAVEL PARA O PROCESSO E UM EMEPENHO EFETIVO PARA GARANTIR A CELERIDADE DA RESPECTIVA TRAMITAÇÃO. segundo este princípio, a lógica do processo é aproximar o juiz da verdade a partir de uma sequência ordenada de atos, a qual possibilite uma justa composição aos conflitos de interesses apresentados. São exemplos, em que pode se visualizar o princípio lógico: a apresentação de petição inicial e resposta do réu antes da sentença; a interposição de recurso após a prolação de pronunciamento jurisdicional.
*PRINCÍPIO lógico: seleção de meios eficazes à descoberta da verdade e das soluções corretas, evitando erros. o processo deve seguir uma determinada forma, uma determinada lógica, como, por exemplo, a contestação vir depois da petição inicial, ou a defesa ser feita após a acusação. O PROCESSO SEMPRE TEM QUE SER ESTRUTURADO DE FORMA LÓGICA: AUTOR-RÉU-PROVAS-DECISÃO. É a escolha dos meios mais eficazes para se descobrir a verdade e evitar o erro.  O princípio jurídico proclama a igualdade na demanda e justiça na decisão. segundo este princípio, a lógica do processo é aproximar o juiz da verdade a partir de uma sequência ordenada de atos, a qual possibilite uma justa composição aos conflitos de interesses apresentados. São exemplos, em que pode se visualizar o princípio lógico: a apresentação de petição inicial e resposta do réu antes da sentença; a interposição de recurso após a prolação de pronunciamento jurisdicional.
*PRINCÍPIO POLÍTICO: para este princípio, as regras processuais deverão estar em conformidade ao regime político adotado pelo sistema. O processo deve ter o maior rendimento possível, cumprindo sua instrumentalidade sem grandes sacrifícios às partes. O órgão julgador deve resolver as lides que lhe são apresentadas, mesmo no caso de lacunas no ordenamento jurídico, garantindo assim a sua completude. É exemplo, em que pode se visualizar o princípio político, a condução da execução com escolha do meio menos oneroso ao réu, se ele for capaz de proporcionar igual resultado àquele proporcionado pelo meio mais oneroso. o Poder Judiciário deve tentar assegurar a máxima garantia social, com o mínimo de sacrifício individual de liberdade dos litigantes. O juiz não pode eximir-se de julgar. 
*PRINCÍPIO DA IGUALDADE: significa que os litigantes devem receber tratamento igualitário por parte do juiz. Assim, tal como ocorre na vida cotidiana, o mesmo deve ocorrer no processo civil, isto é, também na área processual todos os litigantes possuem o direito e devem ser tratados de forma igual.trata da igualdade de TRATAMENTO. Esta igualdade é garantia fundamental no corpo central da formação constitucional das normas gerais do sistema jurídico vigente. No Brasil, o princípio da isonomia está previsto no artigo 5° caput da Constituição Federal que diz: " Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza". Também está previsto no inciso XXXVII do mesmo artigo sob o prisma da jurisdicão geral e civil, ditando, então, que não pode haver nenhum tribunal que dê preferências e direitos fora das disposições normativas como tribunais de exceção. Deve-se ressaltar, que a partir deste princípio não existe ação e contestação especial sem alguma previsão normativa ou jurisprudencial. 
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO DIREITO PROCESSUAL
Os princípios fundamentais são normas principiológicas contextuais, aplicando-se a ordenamentos jurídicos específicos e orientando a elaboração legislativa conforme os seus preceitos. NOSSA CF PREZA PELOS PRINCÍPIOS EXPRESSOS.
1.DEVIDO PROCESSO LEGAL: PRINCÍPIO BÁSICO. encontra-se expresso na Constituição Federal, no artigo 5º, inciso LIV, e garante que ninguém será privado da liberDADE ou de seus bens sem o devido processo legal. Pode-se dizer que todos os demais princípios que regem o processo civil são corolários e funcionam em virtude do devido processo legal. Bastaria ao texto constitucional a adoção desse princípio, pois os demais são dele decorrentes. Pode-se dizer que o princípio do devido processo legal é o conjunto de garantias constitucionais que, de um lado, asseguram às partes o exercício de suas faculdades e poderes de natureza processual, e do outro, legitimam a própria função jurisdicional. A GARANTIA DO DEVIDO PROCESSO LEGAL NÃO SE EXAURE NA OBSERVÂNCIA DAS FORMAS DA LEI PARA TRAMITAÇÃO DAS CAUSAS EM JUIZO. COMPREENDE ALGUMAS CATEGORIAS FUNDAMENTAIS COMO A GARANTIA DO JUIZ NATURAL E DOJUIZ COMPETENTE, A GARANTIA DE ACESSO À JUSTIÇA, DE AMPLA DEFESA E CONTRADITÓRIO E, AINDA, A DE FUNDAMENTAÇÃO DE TODAS AS DECISÕES JUDICIAIS. A GARANTIA DO DEVIDO PROCESSO LEGAL (PROCESSO JUSTO) DEVE ASSEGURAR A RAZOÁVEL DURAÇÃO DO PROCESSO E OS MEIOS QUE PROPORCIONEM A CELERIDADE DE SUA TRAMITAÇÃO. Nessa moderna concepção do processo justo, entram preocupações que não se restringem aos aspectos formais ou procedimentais ligados à garantia de contraditório e ampla defesa. Integram-na tb escopos de ordem substancial, quando se exige do juiz que não seja apenas a “boca da lei” a repetir na sentença a literalidade dos enunciados das normas ditadas pelo legislador. Na interpretação e aplicação do direito positivo, ao julgar a causa, cabe-lhe, uma tarefa integrativa, consistente em atualizar e adequar a norma aos fatos e valores em jogo no caso concreto. O juiz tem, pois, de complementar a obra do legislador, servindo-se de critérios éticos e consuetudinários, para que o resultado final do processo seja realmente justo, no plano substancial. É assim que o processo será, efetivamente, um instrumento de justiça. Diante dessas ideias, o processo justo, é o meio concreto de praticar o processo judicial delineado pela Constituição para assegurar o pleno acesso à justiça e a realização das garantias fundamentais traduzidas nos princípios da legalidade, igualdade e liberdade. O processo, para ser justo, terá de consagrar, no plano procedimental:
- direito de acesso à justiça
- direito de defesa
- o contraditório e a paridade de armas (processuais) entre as partes
- a independência e a imparcialidade do juiz
- a garantia de uma duração razoável, que proporcione uma tempestiva tutela jurisdicional
- processo público
#PRINCÍPIO DA ISONOMIA: está diretamente ligado a um tratamento processual equilibrado a ser dispensado aos sujeitos do processo. O art 125 do CPC impõe ao juiz o dever de garantir igualdade de tratamento às partes. No entanto a igualdade tratada no art não é meramente formal, mas substancial, uma vez que determina que os iguais devem ser tratados segundo suas igualdades e e os desiguais na medida de suas desigualdades. Esse é o objetivo do principio da isonomia: garantir aos litigantes no processo, tratamento justo e equilibrado, capaz de, suprindo as desigualdades naturais existentes entre as partes, garantir uma igualdade de condições no interior do processo. 
Existem dois aspectos do princípio: o formal e o material:
No sentido formal, o principio determina que o processo seja justo, público, orientado por normas pré-estabelecidas e com atuação imparcial daquele que representa o Estado na função judicante. Determina tb que a tutela jurisdicional prestada por meio do processo seja acessível a todos, sendo capaz de proteger todos os interesses apresentados e possíveis de alcançar. Todos devem ter as mesmas oportunidades processuais.
Já o sentido material do devido processo legal tem maior abrangência do que o formal. Deve ser visto como uma garantia que todo cidadão tem de que normas estatais, além de respeitarem o trinômio vida, liberdade e propriedade, sejam elaborados com justiça, razoabilidade e racionalidade. 
*PRINCIPIO JUIZ NATURAL: INDEPENDENTE DA LIDE, JÁ EXISTE UM ORGAO COMPETENTE PARA JULGAR, CONFIGURANDO IMPARCIALIDADE AO ORGAO DO JUDICIARIO. este princípio assegura um julgamento proferido por autoridade competente e previamente designada para assim proceder, afastando a hipótese da ocorrência de juízes e tribunais de exceção (TRIBUNAL DE EXCEÇÃO REFERE-SE AO TRIBUNAL CRIADO - APÓS – PARA JULGAR DETERMINADO FATO E É CRIADO PARA JULGAR UMA PESSOA (AD PERSONA), OU SEJA, N SERÁ IMPARCIAL. Assegura o julgamento de determinada causa por um juiz, cuja competência funcional seja preestabelecida constitucionalmente (estava determinada na data em que ocorreu o fato que será submetido ao crivo do judiciário). Noutras palavras, “o princípio do juiz natural visa a impedir que haja designação de julgador ad hoc ou de exceção com a finalidade de julgar uma pessoa ou caso específico”
	IMPORTANTE: Como consequencia do princípio do juiz natural, o ordenamento processual acolheu o princípio da “perpetuatio jurisdictio” para evitar que, no curso do processo, alterações no estado de fato ou de direito resultassem no deslocamento da competência jurisdicional inicialmente fixada. Essa regra, entretanto, comporta exceção. Assim, não haverá prorrogação jurisdicional quando suprimido o órgão judiciário ou alterada regra da competência absoluta.
De outra banda, o princípio do juiz natural também defende a pessoa física do juiz, ao impor o dever de imparcialidade que deve pautar suas ações, evitando que assédios pessoais orientem os seus passos. A imparcialidade de seus atos o aproxima da verdade. A imparcialidade, contudo, não quer dizer que o juiz deva participar do processo apena como espectador. É seu dever, por força da imposição de proferir um julgamento efetivo, conduzir o processo de modo a se aproximar da verdade. O juiz pode, de ofício, determinar a produção de determinada prova (art. 130 CPC), sem que esteja beneficiando qualquer das partes (mesmo porque desconhece previamente a quem vai favorecer o conteúdo delas). O objetivo é unicamente aproximar o juiz da verdade.
Obs: Foro por prerrogativa da função: é imparcial e não é criado após o fato, ele já existe. Ex: qualquer prefeito que cometa crime, será julgado pelo TJ.
#PRINCIPIO DA INAFASTABILIDADE DO CONTROLE JURISDICIONAL: este princípio é a garantia do direito de ação, por conferir àquele que for ou que esteja na iminência de ser lesado em seus direitos o acesso irrestrito ao Poder Judiciário, bem como ter a devida e a efetiva prestação da tutela jurisdicional. Não é suficiente o direito de petição. A inafastabilidade do controle jurisdicional, assim, é afirmada também pela indeclinabilidade da jurisdição, pela disponibilização de meios coercitivos a garantir o cumprimento da sentença etc. O princípio é dirigido tanto ao legislador (que fica impedido de lançar leis que restrinjam o amplo acesso aos órgãos do Poder Judiciário quanto ao juiz (que deve dar a correspondente e efetiva resposta à pretensão posta à sua apreciação). É a tábua que viabiliza o amplo e irrestrito acesso à justiça. Diante do princípio da inafastabilidade do controle jurisdicional, é desnecessário, para o exercício do direito de ação, o prévio esgotamento completo (exaurimento) das vias administrativas.
	IMPORTANTE: A qualquer tempo, é lícito às partes do processo, sendo elas pessoas físicas, requerer o benefício da gratuidade judiciária, independentemente de comprovação, bastando, para tanto, a simples afirmativa de que não pode prover as custas do processo, sem prejuízo próprio ou de sua família. Deve ser respeitado o princípio da inafastabilidade do controle jurisdicional, na medida em que, por vezes, a parte que requer os auspícios não possui condições financeiras de arcar com as custas e despesas acarretados pelo trâmite regular de um processo, sem prejuízo próprio e⁄ou de sustento de sua própria família, devendo o magistrado o, em tais situações, pautar-se sempre de acordo com o senso de justiça, cuja essência recomenda que se dê preferência ao princípio que veda o impedimento do acesso à jurisdição. Às pessoas jurídicas também é possível a concessão dos benefícios da gratuidade judiciária. Elas, todavia, hão de demonstrar que o pagamento das custas processuais pode comprometer o seu funcionamento – não sendo suficiente simples afirmação. 
#principio do contraditório e da ampla defesa: antes de decidir definitivamente, as partes devem ser ouvidas. A principal consequência do tratamento igualitário das partes se realiza através do contraditório, que consiste na necessidade de ouvir a pessoa perante a qual será proferida a decisão, garantindo-lhe o pleno direito de defesa e de pronunciamento durante todo o processo. O principio do contraditório é absoluto e deve ser sempre observado, sob pena de nulidade doprocesso. A ele se submetem as partes e o juiz. Decorrem três consequências desse principio: 1. A sentença o afeta as pessoas que forem parte no processo, ou seus sucessores 2. só há relação processual completa após regular situação do demandado 3. Toda decisão só é proferida depois de ouvidas ambas as partes. Nos casos de medidas liminares (cautelares ou antecipatórias), a providência judicial é deferida a uma das partes antes da defesa da outra. Isto se admite pq, sem essa atuação imediata da proteção do interesse da parte, a eficácia do processo se anularia e a garantia máxima de acesso à tutela da justiça restaria frustrada. Casos excepcionais. É de se observar, ainda, que o direito ao contraditório e ampla defesa embora ineliminável do devido processo legal, não corresponde a uma situação que concretamente não possa ser dispensada ou renunciada pelo destinatário da garantia. Não pode o juiz conduzir o processo sem respeitar o contraditório; à parte, cabe a liberdade de exercitá-lo ou não. Ngm é obrigado a defender-se. Logo, mesmo quando o juiz desobedece-o, cometendo cerceamento de defesa, o processo ficará passível de nulidade, mas esta não será declarada se a parte interessada, presente nos autos, não a requerer em tempo útil, ou não se opuser, de forma conveniente, ao prosseguimento do feito. É através da aplicação deste preceito, com a consequente participação dos interessados no processo, que se alcança a legitimidade da prestação da tutela jurisdicional. Como extensão do contraditório, a ampla defesa se trata, por sua vez, de garantia constitucional, por meio da qual, os sujeitos parciais do processo têm assegurado o uso de todos os meios processuais disponíveis para a defesa de seus interesses. 
Espécies: FORMAL (acontece em casos civis, administrativos. É dado ao réu a oportunidade de se defender, ele pode ou não fazer isso, o processo seguirá independente dele querer ou não.) OBRIGATÓRIO (acontece na esfera penal. O réu, qnd citado,tem a obrigação de fazer sua defesa sob pena do processo ser anulado.
#principio da proibição da prova ilícita: O princípio constitui, em verdade, uma vedação a que o juízo adote, como elemento de convencimento no curso do processo penal, elementos de prova obtidos por meios considerados ilícitos. Provas obtidas por meios ilegítimos, portanto, não devem influir na formação do convencimento do juiz. A prova ilegítima acaba por violar a garantia do devido processo legal, bem como as demais garantias constitucionais como o acesso à jurisdição. 
Ilicitude : PROCESSUAL – é possível que a prova seja considerada, depende do caso concreto. 
MATERIAL – não pode ser aceita. O que decorre da prova tb se torna ilícito. Ex: confissão por meio de tortura, escuta telefônica clandestina. SE NA ESCUTA EU DESCUBRO O CRIME,PELA CONSTATAÇÃO DE DROGA EM DETERMINADA CASA E PRENDO EM FLAGRANTE, SERÁ TUDO DESCONSIDERADO. INCLUSIVE, SE O JUIZ TIVER CONTATO COM A PROVA ILICITA, ELE SERÁ CONTAMINADO E TERÁ QUE SER TROCADO POR OUTRO JUIZ.
OBS!! Existe de um lado o direito constitucional de se provar o que se alega em juízo. De outro lado, existe o direito igualmente constitucional de não ter contra si utilizada prova ilícita. O conflito entre esses dois direitos deve ser resolvido através da consideração do princípio da proporcionalidade, que exige, no caso concreto, a ponderação dos direitos e bens que estão em jogo, preservando-se o interesse preponderante. É o juiz que verificará se a transgressão era realmente necessária, e se esta se manteve nos limites determinados; ou se, ao contrário, existia a possibilidade de provar a alegação por meios regulares, gerando a infração dano superior ao benefício trazido à instrução do processo. Em suma: o juiz deverá analisar os dois males e se a parte escolheu o menor. Portanto, utilizando-se do princípio da proporcionalidade, é possível ao julgador escolher entre não aceitar a prova ilícita, ou então, aceitá-la, sacrificando algum valor inserido na Constituição. Busca-se assim uma solução mais justa ao litígio, através do equilíbrio entre os valores conflitantes. 
#PRINCIPIO DA PUBLICIDADE DOS ATOS PROCESSUAIS: TODOS, E NÃO APENAS OS LITIGANTES, TEM DIREITO DE CONHECER E ACOMPANHAR TUDO O QUE SE PASSA DURANTE O PROCESSO. A PUBLICIDADE DA ATIVIDADE JURISDICIONAL É, EM RAZÃO DISSO, ASSEGURADA POR PRECEITO CONSTITUCIONAL. TEM POR FINALIDADE MOSTRAR QUE O PROCESSO É JUSTO, NÃO TENDO NADA A ESCONDER. POR ISSO, A JUSTIÇA NÃO PODE SER SECRETA, NEM PODEM SER AS DECISOES ARBITRARIAS, IMPONDO-SE SEMPRE A SUA MOTIVAÇÃO, SOB PENA DE NULIDADE. Todos os atos processuais devem ser públicos: as audiências, as intimações, os julgamentos, os próprios autos etc. devem estar disponíveis a todos mediante amplo acesso e informação. ESSE PRINCIPIO, PORÉM, NÃO IMPEDE QUE EXISTAM PROCESSOS EM SEGREDO DE JUSTIÇA, NO INTERESSE DAS PROPRIA PARTES. ESSE SIGILO EXCEPCIONAL, NO ENTANTO, NUNCA PODERÁ SER ABSOLUTO, VISTO QUE AS PARTES E SEUS ADVOGADOS TERÃO SEMPRE ACESSO GARANTIDO A TODOS OS TRÂMITES DO PROCESSO. O SIGILO, SERÁ ENTÃO, RESTRITO AOS ESTRANHOS.
ESPÉCIES: *AMPLA (REGRA): QUALQUER PESSOA PODE TER ACESSO AOS ATOS PROCESSUAIS, AOS DOCUMENTOS E AO JULGAMENTO. 
*RESTRITA (SEGREDO DE JUSTIÇA): A PRESERVAÇÃO DO DIREITO À INTIMIDADE DO INTERESSADO NO SIGILO PREVALECE ENQUANTO NÃO PREJUDICAR O INTERESSE PÚBLICO À INFORMAÇÃO. OS MOTIVOS PARA O PROCESSO TRAMITAR EM SEGREDO DE JUSTIÇA SÃO DOIS: INTIMIDADE DAS PARTES OU QUANDO O INTERESSE PÚBLICO O EXIGIR.
#PRINCÍPIO DA MOTIVAÇÃO DAS DECISÕES: PRINCÍPIO BÁSICO. o inciso IX do art. 93 da CF determina que toda decisão judicial seja fundamentada sob pena de nulidade. O JUIZ, COMO INTÉRPRETE E e aplicador da lei, deverá motivar suas decisões, sob pena de cometer ato contrário ao direito. Tal exigência evita o cometimento de abusos pelo juiz, além do que também permite o exercício da ampla defesa.
#PRINCIPIO DO DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO: A PARTE TEM DIREITO A QUE A SUA PRETENSÃO SEJA CONHECIDA E JULGADA POR DOIS JUIZOS DISTINTOS, MEDIANTE RECURSO, CASO NÃO SE CONFORME COM A PRIMEIRA DECISÃO. DESSE PRINCIPIO DECORRE DE ORGAOS JUDICIAIS DE COMPETENCIA HIERARQUICA DIFERENTE: OS DE PRIMEIRO GRAU (JUIZES SINGULARES) E OS DE SEGUNDO GRAU (TRIBUNAIS SUPERIORES). O duplo grau de jurisdição, portanto, funda-se na possibilidade de o provimento judicial ser injusto ou inadequado, provocando a necessidade de permitir rediscussão da demanda e eventual reforma ou cassação em grau de recurso da decisão recorrida. Presta-se para dar ao jurisdicionado a certeza de que sua pretensão foi analisada à exaustão e proferida a decisão mais próxima da justiça. Além disso, garante a unifICAÇÃO DO PRONUNCIAMENTOS JURISDICIONAIS E PREVINE CONSUTAS SINUOSAS POR PARTE DO JULGADOR. É que a natureza do duplo grau de jurisdição é de cunho político, uma vez que os atos estatais devem se submeter a controles, e o fato de a decisão judicial ser revista assegura este controle. A Constituição Federal não obriga o duplo grau de jurisdição. Tanto que existem previsões no ordenamento jurídico em que ele não é observado e, nem por isso, aquelas são inconstitucionais. Em determinadas situações, por ser, exemplificativamente, de pequeno valor o bem jurídico em discussão judicial (como ocorre no rito sumário que orienta a tramitação processual na Justiça do Trabalho), afasta-se o duplo grau.
#PRINCÍPIO DA EFETIVIDADE: é princípio-garantia diretamente relacionado à ideia do devido processo legal. Garante a todos, no âmbito judicial (e administrativo), o direito a um processo célere, mas com duração admissível, a qual seja capaz de satisfazer e reparar efetivamente os interesses perseguidos, sem, ao mesmo tempo, prejudicar garantias que assistem aos sujeitos do processo. . A duração razoável do processo visa alcançar o necessário ponto de equilíbrio entre celeridade e devido processo legal, porquanto o processo deve ser célere, mas não ao ponto de alijar garantias que assistem aos sujeitos do processo.
--- Princípio do impulso processual: Uma vez instauradaa relação processual, compete ao juiz mover o procedimento de fase em fase, até exaurir a função jurisdicional. Trata-se, sem dúvida, de princípio ligado intimamente ao procedimento (roupagem formal do processo), nessa sede iremos abordá-lo mais profundamente.
JURISDIÇÃO
Para o Estado desempenhar sua função jurídica, necessita de se ater a duas ordens de atividades: a legislação e a jurisdição. A primeira ordem estabelece as normas que regulam a vida em sociedade, ditando o que é lícito e o que é ilícito, atribuindo direitos e obrigações. Já a segunda ordem se caracteriza pela atuação do Estado, com o intuito de solucionar os conflitos de interesses, declarando qual é o preceito que se aplica ao caso concreto.
conceito – É A APLICAÇÃO DO DIREITO, VISANDO REMOVER OS OBSTÁCULOS À CONCREÇÃO DA NORMA. 
-Jurisdição enquanto poder: A jurisdição, enquanto manifestação do poder estatal, pode ser conceituada, como “a capacidade de decidir imperativamente e impor decisões”.
-Jurisdição enquanto função: A jurisdição é uma função estatal, visto que, salvo em casos especiais, não se permite a autotutela, como visto nas unidades anteriores. Ela representa o poder de julgar. A jurisdição, como função do Estado, representa, de acordo com Coelho: 
a) poder: manifestação do imperium (autoridade, domínio) do Estado, por meio do qual impõe e determina o cumprimento coativo (através da força se necessário) de suas decisões; 
b) função: atribuição própria dos órgãos jurisdicionais de prestarem a tutela jurisdicional, para que ocorra a pacificação social; 
c) atividade: complexo de atos praticados no processo pelos juízes e auxiliares como representantes do Estado. 
 A FUNÇÃO JURISDICIONAL SÓ ATUA DIANTE DE CASOS CONCRETOS DE CONFLITOS DE INTERESSES (LIDE OU LITÍGIO) E SEMPRE NA DEPENDENCIA DA INVOCAÇÃO DOS INTERESSADOS. 
NÃO SÃO TODOS OS CONFLITOS DE INTERESSES QUE SE COMPÕEM POR MEIO DA JURISDIÇÃO, MAS APENAS AQUELES QUE CONFIGURAM A LIDE OU LITÍGIO. (lide e litígio, além de serem sinônimos, correspondem a um evento anterior ao processo, mas sua existência constitui conditio sine qua non do processo: “inexistindo litígio, não há sequer interesse em instaurar-se a relação processual.” Para que haja lide ou litígio é preciso que ocorra um conflito de interesses qualificado por uma pretensão resistida. A missão do juiz consiste precisamente em compor o impasse criado com a pretensão de alguém a um bem da vida e a resistência de outrem a lhe propiciar dito bem. )
ASSIM, EM VEZ DE conceituar a jurisdição como poder, é preferível considerá-la como função estatal, e sua definição poderia ser dada por: jurisdição é a função do Estado de declarar e realizar, de forma prática, a vontade da lei diante de uma situação jurídica controvertida. 
Objetivo da jurisdição: 1. MEDIATOS: restabelecer a paz entre os particulares e, com isso, manter a da sociedade”
2. IMEDIATO: a aplicação da lei ao caso concreto. Encontra alguns obstáculos:
vontade humana:
norma: o judiciário precisa fiscalizar determinadas situações, e não autorizar. Há questões que obrigatoriamente devem passar pelo judiciário. Como regra, o direito se aplica diretamente, sem a intervenção estatal.
*** funções atípicas dos poderes: Os Poderes não detém a prerrogativa de exercer exclusivamente as suas funções. O que há, em verdade, é uma preponderância. exercem também funçóes atípicas, autorizadas pela Constituição.
- poder judiciário: constituído de forma precípua para exercer a jurisdição. afora sua função típica (função jurisdicional),  também exerce a função administrativa na organização de seus serviços internos e a Legislativa na elaboração de seus regimentos internos.
-poder legislativo: além da função normativa, exerce a função jurisdicional quando o Senado processa e julga o Presidente da República nos crimes de responsabilidade ou os Ministros do Supremo Tribunal Federal pelos mesmos crimes. Exerce, também a função administrativa quando organiza seus serviços internos.
- poder executivo: ao qual incumbe precipuamente a função administrativa, desempenha também função atípica normativa, quando produz, por exemplo, normas gerais e abstratas através de seu poder regulamentar ou, ainda, quando edita medidas provisórias ou leis delegadas. quanto à função jurisdicional, o sistema constitucional pátrio vigente não deu margem a que pudesse ser exercida pelo Executivo. A função jurisdicional típica, assim considerada aquela por intermédio da qual conflitos de interesses são resolvidos com o cunho de definitividade, é praticamente monopolizada pelo Poder Judiciário, e só em casos excepcionais, como visto, e expressamente mencionados na Constituição, é ela desempenhada pelo Legislativo"
COMPONENTES (ELEMENTOS) DA JURISDIÇÃO
*DOCUMENTAÇÃO (VOCATIO): É O PODER DE TRAZER PROVAS AO PROCESSO, PODENDO SER FEITO, INCLUSIVE, PELO JULGADOR. a faculdade de fazer comparecer em juízo todo aquele cuja presença é necessária ao regular desenvolvimento do processo.
*COERÇÃO (coertio): para trazer as provas, pode ser feito o uso da força.
*decisão
CARACTERISTICAS DA JURISDIÇÃO
1.INÉRCIA (EXCLUSIVA DA JURISDIÇÃO): A FUNÇÃO JURISDICIONAL, INICIALMENTE, SEMPRE É INERTE.. O ESTADO SÓ JULGA QUANDO É SOLICITADO, POR MEIO DA PROVOCAÇÃO. SEM PROVOCAÇÃO NÃO HÁ O EXERCÍCIO DA JURISDIÇÃO. QUANDO A AÇÃO É AJUIZADA, ROMPE-SE A INERCIA INICIAL, E A PARTIR DAÍ É OBRIGAÇÃO DO ESTADO LEVAR O PROCESSO ADIANTE ( OU SEJA, PRINCIPIO DO IMPULSO OFICIAL, ONDE A PARTE NÃO TEM QUE FICAR PEDINDO PARA QUE O PROCESSO SIGA EM FRENTE, POIS ESTA É UMA OBRIGAÇÃO ESTATAL) NENHUM JUIZ PRESTARÁ A TUTELA JURISDICIONAL, SENÃO QUANDO A PARTE OU O INTERESSADO A REQUERER, NOS CASOS E FORMA LEGAIS.
2.IMPARCIALIDADE: O JUIZ MANTEM-SE EQUIDISTANTE DOS INTERESSADOS E SUA ATIVIDADE É SUBORDINADA EXCLUSIVAMENTE À LEI, A CUJO IMPERIO SE SUBMETE COMO PENHOR DE IMPARCIALIDADE NA SOLUÇÃO DO CONFLITO DE INTERESSES. MAIS DO QUE IMPARCIAL, O ORGAO JURISDICIONAL É SEMPRE UM TERCEIRO DIANTE DA RELAÇÃO MATERIAL CONTROVERTIDA. A atividade jurisdicional é sempre ato super partes e não inter partes.
- Subjetiva: referente às partes. O julgador tem que estar equidistante das partes.
-Objetiva: busca evitar situações específicas que possam comprometer essa imparcialidade. Ex: um julgador que teve sua filha estuprada, julgar um caso de estupro.
3.DEFINITIVIDADE(coisa julgada): uma vez o estado decidindo uma lide, essa decisão não cabendo recursos, torna-se definitiva.
4.Secundariedade: A jurisdição só age quando surge o conflito. O normal é que o Direito seja realizado independentemente da atuação da jurisdição. Em geral, o patrão paga os salários sem que seja acionado para tanto; o locatário paga o aluguel sem que o locador tenha que recorrer à justiça para fazer valer seu direito. Somente quando surge o litígio (conflito de interesses qualificado por uma pretensão resistida) é que o Judiciário é provocado. Diz-se, por isso, que a jurisdição é secundária, que ela tem a característica de secundariedade.
5.IMPRORROGABILIDADE: Os limites da jurisdição, em linhas gerais, são traçados pela Constituição, não podendo olegislador ordinário restringi-los nem amplia-los. os limites do poder jurisdicional, para cada justiça especial, e, por exclusão, da justiça comum, são os traçados pela Constituição. Não é permitido ao legislador ordinário altera-los, nem para reduzi-los nem para amplia-los.
6.indeclinabilidade: O órgão jurisdicional, uma vez provocado, não pode recusar-se, tampouco delegar a função de dirimir os litígios. o órgão constitucionalmente investido no poder de jurisdição tem a obrigação de prestar a tutela jurisdicional e não a simples faculdade. Não pode recusar-se a ela, quando legitimamente provocado, nem pode delegar a outros órgãos o seu exercício.
7.Indelegabilidade: é vedado ao juiz, que exerce atividade pública, delegar as suas funções a outra pessoa ou mesmo a outro Poder estatal;
8.substitutividade: imposição da vontade estatal. o Estado-Juiz é um terceiro estranho e
imparcial (ao ladodo autor e do réu) que, após ser provocado, ao exercer a jurisdição, aplicando a lei ao caso concreto, está substituindo a vontade dos envolvidos diretamente no conflito (as partes, que se sujeitarão a decisão), logo, o Estado ( atividade pública) substitui a vontade das partes (privada). A função típica do Poder Judiciário é a de resolver os conflitos que surgem entre as partes, porém existem situações em que não há lide, litígio, somente sendo necessária a intervenção do Juiz para produzir uma sentença para que  homologue “pedidos”, surgindo dessa forma a jurisdição voluntária. A jurisdição voluntária  não resolve conflitos, apenas tutela interesses. Não há partes (autor e réu), mas sim interessados. Podemos citar como exemplo o caso de uma pessoa que queira retificar seu nome que foi registrado errado no cartório, essa pessoa vai propor uma ação para que o Juiz retifique seu nome. Da "sentença" não haverá substituição de vontade, apenas a homologação do pedido, a tutela do interesse pretendido pela pessoa propositora da ação, no caso a retificação do seu nome.
CLASSIFICAÇÃO DA JURISDIÇÃO
*QUANTO A MATÉRIA
-Penal – se aplica às lides de natureza penal.
-Civil – se aplica às lides que não são penais, todas elas..
-Litigiosa/contenciosa: “é a exercida em função de um conflito, litígio, ou, nas palavras de CARNELUTTI, de um conflito de interesses qualificado por uma pretensão resistida”. Características da jurisdição contenciosa: 1- A existência da ameaça ou violação de um ato ilícito é pressuposto fundamental de atuação da jurisdição contenciosa. 2- É marcada pela existência de partes em pólos antagônicos: de um lado o autor, pretendendo obter uma resposta judicial ao conflito de interesses; do outro, o réu, a pessoa que a pretensão da tutela jurisdicional é formulada. 3- Na jurisdição contenciosa, existem partes, processo judicial e sentença traumática, em que favorece a uma das partes, em detrimento da outra, sempre existindo litigiosidade. 4- Ela é substitutiva, no sentido de que substitui a vontade dos litigantes, e a sentença proferida pelo juiz é obrigatória para as partes. 5) há coisa julgada formal e material; 6) pode ocorrer a revelia; 7) há contraditório ou a sua possibilidade.
A jurisdição é substitutiva da vontade dos litigantes (independentemente de que sejam eles) porque a decisão a ser proferida pelo Estado-juiz é imperativa a eles, de observância compulsória, obrigatória e, se for o caso, até mesmo forçada.
- voluntária: remover obstáculos impostos pela norma. Vontade das partes homologadas pelo estado. Controle estatal sobre as partes. Características: 1- É visada a constituição de situações jurídicas novas.
2- Não existe uma lide, ou seja, não há conflito de interesses entre duas pessoas, mas apenas um negócio jurídico, com a efetiva presença do juiz.
3- Não existe uma sentença, mas um pronunciamento judicial de administração de interesse privado com relevante repercussão pública.
4- Nessa jurisdição não é conveniente falar em partes, mas interessados, pois essa denominação deixa transparecer que as pessoas estão em posições antagônicas, o que não é verdade em se tratando de jurisdição voluntária. 5-no caso de jurisdição voluntária não existe processo, e sim procedimento, visto que isso só seria possível nos casos de jurisdição contenciosa. 5-No âmbito da jurisdição voluntária, o juiz não aplica o direito controvertido no caso concreto, substituindo a vontade das partes. Pratica, bem diferentemente, atos integrativos da vontade dos interessados. 6-Pode ocorrer uma controvérsia entre os interessados na jurisdição voluntária. Ex: Num procedimento de interdição, por exemplo, pode o interditando discordar frontalmente do requerente e nessa discordância reside a controvérsia. Na jurisdição voluntária, o juiz age sempre no interesse do titular daquele interesse que a lei acha relevante socialmente, como, na hipótese figurada, é o interditando. 7- Não existe o caráter substitutivo da jurisdição contenciosa, pois no caso da jurisdição voluntária, o magistrado não impõe uma sentença para os interessados, mas a intervenção do Estado-juiz é importante para dar legitimidade, validez e eficiência ao negócio jurídico.
	JURISDIÇÃO CONTENCIOSA
	JURISDIÇÃO VOLUNTÁRIA
	Atividade jurisdicional
	Atividade administrativa
	Composição de litígios
	Administração pública do direito privado
	Bilateralidade da causa
	Unilateralidade da causa
	Questionam-se os direitos ou obrigações de outrem
	Não se questionam obrigações ou direitos de outrem
	Envolve partes
	Envolve apenas interessados 
	Há contraditório ou possibilidade de contraditório
	Não há contraditório
	Há processo
	Não há processo, mas apenas uma medida administrativa
	Legalidade estrita
	Não há obrigatoriedade de legalidade estrita
	Inter nolentes
	Inter volentes
	Há coisa julgada
	Não há coisa julgada
	Há revelia
	Não há revelia
Obs: jurisdição x competência: jurisdição (una, poder-dever, poder limitado pela competência) competência (limita a jurisdição, atribuição de julgar.)
Direito material x direito processual: Chama-se direito processual o complexo de normas e princípios que regem tal método de trabalho, ou seja, o exercício conjugado da jurisdição pelo Estado-juiz, da ação pelo demandante e da defesa pelo demandado.Direito material é o corpo de normas que disciplinam as relações jurídicas referentes a bens e utilidades da vida (direito civil, penal, administrativo, comercial, tributário, trabalhista etc).O que distingue fundamentalmente direito material e direito processual é que este cuida das relações dos sujeitos processuais, da posição de cada um deles no processo, da forma de se proceder aos atos deste - sem nada dizer quanto ao bem da vida que é objeto do interesse primário das pessoas (o que entra na órbita do direito substancial). O direito processual é, assim, do ponto-de-vista de sua função jurídica, um instrumento a serviço do direito material: todos os seus institutos básicos (jurisdição, ação, exceção, processo) são concebidos e justificam-se no quadro das instituições do Estado pela necessidade de garantir a autoridade do ordenamento jurídico. O objeto do direito processual reside precisamente nesses institutos e eles concorrem decisivamente para dar-lhe sua própria individualidade e distingui-lo do direito material.

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