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Comunicação Efetiva Módulo I – Ouvir para comunicar Unidade 2 - Comunicação verbal e não verbal Nesta unidade vamos aprender a diferenciar a comunicação verbal da não verbal, além de saber identificar os sinais utilizados na linguagem corporal. A linguagem verbal A linguagem é uma capacidade que permite aos indivíduos a comunicação dos seus pensamentos, sentimentos e desejos, e para obter eficácia é necessário primar pela clareza, objetividade, coerência e até mesmo elegância. A linguagem verbal pode ser dividida em: • Linguagem escrita • Linguagem oral A linguagem escrita merece muita atenção porque revela nosso nível de domínio do idioma, da gramática, até mesmo nosso profissionalismo, pois um bom profissional deve buscar escrever bem, ou seja, de acordo com a norma padrão de sua língua. Como melhorar a gramática e a linguagem: • Evite os modismos (“com certeza”, “a nível de”); • Elimine as gírias (“tá ligado”, “pode crer”, “tipo”); • Use termos estrangeiros com moderação; • Seja inimigo do gerúndio (“eu vou estar ligando”, “vou estar te dando retorno”); • Pronuncie corretamente as palavras; • Evite os vícios de linguagem (“ok” “né”, “tá”, “certo”); • Ler muito; • Ouvir mais do que falar; • Dica de amigo: Twiter, Whatsapp, Facebook, entre outros, são assassinos da gramática. • Não use: - VC (você) - 100pre (sempre) - OG (hoje) A linguagem oral A linguagem oral é a nossa fala, nossas conversas, aulas, palestras, enfim, é realizada por meio da fala e do idioma. A gramática também é fundamental, pois só fala bem quem lê e escreve muito. Há outro aspecto muito importante na linguagem oral que é a voz. Nossas emoções são facilmente perceptíveis por meio dela. O mesmo acontece com a emoção do ouvinte, seu interesse pode variar por causa da tonalidade da voz de quem fala. É por isso que atores e políticos, entre outros profissionais, aprendem a impostar a voz, ou seja, variá-la de acordo com o assunto e o interesse do público ou do interlocutor. Veja no quadro a seguir os riscos de não variar a tonalidade da voz: Faça o exercício de percepção a seguir para compreender a importância da tonalidade da voz para o sentido da frase. A ênfase na voz deve ser dada na palavra em destaque. A linguagem não verbal ou corporal A linguagem corporal (ou não verbal) é transmitida por meio de gestos e posturas, e é constituída por outros elementos envolvidos na comunicação: tom de voz, postura corporal e gestos. Proporciona informações sobre o caráter, as emoções e as reações das pessoas, e é um fator importante e decisivo na transmissão de uma mensagem. O movimento é a raiz da linguagem corporal. Por exemplo: podemos perceber um desentendimento entre duas pessoas ao observá-las de longe, mesmo sem escutar o que dizem ou sem sequer conhecê-las. Os movimentos das mãos, com as palmas viradas para cima; dos braços cruzados em frente ao corpo ou na cintura, a cabeça para cima e para baixo nos dizem o que não podemos ouvir. É o meio mais intenso de expressão e de vontade de todos os animais e matéria prima do comportamento humano. Uma pessoa pode deixar de falar, mas não de se movimentar (comunicar com seu corpo). Todas as pessoas possuem algum conhecimento do vocabulário dos símbolos corporais. A percepção dos sinais não verbais se dá de forma instintiva e direta. Os sinais emitidos de forma inconsciente sempre dizem a verdade, mas devem ser analisados em seu contexto. Por exemplo: numa tarde fria, uma pessoa sentada sozinha em uma praça, de braços cruza- dos e de cabeça baixa, provavelmente está com frio. Já a mesma situação em pleno verão brasileiro pode indicar que essa pessoa está deprimida ou escondendo algo. Os sinais corporais, ou seja, a linguagem do corpo deve ser analisada com critério e sempre associada ao contexto. O exemplo da pessoa na praça mostra isso. Nesse caso, o contexto utilizado foi o clima (frio / calor), que justificaria uma atitude ou poderia ser utilizado como sinal de alerta: se está frio, cruzar os braços e abaixar a cabeça podem proporcionar uma espécie de conforto, mas, se está calor a mesma atitude demonstra que algo pode estar errado. Quanto mais procurarmos perceber e compreender de forma consciente os sinais emitidos pela linguagem corporal, mais segura será nossa conduta. No exemplo anterior, em que aparentemente duas pessoas estão em conflito, a interpretação dos movimentos pode nos pregar uma peça. Suponhamos que uma das pessoas esteja contando um caso e que seus movimentos expressam, ao contrário da suposição inicial, os detalhes da história. É o que diz aquele velho ditado: “as aparências enganam”. Nesse segundo exemplo a leitura anterior da cena é um engano. Por isso, vale a dica: os movimentos corporais e a linguagem não verbal devem ser analisados em um contexto. Necessidades territoriais Cada pessoa tem uma espécie de campo invisível ao redor do corpo, como se fosse um território, um espaço pessoal chamado zona corporal de acomodação. Normalmente, esse campo compreende, num ambiente corporativo, os itens de trabalho, como sala, mesa, telefone e de- mais objetos de uso individual (canetas, grampeadores, etc.). Esse conceito contribui para respeitar os limites de cada um e entender porque algumas pessoas se incomodam quando seus colegas usam algum item sem o consentimento, mesmo quando não há manifestação verbal. É importante respeitarmos o espaço territorial do outro, evitando também os “tapinhas camaradas” ao conversar. O cumprimento ou aperto de mão deve ser firme e demonstrar ao outro sua gentileza e educação. Evite cumprimentar com a mão amolecida ou tocando só as pontas dos dedos do outro. Significado dos gestos “Quem não compreende um olhar tampouco compreenderá uma longa explicação”. Provérbio árabe Os gestos são uma manifestação natural das emoções humanas. Possuímos um conhecimento instintivo do significado dos gestos e expressões faciais. A leitura que fazemos desses sinais representa um complemento importante no processo de comunicação. Quando uma pessoa diz que está feliz mas sua voz é baixa e pausada, suas sobrancelhas estão franzidas, seus ombros curvados e ela está de braços cruzados, qual mensagem será verdadeira: a frase dita ou a leitura do contexto dos gestos e da atitude? Instintivamente, acreditaremos nos sinais emitidos pelo corpo e duvidaremos do que nos disse. A leitura dos gestos, porém, não deve ser feita em partes ou aleatoriamente. Devemos nos concentrar no todo (na fala, na tonalidade de voz, nas expressões faciais e gestos) para chegar a uma conclusão assertiva. Existem algumas atitudes instintivas do nosso interlocutor que podem revelar suas emoções, mas é fundamental analisar o todo e não fazer julgamentos precipitados. Pense no exemplo: uma pessoa de sobrancelhas franzidas e a expressão aparentemente irritada pode ser julgada como alguém que está com raiva, mas o contexto da situação pode nos revelar a verdadeira causa: se a pessoa estiver com o rosto virado para o sol, poderá ser este o motivo da aparente irritação. Então, lembre-se: os gestos devem ser analisados no contexto e não isoladamente. Veja no quadro a seguir as dicas que podem contribuir para a leitura dos gestos:Nesta unidade você aprendeu que comunicar com eficiência também exige interpretar os sinais corporais e linguísticos das pessoas a partir de um contexto. A tonalidade da voz e o cuidado com a linguagem escrita também foram apresentados nesta unidade.
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