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caderno de acertos de direito penal

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CADERNO DE ACERTOS DE PENAL
A Lei de Crimes Hediondos ao prever o cumprimento de 3/5 (três quintos) da pena para fins de progressão de regime do condenado reincidente, não exige que a reincidência seja específica em crime hediondo ou equiparado, bastando a genérica. 
O prazo de prescrição da falta grave é de 3 anos (não 5)
Relativamente aos crimes de trânsito, a suspensão da habilitação para dirigir veículo automotor é possível de ser decretada pelo juiz, de ofício, como medida cautelar, antes mesmo do início da ação penal.  
O recebimento de honorários advocatícios “maculados”, com a ciência da origem ilícita, caracteriza o crime de lavagem de dinheiro por parte do advogado.  
Nos crimes de “lavagem” ou ocultação de bens, direitos e valores, previstos na Lei n. 9.613/98 (Lavagem de Dinheiro), incorre nas mesmas penas quem participa de escritório tendo conhecimento de que sua atividade principal ou, até mesmo secundária, é dirigida à prática de crimes previstos na supramencionada legislação repressiva.  
Associação para o tráfico não é crime hediondo, nem equiparado a hediondo. 
Considerando-se a Lei nº 10.826/2013 (Estatuto do Desarmamento), não comete qualquer crime a pessoa que, possuindo autorização para o porte de arma de fogo permitido, adentra em local público com a arma municiada, podendo, entretanto, ser sancionada administrativamente. 
Se o porte ilegal da arma de uso permitido for utilizado unicamente para o disparo de arma de fogo, o crime de disparo de arma de fogo absorve o crime de porte ilegal (o mesmo não ocorre com a arma de uso restrito, quando haverá concurso material). 
No art. 33, §3º, da Lei de Drogas, em que o agente oferece a substância, para uso compartilhado, à pessoa de seu relacionamento, de forma esporádica e sem intuito de lucro, o crime se consuma ainda que não haja efetivo uso do entorpecente por quem quer que seja. 
Só configura o art. 243, do ECA (vender droga para menor de idade) se esse produto NÃO corresponder a uma droga contida na Portaria 344/98 do Min. da Saúde. Se o produto ESTÁ na referida Portaria é o crime do art. 33 da Lei de Droga. Como a cola de sapateiro NÃO se encontra na Portaria, irá responder o agente pelo ECA e não pela lei de drogas 
Quem, depois de consumir cocaína e sob efeito dessa substância, pilota pequena aeronave de sua propriedade, colocando em risco a incolumidade outrem, com manobras perigosas que fazia, comete ilícito previsto na Lei Antidrogas (é o art. 39, da LD).
A majorante do art. 40, II, da Lei n.° 11.343/2006 (traficar em transporte público) somente deve ser aplicada nos casos em que ficar demonstrada a comercialização efetiva da droga em seu interior 
Constitui crime a conduta de permitir, confiar ou entregar a direção de veículo automotor a pessoa que não seja habilitada, ou que se encontre em qualquer das situações previstas no art. 310 do CTB, independentemente da ocorrência de lesão ou de perigo de dano concreto na condução do veículo. 
A única modalidade de tortura apenada com detenção é a tortura-omissão; todas as demais são apenadas com reclusão. 
Movido por instinto de vingança e sadismo, Josef K., funcionário de um banco, constrangeu, com o emprego de violência, o juiz que outrora havia decretado sua injusta prisão e causou-lhe intenso sofrimento físico. A conduta de Josef K. NÃO constitui crime de tortura.  
NÃO Há crime de tortura quando o constrangimento, exercido mediante violência que causa intenso sofrimento físico, se opera em razão de discriminação pela orientação sexual
Se o crime de tortura é praticado mediante sequestro, incorre o autor na prática do crime de tortura com causa de aumento de 1/6-1/3 e não na tortura + sequestro. 
A colaboração premiada permite a redução da pena em até 2/3. Contudo, se for posterior à sentença, a redução se dará até metade. 
Não se admite continuidade delitiva entre os crimes de roubo e latrocínio, por serem delitos de espécies diferentes. 
A prática de falta grave interrompe a contagem do prazo para a progressão de regime de cumprimento de pena, o qual se reinicia a partir do cometimento dessa infração. 
No caso de furto de energia elétrica, o pagamento do valor do bem furtado até o recebimento da denúncia impede o prosseguimento da ação penal. (NÃO É ARREPENDIMENTO POSTERIOR! Isso porque o STJ entende que embora o valor estipulado a título de contraprestação de serviços públicos essenciais – como a energia elétrica – não seja tributo, possui ele a natureza jurídica de preço público, porquanto cobrado por concessionárias de serviços públicos, que se assemelham aos próprios entes públicos concedentes, de maneira que o pagamento do preço, antes do recebimento da denúncia, enseja a extinção da punibilidade. 
Segundo o STJ, a fraude em licitação para contratação de serviços é fato atípico. 
De acordo com a mais recente jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, a idade da vítima NÃO PRECISA ser de conhecimento do acusado para fins de incidência da agravante do art. 61, II, h, do Código Penal.
O crime previsto no artigo 306 da Lei n. 9.503/97 (embriaguez ao volante) admite, em tese, a proposta de suspensão condicional do processo. 
Se a ação controlada envolver transposição de fronteiras, o retardamento da intervenção policial ou administrativa somente poderá ocorrer com a cooperação das autoridades dos países que figurem como provável itinerário ou destino do investigado, de modo a reduzir os riscos de fuga e extravio do produto, objeto, instrumento ou proveito do crime. 
A SV 24 não se aplica ao art. 1º, V, da Lei de Crimes Tributários, qual seja “negar ou deixar de fornecer, quando obrigatório, nota fiscal ou documento equivalente, relativa a venda de mercadoria ou prestação de serviço, efetivamente realizada, ou fornecê-la em desacordo com a legislação". 
A distinção entre as contravenções de perturbação do sossego alheio (art. 42) e perturbação da tranquilidade (art. 65) NÃO reside no fato de que a realização da contravenção do art. 42 perturba o sossego de um número determinado de pessoas e a do art. 65, a tranquilidade de pessoas indeterminadas. Por estar no plural o tipo penal (PERTURBAÇÃO DO SOSSEGO) exige para sua configuração que o incomodo seja de mais uma pessoa. Diferentemente do art. 65, que não faz tal exigência, bastando para tanto, que uma única pessoa tenha sua tranquilidade perturbada. 
Normas penais em branco classificam-se em PRÓPRIAS (em sentido estrito ou HETEROGÊNEA) ou IMPRÓPRIAS (em sentido amplo ou HOMOGÊNEAS).
Normas penais próprias: o complemento é dado por espécie normativa diversa. (Portaria, por exemplo).
Normas penais impróprias: o complemento é dado pela mesma espécie normativa (lei completada por lei).
As normas penais em branco IMPRÓPRIAS, ainda pode ser subdivididas em duas outras espécies: HOMOVITELINA (ou homóloga) e HETEROVITELINA (ou heteróloga).
Homovitelina: é aquela cujo complemento normativo se encontra no mesmo documento legal.
Exemplo: No crime de peculato (artigo 312 do CP), a elementar “funcionário público” está descrita no próprio CP, artigo 327 do CP.
Heterovitelina: é aquela cujo complemento normativo se encontra em documento legal diverso.
Exemplo: no delito de ocultação de impedimento para o casamento (artigo 236 do CP) as hipóteses impeditivas da união civil estão elencadas no Código Civil.

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