Buscar

SUA PETICAO S3

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 27 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 27 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 27 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Direito do Trabalho
SEÇÃO 3
SUA PETIÇÃO
Seção 3
Direito do Trabalho
Sua causa!
Na audiência de instrução em que ambas as partes compareceram 
restou consignado na ata de audiência que seriam intimadas 
acerca da prolação da sentença. Assim, foi publicado despacho 
em 21/11/2017 para que reclamante e reclamado tomassem 
ciência da decisão de primeiro grau. Nesta data foi prolatada a 
seguinte decisão: 
Caro aluno, bem vindo à seção 3! Agora 
iremos analisar a apresentação de recurso 
pelo trabalhador para a decisão de mérito 
prolatada pela 2ª Vara do Trabalho de Goiânia/
GO, nos autos do processo n. 0010001-
10.2017.518.0002.
Disponível em:
<https://goo.gl/r8VRxV>. Acesso em: 08 out. 2017.
PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 18ª REGIÃO
2ª VARA DO TRABALHO DE GOIÂNIA
RTOrd 0010001-10.2017.518.0002
RECLAMANTE: ALBANO MACHADO
2
NPJ - NÚCLEO DE PRÁTICA JURÍDICA
DIREITO DO TRABALHO - SUA PETIÇÃO - SEÇÃO 3
SENTENÇA
1- RELATÓRIO
Albano Machado ajuizou a reclamação trabalhista n. 0010001-
10.2017.518.0002 contra Maria José Pereira, alegando que foi 
contratado em 01/02/2014 e dispensado por justa causa em 
06/02/2017.
Alega que laborava em regime 12x36, sempre de 07h00min 
às 19h00min, sem autorização por norma coletiva, razão pela 
qual faz jus as horas extras excedentes à 8ª diária, desde sua 
contratação até 01/06/2015, com reflexos em aviso prévio, 
férias + 1/3, décimo terceiro salário e na multa de 40% do FGTS. 
Em virtude do labor no citado regime, pleiteia o pagamento em 
dobro dos domingos e feriados trabalhados.
O reclamante aduz que nunca usufruiu de uma hora de intervalo 
para refeição e descanso, tendo direito a uma hora extra por 
dia de trabalho, nos termos da Súmula n. 437, do TST, desde a 
publicação da Lei Complementar n. 150, em 02/06/2015, até o 
término do contrato de trabalho, com reflexos em aviso prévio, 
férias + 1/3, décimo terceiros salário e na multa de 40% do FGTS.
Requer, ainda, a reversão da justa causa que lhe foi aplicada, ao 
fundamento de que não houve qualquer conduta grave a ponto 
de ensejar a medida extrema. Pugna, ainda, pela condenação da 
reclamada ao pagamento de indenização por danos morais, haja 
vista que foi registrado em sua CTPS a modalidade da dispensa. 
Por fim, uma vez revertida a justa causa, requer a aplicação da 
multa prevista no art. 477, §8º, da CLT.
Atribuiu à causa o valor de R$ 50.000,00. Juntou documentos.
RECLAMADO: MARIA JOSÉ PEREIRA
PODER JUDICIÁRIO FEDERAL
33
Direito do Trabalho - Sua Petição - Seção 3NPJ 
Citada, a reclamada compareceu à audiência.
Proposta a conciliação, não foi aceita.
A Reclamada apresentou contestação rechaçando a pretensão 
de horas extras ao fundamento de que a jornada 12x36 foi 
autorizada pelo contrato individual de trabalho. Afirma que neste 
sistema de trabalho os domingos e feriados trabalhados são 
compensados, não sendo devido o seu pagamento em dobro.
No tocante ao intervalo intrajornada assevera que foi 
regularmente usufruído.
No que fiz respeito à justa causa afirma que ela se deu, na 
verdade, em razão do obreiro ter comparecido ao trabalho 
completamente embriagado. Assim, não é devida a reversão da 
dispensa e, consequentemente, a multa do art. 477, §8º, da CLT. 
Neste particular, sustenta que a multa em questão somente é 
devida pelo atraso no pagamento das verbas rescisórias, o que 
não ocorreu. 
Em relação ao pleito de reparação civil, afirma que as anotações 
que foram feitas na CTPS obedecem ao disposto no art. 29, 
parágrafo 2º, “c”, da CLT. Sucessivamente, aduz que, mesmo que 
tivesse havido equívoco na anotação, não é devida indenização 
por danos morais, pois não foi demonstrada a existência de 
qualquer constrangimento que tenha sido causado pela aposição 
da informação da dispensa por justa causa em sua CTPS.
Fixados os pontos controvertidos e definido o ônus da prova, 
consensualmente, procedeu-se à oitiva das partes e de uma 
testemunha de cada parte. 
Como declararam que não desejavam produzir outras provas, 
encerrou-se a instrução.
Alegações finais remissivas.
Renovada a tentativa de conciliação, não foi aceita.
44
Direito do Trabalho - Sua Petição - Seção 3NPJ 
2-FUNDAMENTAÇÃO
2.1 – JORNADA DE TRABALHO
O fundamento jurídico do pleito obreiro para fazer jus às horas 
extras além da 8ª diária é de que não há autorização por norma 
coletiva para a adoção da jornada 12x36. A reclamada aduz que 
há previsão no contrato de trabalho para adoção deste sistema, o 
que o legitima mesmo antes da publicação da Lei Complementar 
n. 150/15, pois o labor tinha cunho social. 
A pretensão do trabalhador não merece ser acolhida.
Inicialmente deve-se destacar que os trabalhadores domésticos, 
como é o caso do reclamante, passaram a ter direito às horas 
extras desde 02/04/2013, quando foi publicada a Emenda 
Constitucional n. 72. A Lei Complementar n. 150/15 somente 
acrescentou a necessidade de o empregador doméstico ter 
registro de ponto, ou seja, após sua vigência (02/06/2015) a 
ausência do registro de jornada implica em presunção relativa de 
veracidade do período de trabalho declinado na petição inicial.
Todavia, no caso sob exame não há discussão acerca do horário 
de início e término da jornada de trabalho. A controvérsia incide 
sobre a validade jurídica do trabalho em regime 12x36 antes da 
publicação da Lei Complementar n. 150/15, já que ela prevê sua 
regularidade quando já previsão no contrato de trabalho, como 
é o caso dos autos.
Diante da omissão legislativa anterior à publicação da LC 150/15, 
no que diz respeito ao trabalhador doméstico, deve-se avaliar a 
validade jurídica do regime 12x36 à luz da Constituição Federal de 
1988, da CLT e dos princípios que norteiam o Direito do Trabalho.
O art. 7º, inciso XIII, da CF/88, prevê que a duração do trabalho 
normal não deve ser superior a oito horas por dia, o que se aplica 
também ao trabalho doméstico, por força do parágrafo único, 
55
Direito do Trabalho - Sua Petição - Seção 3NPJ 
do art. 7º, da Carta Magna. Assim, pelo texto constitucional, 
eventual sistema de compensação de jornada, como pode ser 
encarado o regime 12x36, necessita de pactuação por meio 
de Acordo ou Convenção Coletiva de Trabalho. Neste sentido 
é, inclusive, a Súmula n. 444, do Colendo TST, invocada pelo 
reclamante em sua peça de ingresso.
Entretanto, não se pode perder de vista a atividade de cunho social 
exercida pelo cuidador de idosos ou de doentes no âmbito familiar. 
O direito à saúde pertence a todos, devendo ser promovido pelo 
Estado, nos termos dos art. 194, 197, 203 e 227, da CF/88. Além 
disso, o art. 230, da Carta Magna, prevê que o Estado deve assistir 
o idoso, “defendendo sua dignidade e bem-estar e garantindo-
lhes o direito à vida”, preferencialmente em casa.
Nota-se, portanto, que a empregador contratou os serviços 
do reclamante em substituição à atividade estatal não visando 
qualquer espécie de lucro, mas tão somente o bem estar de seu 
marido idoso e enfermo. 
Neste contexto, o Tribunal Superior do Trabalho já analisou diversas 
situações idênticas (processos n. 3205-12.2011.5.12.0028; 466-
76.2010.5.04.0302; 2808-12.2011.5.08.0206), afastando o rigor 
formal da previsão da Súmula n. 244, conferindo validade jurídica 
à jornada 12x36 que for pactuada bilateralmente, como ocorre 
no caso em comento, em que houve ajuste neste sentido no 
contrato de trabalho. 
Diante do exposto, válido o sistema 12x36 adotado pelas partes, 
razão pela qual julgo improcedente o pedido de pagamento de 
horas extras excedentes à 08ª diária.
2.2 – TRABALHO AOS DOMINGOS E FERIADOS
O pleito do reclamante de pagamento de domingos e feriados 
em dobro merece ser acolhido parcialmente.
66
Direito do Trabalho - Sua Petição - Seção 3NPJA Súmula 444, do Colendo TST, dirime esta questão:
Súmula nº 444 do TST
JORNADA DE TRABALHO. NORMA COLETIVA. LEI. ESCALA DE 
12 POR 36. VALIDADE. - Res. 185/2012, DEJT divulgado em 25, 
26 e 27.09.2012 - republicada em decorrência do despacho 
proferido no processo TST-PA-504.280/2012.2 - DEJT divulgado 
em 26.11.2012
É valida, em caráter excepcional, a jornada de doze horas 
de trabalho por trinta e seis de descanso, prevista em lei ou 
ajustada exclusivamente mediante acordo coletivo de trabalho 
ou convenção coletiva de trabalho, assegurada a remuneração 
em dobro dos feriados trabalhados. O empregado não tem 
direito ao pagamento de adicional referente ao labor prestado 
na décima primeira e décima segunda horas.
Como se infere, há previsão expressa de que o feriado deve ser 
pago em dobro. Isto porque o trabalhador, mesmo em regime 
12x36, tem direito à folga neste dia, além daquelas 36 horas de 
descanso que são inerentes ao sistema em questão. Uma vez 
ocorrido o labor em dia de feriado, sem qualquer compensação, 
é devido seu pagamento em dobro.
No que diz respeito ao domingo, o entendimento é diferente. A 
Lei n. 605/49 prevê que o descanso deve ser preferencialmente 
aos domingos. No mesmo sentido, é a disposição sobre o 
repouso semanal remunerado constante no art. 7º, inciso XV, 
da Constituição Federal de 1988. Assim, o domingo, quando 
laborado, já é compensado, razão pela qual o obreiro não tem 
direito ao seu pagamento em dobro.
Diante do exposto, julgo procedente o pedido de pagamento 
em dobro dos feriados trabalhados, conforme se apurar em 
liquidação de sentença, e improcedente o pleito de pagamento 
dos domingos eventualmente laborados.
77
Direito do Trabalho - Sua Petição - Seção 3NPJ 
2.3 – INTERVALO INTRAJORNADA
O reclamante requer o pagamento de horas extras no período 
posterior à vigência da Lei Complementar n. 150/15.
Compulsando os autos, não se vislumbra qualquer cartão de 
ponto, como exige o art. 12, da referida Lei Complementar. 
Ademais, não foi ouvida nenhuma testemunha a respeito da 
pausa intervalar.
Tendo em vista que o ônus probatório era da reclamada, 
condeno-a ao pagamento de uma hora por dia, acrescida 
de 50%, a partir de 02/06/2015 até o término do contrato de 
trabalho, com reflexos em aviso prévio, férias + 1/3, décimo 
terceiros salário e na multa de 40% do FGTS.
2.4 – JUSTA CAUSA
Alega o obreiro que foi dispensado por justa causa pelo fato de não 
ter seguido às ordens da reclamada, notadamente no que tange 
ao horário do banho e em razão de deixar o seu marido assistir 
televisão. A empregadora rechaça a pretensão, confirmando a 
modalidade de dispensa, mas tendo como justificativa o fato de 
o trabalhador ter comparecido bêbado para prestar serviços.
O ônus de prova da existência de fatos que autorizam a justa 
causa é da empregadora, eis que ela constitui fato impeditivo à 
manutenção do vínculo empregatício (arts. 818, da CLT e 373, 
inciso II, do CPC).
Neste particular, a reclamada se desincumbiu do ônus de 
prova que lhe competia. A única testemunha ouvida no feito, 
Sr. Euclides da Cunha, porteiro do prédio em que o reclamante 
prestava serviços assim afirmou:
88
Direito do Trabalho - Sua Petição - Seção 3NPJ 
Que conhece o reclamante, pois trabalha no prédio em que ele 
presta serviços há mais de vinte anos; que no início de janeiro 
de 2017 o reclamante chegou para trabalhar visivelmente 
embriagado; que teve dificuldades para entrar no prédio tamanha 
a sua embriaguez; que a reclamada logo percebeu o grau etílico 
de seu funcionário, tendo solicitado ao depoente ajuda para 
retirá-lo de sua residência; que sabe dizer que no mesmo dia 
a reclamada solicitou o comparecimento de outra pessoa para 
cuidar do marido doente, pois ele não pode ficar sozinho; que 
não se recorda do reclamante chegar bêbado no trabalho em 
outra oportunidade; que ele era um bom trabalhador, apesar 
de ter pequenas discussões com a reclamada; que não tem 
conhecimento de qualquer advertência ou suspensão sofrida 
pelo reclamante. 
Não resta dúvida que a atividade obreira quebra a confiança que 
é inerente à relação empregatícia, notadamente naquela que 
é prestada em âmbito doméstico, envolvendo cuidados com 
idoso enfermo. 
A conduta do trabalhador, portanto, enquadra-se no disposto no 
art. 482, “f”, da CLT, o que autoriza esta modalidade de rescisão 
contratual. Frisa-se que o referido preceito legal autoriza a 
dispensa por justa causa quando a embriaguez for em serviço, 
isto é, mesmo que tenha ocorrido uma única vez, como no 
caso sob exame. Neste sentido, é a jurisprudência do Colendo 
Tribunal Superior do Trabalho:
RECURSO DE EMBARGOS INTERPOSTO ANTERIORMENTE 
À VIGÊNCIA DA LEI 11.496/2007. EMBRIAGUEZ EM SERVIÇO. 
CONDUTA ÚNICA. JUSTA CAUSA. A hipótese, que versa sobre a 
possibilidade de rescisão contratual em virtude da conduta única 
de embriaguez do empregado no serviço, situa-se muito mais 
no plano da justiça, que invoca o juízo de proporcionalidade 
na gradação da pena a ser aplicada, do que na esfera legal. A 
alínea f do art. 482 da CLT, ao estabelecer como justa causa 
a -embriaguez habitual ou em serviço- sugere a possibilidade 
de uma única conduta de embriaguez em serviço configurar 
99
Direito do Trabalho - Sua Petição - Seção 3NPJ 
o ilícito laboral. Não há, sob esse prisma, violação literal a tal 
preceito. Para sopesar a análise fria do art. 482, f, da CLT devem 
ser agregados outros elementos que revelem, por exemplo, 
o comportamento pretérito do empregado, a repercussão 
da conduta do Reclamante no âmbito funcional e social do 
empregador etc. Não constam do acórdão prolatado pelo 
Tribunal Regional, entretanto, elementos que pudessem 
mitigar o rigor da pena aplicada, razão por que a Turma negou 
provimento ao Recurso de Revista. Incólumes os arts. 482, f, da 
CLT e 5.º, II, da Constituição Federal. Embargos não conhecidos. 
(TST - E-RR: 1299000412002502 1299000-41.2002.5.02.0900, 
Relator: Maria de Assis Calsing, Data de Julgamento: 18/12/2008, 
Subseção I Especializada em Dissídios Individuais,, Data de 
Publicação: DJ 06/02/2009.)
O fato de não haver nos autos prova documental acerca de 
outras penalidades (advertências ou suspensões) porventura 
sofridas por ele não modifica a conclusão deste julgado, vez que 
se baseia na gravidade da conduta e não na sua reiteração.
Destaca-se que o obreiro foi imediatamente dispensado, 
estando presentes os requisitos necessários para o rompimento 
do pacto laboral por justa causa.
Diante do exposto, julgo improcedente o pedido de reversão da 
justa causa e seus consectários.
2.5 – INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS
No caso em tela é incontroversa a anotação na CTPS de que a 
dispensa se deu por justa causa. 
Com a devida vênia, tal anotação não encontra amparo no 
invocado art. 29, da CLT. Ele determina que as anotações 
nela contidas devem ser limitadas ao tempo de serviço, às 
suspensões e interrupções do contrato e remuneração. Por 
1010
Direito do Trabalho - Sua Petição - Seção 3NPJ 
sua vez, o §4º, do art. 29, da CLT, veda a anotação de qualquer 
conduta desabonadora.
O fato de o trabalhador ter de fato cometido falta suficiente 
para a justa causa não autoriza o registro desta modalidade de 
dispensa na sua CTPS.
Neste sentido é pacífica a jurisprudência pátria, como se extrai 
do seguinte julgado do Colendo TST:
AGRAVO DE INSTRUMENTO. ADMISSIBILIDADE. DANO 
MORAL. ANOTAÇÃO DESABONADORA DA CTPS. REGISTRO 
DE JUSTA CAUSA POR ABANDONO DE EMPREGO. RESCISÃO 
CONTRATUAL POR INICIATIVA DO RECLAMANTE. PROPOSTA 
DE EMPREGO MAIS FAVORÁVEL. 1. O registro na CTPS de que o 
obreiro foi demitido por justa causa por abandono de emprego 
não constitui condição especial de trabalho amparada no artigo 
29, caput, da Consolidação das Leis do Trabalho, porquanto 
não se destinaa esclarecer as circunstâncias da contratação, 
tampouco constitui informação de interesse da Previdência 
Social. 2. Esse fato é ainda mais reprovável quando provado nos 
autos que a referida anotação na CTPS se deu em retaliação 
à iniciativa do obreiro em solicitar a rescisão do contrato por 
haver recebido proposta de emprego mais favorável. Trata-se 
de conduta não só desabonadora como também abusiva e 
ilícita, o que configura afronta extrapatrimonial do empregado, 
sujeitando o infrator à reparação do dano. 3. Frise-se que o 
§ 4º do artigo 29 da Consolidação das Leis do Trabalho veda 
expressamente o registro de circunstâncias desabonadoras, 
que devem ser entendidas como aquelas que têm o condão 
de causar algum prejuízo ao trabalhador em sua colocação no 
mercado de trabalho. 4. Precedentes. 5. Agravo de Instrumento 
a que se nega provimento. DANOS MORAIS. FIXAÇÃO DO 
QUANTUM INDENIZATÓRIO. R$ 20.000,00 (VINTE MIL 
REAIS). ANOTAÇÃO DESABONADORA NA CTPS. CONDUTA 
AGRAVADA PELA NEGATIVA DE AUTORIA. NECESSIDADE DE 
EXAME GRAFOTÉCNICO. 1. Diante da ausência de critérios 
objetivos norteando a fixação do quantum devido a título de 
1111
Direito do Trabalho - Sua Petição - Seção 3NPJ 
indenização por danos morais, cabe ao julgador arbitrá-lo de 
forma equitativa, pautando-se nos princípios da razoabilidade e 
da proporcionalidade, bem como nas especificidades de cada 
caso concreto, tais como: a situação do ofendido, a extensão 
e gravidade do dano suportado e a capacidade econômica do 
ofensor. Tem-se, de outro lado, que o exame da prova produzida 
nos autos é atribuição exclusiva das instâncias ordinárias, cujo 
pronunciamento, nesse aspecto, é soberano. Com efeito, a 
proximidade do julgador, em sede ordinária, com a realidade 
cotidiana em que contextualizada a controvérsia a ser dirimida, 
habilita-o a equacionar o litígio com maior precisão, sobretudo 
no que diz respeito à aferição de elementos de fato sujeitos 
a avaliação subjetiva, necessária à estipulação do valor da 
indenização. Conclui-se, num tal contexto, que não cabe a esta 
instância superior, em regra, rever a valoração emanada das 
instâncias ordinárias em relação ao montante arbitrado a título 
de indenização por danos morais, para o que se faria necessário 
o reexame dos elementos de fato e das provas constantes dos 
autos. Excepcionam-se, todavia, de tal regra as hipóteses em 
que o quantum indenizatório se revele extremamente irrisório 
ou nitidamente exagerado, denotando manifesta inobservância 
aos princípios da razoabilidade e da proporcionalidade, aferível 
de plano, sem necessidade de incursão na prova. 2. No caso 
dos autos, o Tribunal Regional, ao fixar o valor atribuído à 
indenização devida por danos morais, em R$ 20.000,00 (vinte 
mil reais), levou em consideração os critérios da razoabilidade 
e proporcionalidade, observada a capacidade econômica do 
ofensor e, especialmente, a gravidade da conduta da empresa 
ao promover registro desabonador e inverídico na CTPS de 
que a rescisão contratual se dera por justa causa configurada 
por suposto abandono de emprego e pela posterior negativa 
de autoria dessas anotações, exigindo do juízo a determinação 
de exame grafotécnico, por meio do qual se constatou a 
veracidade da alegação do autor. 3. Agravo de Instrumento a 
que se nega provimento. (AIRR - 341-15.2012.5.12.0012 , Relator 
Desembargador Convocado: Marcelo Lamego Pertence, Data 
1212
Direito do Trabalho - Sua Petição - Seção 3NPJ 
de Julgamento: 21/10/2015, 1ª Turma, Data de Publicação: 
DEJT 23/10/2015)
A alegação da reclamada de que não ficou demonstrado 
qualquer dano constrangimento com a anotação da dispensa 
por justa causa na CTPS do trabalhador, não tem o condão 
de afastar o dever de indenizar. Isto porque se trata da típica 
hipótese de dano moral in re ipsa, isto é, situação em que a 
gravidade da conduta é por si só suficiente para acarretar a 
reparação civil, sendo desnecessária qualquer prova do abalo 
psicológico da vítima.
Tendo em vista o dever de indenizar, fixo a indenização por danos 
morais no importe de R$ 10.000,00 (dez mil reais), quantia que 
não se revela razoável frente ao dano ocorrido e à capacidade 
econômica das partes. 
2.6 – MULTA DO ART. 477, §8º, DA CLT
Tendo em vista a manutenção da justa causa e o pagamento das 
verbas rescisórias decorrentes desta dispensa no prazo legal, 
como comprovam os documentos carreados aos autos, julgo 
improcedente o pleito de pagamento da multa prevista no art. 
477, §8º, da CLT.
2.7 – ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA
Defiro a assistência judiciária gratuita para ambas as partes, ante a 
condição de miserabilidade provada documentalmente por ambas. 
2.8 – HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS
1313
Direito do Trabalho - Sua Petição - Seção 3NPJ 
A Lei n. 13.467/17 acrescentou na CLT o art. 791-A, que prevê 
o pagamento de honorários advocatícios, mesmo quando for 
concedida a assistência judiciária gratuita (§4º). 
Diante da procedência parcial da presente reclamação 
trabalhista e da impossibilidade de compensação dos honorários 
advocatícios (§3º), fixo-os em 5% para cada parte, devendo ser 
calculado sobre o valor a ser apurado em liquidação de sentença. 
3 - DISPOSITIVO
Pelo exposto, julga-se parcialmente procedente os pedidos, 
condenando a reclamada ao pagamento das seguintes parcelas:
- feriados laborados em dobro;
- pagamento de uma hora por dia decorrente da supressão o 
intervalo intrajornada, acrescida de 50%, a partir de 02/06/2015 
até o término do contrato de trabalho, com reflexos em aviso 
prévio, férias + 1/3, décimo terceiros salário e na multa de 40% 
do FGTS;
- indenização por danos morais no importe de R$ 10.000,00;
Os demais pedidos são improcedentes.
São devidos honorários advocatícios de 5% para cada parte, 
devendo ser calculado sobre o valor a ser apurado em liquidação 
de sentença.
Fixa-se o valor da condenação em R$ 30.000,00 (trinta mil 
reais), com custas (2% do valor da condenação) de R$ 600,00 
(seiscentos reais).
Goiânia/GO, 17/11/2017.
Juiz do Trabalho
1414
Direito do Trabalho - Sua Petição - Seção 3NPJ 
Fundamentando!
Vamos verifi car os pressupostos ou requisitos processuais 
que são necessários para que o operador do direito maneje, 
corretamente, o recurso a ser interposto. 
1) Recurso Ordinário
O art. 895 da CLT dispõe que é cabível Recurso Ordinário das 
decisões defi nitivas ou terminativas do feito prolatadas pelas 
Varas do Trabalho ou “das decisões defi nitivas ou terminativas 
dos Tribunais Regionais, em processos de sua competência 
originária”, sempre no prazo de 08 (oito) dias. Além disso, é 
possível sua interposição nas hipóteses elencadas na Súmula n. 
214 do TST.
O Recurso Ordinário é o meio adequado para recorrer da parte da 
decisão que lhe foi desfavorável, devolvendo à instância superior 
toda a discussão sobre a matéria tratada na peça recursal.
Ele é dirigido a quem prolatou a decisão, que fará o primeiro 
juízo de admissibilidade, isto é, verifi cará se é tempestivo, se as 
custas e o depósito recursal foram recolhidos corretamente, se 
o recorrente está regularmente representado, assim como se o 
recorrente tem legitimidade e capacidade para a interposição 
do Recurso Ordinário. 
Admitido o recurso, será intimada a parte adversa para apresentar 
contrarrazões no prazo de 08 (oito) dias (art. 900, da CLT).
2) Pressupostos ou requisitos recursais
Para que os recursos trabalhistas sejam interpostos é necessário 
que sejam observados alguns pressupostos ou requisitos. 
1515
Direito do Trabalho - Sua Petição - Seção 3NPJ 
O primeiro deles é o cabimento do recurso, isto é, cada recurso 
tem sua hipótese de cabimento definida em lei. 
Deste requisito emana outro, que é denominado de 
“adequação”. Segundo ele cada recurso é legalmente previsto 
para combaterdeterminado tipo de decisão, sendo, portanto, 
adequado a cada uma.
A tempestividade é talvez o requisito mais conhecido. Diz respeito 
ao prazo que a parte tem para apresentar ao Poder Judiciário o 
seu inconformismo com a decisão prolatada. Via de regra, os 
prazos recursais trabalhistas são de 08 dias. 
O novo Código de Processo Civil prevê, em seu art. 219, que os 
prazos devem ser contados em dias úteis. Entretanto, esta regra 
não se aplicava ao Direito Processual do Trabalho, uma vez que 
contraria o princípio da celeridade processual. Todavia, a Lei 
n. 13.467/17, alterou a redação do art. 795, da CLT, passando a 
prever que os prazos no Direito Processual do Trabalho também 
devem ser contados em dias úteis. 
O preparo, quarto requisito, abrange o pagamento das custas e 
o depósito recursal. 
As custas devem ser pagas na ordem de 2% do valor arbitrado 
à condenação, conforme disposição do art. 789, inciso I, da 
CLT. Devem ser comprovadas nos autos, pelo vencido, no 
prazo recursal.
No Direito Processual do Trabalho, deve-se analisar o disposto 
no art. 789, da CLT, a fim de verificar a necessidade de pagamento 
das custas processuais, notadamente se houver sido concedida 
a assistência judiciária gratuita.
O depósito recursal nada mais é do que garantia antecipada do 
juízo. Todavia, a reclamada não pode ser compelida a depositar 
à disposição da Justiça do Trabalho vultosas quantias quando o 
valor arbitrado à condenação for elevado, sob pena de impedir 
que seja interposto qualquer recurso.
Neste contexto, anualmente, o Tribunal Superior do Trabalho 
atualiza os valores máximos que a reclamada tem que depositar 
1616
Direito do Trabalho - Sua Petição - Seção 3NPJ 
quando for feita a interposição de cada recurso¹ . Assim, se o 
valor da condenação for superior à quantia descrita na tabela do 
TST para aquele recurso, o depósito recursal deve ser feito no 
limite previsto pelo Tribunal.
Da mesma forma que as custas, o seu pagamento deve ser 
comprovado nos autos no prazo recursal, não sendo possível 
a concessão de prazo para posterior demonstração de sua 
correta quitação.
Tendo em vista sua natureza de garantia, o reclamante não 
irá efetuar o depósito recursal, uma vez que é credor de 
eventuais valores a serem deferidos na ação judicial. Pelo 
mesmo motivo, ele somente é exigível nas obrigações em 
pecúnia, ou seja, quando há a condenação da reclamada para 
pagamento de valores, sendo dispensado nas ações judiciais 
meramente declaratórias.
Por fim, ainda em relação a este tema, deve-se frisar a natureza de 
garantia do depósito recursal, de modo que a quantia depositada 
não pode ser sacada pelo reclamante ou pela reclamada (caso a 
demanda seja improcedente) enquanto o processo não transitar 
em julgado.
O quinto requisito recursal é a regular representação processual. 
Antes do advento do novo Código de Processo Civil o Direito 
Processual do Trabalho não admitia a regularização da 
representação processual na fase recursal. Dessa forma, se o 
recurso fosse assinado por advogado não constituído nos autos, 
por exemplo, ele não era conhecido, não tendo a parte prazo 
para sanar o vício.
¹Os valores do depósito recursal vigentes entre 01/08/2017 e 31/07/2018 são os seguintes:
a) R$ 9.189,00 (nove mil, cento e oitenta e nova reais), no caso de interposição de 
Recurso Ordinário;
b) R$ 18.378,00 (dezoito mil, trezentos e setenta e oito reais), no caso de interposição de 
Recurso de Revista, Embargos e Recurso Extraordinário;
c) R$ 18.378,00 (dezoito mil, trezentos e setenta e oito reais), no caso de interposição de 
Recurso em Ação Rescisória.
1717
Direito do Trabalho - Sua Petição - Seção 3NPJ 
O CPC de 2015 prevê, em seu art. 76, a possibilidade de 
regularização da representação processual também na fase 
recursal, o que foi admitido pelo Processo do Trabalho. Diante 
da nova previsão legal o TST alterou a redação da Súmula n. 383, 
que passou a ter a seguinte redação:
Súmula nº 383 do TST
RECURSO. MANDATO. IRREGULARIDADE DE REPRESENTAÇÃO. 
CPC DE 2015, ARTS. 104 E 76, § 2º (nova redação em decorrência 
do CPC de 2015) - Res. 210/2016, DEJT divulgado em 30.06.2016 
e 01 e 04.07.2016
I – É inadmissível recurso firmado por advogado sem procuração 
juntada aos autos até o momento da sua interposição, salvo 
mandato tácito. Em caráter excepcional (art. 104 do CPC de 
2015), admite-se que o advogado, independentemente de 
intimação, exiba a procuração no prazo de 5 (cinco) dias após a 
interposição do recurso, prorrogável por igual período mediante 
despacho do juiz. Caso não a exiba, considera-se ineficaz o ato 
praticado e não se conhece do recurso.
II – Verificada a irregularidade de representação da parte em 
fase recursal, em procuração ou substabelecimento já constante 
dos autos, o relator ou o órgão competente para julgamento do 
recurso designará prazo de 5 (cinco) dias para que seja sanado o 
vício. Descumprida a determinação, o relator não conhecerá do 
recurso, se a providência couber ao recorrente, ou determinará 
o desentranhamento das contrarrazões, se a providência couber 
ao recorrido (art. 76, § 2º, do CPC de 2015).
Como se infere, a parte terá o prazo de 5 (cinco) dias para sanar 
o vício de representação também na fase recursal.
Para que seja possível a interposição de recurso não pode haver 
fato incompatível, extintivo ou impeditivo do direito de recorrer, 
como, por exemplo, acordo superveniente, renúncia ao direito 
de recorrer, cumprimento espontâneo da decisão, dentre outros.
O sétimo requisito é a legitimidade, ou seja, somente pode 
apresentar recurso a quem a lei conferiu este direito: à parte 
vencida, ao terceiro prejudicado e ao Ministério Público do 
1818
Direito do Trabalho - Sua Petição - Seção 3NPJ 
Trabalho, como parte ou como fiscal da lei (aplicação subsidiária 
do art. 996 do CPC de 2015).
Por fim, a parte tem que ter interesse em recorrer, isto é, tem 
que ser minimamente sucumbente no objeto da demanda para 
que possa recorrer daquilo que lhe foi desfavorável.
Estes, portanto, são os requisitos essenciais que devem ser 
observados quando da interposição de qualquer recurso 
trabalhista. Não se esqueça de mencionar o número do processo, 
eis que esta identificação é necessária para que seja destinado 
ao juízo correto.
Todavia, além das questões procedimentais, deve-se, também, 
analisar o Direito Material do Trabalho que pode amparar a 
pretensão recursal de Albano Machado. 
3) Horas extras 
A sentença julgou improcedente o pedido de pagamento de 
horas extras ao fundamento de que não deve ser aplicada ao 
caso em comento a Súmula n. 444, do Colendo TST, isto é, a 
exigência de negociação coletiva para a validade do regime 
12x36 pode ser afastada. Ainda mais quando se trata de atividade 
de cunho social exercida pelo trabalhador, em prol de família 
que não visa lucro com a prestação de serviços contratada. 
Dessa forma, você, aluno, na qualidade de advogado do 
reclamante, terá que rebater estes argumentos na peça recursal.
A interpretação do art. 7º, inciso XIII, da Constituição Federal 
de 1988 é fundamental, pois prevê que a jornada máxima 
permitida por dia é de oito horas, salvo pactuação por Acordo 
ou Convenção Coletiva de Trabalho, o que inexiste na espécie.
Além disso, a Súmula n. 444, do TST, dispõe que é necessária 
previsão em lei ou negociação coletiva para que a adoção do 
regime 12x36 seja considerada válida. 
1919
Direito do Trabalho - Sua Petição - Seção 3NPJ 
Dessa forma, você, aluno, deve analisar a previsão 
constitucional e sumular para uma correta fundamentação 
do recurso a ser interposto.
4) Trabalho aos domingos
A sentença também indeferiu ao trabalhador o pagamento em 
dobro dos domingos trabalhados. O fundamento utilizado foi 
de que o domingo passa a ser dia normalcom a adoção do 
regime 12x36, sendo compensado com outro dia de folga, o 
que não viola o disposto na Lei n. 605/49 e art. 7º, inciso XV, da 
Constituição Federal de 1988. 
Esta questão já está pacificada pela jurisprudência do TST 
consoante a tese adotada na decisão de primeiro grau.
Todavia, os entendimentos judiciais são mutáveis, cabendo 
aos operadores do direito demonstrarem o caminho para 
esta mudança.
Nesta linha de raciocínio, pode-se ressaltar que no caso em 
comento a jornada 12x36 não é válida, eis que não amparada por 
lei ou norma coletiva. Assim, a eventual compensação do domingo 
por folga noutro dia da semana não tem validade jurídica. 
5) Justa causa
A justa causa foi mantida ao fundamento de que o trabalhador 
chegou bêbado ao trabalho, o que constitui falta grave o 
suficiente para ensejar esta medida extrema. 
Neste particular, os fundamentos a serem utilizados no recurso 
não devem ser aqueles constantes da petição inicial, pois ao 
longo da instrução processual e na sentença restou consignado 
que a dispensa por justa causa não se deu em razão das 
discussões entre as partes, mas exclusivamente pelo fato de 
ter ido laborar bêbado. 
2020
Direito do Trabalho - Sua Petição - Seção 3NPJ 
Um dos princípios que devem ser observados quando da 
aplicação da justa causa é o da proporcionalidade entre o ato 
praticado e a medida extrema.
No caso em comento, a sentença informa a inexistência de 
outras penalidades sofridas pelo trabalhador, tendo a única 
testemunha ouvida no feito afirmado que ele era um bom 
trabalhador. Assim, pode-se alegar a desproporcionalidade 
da pena, como se infere dos julgados abaixo, que devem 
ser consultados para fins de coleta de argumentos para 
fundamentar o recurso a ser interposto:
• Acórdão do TST – processo n. 29740-11.1994.5.01.0050: 
Disponível em: <https://goo.gl/VCwBc6>. Acesso em: 05 
nov. 2017.
• Acórdão Tribunal Regional da 18ª Região – processo n. 
0011596-47.2016.5.18.0081: Disponível em: <https://goo.
gl/Hia5kr>. Acesso em: 05 nov. 2017.
6) Multa do art. 477, 8º, da CLT
No tocante à multa do art. 477, §8º, da CLT, a decisão de primeiro 
grau indeferiu o pleito em razão de ter sido mantida a justa causa.
Em grau recursal, deve-se requerer o seu deferimento justamente 
com fulcro na reversão da justa causa, ou seja, como consectário 
lógico desta, conforme jurisprudência majoritária.
7) Honorários advocatícios 
O trabalhador foi condenado ao pagamento de honorários 
advocatícios no importe de 5% do valor da condenação apurado 
em sede de liquidação de sentença.
2121
Direito do Trabalho - Sua Petição - Seção 3NPJ 
Para combater esta condenação deve-se lançar mão, 
primeiramente, do direito intertemporal, ou seja, mesmo a 
reclamação trabalhista sendo distribuída antes da vigência da 
reforma trabalhista (Lei n. 13.467/17) a nova regra dos honorários 
advocatícios prevista no art., 791-A, da CLT, vai ser aplicada? Sugere 
a leitura do artigo denominado “(In)aplicabilidade imediata dos 
honorários de sucumbência recíproca no processo trabalhista” 
de autoria de José Affonso Dallegrave Neto, disponível em: 
• <www.amatra9.org.br/opiniao-inaplicabilidade-imediata-
dos-honorarios-de-sucumbencia-reciproca-no-processo-
trabalhista/#_ftn1>. Acesso em: 05 nov. 2017.
Além disso, deve-se incidentalmente questionar a 
constitucionalidade da disposição do art. 791-A, da CLT. Os 
argumentos a serem lançados na peça recursal são os mesmos 
utilizados na Ação Direta de Inconstitucionalidade n. 5766, em 
trâmite no Supremo Tribunal Federal, disponivel em: 
• <https://goo.gl/hHFrrV>. Acesso em: 05 nov. 2017.
QUADRO SINÓPTICO DA LEGISLAÇÃO E JURISPRUDÊNCIA 
CONSOLIDADA APLICÁVEL
(Referidos e não referidos nas explicações anteriores)
Fonte: Elaborado pelo autor.
Assunto CRFB/88 CLT CPC/2015 TST Outros
Recurso Ordinário -
Art. 789; Art. 795; 
Art. 893; Art. 895; 
Art. 899; Art. 900
Art. 76; Art. 219; 
Art., 996
Súmula n. 197; 
Súmula n. 383
-
Trabalho em 
regime 12x36
Art. 7º, inciso XIII; 
art. 7º, inciso XVI.
Art. 59-A; - Súmula n. 444 -
2222
Direito do Trabalho - Sua Petição - Seção 3NPJ 
Assunto CRFB/88 CLT CPC/2015 TST Outros
Trabalho em 
domingos 
Art. 7º, inciso XV - -
Súmula n. 444;
Acórdão n. 
000359-
40.2010.5.12.0001
Lei n. 605/49
Justa Causa -
Art. 474; Art. 482; 
Art. 818
Art. 373
Acórdão 
n. 29740-
11.1994.5.01.0050
Acórdão n. 
0011596-
47.2016.5.18.0081 
do TRT da 18ª 
Região
Multa do art. 477, 
§8º, da CLT.
- Art. 477, §8º -
Acórdão n. 
0001589-
05.2011.5.03.0108
-
Honorários 
Advocatícios
- Art. 791-A; - -
ADI n. 5766, do 
STF.
Vamos peticionar!
Caro aluno, a peça processual deve ser endereçada para o juízo 
que prolatou a decisão, devendo combater a decisão de primeira 
instância. Nela é essencial que se combata os fundamentos 
lançados na sentença, não sendo o recurso mera reprodução 
da petição inicial.
Indique na peça recursal as razões pelas quais é cabível o citado 
recurso no caso sob exame.
Tendo em vista que a tempestividade é um dos requisitos do 
recurso, é necessário para fi ns didáticos que o recurso tenha 
tópico relativo a ela, a fi m de demonstrar que a peça processual 
foi interposta no momento adequado.
2323
Direito do Trabalho - Sua Petição - Seção 3NPJ 
Indique na peça recursal as razões pelas quais é cabível o citado 
recurso no caso sob exame.
Elenque na sua peça processual os argumentos fáticos e os 
fundamentos jurídicos que amparam a pretensão de sua cliente. 
Utilize linguagem impessoal. Quando se referir à decisão não 
faça menção ao juiz ou juíza prolator da decisão, pois o Recurso 
Ordinário não visa combatê-lo, mas sim a decisão por ele 
prolatada. Refira-se, portanto, à decisão ou à sentença, que é 
justamente o que se ataca pela peça recursal.
Mãos à obra!
PRIMEIRA FASE!
Questão 1 – O Recurso Ordinário é bastante utilizado no 
Direito Processual do Trabalho, sendo o meio legal cabível para 
a reanálise do julgado. Acerca do Recurso Ordinário assinale a 
alternativa correta:
a) Não é cabível Recurso Ordinário das decisões definitivas ou 
terminativas do feito prolatadas pelas Varas do Trabalho.
b) Não é cabível Recurso Ordinário das decisões definitivas ou 
terminativas do feito prolatadas pelas Varas do Trabalho ou “das 
decisões definitivas ou terminativas dos Tribunais Regionais, em 
processos de sua competência originária”.
c) No Recurso Ordinário é vedada a discussão de matéria fática.
d) O prazo para interposição do Recurso Ordinário é de 08 
dias corridos.
e) O Recurso Ordinário é o meio adequado para recorrer da 
parte da decisão de primeira instância que lhe foi desfavorável.
2424
Direito do Trabalho - Sua Petição - Seção 3NPJ 
Questão 2 – A Lei n. 13.467/17, conhecida como “Reforma 
Trabalhista”, trouxe novas regras ao Direito Processual do 
Trabalho, especialmente no que diz respeito à assistência 
judiciária gratuita, aos honorários periciais e advocatícios.
Neste contexto, analise as proposições abaixo e assinale a 
alternativa correta:
I – Aqueles que recebem salário igual ou inferior a 40% (quarenta 
por cento) do limite máximo dos benefícios do Regime Geral 
de Previdência Social podem ser destinatários da assistência 
judiciária gratuita. 
II – Caso o beneficiário da assistência judiciária gratuita seja 
vencido na reclamação trabalhista, ainda assim terá que arcar 
com os honorários advocatícios caso tenha obtido em outro 
processo créditos capazes de suportar a despesa.
III – No Direito Processual do Trabalho são devidos honorários 
de sucumbência, fixados entre o mínimo de 5% (cinco por 
cento) e o máximo de 15% (quinze por cento) sobre o valor que 
resultar da liquidação da sentença, do proveito econômicoobtido ou, não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor 
atualizado da causa.
a) Todas as proposições são verdadeiras.
b) Somente as proposições I e II são verdadeiras.
c) Somente as proposições II e III são verdadeiras.
d) Somente as proposições I e III são verdadeiras.
e) Todas as proposições são falsas.
Gabarito:
Questão 1 – e)
O Recurso Ordinário é o meio adequado para recorrer da parte da 
decisão que lhe foi desfavorável, devolvendo à instância superior 
2525
Direito do Trabalho - Sua Petição - Seção 3NPJ 
toda a discussão sobre a matéria tratada na peça recursal, isto é, 
tanto a discussão fática, quanto a jurídica. 
Ele é dirigido a quem prolatou a decisão, que fará o primeiro 
juízo de admissibilidade, isto é, verificará se é tempestivo, se as 
custas e o depósito recursal foram recolhidos corretamente, se 
o recorrente está regularmente representado, assim como se o 
recorrente tem legitimidade e capacidade para a interposição 
do Recurso Ordinário.
Admitido o recurso, será intimada a parte adversa para apresentar 
contrarrazões no prazo de 08 (oito) dias (art. 900, da CLT). 
Não se pode olvidar que a nova redação do art. 795, da CLT, 
prevê que o prazo do Recurso Ordinário é de 08 dias úteis e não 
mais corridos.
Questão 2 – a)
A Lei n. 13.467/17 alterou o art. 790, da CLT, cujo §3º, passou a 
ter a seguinte redação:
§ 3o É facultado aos juízes, órgãos julgadores e presidentes 
dos tribunais do trabalho de qualquer instância conceder, a 
requerimento ou de ofício, o benefício da justiça gratuita, inclusive 
quanto a traslados e instrumentos, àqueles que perceberem 
salário igual ou inferior a 40% (quarenta por cento) do limite 
máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social.
As alterações mais profundas, contudo, estão inseridas no 
art. 791-A:
“Art. 791-A. Ao advogado, ainda que atue em causa própria, 
serão devidos honorários de sucumbência, fixados entre o 
mínimo de 5% (cinco por cento) e o máximo de 15% (quinze por 
cento) sobre o valor que resultar da liquidação da sentença, do 
2626
Direito do Trabalho - Sua Petição - Seção 3NPJ 
proveito econômico obtido ou, não sendo possível mensurá-lo, 
sobre o valor atualizado da causa.
§ 1o Os honorários são devidos também nas ações contra a 
Fazenda Pública e nas ações em que a parte estiver assistida ou 
substituída pelo sindicato de sua categoria.
§ 2o Ao fixar os honorários, o juízo observará:
I - o grau de zelo do profissional;
II - o lugar de prestação do serviço;
III - a natureza e a importância da causa;
IV - o trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para 
o seu serviço.
§ 3o Na hipótese de procedência parcial, o juízo arbitrará 
honorários de sucumbência recíproca, vedada a compensação 
entre os honorários.
§ 4o Vencido o beneficiário da justiça gratuita, desde que não 
tenha obtido em juízo, ainda que em outro processo, créditos 
capazes de suportar a despesa, as obrigações decorrentes de sua 
sucumbência ficarão sob condição suspensiva de exigibilidade e 
somente poderão ser executadas se, nos dois anos subsequentes 
ao trânsito em julgado da decisão que as certificou, o credor 
demonstrar que deixou de existir a situação de insuficiência de 
recursos que justificou a concessão de gratuidade, extinguindo-
se, passado esse prazo, tais obrigações do beneficiário.
§ 5o São devidos honorários de sucumbência na reconvenção.”
Diante do exposto, nota-se que todas as assertiva da questão 
estão previstas na CLT, razão pela qual todas são verdadeiras.
272727
Direito do Trabalho - Sua Petição - Seção 3NPJ

Outros materiais