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APONTAMENTOS DE PROCESSO PENAL

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APONTAMENTOS DE PROCESSO PENAL III
Rosa Maria Neves Abade
Universidade Cruzeiro do Sul
DOS PROCEDIMENTOS
Processo e Procedimento
Processo: É forma estabelecida pela lei e praxe para se tratarem as causas em juízo.
Processo penal: É um instrumento da jurisdição que viabiliza a aplicação da lei penal. 
Procedimento: Rito processual. Mera sequência de atos processuais, ordenadamente encadeados, vistos da perspectiva externa, sem qualquer preocupação com o seu destino (PACELLI, 2017, p. 657). É o modo, a forma pela qual os atos processuais devem ser praticados.
 Para Guilherme Souza Nucci, “enquanto o processo é uma sequência de atos, vinculados entre si, tendentes a alcançar a finalidade de propiciar ao juiz a aplicação da lei ao caso concreto, o procedimento é o modo pelo qual se desenvolve o processo, no seu aspecto interno”.
 Quando a lei prevê um determinado procedimento para a instrução criminal, torna-se imprescindível que o juiz o respeite, como regra, mesmo que haja concordância das partes para sua inversão.
 Todavia, deve ser sempre analisado o princípio da economia processual. É comum, a inversão de algum ato processual ou da ordem, por exemplo, de uma inquirição de testemunhas, com a concordância das partes, para uma rápida solução do processo, sem prejuízo a qualquer direito dos envolvidos.
 Formas procedimentais estabelecidas no nosso diploma processual penal: procedimento comum e procedimento especial.
PROCEDIMENTO COMUM E PROCEDIMENTO ESPECIAL
 O procedimento comum divide-se em:
Ordinário, 
Sumário e 
Sumaríssimo
 Para a aplicação do procedimento devem ser observadas, inclusive, causas de aumento e de diminuição de pena (calculando-se no seu limite máximo ou mínimo, conforme seja causa de aumento ou de diminuição, respectivamente). 
 Portanto, por exemplo, no delito de furto, cuja pena máxima é de 04 anos, se tentado desde a denúncia, deverá ser calculada a redução da pena em 2/3 (diminuição mínima), logo, o procedimento a ser adotado deve ser o sumário. Atenuantes e agravantes serão desconsideradas.
 É a previsão do Art. 394 do CPP: “O procedimento será comum ou especial”.
§ 1º O procedimento comum será ordinário, sumário ou sumaríssimo:
I – ordinário, quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima cominada for igual ou superior a 4 (quatro) anos de pena privativa de liberdade;
II – sumário, quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima cominada seja inferior a 4 (quatro) anos de pena privativa de liberdade;
III – sumaríssimo, para as infrações penais de menor potencial ofensivo, na forma da lei.
§ 2º Aplica-se a todos os processos o procedimento comum, salvo disposições em contrário deste Código ou de lei especial.
§ 3º Nos processos de competência do Tribunal do Júri, o procedimento observará as disposições estabelecidas nos arts. 406 a 497 deste Código.
§ 4º As disposições dos arts. 395 a 398 deste Código aplicam-se a todos os procedimentos penais de primeiro grau, ainda que não regulados neste Código.
§ 5º Aplicam-se subsidiariamente aos procedimentos especial, sumário e sumaríssimo as disposições do procedimento ordinário.
 Para cada modalidade criminosa é adotado um tipo de procedimento.
 O procedimento padrão é o comum, salvo exceções previstas em leis especiais ou no próprio CPP. 
§ 5o  Aplicam-se subsidiariamente aos procedimentos especial, sumário e sumaríssimo as disposições do procedimento ordinário.           (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008). 
Art. 394-A.  Os processos que apurem a prática de crime hediondo terão prioridade de tramitação em todas as instâncias.           (Incluído pela Lei nº 13.285, de 2016).
PROCEDIMENTO COMUM
ORDINÁRIO 
Aplicável aos crimes apenados com pena máxima igual ou superior a 4 (quatro) anos
SUMÁRIO
Aplicável aos crimes cuja pena máxima cominada é inferior a 4 anos, ressalvados os crimes de menor potencial ofensivo (os quais, segundo o art. 61 da Lei 9099/95, são aqueles cuja pena máxima cominada é igual ou inferior a 2 anos).
SUMARÍSSIMO
Aplicável às contravenções e aos crimes de competência dos Juizados Especiais Criminais – Lei 9.099/95. 
PROCEDIMENTO ESPECIAL
 É todo aquele previsto, tanto no CPP quanto em leis extravagantes, para hipóteses legais específicas, que, pela natureza ou gravidade, merecem diversa tramitação processual. É utilizado para determinados tipos penais:
- Crimes dolosos contra a vida (procedimento do júri);
- Crimes contra a honra;
- Crimes praticados pelo funcionalismo público;
- Crimes falimentares;
- Crimes contra a Propriedade Imaterial.
 1) Procedimento Comum Ordinário 
 Resumidamente o referido procedimento seguirá os seguintes passos:
Oferecimento da denúncia ou queixa – pelo Representante do Ministério Público ou o ofendido. 
Recebimento ou Rejeição da denúncia ou queixa: A peça acusatória poderá ser rejeitada se:
a) manifestamente inepta (art. 395, I, CPP). A inépcia se caracterizará pela falta dos requisitos da inicial. Os requisitos da inicial são: a exposição do fato criminoso com todas as suas circunstâncias; a qualificação do acusado; a classificação do crime e, quando o caso, o rol de testemunhas (art. 41 do CPP), além de outros exigidos pela doutrina, como endereçamento ao juízo competente, assinatura do membro do Ministério Público ou do advogado do querelante (munido com procuração com poderes especiais – art. 44 do CPP), pedido de condenação e redação em vernáculo;
b) faltar pressuposto processual ou condição para o exercício da ação penal (art. 395, II, CPP): os pressupostos processuais são a demanda judicial (veiculada pela denúncia ou queixa), a jurisdição (e a competência e imparcialidade do Juízo), a existência de partes que possam estar em Juízo (capacidade processual e de ser parte), a originalidade (ausência de litispendência ou coisa julgada) As condições da ação são a tipicidade em tese da conduta descrita na peça acusatória; a legitimidade ativa e passiva; e o interesse de agir.
c) faltar justa causa para o exercício da ação penal (art. 395, III, CPP): a justa causa, ou seja, lastro probatório mínimo que torna idônea a acusação também é condição da ação.
 SE O JUIZ RECEBER A DENÚNCIA (fazendo juízo de admissibilidade positivo (recebimento da denúncia ou queixa, ou seja, se o juiz “não a rejeitar liminarmente”), estará instaurada a ação penal). Após isso ocorrerá:
Citação do réu (art. 351 e 394 do CPP)
É o chamamento do réu a juízo para se defender na ação. É o ato pelo qual se dá ciência ao acusado de que, contra ele, movimenta-se um ação, chamando-o a juízo para se ver processar e fazer sua defesa. 
Falta de citação
Acarreta nulidade insanável do processo (art. 564, III do CPP) e imposição que é garantia constitucional. A falta de citação implica afronta manifesta aos princípios constitucionais do contraditório e da ampla defesa, pois o acusado seria processado sem ao menos ter a possibilidade de contrariar as acusações que lhe foram feitas.
No entanto, conforme dispõe o art. 570, primeira parte, do CPP, fica afastada a falha ou defeito quando o réu comparecer espontaneamente, desde que lhe tenha sido proporcionado tudo o que a citação válida lhe traria, ou seja, conhecimento prévio da imputação, e possibilidade de contato anterior com seu advogado.
Classificação
A citação pode ser:
a) Real: 	regra geral: feita na pessoa do próprio acusado, por meio de mandado, regra geral (art.351 do CPP);
Citação de militar, art. 358 do CPP; requisição de réu preso, art. 360 DO CPP; precatória (réu em outra comarca, arts. 353 e seguintes do CPP); rogatória (réu em outro país, art. 367 do CPP). 
b) Ficta: 	realizada através de edital (arts. 361 e Seguintes do CPP).Consequências do não atendimento à citação
REVELIA: Se o réu FOR CITADO e NÃO ATENDER O CHAMADO PELO JUIZ, será Declarado REVEL, e o processo prosseguirá normalmente.
OBSERVAÇÃO: Mesmo revel contra ele não recairá a presunção de verdade quanto os fatos que lhe forem imputados, apenas não serão mais intimados dos atos processuais subsequentes que se realizarão.
A revelia ocorre nos casos em que o réu, embora citado ou intimado pessoalmente para qualquer ato, deixar de comparecer sem motivo justificado.
No entanto, nos casos de citação por edital, não comparecendo o réu, nem constituindo advogado, ficarão suspensos o processo e o curso do prazo prescricional, podendo o juiz determinar a produção antecipada de provas consideradas urgentes e, se for o caso, decretar prisão preventiva, nos termos art. 312 do CPP.
REVELIA: Se o réu FOR CITADO POR EDITAL e NÃO ATENDER O CHAMADO PELO JUIZ, NEM CONSTITUIR DEFENSOR, será Declarado REVEL, e o processo será suspenso (artigo 366 do CPP).
CITAÇAO REAL:
Citação por mandado
Os requisitos da citação por mandado estão previstos no art. 352, do CPP. Senão vejamos:
Nome do juiz;
Se ação for iniciada por meio de queixa, deve constar o nome do querelante;
 O nome do réu ou, se desconhecido, os seus sinais identificadores;
A residência do réu se for conhecida;
O fim para que é feita a citação;
O juízo e o lugar, o dia e a hora em que o réu deverá comparecer;
Deve ser subscrita pelo escrivão e rubricada pelo juiz.
Obs.: A ausência de qualquer dos requisitos supracitados no mandado de citação, ou o equívoco com relação a qualquer um deles, acarretará a nulidade do mandado e, por conseguinte, da citação.
Os requisitos intrínsecos da citação por mandado estão previstos no art. 357, do CPP, e são cumpridos pelo oficial de justiça no ato da citação, vejamos:
-leitura do mandado ao citando;
-entrega de contrafé ao citado;
-certificação no verso ou no pé do mandado pelo oficial de justiça no sentido de que fez a entrega da contrafé, salientando se foi aceita ou recusada.
Somente o não cumprimento do segundo requisito implica nulidade, ao passo que nos demais haverá mera irregularidade.
Citação por precatória
Se o réu estiver fora dos limites da jurisdição do juiz processante (conforme art. 353 do CPP), será o mesmo citado por carta precatória. O juiz que que processa o réu, expede uma carta precatória para o juiz da cidade onde o réu reside (juiz deprecado). O juiz deprecado mandará citar o réu. 
Os requisitos da citação por precatória, estão previstos no art. 354 do CPP:
 Além dos requisitos exigidos na citação por mandado, deverá ainda conter a indicação do juiz deprecante, do juiz deprecado e a sede da jurisdição de um e de outro.
Obs.: É possível a expedição de carta precatória telegráfica, quando houver urgência, conforme dispõem os arts. 354 e seguintes. No que toca à precatória por telefone, também em casos de urgência tem-se admitido, desde que observadas as cautelas prescritas no art. 207 do CPP.
Citação do militar
A citação do militar deve ser feita mediante requisição de sua apresentação para interrogatório ao superior hierárquico, ainda que o militar esteja fora da comarca.
Faz-se por meio do chefe do respectivo serviço, conforme o art. 358 do CPP: o juiz expede um ofício em que constam as indicações necessárias ao mandado de citação. 
Cumprirá ao chefe do serviço fazer chegar ao conhecimento do militar o inteiro teor do ofício, autorizando-o comparecer em juízo.
Citação do réu preso
O réu preso deverá ser citado pessoalmente, e, depois, requisitado junto à autoridade policial, para o acompanhamento da audiência de instrução e interrogatório (art. 399, § 1º, CPP). 
Não é mais possível a citação por edital, independente de onde estiver o preso. 
Será por mandado quando o réu estiver na sede da jurisdição da ação penal em curso. E será por precatória quando em outra jurisdição. 
Citação do funcionário público
É feita por mandado, mas notifica-se também o chefe de sua repartição (art. 359). No entanto, independentemente da sua citação, deve ainda o chefe da repartição ser notificado de que em tal dia e tal hora, o funcionário réu deverá comparecer a juízo.
Citação por carta rogatória: Réu no estrangeiro
Neste caso será expedida uma carta rogatória. É a carta expedida pelo juiz processante que expedida uma carta rogatória para a citação do réu que encontra no estrangeiro em lugar sabido, cujo prazo prescricional será suspenso até o seu efetivo cumprimento, conforme previsão do art. 368, do CPP.
O pedido de citação deve ser encaminhado pelo juiz ou tribunal ao Ministro da Justiça, para envio, por via diplomática, às autoridades estrangeiras competentes. 
A parte requerente arca com os custos de envio (art. 222-A, CPP) 
Citação por carta de ordem
 É a determinação, por parte do tribunal, superior ou não, de cumprimento de ato ou de diligência processual a serem realizados por órgãos da jurisdição da instância inferior, no curso de procedimento da competência originária daqueles (Pacelli, 2016, p. 603). 
CITACÁO POR HORA CERTA.
Citação por hora certa: (Art. 362 do CPP).  Verificando que o réu se oculta para não ser citado, o oficial de justiça certificará a ocorrência e procederá à citação com hora certa, na forma estabelecida nos arts. 227 a 229 da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código de Processo Civil.   O artigo 362 do CPP, em seu parágrafo único prevê que completada a citação com hora certa, se o acusado não comparecer, ser-lhe-á nomeado defensor dativo. 
O art. 363 do CPP prevê que o processo terá completada a sua formação quando realizada a citação do acusado.
 A citação por hora certa no processo penal adota o mesmo procedimento do NCPC, nos seguintes artigos:
Art. 252. Quando, por 2 (duas) vezes, o oficial de justiça houver procurado o citando em seu domicílio ou residência sem o encontrar, deverá, havendo suspeita de ocultação, intimar qualquer pessoa da família ou, em sua falta, qualquer vizinho de que, no dia útil imediato, voltará a fim de efetuar a citação, na hora que designar.
Parágrafo único. Nos condomínios edilícios ou nos loteamentos com controle de acesso, será válida a intimação a que se refere o caput feita a funcionário da portaria responsável pelo recebimento de correspondência.
Art. 253. No dia e na hora designados, o oficial de justiça, independentemente de novo despacho, comparecerá ao domicílio ou à residência do citando a fim de realizar a diligência.
§ 1o Se o citando não estiver presente, o oficial de justiça procurará informar-se das razões da ausência, dando por feita a citação, ainda que o citando se tenha ocultado em outra comarca, seção ou subseção judiciárias.
§ 2o A citação com hora certa será efetivada mesmo que a pessoa da família ou o vizinho que houver sido intimado esteja ausente, ou se, embora presente, a pessoa da família ou o vizinho se recusar a receber o mandado.
§ 3o Da certidão da ocorrência, o oficial de justiça deixará contrafé com qualquer pessoa da família ou vizinho, conforme o caso, declarando-lhe o nome.
§ 4o O oficial de justiça fará constar do mandado a advertência de que será nomeado curador especial se houver revelia.
Art. 254. Feita a citação com hora certa, o escrivão ou chefe de secretaria enviará ao réu, executado ou interessado, no prazo de 10 (dez) dias, contado da data da juntada do mandado aos autos, carta, telegrama ou correspondência eletrônica, dando-lhe de tudo ciência.
No Processo Penal, efetuada a citação com hora certa, se o acusado não comparecer, ser-lhe-á nomeado defensor dativo. (art. 362, parágrafo único, CPP). 
Caso o réu compareça antes da audiência de instrução, nada impede que o juiz renove o prazo de defesa escrita – garantindo o constitucional princípio da ampla defesa e adotando o mesmo procedimento previsto para a citação editalícia (art. 363, § 4º, CPP).
Citado por hora certa, o prazo para o oferecimento da resposta inicia-sena data do ato citatório.
“Súmula 710 – STF - 24/09/2003: No processo penal, contam-se os prazos da data da intimação, e não da juntada aos autos do mandado ou da carta precatória ou de ordem.”
Citação do incapaz
A citação do réu incapaz é feita pessoalmente, até mesmo porque pode-se não ter notícia ainda da incapacidade. Todavia, se a incapacidade já tiver sido conhecida (art. 149, CPP), a citação deverá ser feita na pessoa do curador designado pelo juízo criminal ou que estiver no exercício legal da curatela. 
Sendo a incapacidade comprovada após a instauração da ação penal, deverão ser anulados quaisquer efeitos resultantes do não atendimento oportuno ao ato de citação. 
CITAÇÃO POR EDITAL (FICTA):
Citação por edital:   Não sendo encontrado o acusado, será procedida a citação por edital. Comparecendo o acusado citado por edital, em qualquer tempo, o processo observará o disposto nos arts. 394 e seguintes deste Código
“Art. 361. Se o réu não for encontrado, será citado por edital, com o prazo de 15 (quinze) dias.” 
Neste caso, se citado por edital, comparecer e constituir defensor o processo prosseguirá normalmente.
O mesmo ocorrerá se for citado por edital NÃO COMPARECER, MAS CONSTITUIR DEFENSOR.
- Após o término do prazo de 15 dias (prazo do edital), inicia-se o prazo de 10 dias para a apresentação da resposta à acusação.
CITAÇÃO POR EDITAL – SUSPENSÃO DO PROCESSO ARTIGO 366 DO CPP)
Em se tratando de citação por edital, se o acusado não comparecer nem constituir advogado, o processo ficará suspenso.
CONSEQUENCIAS: Suspende-se, também, o prazo prescricional, podendo o juiz determinar a produção antecipada das provas consideradas urgentes e, se for o caso, decretar a prisão preventiva nos termos do disposto no art. 312 (art. 366, CPP - redação dada pela Lei nº 9.271, de 17.4.1996).
- Prazo da suspensão do prazo prescricional
Nos termos da súmula nº 415 do STJ, o período de suspensão do prazo prescricional é regulado pelo máximo da pena cominada.
- Produção antecipada de provas
Deverão estar presentes o representante do MP e um defensor dativo (como a designação é para a prática de ato certo e determinado o mais adequado seria falar em defensor ad hoc).
- Possibilidade de decretar a prisão preventiva: Neste caso deve fundamentar o porque da decretação.
Observações: 
1) pela redação anterior, o não-comparecimento do réu ao interrogatório, quando citado por edital, autorizava o prosseguimento do processo à sua revelia, bastando apenas à nomeação de um defensor dativo para o acompanhamento da ação. 
2) observando que, no Processo Penal a revelia, verificada a partir da ausência injustificada do acusado por ocasião da realização de qualquer ato relevante do processo, tem como única consequência a não-intimação dele para a prática dos atos subsequentes, exceção feita à intimação da sentença, que deverá ser realizada sob quaisquer circunstâncias (art. 367, CPP).
 Comparecimento do acusado, após a citação do edital.
Comparecendo o réu, a qualquer tempo, deverá o juiz dar prosseguimento ao processo, cumprindo o quanto disposto nos artigos 394 e seguintes do CPP (art. 363, § 4º, CPP). Lembrando que o prazo para a defesa do réu citado por edital somente começa a fluir a partir do comparecimento pessoal do acusado ou do defensor constituído (art. 396, parágrafo único, CPP). 
“Art. 363. O processo terá completada a sua formação quando realizada a citação do acusado. (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008). (...)
§ 4o Comparecendo o acusado citado por edital, em qualquer tempo, o processo observará o disposto nos arts. 394 e seguintes deste Código.
REVELIA: Art. 367 do CPP. O processo seguirá sem a presença do acusado que, citado ou intimado pessoalmente para qualquer ato, deixar de comparecer sem motivo justificado, ou, no caso de mudança de residência, não comunicar o novo endereço ao juízo. Isto não significa que presume verdadeiros os fatos imputados contra o acusado, pois busca-se a verdade real. Mesmo revel o acusado pode ser até absolvido. 
INTIMAÇÃO
Intimação é a ciência dada à parte, no processo, da prática de um ato, despacho ou sentença. Portanto, refere-se a intimação de um ato já passado, já praticado.
Distinção entre intimação e notificação
Notificação é a comunicação à parte ou outra pessoa de um fato futuro, ou seja, do dia, lugar e hora de um ato processual a que deva comparecer ou praticar.
Intimação refere-se a um ato praticado, ato passado.
Obs.: O legislador, talvez por considerar desnecessário, não fez distinção entre intimação e notificação, muito embora a doutrina as destinga.
Regra Geral
Inadmissível é a realização dos atos de instrução sem que, antecipadamente, tenha havido a “notificação” (ou intimação) do defensor e a intimação pessoal do réu, além da intimação pessoal do membro do MP, dispensando-se somente a intimação do acusado revel.
Resposta à acusação (art. 396 e 396-A):
 Recebida a denúncia, o réu será citado para responder por escrito à acusação, no prazo de 10 dias (o réu não é mais citado para comparecer em juízo, mas, sim, para a apresentação de resposta escrita). 
 Resposta à acusação é defesa escrita, que constitui a primeira intervenção da chamada defesa técnica, isto é, aquela produzida por profissional do Direito. Início do processo realizado em contraditório.
 Na resposta escrita, o acusado, através do seu defensor, poderá arguir preliminares e alegar tudo o que interesse à sua defesa. Poderá oferecer documentos e justificações, especificar as provas pretendidas e arrolar testemunhas. (Art. 396-A, CPP). 
 Se a citação tiver sido por edital, o prazo será contado a partir do comparecimento pessoal do acusado ou do defensor constituído. Observa-se que, uma vez citado o réu por edital, e não tendo constituído advogado, o processo será suspenso, e bem assim o curso do prazo prescricional, nos exatos termos do artigo 366, do CPP
 Na resposta o acusado poderá arguir preliminares, oferecer documentos e justificações, especificar provas e arrolar testemunhas.
 A defesa escrita cumpre as seguintes funções (Pacelli,2011, p. 667): 
- fixação do prazo para o oferecimento do rol de testemunhas;
- especificação de prova pericial;
- apresentação das exceções (art. 95, CPP). 
Ultrapassado tal prazo, o acusado não poderá requerer validamente a produção de prova testemunhal, a não ser para o fim de substituir testemunhas, devidamente arroladas, que não tenham sido encontradas. 
Defesa preliminar em outros procedimentos e leis
- Código de Processo Penal - crimes afiançáveis de responsabilidade do funcionário público, art. 514, CPP: Nos crimes afiançáveis, estando à denúncia ou queixa em devida forma, o juiz mandará autuá-la e ordenará a notificação do acusado, para responder por escrito, dentro do prazo de quinze dias.
- As leis nº. 8.038/90 e 8.658/93 trazem a defesa preliminar nos casos de crimes de competência originária do Tribunal. Notifica-se o acusado, que é detentor de foro especial por prerrogativa de função, para responder à acusação em 15 dias, e somente depois desse momento é que o Tribunal irá analisar sobre o recebimento ou rejeição da peça acusatória. 
- Lei n. 9.099/95 e na Lei 11.343/06 (Lei de Drogas) também há previsões da defesa preliminar. 
Obrigatoriedade da resposta da acusação
Impõe, sob pena de nulidade, que o magistrado nomeie defensor público ou defensor dativo (nas comarcas onde não houver Defensoria Pública), os quais deverão apresentá-la, tornando-a, pois uma peça obrigatória. 
Preclusão da produção das provas
À exceção da prova documental, que poderá ser produzida a qualquer tempo (art. 231, CPP), com as ressalvas temporais do Tribunal do Júri (art. 479, CPP), as demais provas (testemunhal, pericial, etc), se submetem à preclusão, devendo o acusado requerê-las na defesa escrita. 
Absolvição sumária
A inserção da defesa escrita logo no início do processo abriu a possibilidade para a consagraçãodo julgamento antecipado da lide com a absolvição sumária, porque no regime anterior mesmo que o magistrado verificasse fatores para encerrar o processo de modo prematuro somente poderia fazê-lo na sentença e não em outro momento processual. 
Oferecida à resposta escrita, o juiz poderá absolver sumariamente o réu quando verificar (art. 397 e incisos, CPP):
- excludente da ilicitude (I);
- excludente da culpabilidade (II);
- excludente da tipicidade (III);
- extinção da punibilidade (IV).
Excludente da ilicitude
- Acusado agiu de acordo com o Princípio da adequação social ou em legítima defesa (art. 25);
- Estado de necessidade (art. 24);
- Estrito cumprimento de dever legal ou exercício regular de um direito (art. 23).
Excludente de culpabilidade
- Erro de proibição (art. 21);
- Descriminantes putativas (art. 20, §1º);
- Coação moral irresistível (art. 22);
- Obediência hierárquica (art.22).
Excludente da tipicidade
- Erro de tipo (art. 20);
- Desistência voluntária (art. 15);
- Bagatela;
- Arrependimento eficaz (art. 15);
- Crime impossível (art. 17).
Extinção da punibilidade
Artigo 107, incisos I a IX do Código Penal Brasileiro:
- morte do agente;
- anistia, graça ou indulto;
- abolitio criminis;
- prescrição, decadência e perempção e perdão judicial.
Inimputabilidade
A lei processual penal veda a possibilidade de absolvição sumária para os casos de inimputabilidade do agente, por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado (art. 26, caput). A proibição tem sentido porque a arguição de inimputabilidade, nessa fase processual, demandaria incidente de insanidade mental, cuja prova pericial precisa ser realizada. Além disso, seria indicada a aplicação de medida de segurança, o que configuraria absolvição imprópria. 
Há de se ponderar sobre a questão da inimputabilidade que ela poderia ser alegada para efeitos de absolvição sumária, na hipótese de embriaguez decorrente de caso fortuito ou força maior (art. 28, §1º), já que nessa situação não se trata de absolvição imprópria, nada obstando ao juiz o reconhecimento. 
 Prova documental: 
À exceção da prova documental, que poderá ser produzida a qualquer tempo (artigo 231, do CPP), as demais (testemunhal, pericial, etc) submetem-se à preclusão, devendo o acusado requerê-las na defesa escrita.
 	A parte final do art. 396-A dispõe que, em sua resposta, o réu deverá requerer a intimação das testemunhas arroladas, quando necessário. 
Exceções: As exceções cabíveis no processo penal e elencadas nos arts. 95 (quais sejam, de suspeição, incompetência, litispendência, ilegitimidade da parte e coisa julgada) e 112 (incompatibilidade ou impedimento do membro do MP, de serventuários ou de peritos), deverão ser processados em autos apartados (artigo 396, §1º).
Não apresentação da resposta: Se o réu devidamente citado não apresentar resposta no prazo legal ou deixar de constituir defensor, o juiz deverá nomear-lhe dativo para oferecê-la, em prazo idêntico de 10 dias. 
Audiência de instrução e julgamento (art. 399 e seguintes):
Não sendo caso de absolvição sumária, o juiz irá designar dia e hora para a audiência no prazo de 60 dias. Irá ordenar a intimação das partes, do defensor e, se for o caso, do querelante e do assistente (arts. 399 e 400 do CPP). 
O ofendido também deverá ser intimado para a audiência, em conformidade com o art. 201, CPP – alterado pela Lei 11.690/08 – comunicação dos atos processuais ao ofendido. 
Ordem dos atos a serem realizados na audiência: 
Declarações do ofendido, 
Inquirição das testemunhas (primeiro as de acusação, depois as de defesa), esclarecimento dos peritos (se as partes previamente o tiverem requerido), acareações, 
Reconhecimento de pessoas/coisas 
Interrogatório do réu que, se estiver preso, será requisitado ao estabelecimento prisional.
Diligências
Alegações Finais MP 20 minutos, podendo ser prorrogáveis por mais 10 minutos
Alegações Defesa 20 minutos, podendo ser prorrogáveis por mais 10 minutos.
Excepcionalmente poderão as alegações serem substituídas por memoriais.
Sentença 
Interrogatório: Permanecem inalterados os procedimentos do interrogatório, modificado apenas pelo momento, sendo que este passa a ser a última providência defensiva e instrutória, ao final da audiência de instrução.
Produção de provas: Quanto às provas, cuja produção foi requerida pelas partes, o juiz poderá indeferir as consideradas impertinentes, irrelevantes ou protelatórias. 
Testemunhas: Em relação às testemunhas, continuam limitadas a oito para a acusação e oito para a defesa, excluídas desse número as que não prestarem compromisso e as referidas. 
Audiência: Os depoimentos das testemunhas em audiência deverão, sempre que possível, serem feitos “pelos meios ou recurso de gravação magnética”, inclusive na forma audiovisual - e, nesse último caso, será encaminhada às partes uma cópia do registro original, sem necessidade de transcrição. 
Deverá haver, no juízo, um livro próprio, em que serão resumidos todos os fatos relevantes nela ocorridos (art. 405). 
Princípio da identidade física do Juiz; O novo procedimento estabelece, nos termos do § 2º do art. 399 o princípio da identidade física do juiz. Assim o magistrado que presidir a instrução deverá prolatar a sentença. 
Diligências (art. 402): ao final da audiência, as partes poderão requerer a realização de diligências complementares (ou seja, cuja necessidade se origine do que foi apurado durante a instrução). Antes, o pedido de novas diligências poderia ser feito em até 24 horas depois da inquirição das testemunhas (anterior art. 499, expressamente revogado). A nova redação deixa a entender que o pedido deve ser feito imediatamente após a conclusão da audiência. 
Alegações finais (art. 403): Se não houver diligências, ou forem essas indeferidas, haverá a conclusão da audiência com as alegações finais que, a princípio, devem ser ofertadas na forma oral. O tempo para tais alegações é, para cada uma das partes, de 20 minutos, prorrogável por mais 10. No caso de haver mais de um réu, esse tempo será individual.
Alegações Finais do assistente de acusação: O assistente do MP terá apenas 10 minutos, prorrogáveis por mais 10, devendo se manifestar após o representante do Ministério Público. 
De qualquer forma, há a possibilidade de ser ofertada alegações por memoriais, ou seja, na forma escrita, no prazo de 5 dias. E, nessa hipótese, o juiz deverá prolatar a sentença em 10 dias. 
Se, houver requerimento de diligências, a audiência será concluída sem alegações finais, devendo as partes, posteriormente, apresentar tais alegações na forma escrita. 
O prazo para a entrega dos memoriais é, também nesse caso, de 5 dias, sucessivamente (primeiro 5 dias para a acusação e, depois, mais 5 para a defesa). 
Sentença: A sentença deve ser proferida dentro de 10 dias, a contar da apresentação dos últimos memoriais. 
Resumo: Procedimento comum ordinário (Processo penal).
Crimes cuja pena máxima abstrata seja maior ou igual a 4 anos.
Obs. No caso do procedimento sumário este é para os crimes cuja pena máxima seja igual ou superior a 4 anos.
Sequencia de atos no procedimento ordinário:
1- Denúncia: em regra feita pelo promotor. (rol de 8 testemunhas por fato)
2- Recebimento da denúncia pelo juiz.
3- Citação do réu
4- Defesa: resposta à acusação. (rol de até 8 testemunhas pela defesa , por réu)
5- Absolvição sumária ou prosseguimento com a marcação da AIJ (audiência de Instrução, debates e julgamento) no prazo de 60 dias.
6- AIJ.
OBS. RECEBIMENTO DA DENÚNCIA INTERROMPE A PRESCRIÇÃO.
Sequencia dos atos na AIJ.
Ouve-se:
1- O ofendido, se possível
2- Testemunhas de acusação
3- Testemunhas de defesa
4- Perito e assistente técnico
5- Acareação
6- Reconhecimento
7- Interrogatório
Juiz pergunta se desejam produzir novas provas
8- Debates orais. 
Obs. Se o caso for complexo, ou houver número excessivode réus, o juiz pode converter os debates orais em memoriais (art. 403§ 3º do CPP), a serem apresentados em cinco dias pela acusação, cinco pela defesa, proferindo o juiz sua sentença em 10 dias.
9- Sentença.
Da sentença cabe apelação ao TJ ou TRF, conforme o caso.
O juiz, em regra não necessita motivar o ato de recebimento da denúncia.
É possível a gravação da audiência e também a sua cisão, como no caso da falta de uma testemunha por exemplo.
A ausência de defesa gera a nulidade absoluta do processo, já a defesa deficiente gera a anulabilidade, sendo anulada se demonstrado o dano.
                 Procedimento comum ordinário    RESUMO                    
Pena: Maior ou igual a 4 anos                                           
N° de testemunhas: Até 08                                                       
Prazo para a AIJ:  60 dias                                                         
Há a possibilidade do pedido de provas ao final da audiência (AIJ)          
Há a possibilidade expressa da conversão dos debates orais em memoriais.              
2) PROCEDIMENTO SUMÁRIO:
(Aplica-se para as infrações cuja pena máxima não for superior a 4 anos ):
O procedimento é o mesmo que o ordinário, mas diferencia-se nos aspectos abaixo:
A audiência de instrução e julgamento deve ser realizada no prazo máximo de 30 dias (art. 531 do CPP). 
O rito sumário não prevê a possibilidade de fracionamento das fases instrutória, postulatória (alegações finais) e decisória (sentença), assim, não pode ser aplicado os artigos 402, 403 e 404 do CPP.
O número de testemunhas é de até 5 para a acusação e 5 para a defesa (art. 532). 
As alegações finais devem ser orais, proferindo-se, logo a seguir, a sentença (art. 534).
Dispõe o art. 535 que nenhum ato será adiado, salvo quando for considerada imprescindível a prova faltante.
Procedimento comum sumário
Pena   Menor que 4 anos
N° de testemunhas: Até 05 
Prazo para a AIJ:  30 dias
Não há possibilidade do pedido de provas ao final da audiência (AIJ).
Não há a possibilidade expressa da conversão dos debates orais em memoriais.
3) PROCEDIMENTO SUMARÍSSIMO –LEI 9099/95
DOS JUIZADOS ESPECIAIS CRIMINAIS
 Cabível às infrações penais de menor potencial ofensivo, cuja pena máxima não ultrapasse a dois anos; aplicável às contravenções e aos crimes de competência dos Juizados Especiais Criminais – Lei 9.099/95
Competência dos Juizados especiais:
Art. 60: O Juizado Especial Criminal, provido por juízes togados ou togados e leigos, tem competência para a conciliação, o julgamento e a execução das infrações de menor potencial ofensivo.
	O artigo 60 da referida lei, trata da competência do Juizado Especial Criminal e de sua composição.
	Admite a Lei nº 9.099/95 que atuem no Juizado somente Juízes togados ou Juízes togados e leigos.
Juízes Togados: são os Juízes concursados. São os Juízes togados que julgam os processos, ou seja, sentenciam.
Juízes Leigos: são os estudantes e bacharéis em Direito. São os conciliadores, isto é, fazem proposta de acordo no processo e não podem homologar transação penal, não podem presidir o julgamento, etc...
Princípios no JECRIM
Art. 62: Art. 62.  O processo perante o Juizado Especial orientar-se-á pelos critérios da oralidade, simplicidade, informalidade, economia processual e celeridade, objetivando, sempre que possível, a reparação dos danos sofridos pela vítima e a aplicação de pena não privativa de liberdade.                     (Redação dada pela Lei nº 13.603, de 2018)
	Os Juizados Especiais Criminais foram criados visando exatamente a rapidez na solução dos processos, reparando os danos sofridos pela vítima, ou seja, é uma forma de desafogar o Poder Judiciário, resolvendo lides de menor relevância e de maior facilidade na reparação. 
 Por isso, observam-se os critérios da oralidade (todos os atos são orais), simplicidade (normas menos rígidas); informalidade é informal, não carecendo de formalidades que o procedimento comum exige), economia processual (todos os atos estão concentrados na audiência, inclusive o julgamento) e celeridade (é um procedimento rápido, célere).
	Assim, o critério informativo dos Juizados especiais criminais reside na busca da reparação dos danos à vítima, da conciliação civil e penal, da não-aplicação da pena privativa de liberdade e na observância dos seguintes princípios:
Princípios:
Oralidade: significa dizer que os atos processuais serão praticados oralmente. Os atos essenciais serão reduzidos a termo ou transcritos por quaisquer meios. Os demais atos processuais serão gravados, se necessário.
 Simplicidade: buscar a realização de atos processuais de forma facilitada, sem formalismo exagerado e mesmo com uma linguagem que preze a clareza em oposição a termos exageradamente técnicos, o que se pode extrair do próprio critério da informalidade. 
Informalidade: os atos processuais a serem realizados pelo Juizado Especial Criminal não serão cercados por um rigor formal, de modo que, atingida a finalidade do ato, não sobrevindo qualquer prejuízo às partes, não há que se cogitar a ocorrência de qualquer nulidade. O artigo 81, § 3º, da Lei nº 9.099/95, por exemplo, dispensa o relatório da sentença.
Economia Processual: os atos processuais devem ser praticados no maior número possível, no menor espaço de tempo e da maneira menos onerosa.
Celeridade: visa a rapidez na execução dos atos processuais, quebrando as regras formais observáveis nos procedimentos regulados segundo a sistemática do Código de Processo Penal.
Finalidade e Prejuízo: para que os atos processuais realizados perante o Juizado Especial Criminal, necessária se faz a prova do prejuízo. Assim, atingida a finalidade a que se destinava o ato, bem como não demonstrada qualquer espécie de prejuízo, não há que se falar em nulidade.
Assim, como visto acima, em relação aos atos processuais, prevalecem os princípios da instrumentalidade ou finalidade da forma (art. 65 da Lei n. 9.099/95 e art. 572, II, CPP), do prejuízo (art. 65, § 1º. e art. 563, do CPP), da oralidade, da informalidade, da celeridade e da economia processual (art. 65, in fine), não havendo necessidade, por exemplo, da expedição de cartas precatórias, podendo ser utilizados o telefone e o fax (art. 65, §§ 2º. e 3º.). 
Ademais, só devem ser reduzidos a termo os atos havidos por essenciais como, por exemplo, as decisões judiciais, a denúncia, a queixa, a resposta do acusado, os depoimentos, os embargos de declaração opostos oralmente, etc. A audiência de instrução e julgamento pode ser gravada.
Da Competência de Foro e dos Atos Processuais
Art. 63: A competência do Juizado será determinada pelo lugar em que foi praticada a infração penal.
	A Lei nº 9.099/95 determina a competência de foro dos Juizados Especiais Criminais pelo lugar onde ocorreu o resultado da infração penal. Porém, a lei não foi clara neste sentido quando diz: ·... A competência do Juizado será determinada pelo lugar onde foi praticada a infração penal., podendo ser entendida pelo lugar onde foi praticada a infração como sendo o lugar do resultado da infração penal.
	Na realidade, a lei inovou.
	Segundo o artigo 70, caput, do Código de Processo Penal, a competência é, de regra, determinada pelo lugar em que a infração se consumou.
	No Juizado Especial Criminal, não. A competência de foro será estabelecida pelo lugar em que for praticada a infração penal.
	O que interessa é o lugar da ação ou omissão, não o do resultado.
	A competência é, portanto, determinada pelo lugar em que foi praticado o crime, ou seja, pelo lugar da ação ou omissão, não pelo local em que ocorreu a consumação em face ao resultado, tendo inteira aplicação o artigo 6º do Código Penal, que considera “praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou a omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado”.
Já, a competência do Juizado, restrita àsinfrações de menor potencial ofensivo, é de natureza material e, por isso, absoluta. Não é possível, portanto, que nele sejam processadas outras infrações e, se isso ocorrer, haverá nulidade absoluta.
A competência dos Juizados Especiais Criminais é então ratione materiae, sendo, portanto, absoluta, até porque estabelecida constitucionalmente (art. 98, I).
            Na definição de infração de menor potencial ofensivo são levadas em conta as causas de aumento (no máximo) e de diminuição (no mínimo), inclusive a tentativa e o arrependimento posterior (art. 16 do Código Penal), excluídas as agravantes e as atenuantes genéricas. 
 No caso de concurso material ou formal de crimes, ou em se tratando de crime continuado, entendemos que cada crime deve ser considerado isoladamente, aplicando-se, por analogia, o art. 119 do CP e a Súmula 497 do STF, posição que sofre restrições de boa parte da doutrina e da jurisprudência. 
 Hoje, com a Súmula 243 do STJ, o entendimento de que nestes casos devem ser levados em conta os respectivos aumentos irá prevalecer. 
            No caso de concurso de infrações penais ou de pessoas (e em sendo o caso de conexão ou de continência), deve haver a separação de processos (como o permite o art. 80, CPP), tendo em vista que a competência para julgamento do crime de menor potencial ofensivo é ditada pela Constituição, afastando-se, portanto, a regra do art. 79, do CPP. 
ATOS PROCESSUAIS
Art. 64: Os atos processuais serão públicos e poderão realizar-se em horário noturno e em qualquer dia da semana, conforme dispuserem as normas de organização judiciária.
	Na realidade, quando da criação dos Juizados Especiais Criminais, a intenção era justamente esta, ou seja, dos Juizados funcionarem 24 (vinte e quatro) horas por dia como ocorre com os Distritos Policiais. Teríamos Juízes de plantão, onde ao chegar uma ocorrência, na mesma hora seria feita a audiência e nesta todos os atos estariam concentrados, inclusive o julgamento do processo.
	Com a criação dos Juizados tal procedimento tornou-se inviável, vez que não haviam Juízes disponíveis para fazer plantão. Assim, aos próprios Juízes da Justiça Comum foi absorvida a função de Juiz do Juizado, isto é, houve um acúmulo de função. Deste modo, os Juizados Especiais Criminais funcionam juntamente com os Foros Regionais.
Art. 65: Os atos processuais serão válidos sempre que preencherem as finalidades para as quais foram realizados, atendidos os critérios indicados no art. 62 desta Lei.
§ 1º Não se pronunciará qualquer nulidade sem que tenha havido prejuízo.
§ 2º A prática de atos processuais em outras comarcas poderá ser solicitada por qualquer meio hábil de comunicação.
§ 3º Serão objeto de registro escrito exclusivamente os atos havidos por essenciais. Os atos realizados em audiência de instrução e julgamento poderão ser gravados em fita magnética ou equivalente.
	Mais uma vez contemplam-se os princípios da oralidade, informalidade, economia processual e celeridade nos Juizados Especiais Criminais.
	Toda e qualquer nulidade que não traga prejuízo às partes, não poderá ser arguida, sob pena de ser considerado um ato protelatório.
	Qualquer comunicação ou intimação no Juizado Especial Criminal poderá ser feita por qualquer meio hábil, qual seja: telefone, fax, e-mail, etc...
	Todos atos processuais em audiência poderão ser orais, contemplando o Princípio da Oralidade. Todos os depoimentos serão gravados em fitas magnéticas e, posteriormente, reduzidos à termo, quando necessário. Quando não, serão destruídas após o trânsito em julgado da sentença.
Citação e Intimação no JECRIM
Art. 66: A citação será pessoal e far-se-á no próprio Juizado, sempre que possível, ou por mandado.
Parágrafo Único. Não encontrado o acusado para ser citado, o juiz encaminhará as peças existentes ao juízo comum para adoção do procedimento previsto em lei.
	A citação, que é o primeiro ato processual para conhecimento das partes de que existe um processo e para que o acusado possa se defender das imputações que lhe são atribuídas, somente poderá ser feita por Oficial de Justiça nos Juizados Especiais Criminais. Não existe citação por edital no Juizado Especial Criminal.
	Na realidade, o que existe é o seguinte: o Juiz manda citar o réu, o Oficial de Justiça não consegue citá-lo por mandado por estar o réu em LINS (local incerto e não sabido). O Juiz, então, remete todo o processo, até então processado no Juizado Especial Criminal à Justiça Comum e transforma o procedimento especial (Juizado Especial Criminal) em procedimento comum ordinário ou em procedimento sumário.
Nota: Em verdade, o Juiz que envia o processo do Juizado Especial Criminal é o mesmo Juiz que recebe o processo na Justiça Comum, já que os Juízes acumularam a função, mas o procedimento muda totalmente, porque passa do Procedimento Especial do Juizado Especial Criminal para o Procedimento Ordinário ou Sumário da Justiça Comum, o processo é redistribuído, recebe uma nova numeração, etc...
Art. 67: A intimação far-se-á por correspondência, com aviso de recebimento pessoal ou, tratando-se de pessoa jurídica ou firma individual, mediante entrega ao encarregado da recepção, que será obrigatoriamente identificado, ou, sendo necessário, por oficial de justiça, independentemente de mandado ou carta precatória, ou ainda por qualquer meio idôneo de comunicação.
Parágrafo Único. Dos atos praticados em audiência considerar-se-ão desde logo cientes as partes, os interessados e defensores.
	
Este artigo trata exclusivamente da forma como poderão ser feitas as intimações no Juizado Especial Criminal.
Art. 68: Do ato de intimação do autor do fato e do mandado de citação do acusado, constará a necessidade de seu comparecimento acompanhado de advogado, com a advertência de que, na sua falta, ser-lhe-á designado defensor público.
	No procedimento do Juizado Especial Criminal é obrigatório que no mandado de citação do acusado conste uma advertência de que é necessário que ele (acusado) compareça em juízo acompanhado de seu advogado, porque o processo poderá ser resolvido já na primeira audiência, sendo indispensável a presença de um advogado para melhor informá-lo de seus direitos. Se o acusado comparecer em juízo sem advogado, será nomeado um defensor público para defendê-lo, atendendo ao Princípio do Contraditório e da Ampla Defesa.
	Já no Procedimento Comum o mandado de citação não vem acompanhado desta advertência, pois somente será necessária a presença de advogado a partir da Defesa Prévia e ele será advertido de que precisará constituir um advogado em seu interrogatório.
TERMO CIRCUNSTANCIADO
Art. 69: A autoridade policial que tomar conhecimento da ocorrência lavrará termo circunstanciado e o encaminhará imediatamente ao Juizado, com o autor do fato e a vítima, providenciando-se as requisições dos exames periciais necessários.
Parágrafo Único. Ao autor do fato que, após a lavratura do termo, for imediatamente encaminhado ao Juizado ou assumir o compromisso de a ele comparecer, não se importará prisão em flagrante, nem se exigirá fiança.
Sempre que a autoridade policial tiver noticia da ocorrência de um crime através da Notitia Criminis, tem que lavrar um Termo Circunstanciado (Boletim de Ocorrência melhorado, com mais detalhes). O Delegado de Policia não instaura o inquérito policial, mas lavra o Termo Circunstanciado.
Quando a lei diz que a autoridade policial ao tomar ciência do fato criminoso deve de imediato encaminhar o autor e a vítima dos fatos à presença do Juiz no Juizado, isto na prática se tornou inviável. Deste modo foi editada uma Portaria dos Juízes determinando que as partes serão dispensadas na Delegacia de Polícia, porém deverão assinar um termo assumindo um compromisso de comparecerem ao Juizado no dia e hora designados pelo Juiz. Isto ocorre sempre que a autoridade policial lavrar um Termo Circunstanciado.
Tratando-se, pois, de infração de menor potencial ofensivo, a autoridade quetomar conhecimento da ocorrência lavrará termo circunstanciado e o encaminhará imediatamente ao Juizado, com o autor do fato e a vítima. 
Esse termo circunstanciado, como já dito, é uma espécie de Boletim de Ocorrência, mas sofisticado, com qualificação das partes, um resumo de suas versões e, se possível, versões de eventuais testemunhas. 
Em linhas gerais, o Termo Circunstanciado deverá conter, além de outros elementos que a autoridade policial entender pertinentes, a qualificação completa da vítima e do autor do fato, além, se for o caso, do responsável civil (quando o autor do fato, por exemplo, for preposto de uma empresa); sumário dos fatos, especificando data, local e hora, além das versões das partes e das testemunhas; indicação da prova material apreendida no momento do delito; a qualificação completa das testemunhas; a indicação dos exames periciais requisitados; a descrição dos objetos apreendidos; a assinatura das partes, da autoridade policial e das testemunhas presentes; a representação da vítima, para que se evite a decadência do direito; documentos, tais como cartas, antecedentes criminais, boletins de ocorrência anteriores, certidões policiais, etc.
Assim, não haverá necessidade de inquérito. 
Se por acaso os envolvidos não comparecerem, a Secretaria do juizado, será diligenciada a intimação de todos eles, inclusive do responsável civil se for o caso. 
Essa intimação é feita de maneira simples: carta com aviso de recebimento (AR) ou por outro meio idôneo, como o telefone, por exemplo.
 Quando o juizado especial criminal encaminhar ao juízo comum as peças existentes para adoção de outro procedimento, observar-se-á o procedimento sumário, conforme dispõe o artigo 538, do CPP. 
            Se houver indícios de que o autor do fato é inimputável ou semi-responsável, deve ser instaurado Inquérito Policial e não Termo Circunstanciado, por analogia com o art. 77, § 2°. da Lei 9099/95. 
 Sendo a autoria do crime ou da contravenção desconhecida, instaura-se Inquérito Policial e, após o seu encerramento, encaminha-se ao Juizado.
            Apesar de raríssimo e de contraindicado, pode ser cabível, no Juizado, a representação ou o pedido de prisão preventiva se, por exemplo, provar-se que o autor do fato está coagindo testemunhas. 
Impossibilidade de prisão em flagrante.
                  
   Quando o autor do fato for a)encaminhado ao Juizado ou, b) assumir o compromisso de a ele comparecer, não se imporá prisão em flagrante (art. 69, parágrafo único, da Lei 9.099/95). 
          Assim, o Parágrafo Único do artigo 69 nos informa que não existe prisão em flagrante delito no Juizado Especial Criminal, ou seja, o autor dos fatos não pode ser preso, o delegado lavra o Termo Circunstanciado, e:
Ou o autor dos fatos assina um termo se comprometendo a comparecer no Juizado no dia e hora designados pelo Juiz;
Ou, no caso do autor dos fatos se recusarem a assinar este termo de compromisso de comparecimento ao Juizado no dia e hora designados pelo Juiz, ainda assim ele não poderá ser preso em flagrante delito, vez que a lei prevê que ele tem o direito de comparecer imediatamente à presença do Juiz para que seja feita a Audiência Preliminar (antes da citação).
	O Delegado de Polícia faz o Termo Circunstanciado, manda para o Juizado Especial Criminal e o Juiz designa Audiência Preliminar, que é diferente da Audiência Preliminar após a citação do acusado.
Medida Cautelar:
Permite o dispositivo, ainda, o afastamento do agressor do lar em caso de violência doméstica, como medida cautelar (introduzida pela Lei nº 10.455/02). 
Juizado especial Criminal e o Estatuto do Idoso
Publicada em 1.o de outubro de 2003, a Lei Federal n. 10.741, dispõe sobre o Estatuto do Idoso, dispõe em seu art. 94: "Aos crimes previstos nesta Lei, cuja pena máxima privativa de liberdade não ultrapasse 4 (quatro) anos, aplica-se o procedimento previsto na Lei n. 9.099, de 26 de setembro de 1995, e, subsidiariamente, no que couber, as disposições do Código Penal e do Código de Processo Penal".
            O contido no referido artigo admite duas interpretações: A primeira sustentará a aplicação tanto do procedimento sumaríssimo quanto da transação penal às infrações penais previstas no Estatuto, cuja pena máxima privativa de liberdade não ultrapasse quatro anos.
            A segunda interpretação, sustenta a aplicação única do procedimento sumaríssimo previsto na Lei n. 9.099/95. Justifica assim diante da finalidade da Lei Federal n. 10.741/2003 que é a de assegurar, em todos os seus dispositivos, a proteção especial da pessoa idosa. Adotar o procedimento sumaríssimo da Lei n. 9.099/95 implica atuação jurisdicional mais célere e, portanto, mais eficiente e compatível com as necessidades do idoso. Já no que se refere à transação penal nas infrações cuja pena máxima privativa de liberdade não ultrapasse quatro anos, o mesmo não ocorre, na medida em que gera um benefício àquele que pratica o crime contra a pessoa idosa, acentuando ainda mais a presumida posição de maior vulnerabilidade por esta ostentada.
 Com efeito, não é crível que fosse a intenção do legislador beneficiar o agente do crime praticado contra o idoso, mas, sim, de puni-lo mais severamente. Admitir a transação penal nos termos do art. 94 significaria não somente contrariar os fins a que se destina o Estatuto, mas também implicaria a quebra injustificada da isonomia em relação às demais infrações penais cuja pena máxima não seja superior a quatro anos.
            A segunda orientação é a mais acertada, uma vez que preserva o sentido da proteção especial constitucionalmente assegurada à pessoa idosa, nos termos dos arts. 229 e 230 da Carta Política.
 FASE PRELIMINAR
Presentes as partes envolvidas na sala de audiências, ou em lugar destinado para tal fim, o Juiz fará os devidos esclarecimentos sobre a possibilidade de composição dos danos civis e da aceitação da proposta de aplicação imediata de pena não privativa de liberdade (prestação de serviços à comunidade, interdição ou limitação de fim de semana) ou multa, mostrando, inclusive, a vantagem da transação por não gerar reincidência.
Efetuada a composição civil, será reduzida a termo e será homologada pelo Juiz, mediante sentença irrecorrível. 
A sentença terá eficácia de título executivo a ser executado no juízo cível competente. 
Se o valor não exceder 40 salários mínimos, a execução, nos termos do art. 53 da Lei 9.099/95, será feita no Juizado Especial Cível. Se maior, será citada no juízo comum. A competência é do juízo do lugar do fato ou domicílio do autor, parágrafo único do art. 100 do CPC.
Insta esclarecer que a composição dos danos devidamente homologada implica renúncia ao direito de queixa ou representação e, como sabido, a renúncia é causa extintiva da punibilidade.
Art. 70: Comparecendo o autor do fato e a vítima, e não sendo possível a realização imediata da audiência preliminar, será designada data próxima, da qual ambos sairão cientes.
	Em todo o caso, a lei oferece a solução para qualquer hipótese de impossibilidade de realização imediata da audiência de conciliação: a designação de outra, em data próxima, dela saindo cientes o autuado e a vítima.
	A “data próxima” dependerá, naturalmente, da pauta do Juizado. Mas, o Juiz deverá atender ao critério da celeridade.
Art. 71: Na falta do comparecimento de qualquer dos envolvidos, a Secretaria providenciará sua intimação, se for o caso, a do responsável civil, na forma dos arts. 67 e 68 desta Lei.
Quem é o responsável civil que a lei fala?
	É aquele que pode se responsabilizar perante o autor dos fatos para indenizar ou reparar os danos sofridos pela vítima.
 Composição civil
Art. 72: Na audiência preliminar, presente o representante do Ministério Público, o autor do fato e a vítima e, se possível, o responsável civil, acompanhados por seus advogados, o Juiz esclarecerásobre a possibilidade da composição dos danos e da aceitação da proposta de aplicação imediata de pena não privativa de liberdade.
	A audiência preliminar, destinada à tentativa de conciliação, que poderá conduzir a composição em matéria civil e criminal, ou em uma delas, constitui a grande novidade introduzida no sistema penal brasileiro, com respaldo no artigo 98, inciso I, da Constituição Federal.
	A conciliação é o instrumento utilizado para que as partes possam mais facilmente alcançar a autocomposição, atuando o conciliador como veículo de aconselhamento e orientação. Mas são as partes que se compõe, pondo fim à controvérsia.
	Com relação à conciliação dos Juizados Especiais, no campo civil esta poderá levar tanto à transação, como à renúncia e à submissão. Mas, no campo penal, tratar-se-á sempre de transação.
	Por outro lado, a audiência preliminar deverá ser o mais informal possível. Assim, o Juiz conversará abertamente com os interessados, deixará que troquem ideias entre si e com ele, induzirá os advogados e o Promotor de Justiça ao mesmo comportamento.
Art. 73: A conciliação será conduzida pelo juiz ou por conciliador sob sua orientação.
Parágrafo Único. Os conciliadores são auxiliares da Justiça, recrutados, na forma da lei local, preferencialmente entre bacharéis em Direito, excluídos os que exerçam funções na administração da justiça Criminal.
Nesta primeira etapa procedimental, temos, como já dito a fase da composição civil dos danos que ocorrerá entre o autor do fato e a vítima e será homologada por sentença irrecorrível, sendo título executivo judicial, nos termos do art. 584, III, CPC, podendo ser executada, inclusive, no Juizado Especial Cível (art. 3º. da Lei n. 9.099/95). E
Este acordo realizado na esfera penal tem efeito na esfera cível para se evitar o enriquecimento ilícito, tal como já se prevê na lei do meio ambiente (art. 12), no Código Penal (art. 45, § 1º., in fine) e no Código de Trânsito Brasileiro (art. 297, § 3º.).
           A composição civil dos danos nas infrações penais de menor potencial ofensivo deverá sempre ser tentada, ressalvando-se apenas a hipótese da inexistência de vítima determinada. (art. 74, parágrafo único e do art. 76, ambos da Lei n.º 9.099/95).
	
 A composição civil nada mais é que um acordo entre o autor dos fatos e a vítima, no sentido de reparar os danos desta, causados por aquele. 
	A composição civil é cabível somente nos casos de Ação Penal Pública Condicionada à Representação ou Ação Penal Privada. Quando for Ação Penal Pública Incondicionada cabe acordo, mas não impede a transação penal.
	
	Se houver acordo civil (transação civil), ou seja, o autor indeniza ou repara os danos suportados pela vítima, na ação penal pública condicionada à representação, ou ação penal penal privada, haverá renúncia tácita e extinção da punibilidade e o Termo Circunstanciado é arquivado. Neste caso o Juiz homologa o acordo e arquiva o Termo Circunstanciado.
Art. 74: A composição dos danos civis será reduzida a escrito e homologada pelo juiz mediante sentença irrecorrível, terá eficácia de título a ser executado no juízo civil competente.
Parágrafo Único. Tratando-se de ação penal de iniciativa privada ou de ação penal pública condicionada à representação, o acordo homologado acarreta a renúncia ao direito de queixa e representação.
	
 A sentença que o Juiz homologa a composição civil é irrecorrível.
	A sentença que homologa acordo, transforma-se em título executivo e este título deve ser executado no Juízo Cível. A vítima deve contratar advogado e, através dele, executar o título. Uma vez homologado o acordo, ainda que o processo de execução no Juízo Cível esteja em curso, o processo criminal acabou, não volta.
Nota: Feita a composição civil, a sentença que homologa o acordo faz coisa julgada no crime e no cível. A vítima não pode mais pleitear uma indenização maior.
Art. 75: Não obtida a composição dos danos civis, será dada imediatamente ao ofendido a oportunidade de exercer direito de representação verbal, que será reduzida a termo.
Parágrafo Único. O não oferecimento de representação em audiência preliminar não implica decadência do direito, que poderá ser exercido no prazo previsto em lei.
	Exercerá o direito de representação a vítima nos crimes processados por Ação Penal Pública Condicionada à Representação e Ação Penal Privada: é uma manifestação em relação à representação.
 Então como já dito, conseguida a composição dos danos, será ela reduzida a escrito e homologada pelo Juiz, mediante sentença irrecorrível, e terá eficácia de título executivo a ser executado no juízo cível competente. Se o valor não exceder 40 salários mínimos, a execução, nos termos do art. 53 da Lei 9.099/95, será feita no Juizado Especial Cível. Se maior, no lugar do fato ou domicílio do autor, ex vi do parágrafo único do art. 100 do CPC.
Esta composição civil poderá ser conduzida por conciliadores leigos, sendo que a homologação caberá sempre ao Juiz de Direito.
            O acordo entre a vítima e o autor do fato pode ser extrajudicial, contanto que seja devidamente homologado a posteriori no Juizado Especial Criminal.
A composição civil homologada em Juízo acarreta como já dissemos acima, renúncia tácita ao direito de queixa (o que é uma inovação em relação ao art. 104, parágrafo único do Código Penal) ou de representação (inovando igualmente em relação ao nosso sistema, que só previa a sua irretratabilidade). Poderá, também, haver renúncia expressa à representação, usando-se analogicamente o art. 50, CPP.
            Se não houver o acordo, à vítima será dada oportunidade para representar, se se tratar de crime de ação penal pública condicionada. O prazo para a representação não mudou, continuando a valer o que está escrito no art. 38 do CPP (com a exceção prevista na Lei de Imprensa). Atente-se que o prazo de 30 dias previsto no art. 91 (cujo início é o da data da juntada aos autos do mandado de notificação) é uma norma feita para resolver as questões atinentes aos processos em curso quando do surgimento da referida lei, e tão-somente.
            Em se tratando de crime de ação penal de iniciativa privada e havendo pluralidade de autores (querelados) e de vítimas (querelantes), poderá haver uma exceção à regra da indivisibilidade (art. 48, CPP), pois o procedimento só terá continuidade (com o oferecimento da queixa) em relação aos que não aceitaram compor-se civilmente, ou seja, existirá ação penal de iniciativa privada em relação a apenas um ou alguns querelados, mesmo tendo havido um terceiro ofensor (que se compôs civilmente).
          Temos, outrossim, uma exceção à regra da irretratabilidade da representação (art. 25, CPP) quando se lê o art. 79 da Lei 9.099/95, pois mesmo já tendo sido ofertadas a representação e a denúncia na audiência preliminar, o acordo feito posteriormente na audiência de instrução e julgamento impedirá o prosseguimento do feito, isto é, mesmo após o oferecimento da denúncia, a representação já não terá o condão de legitimar o Ministério Público a continuar acusando.
            Não tendo tido êxito a composição civil dos danos, ou, ainda que o tenha, trate-se de ação penal pública incondicionada, será aberta ao Ministério Público oportunidade para a transação penal (art. 76), que é uma proposta de aplicação de pena alternativa à prisão (multa ou restrição de direitos). 
Prejudicada a transação civil na Ação Penal Pública Condicionada à Representação e Ação Penal Privada, o Juiz pergunta sobre a REPRESENTAÇÃO. Neste momento, entramos na Segunda fase.
Segunda Fase: Representação
	A vítima, nesta fase, poderá optar pelo seguinte:
(1º) 	Renúncia ao direito de representação (ocorre quando a vítima não vai representar): o processo é arquivado;
(2º) 	Se manifesta e aguarda o prazo decadencial de 6 (seis) meses à partir do conhecimento da autoria do crime (ocorre quando a vítima ainda não sabe se vai representar ou não): o Juiz despacha ...AGUARDA-SEO PRAZO...;
(3º) 	Representa (ocorre quando a vítima quer representar): neste caso, o processo passa para a 3ª fase, que é a do artigo 76.
 Terceira Fase: TRANSAÇÃO PENAL
Art. 76: Havendo representação ou tratando-se de crime de ação penal pública incondicionada, não sendo caso de arquivamento, o Ministério Público poderá propor a aplicação imediata de pena restritiva de direitos ou multas, a ser especificada na proposta.
§ 1º Nas hipóteses de ser a pena de multa a única aplicável, o juiz poderá reduzi-la pela metade.
§ 2º Não se admitirá a proposta se ficar comprovado:
I – ter sido o autor da infração condenado, pela prática de crime, à pena privativa de liberdade, por sentença definitiva;
II – ter sido o agente beneficiado anteriormente, no prazo de 5 (cinco) anos, pela aplicação de pena restritiva ou multa, nos termos deste artigo;
III – não indicarem os antecedentes, a conduta social e a personalidade do agente, bem como os motivos e circunstâncias, ser necessária e suficiente a adoção da medida.
§ 3º Aceita a proposta pelo autor da infração e seu defensor, será submetida à apreciação do juiz.
§ 4º Acolhendo a proposta do Ministério Público aceita pelo autor da infração, o juiz aplicará a pena restritiva de direitos ou multa, que não importará em reincidência, sendo registrada apenas para impedir novamente o mesmo benefício no prazo de 5 (cinco) anos;
§ 5º Da sentença prevista no parágrafo anterior caberá apelação referida no art. 82 desta Lei.
§ 6º A imposição da sanção de que trata o § 4º deste artigo não constará de certidão de antecedentes criminais, salvo para os fins previstos no mesmo dispositivo, e não terá efeitos civis, cabendo aos interessados propor ação cabível no juízo cível.
Não havendo a composição civil, a vítima informará, como vimos acima, se deseja ou não representar contra o autor do fato, reservando-se o seu direito de promover a ação civil competente. 
Assim, manifestado o desejo de representação, o membro ministerial terá vistas aos autos para verificar se é ou não caso de denúncia e, a partir daí, o procedimento da transação será o mesmo dos crimes de ação pública incondicionada, podendo o Promotor formular a proposta de aplicação de pena não privativa de liberdade, desde que:
O autor do dato não tenha sido condenado pela prática de crime, à pena privativa de liberdade, por sentença definitiva;
Não tenha sido beneficiados, nos últimos cinco anos, pela Lei Nº 9.099/95;
 Se seus antecedentes, conduta social, personalidade, motivos e circunstâncias do fato indicarem que a proposta é medida suficiente.
Aceita a proposta pelo autor do fato e seu defensor (com predomínio da vontade daquele), será imposta a pena restritiva de direitos ou multa, o que vale dizer, será homologado o consenso. 
Se o autor do fato não aceitar a proposta, observar-se-á o procedimento sumaríssimo.
Se o autor do fato não efetuar o pagamento da multa, o juiz determinará a remessa do termo de transação, com a nota de inadimplemento à Procuradoria do estado, para a inscrição como dívida ativa.
Por outro lado, se o autor do fato não cumprir injustificadamente, a pena restrita de direito, a transação fica sem efeito, sem possibilidade de renovação, instaurando-se o competente processo contra o autor do fato, seguindo-se o procedimento comum para os crimes apenados com detenção. 
Se o autor do fato não comparecer à audiência preliminar, ou se não for possível a transação, e desde que não haja maior complexidade nem exigência de maiores esclarecimentos, observar-se-á o procedimento sumaríssimo.
A transação penal está prevista no artigo 76 da Lei 9099/95:
O fato de a vítima ter representado não quer dizer que o Promotor de Justiça esteja obrigado a denunciar. Ele tem liberdade na apreciação do fato.
	Mas, se o Promotor de Justiça entender que há indícios de autoria e prova da materialidade delitiva, ele deve fazer a proposta de transação penal.
Obs.: este deve a que a lei se refere, não pode ser entendido como uma faculdade do Promotor, mas sim como uma obrigação, ou seja, presentes os requisitos, o promotor está obrigado a oferecer a proposta de transação penal. A este respeito temos duas correntes doutrinárias:
Primeira Corrente: não sendo efetuada a proposta de transação penal pelo Promotor de Justiça, presentes os requisitos, o Juiz oferecerá a transação penal de ofício. 
Segunda Corrente: o Juiz deverá remeter os autos ao Procurador-Geral de Justiça e este fará a proposta de transação penal ou designará outro Promotor de Justiça que o faça (aplica-se analogicamente o artigo 28 do Código de Processo Penal).
	Caso o promotor entenda ser caso de transação penal, por primeiro ele faz uma proposta de pena antecipada, como:
Multa;
Pena restritiva de direitos, na modalidade de prestação de serviços à comunidade. Geralmente o promotor pede cestas básicas a serem entregues a alguma creche, orfanato ou asilo, como pena ao autor do delito.
	Se o autor concordar com a pena imposta, o Termo Circunstanciado é arquivado e este fato não irá constar dos seus antecedentes criminais.
CABIMENTO DA TRANSAÇÃO: REQUISITOS:
A LEI 9099/95 menciona quando NÃO CABE TRANSAÇÃO:
	Não cabe transação penal, quando:
O autor da infração foi condenado pela prática de crime, à pena privativa de liberdade, por sentença definitiva;
O autor da infração já teve o benefício da transação penal nos últimos 5 (cinco) anos (só cabe uma proposta de transação penal a cada 5 anos);
Os antecedentes, a conduta social e a personalidade do autor da infração, bem como os motivos e circunstâncias indiquem que a medida não deva ser tomada e o Promotor de Justiça, neste caso, pode deixar de fazer a proposta de transação penal. Este é o chamado Requisito Subjetivo.
	Somente nestes casos é que não cabe a transação penal.
Se o promotor fizer a proposta de transação penal e o acusado ACEITAR a proposta = arquiva o Termo Circunstanciado;
Se o promotor não fizer a proposta transação penal, ou se fizer e o acusado NÃO ACEITAR a proposta = passa para a 4ª fase, que é a Denúncia Oral do MP.
Importante!!!!
Se o acusado aceitar a proposta feita pelo Promotor de Justiça e não cumprir a transação penal, há duas posições:
Primeira Posição: tem que ser executada a proposta de transação penal no próprio Juizado Especial Criminal;
Segunda Posição: o Ministério Público desconsidera a proposta de transação penal e oferece a denúncia. Esta é a posição mais aceita pela doutrina e jurisprudência.
 ETAPAS DO PROCEDIMENTO SUMARÍSSIMO
Rito sumaríssimo (art. 394, § 1º, III Novo Código de Processo Penal):
Serão processados pelo procedimento sumaríssimo, as infrações penais de menor potencial ofensivo, na forma da lei. 
A Lei n. 9.099/95 define as infrações penais de menor potencial ofensivo: 
Menor potencial ofensivo: são todas as contravenções penais e os crimes cuja pena máxima cominada não supere o patamar de dois anos (art. 61 da Lei n. 9.099/95, com a redação dada pela Lei n. 11.313/06). 
O procedimento sumaríssimo está disciplinado nos arts. 77-81 da Lei n. 9.099/95.
O procedimento sumaríssimo desenvolve-se da seguinte forma:
1º) O Promotor oferecerá denúncia oral (que será reduzida a escrito), cuja cópia será entregue ao acusado, que ficará ciente da designação de dia e hora para audiência de instrução e julgamento, da qual também tomarão ciência o Promotor de Justiça, o ofendido, o responsável civil e seus advogados.
2º) Se o acusado não estiver presente será citado por mandado, cientificado, ainda, de que poderá apresentar suas testemunhas (no máximo três) ou requerimento para intimá-las no mínimo cinco dias antes da audiência. Se a ausência for do ofendido e do seu responsável, serão intimados.
3º) No dia e hora designados, se na fase preliminar não tiver havido possibilidade de tentativa de conciliação e de oferecimento de proposta, serão tomadas tais providências. Será entãoefetuado novamente o oferecimento da proposta da transação penal. Não sendo possível qualquer razão, será aberta a audiência.
4º) Antes de receber a denúncia, a palavra será dada à defesa para o oferecimento de resposta aos termos da peça acusatória.
5º) Com a acusação e a resposta, o Juiz receberá ou não a peça acusatória.
6º) Com o recebimento da denúncia ou queixa, terá início a instrução (art. 81 da Lei 9099/95), com a oitiva da vítima e das testemunhas de acusação em primeiro lugar e, depois com a oitiva das testemunhas de defesa, em atenção ao Princípio da Amplitude da Defesa.
No processo penal, as perguntas à vítima são obrigatórias, desde que possível, sendo que o mesmo poderá ser conduzido coercitivamente para tal finalidade. É o que prescreve o artigo 201 e seu parágrafo único do Código de Processo Penal.
	No que tange às testemunhas, a lei não precisa o número que pode ser arrolado pelas partes. Desta forma, aplica-se aqui, nos termos do artigo 92, as disposições do Código de Processo Penal: serão, no máximo, 5 (cinco) testemunhas, no caso de processo por crime punido com detenção e serão, no máximo, 3 (três) testemunhas, se a acusação for de contravenção.
Também são aplicáveis ao Juizado Especial Criminal as regras do Código de Processo Penal a respeito dos impedimentos, isenções, compromissos, forma de depoimento, etc...
	Após a oitiva das testemunhas de acusação e de defesa, respectivamente, o Juiz procederá ao interrogatório do réu. Vale mencionar que uma das mais importantes novidades do procedimento sumaríssimo regulado pela Lei nº 9.099/95 está relacionada ao momento de realização do interrogatório.
	Nos procedimentos regulados pelo Código de Processo Penal, o interrogatório é o primeiro ato na ordem da instrução, deixando evidente a orientação inquisitória do legislador, que concebe o interrogatório preponderantemente como meio de prova.
	Já, na Lei nº 9.099/95, que prevê o procedimento dos Juizados Especiais Criminais, prevalece outra orientação: o interrogatório é o momento mais importante da autodefesa, pois corresponde à ocasião em que o acusado pode fornecer ao Juiz a sua versão pessoal sobre os fatos a ele imputados, e sua realização após a colheita da prova permitirá, sem dúvidas, um exercício mais completo do direito de defesa, inclusive pela faculdade de permanecer em silêncio.
	Interrogado o réu, o Juiz passará imediatamente aos debates orais, onde as partes terão a oportunidade de oferecer alegações orais, deduzindo suas pretensões.
	A Lei nº 9.099/95 também não traçou regras específicas a cerca de como deve ser realizado tal ato, motivo pelo qual devem ser utilizadas, subsidiariamente, as regras gerais previstas no artigo 538, § 1º e no artigo 539, § 2º, ambos do Código de Processo Penal: o representante do Ministério Público poderá deduzir suas alegações orais num prazo de 20 (vinte) minutos, prorrogáveis por mais 10 (dez) minutos e, tratando-se de querelante ou de assistente, terão o mesmo tempo. Após será dada a palavra ao defensor, que também poderá deduzir suas alegações orais pelo prazo de 20 (vinte) minutos, prorrogáveis por mais 10 (dez) minutos.
	Encerrada a instrução teremos os debates entre as partes, após o que o Juiz proferirá sua sentença, para a qual a lei dispensa a feitura de relatório, observando o princípio da oralidade que rege a nova lei, registrada apenas em fita magnética. Assim, o procedimento sumaríssimo será encerrado com a prolação da sentença, o que deve ocorrer imediatamente, não se admitindo que o magistrado determine a conclusão dos autos para um pronunciamento jurisdicional futuro.
7º) Encerrada a instrução teremos os debates entre as partes, após o que o Juiz proferirá sua sentença.
8º) A sentença não terá o relatório, observando o princípio da oralidade que rege a nova lei, registrada apenas em fita magnética.
Disposições Finais
Art. 88: Além das hipóteses do Código Penal e da legislação especial, dependerá de representação a ação penal relativa aos crimes de lesões corporais leves e lesões culposas.
O artigo 88 da Lei nº 9.099/95 transformou os crimes de lesão corporal leve e lesão corporal culposa como sendo de ação penal pública condicionada à representação, ao contrário do que era até então previsto pelo Código Penal, que previa para tais crimes ação penal pública incondicionada.
No entretanto, com a vigência da Lei nº 9.099/95, os crimes de lesão corporal leve e lesão corporal culposa exigem a representação do ofendido para que o representante do Ministério Público possa ingressar com a ação penal.
Portanto a representação é condição de procedibilidade da ação penal, sem a qual o Promotor de Justiça não poderá exercer seu direito de ação.
 O prazo para o ofendido apresentar a representação de crime ocorrido antes da vigência da Lei nº 9.099/95, portanto antes de 26 de setembro de 1.995, segue a regra do artigo 91 do Código de Processo Penal, que é de 30 (trinta) dias após sua intimação para oferecer a representação. Já, o prazo para o ofendido apresentar a representação de crime ocorrido após a vigência da Lei nº 9.099/95, portanto após 26 de setembro de 1.995, segue a regra do artigo 38 do Código de Processo Penal, que estabelece o prazo decadencial de 6 (seis) meses , contado do dia que vier a saber quem é o autor do crime.
 SISTEMA RECURSAL DA LEI 9099/95
Turmas de recurso ou Colégio Recursal: é composta por 3 (três) juizes togados em exercício no primeiro grau de jurisdição, sendo vedada a participação do magistrado que prolatou a decisão em exame.
Apelação: No caso da rejeição da denúncia e também no caso de inconformismo com a sentença proferida, a parte inconformada poderá no prazo de 10 dias interpor recurso de apelação e já com a apresentação das razões.
Apelação: da sentença de mérito
 da rejeição da denúncia ou da queixa
 da sentença homologatória da transação.
 
Interposição: no prazo de 10 dias e já com a apresentação das razões, isto é, além da manifestação de inconformismo, a aparte deverá apresentar os motivos pelos quais pede a reforma pelo reexame.
Por fim, insta observar que, mesmo em se tratando de infração de menor potencial ofensivo, será possível, também, a suspensão condicional do processo, nos termos do art. 89 da Lei nº 9.099/95, antes do recebimento da denúncia.
Observação: 
- Com o recebimento da denúncia ou da queixa será interrompida a prescrição, nos termos do artigo 117, I do Código Penal, c.c. o artigo 92 da Lei 9099/95.
- Após o recebimento da denúncia, admite-se a figura do assistente de acusação.
- As provas deverão ser produzidas em audiência, podendo o juiz limitar ou excluir as excessivas, protelatórias ou impertinentes (art. 81, § 1º da Lei 9099/95)
- As lesões corporais culposas e lesões corporais dolosas de natureza leve passam a ser consideradas de ação penal pública condicionada à representação do ofendido. 
Por fim, insta observar que, mesmo em se tratando de infração de menor potencial ofensivo, será possível, também, a suspensão condicional do processo, nos termos do art. 89 da Lei nº 9.099/95, após o recebimento da denúncia.
 SUSPENSÃO CONDICIONAL DO PROCESSO
 (art. 89 da Lei nº 9.099/95)
Art. 89. Nos crimes em que a pena mínima cominada for igual ou inferior a um ano, abrangidas ou não por esta Lei, o Ministério Público, ao oferecer a denúncia, poderá propor a suspensão do processo, por dois a quatro anos, desde que o acusado não esteja sendo processado ou não tenha sido condenado por outro crime, presentes os demais requisitos que autorizariam a suspensão condicional da pena (art. 77 do Código Penal).
	§ 1º - aceita a proposta pelo acusado e seu defensor, na presença do Juiz, este, recebendo a denúncia, poderá suspender o processo, submetendo o acusado a período de prova, sob as seguintes condições:

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