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1 • Dor crônica é definida pela continuidade desse sintoma por longo período de tempo, comumente por três meses ou mais. Origem das dores crônicas • Inflamatória • Neuropática • Visceral • Mista Condições em que comumente se expressa dor crônica: • Alterações musculoesqueléticas (artrite reumatóide) • Viscerais crônicas (dores abdominal e pélvica) • De estruturas nervosas (dor do membro fantasma) • SNC (lesões de medula espinhal) • Câncer • Antidepressivos • Anticonvulsivantes • Agonistas alfa2-adrenérgicos • Antagonistas glutamatérgicos • Capsaicina • Relaxantes neuromusculares • Corticosteróides • Anestésicos locais • Analgésicos opióides Antidepressivos • Indicam-se em dores crônicas cancerígenas, inflamatórias (doenças reumáticas), neurogênicas (neuropatia pós-traumática ou diabética) e na profilaxia da enxaqueca. 2 Inibidores da captação de monoaminas: �Antidepressivos tricíclicos (TCA): imipramina, amitriptilina � Inibidores seletivos da captação da 5-HT (SSRI): fluoxetina, fluvoxamina, paroxetina, sertralina �Outros inibidores: maprotilina, reboxetina Inibidores da monoamino-oxidase (IMAO): fenelzina, tranilcipromina (não-seletivos para MAO A e B) e moclobemida (seletivo para MAO-A) ADT • O efeito analgésico dos antidepressivos independe de sua ação sobre o humor, apresentando período de latência menor e processando-se em doses inferiores às antidepressivas. Isso atenua riscos de efeitos adversos. • A eficácia analgésica independe do efeito antidepressivo. • Inibidores seletivos da recaptação de serotonina são, em geral, menos eficazes que antidepressivos tricíclicos no controle da dor crônica. • Amitriptilina e imipramina são amplamente usados. Nortriptilina é menos sedativa que amitriptilina. Desipramina é relativamente não-sedativa e tem mínimos efeitos adversos anticolinérgicos. Mecanismo de aMecanismo de aMecanismo de aMecanismo de aççççãoãoãoão • Seus efeitos são atribuídos ao bloqueio de recaptação de noradrenalina e serotonina; • Ações direta e indireta nos receptores opióides; • Bloqueio da captação de adenosina; Todos alterando a transmissão de impulsos por vias modulatórias conhecidas como vias descendentes inibitórias da dor (mecanismo de auto-analgesia) 3 Mecanismo de aMecanismo de aMecanismo de aMecanismo de aççççãoãoãoão • Parecem também atuar ainda por meio de bloqueio da atividades de canais de sódio, reduzindo disparo de potencial de ação e bloqueando a progressão da condução de estímulos dolorosos por vias espinotalâmicas. Anticonvulsivantes • Implicados na gênese e manutenção de dores neuropáticas. • Carbamazepina e valproato de sódio são os mais comumente usados como adjuvantes em dores oncológicas e profilaxia da enxaqueca. Mecanismo de aMecanismo de aMecanismo de aMecanismo de aççççãoãoãoão • Aumento de inibição GABAérgica (valproato de sódio e clonazepam); • Ação em canais de sódio dependentes de voltagem - Efeito estabilizador de membranas neuronais (fenitoína, carbamazepina, valproato de sódio e lamotrigina); • Ação em receptores glutamatérgicos do tipo NMDA – inibindo a liberação de glutamato (lamotrigina). Agonistas α2-adrenérgicos • Usados no tratamento das dores neuropáticas (ex: clonidina); • Aumentam a duração de ação de anestésicos locais e têm efeito sinérgico com analgésicos opióides; • A utilidade clínica é limitada pelas reações adversas, especialmente sedação, hipotensão e hepatoxicidade. Antagonistas glutamatérgicos • Receptores glutamatérgicos têm sido detectados em terminações periféricas, e inflamação aumenta a proporção de fibras que expressam esses receptores; • Quetamina (ou cetamina) é o mais potente antagonista NMDA disponível clinicamente; • Não há evidências que permitam avaliar benefícios e riscos da associação de quetamina a analgésicos opióides no tratamento da dor oncológica. Capsaicina • Alcalóide derivado da pimenta vermelha; • Inibe somente a função da terminação periférica; • Apresenta limitação de uso por induzir freqüente sensação de queimação, desagradável e intolerável. • Quando a aplicação é descontinuada, a dor retorna. 4 Mecanismo de aMecanismo de aMecanismo de aMecanismo de aççççãoãoãoão • Atua em receptores ionotrópicos vanilóides ou VR1, encontrados em nociceptores de fibras C e A. • A ação de capsaicina em receptores VR1 abre canais iônicos permeáveis a cátions mono e divalentes, de modo que o influxo iônico causa despolarização neuronal. Cálcio é o ion preferencial. Mecanismo de aMecanismo de aMecanismo de aMecanismo de aççççãoãoãoão • Com administração repetida, ocorrem dois fenômenos que justificam seu efeito analgésico: dessensibilização e neurotoxicidade; • Dessensibilização: envolve processos dependentes de cálcio e calmodulina e fosforilação do canal catiônico, levando a inibição da liberação da substância P; • Neurotoxicidade: decorrente, em parte, da entrada de cálcio e ativação de proteases. Relaxantes musculares • Espasmos é contração muscular dolorosa involuntária e anormal que causa alteração de função. É sintoma de muitas alterações musculares. • Contração se caracteriza pela presença dos reflexos espinhais e de tronco cerebral não- controlados e desinibidos, com aumento de tônus muscular, movimentos involuntários, fraqueza e postura anormal. Relaxantes musculares • Relaxantes musculares de ação central são usados para alívio de contrações musculares dolorosas e espasticidade, podendo comprometer tono postural e causar sonolência, confusão e, por vezes, dependência. • Entre os relaxantes de ação direta em musculatura esquelética estão os bloqueadores neuromusculares periféricos, dantroleno e toxinas botulínicas. Mecanismo de aMecanismo de aMecanismo de aMecanismo de aççççãoãoãoão • Relaxantes de ação central: depressão de reflexos espinhais polissinápticos. Não parecem atuar em nível de medula espinhal. Podem apresentar efeitos mais amplos em sistema nervoso, causando comumente sonolência e confusão. • Incluem: hidroxizina, ciclobenzaprina, mefenesina, carisoprodol. • Baclofeno é relaxante com ação em medula espinhal e sítios supra-espinhais. Corticosteróides • Estão entre os fármacos adjuvantes analgésicos mais amplamente usados; • São adjuvantes no tratamento da dor crônica por apresentarem diferentes efeitos benéficos (elevação de humor, efeito antiemético, estimulação do apetite) que devem ser cotejados com seus múltiplos efeitos adversos; 5 Anestésicos locais • São administrados sistemicamente para tratamento de dores crônicas. • Lidocaína,mexiletina e tocainida mostraram efeito analgésico em neuropatias diabética e pós-herpética. • Não há evidência de eficácia de administração sistêmica prolongada de anestésicos locais no controle de dor crônica de natureza diversa. Analgésicos opióides • Analgésicos opióides têm definida eficácia em dor cancerosa, mas não há dados conclusivos sobre seu valor em dores crônicas causados por lesão nervosa. • Mesmo sem evidências científicas sólidas, a opinião de especialistas é de que analgésicos opióides podem e devem ser usados como parte do tratamento da dor em neuropatias. Evidências que fundamentam o Uso Racional de fármacos em dor crônica • Dores oncológicas • Dores neuropáticas • Dores crônicas lombares e ciáticas • Cefaléias 6 Dores oncológicas • Analgésicos não-opióides (dor leve) • Codeína em associação com – analgésico não-opióide (dor moderada) – morfina (dor intensa) • Administram-se adjuvantes para indicações específicas: corticosteróides, anticonvulsivantes e antidepressivos. Dores neuropáticas • Mais comuns: neuralgia do trigêmeo, neuropatia traumática,neuralgia pós-herpética, neuropatia diabética, neuropatia relacionada ao câncer, neuropatia induzida por AIDS e síndromes regionais complexas. • Antidepressivos tricíclicos e anticonvulsivantes são os medicamentos mais utilizados; • Anestésicos locais administrados sistemicamente e antagonistas glutamatérgicos NMDA também são propostos. Dores crônicas lombares e ciáticas • Dor lombar é definida como crônica quando persiste por 12 semanas ou mais, podendo ser acompanhada de dor em membro inferior (dor ciática). • AINES são os fármacos preferenciais, não havendo vantagem específica de algum representante. Cefaléias • Dentre as cefaléias, as que são mais freqüentes são as de tensão, mas enxaquecas são mais dolorosas e que mais vezes condicionam a procura por atendimento médico. • Enxaqueca é o tipo mais importante de cefaléia, devido à freqüência e gravidade, caracterizando-se por crises recorrentes que podem acompanhar-se de náusea, vômito, fotofobia. • A enxaqueca pode apresentar três estados: – Com aura – Sem aura – Aura sem enxaqueca • Quando episódio de enxaqueca intensa se prolonga por mais de 72 horas, com repercussões físicas e emocionais, diz-se que o paciente está em estado enxaquecoso (ou migranoso). Tratamento da enxaqueca • Terapia de primeira linha: – AINES (ácido acetilsalicílico, ibruprofeno, naproxeno sódico, ácido tolfenâmico, associação de ácido acetilsalicílico+paracetamol+cafeína). • Agentes específicos para enxaqueca: – Diidroergotamina (intranasal), sumatriptano (oral ou subcutâneo), zolmitriptano, naratriptano, rizatriptano (orais) – são indicados para pacientes que não respondem aos AINES.
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