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sistemas juridico romano-germano

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Capitulo I
Introdução
O presente trabalho científico inserida na cadeira de Direito Comparado, tema Sistema Jurídico Romano-Germânicos. Falar do sistema jurídico romano-germânico é fazer a comparação, distinção e semelhança dos direitos português, francês e alemão e no fim estabelecer uma síntese comparativa. 
1.2 Objectivos 
O presente projecto de pesquisa, procura alcançar os objectivos traçados, isto é, geral e os específicos de modo que se materialize a questão acima referenciada sobre sistema jurídico romano-germânico. 
1.2.1 Objectivo geral 
Analisar o sistema jurídico romano-germânico: os direito português, alemão e francês.
1.2.2 Objectivos específicos
Demonstrar a comparação nos direitos português, francês e alemão;
Ilustrar a distinção e semelhança dos direitos português, francês e alemão; e
 Fazer a síntese comparativa. 
1.3 Metodologia 
Para a materialização e o prosseguimento do presente trabalho cientifico o grupo ira basear-se nas consulta bibliográfica, hermenêutica jurídica e se necessário sites da internet.
Capitulo II
2. O sistema de Direito Continental ou Romano-Germânico
Para alguns autores, como por exemplo Batolomeu Varela, o sistema somano-geramnico pode ser visto também como um sistema continental e para outros preferem o chamar simplesmente de sistema judicial romano-germano.
2.1 Comparação dos Direitos Português, Francês e Alemão 
2.1.1 Factores históricos comuns: Razão de ordem
A evolução histórica dos direitos romano-germânica esta marcada pela sua finalidade específica (macrocomparação) e pelas decorrentes de uma obra introdutória.
O direito dos povos germânicos 
Durante a Alta Idade Media, no território correspondente ao antigo Império Romano do Ocidente, formaram-se vários reinos de origem germânica, no mesmo espaço, coexistiam populações que continuavam a regular-se pelo direito romano com outras que aplicavam preferencialmente costumes germânicos. Alguns desses costumes foram obras de compilação escrita. Em obras legislativas, como o código de Eurico, o Breviario de Alarico (ou Lex Romana Visigothorum) e o Código Visigotico, verifica-se a mistura de direitos romanos com outros de origem visigótica.[2: Lei Sálica ]
A sobrevivência fragmentária do direito romano e o poder legislativo da igreja cumpriram, mas não eliminaram, a vigência daquelas fontes de raiz germânica. A maioria dos costumes germânicos manteve-se com especial vigor no norte da França.
De acordo com Carlos Ferreira de Almeida (1998:38), o termo “germânico”, na expressão que se designs este conjunto de ordens jurídicas, constitui um indicador desta comum, mas remota, influencia dos direitos germânicos da Idade Media. O mais importante para a justaposição dos dois vocábulos (romano e germânico) parece ser a intenção de acentuar a similitude entre os direitos dos países de língua e cultura romana e os direitos dos países de língua e cultura germânica. Por isso, a referencia explica a esta influencia comum nos modernos direitos da Europa continental desaparece quando aquela similitude estrutural se contesta. 
Recepção do Direito Romano
De acordo com Carlos Ferreira de Almeida (1998:40) na sua obra intitulada Introdução ao Direito Comparado, refere que este elemento histórico é habitualmente considerado como decisivo para a unidade da família de direitos romano-germânicos.
A recepção dos direitos romanos consiste no estudo e aplicação do direito romano tal como constava da compilação elaborada por iniciativa do Imperador Justiano (século VI d.C) que, mais tarde, ficou conhecida por Corpus Juris Civilis. O seu estudo fez-se, desde finais do século XI, em diversas universidades europeias dando origem a glosas e comentários, cuja autoridade se chegou a sobrepor às dos textos romanos originais. 
A recepção dos direitos romanos não foi uniforme nem contemporânea nos diferentes países europeus. Sendo direito subsidiário, a extensão e intensidade da sua aplicação estava dependente da vigência de outras fontes.
Em França, coexistiram durante o ancien régime dois sistemas jurídicos: primeiro, a sul, o pays du droit écrit, onde à vigência do direito visigodo romanizado sucedeu, uma recepção, a predominância do direito romano justinianeu; segundo, a norte, pays des coutumes, onde a principal fonte de direito continuou a ser formada por costumes de origem germânica, que a partir do século XV foram objectos de compilação escrita.
Na Alemanha, a recepção deu-se mais tarde (século XV), mas foi mais extensa e intensiva. Os principais factores que para tal contribuíram foram: a ausência de um poder central, com a consequência pulverização política, normativa e jurídica; e a ideia de que a vigência do direito romano se justificava pela continuidade do Império Romano no Sacro Império Romano-Germânico. Por isso, se tem escrito que, na Alemanha, a recepção do direito romano se fez ratione Imperii enquanto em outros países foi determinado por império ratione. [3: Em razão do império ][4: Por força da razão ]
A recepção do direito romano na Alemanha foi imposta politicamente. Este direito foi um direito de “eleite” e de estudo de universitários. O movimento da recepção foi coroado pela ordenação do Tribunal Central de 1495. Este supremo tribunal imperial devia aplicar de preferência o direito justianeu; os direitos locais só se podiam aplicar como direitos de excepção. Medes (1982:160-161) 
A revolução Francesa, o Liberalismo e a Codificação 
A revolução Francesa é, também, um facto histórico decisivo para os elementos internos convergentes das ordens jurídicas integrados nesta família de direitos.
No chamado período intermédio, que decorreu desde a “Declaração dos direitos do homem e do cidadão” em 1879 até à promulgação do código civil de 1804, verificou-se profunda alteração de direito francês, a maior da qual se inseriu de modo estável no sistema jurídico onde surgiram.
Em termos gerais, o processo iniciado com a revolução Francesa explica as seguintes características dos direitos romanos-germânicos:
A estrutura e funcionamento das instituições constitucionais ficaram marcados pelo Principio da Separação de Poderes, com especial influência nas competências relativas à produção legislativa e na relutância em conhecer qualquer eficácia normativa à função jurisdicional.
A unidade e a centralização, reflexos de um certo entendimento da soberania popular, ofereceram condições para a criação de sistemas integrados e hierarquizados nos domínios da estrutura político-administrativa e da organização judiciária. 
A ideia da liberdade revelou-se determinante na convicção de que só a lei, votada por assembleias representativas do povo, exprime a vontade geral. Por isso e por ser o melhor vinculo das ideias revolucionarias, lhe foi conferido o primado, quando não a exclusividade, entre as fontes de direito.
As ideias de liberdade e igualdade sustentam a propriedade, o contrato e a igualdade sucessória como pilares de direito patrimonial privado, implicando a abolição dos requisitos feudais, das limitações corporativas e dos direitos do filho primogénito. 
A codificação, com o sentido que desde então se lhe atribui no direito romano-germânico (compilação sistemática, sintética e cientifica de normais legais), foi a fórmula encontrada para assegurar a concentração e divulgação da lei e o instrumento preferido para lhe conferir primazia entre as fontes de direito.
A colonização 
Esta serviu como meio de transporte dos direitos europeus para as comunidades colonizadas nas Américas e em África. Inicialmente imposto pela potência colonizadora, o direito vigente em cada colónia veio a ser aceite, em maior ou menor grau, como base do direito nacional após a independência. 
No entanto que respeita aos direitos de raiz romano-germânica, o fenómeno dói mais evidente nos países da América Latina, onde a descolonização ocorreu mais cedo e a aculturação foi mais intensa.
Mas também se verificou nos países da África negra que sucedeu às colónias francesas, belgas e portuguesas,dando lugar ao sistemas jurídicos híbridos em que a marca romano-germânica se continua a sentir com diversas graduações. 
2.2 Fontes de Direito
Elenco e hierarquia
A problemática relativa ao conceito, elenco e hierarquia é muito semelhante nos três sistemas em comparação.
Ao lado de um conceito restrito que abrange apenas os modos de criação de normas jurídicas, admite-se um outro mais extenso que inclui também os modos de revelacao de normas jurídicas. 
É pacifico que a lei tem o primado entre as fontes de direito, tanto pela sua importância como pela prevalência hierárquica. A opinião ainda dominante em Portugal e em França vai mesmo no sentido de que a lei é fonte exclusiva de criação de direito.
Pelo contrário os juristas a aceitam geralmente que a eficácia equivalente seja conferida ao costume. Porem, a controversa sobre o valor da jurisprudência, da doutrina desenrola-se em termos próximos nos três sistemas jurídicos, com tendência para a sua qualificação como fontes mediatas ou modos de simples revelação do direito.
A lei 
As Constituições escritas e o controlo da constitucionalidade das leis 
Em qualquer destes sistemas jurídicos, há sempre uma constituição escrita, colocada no topo da hierarquia das fontes de direito: Constituição da Republica Federal da Alemanha de 1949, Constituição francesa de 1958 e constituição portuguesa de 1976, ambas com varias revisões. Todas elas incluem: as regras fundamentais sobre a organização do poder político, baseada numa concepção de democracia representativa; e um elenco de direitos fundamentais.[5: Alterada pelo tratado de unificação de 1990]
As principais diferenças consistem:
Na estrutura unitária dos Estados português e francês em contraposição com a estrutura federal da RFA, onde, além da constituição federal, existem constituição dos Lander;[6: República federal da Alemanha ]
No modelo simepresidencial adoptado pelas constituições francesas e portuguesas em comparação com a maioria incidência parlamentar da constituição alemã.
Na caracterização da RFA e de Portugal como Estados de direito social, que é expressa no artigo 20 da Constituição de Bonn e resulta, na Constituição portuguesa, de um extenso de direitos sociais, económicos e culturas, em comparação com o pendor mais clássico e liberal da Constituição francesa.
Quanto ao controlo da constitucionalidade, os direitos português e alemão tem em comum:
A competência da generalidade dos tribunais para tomarem conhecimento, em concreto, de matéria de inconstitucionalidade das leis.
A existência de uma jurisdição constitucional com competências para decidir, em abstracto, sobre a constitucionalidade das leis, tanto em processo de fiscalização preventiva como sucessiva, e para julgar questões concretas de constitucionalidade suscitadas perante os tribunais. 
 Os dois sistemas divergem nos seguintes pontos:
Em Portugal, existe um só tribunal constitucional, enquanto, na Alemanha, além do tribunal constitucional federal, há também, na maioria dos Lander, tribunais constitucionais com competências para o controlo da constitucionalidade de actos legislativos regionais perante as respectivas constituições;
A competências dos tribunais alemães em matéria de constitucionalidade é meramente incidental, isto é, cabe-lhes apenas admitir o incidente e remeter a decisão para os tribunais constitucionais para conhecer e decidir, embora das suas decisões caiba recurso para o Tribunal Constitucional.
Para a força de um entendimento rígido do princípio da separação de poderes, é muito diferente do direito francês: não é atribuída aos tribunais competência para conhecer e decidir questões da constitucionalidade; a fiscalização da constitucionalidade exerce-se apenas em abstracto através de um órgão político (conselho constitucional nacional), e é limitada a controlo preventivo e circunscrito aos domínios da inconstitucionalidade orgânicas e da garantia dos direitos fundamentais. Carlos Ferreira (1998: 44) 
2.3 Competência legislativa
Em qualquer destes sistemas jurídicos as assembleias parlamentares são referendas como os órgãos legislativos por excelência, mas este corolário do princípio de separação de poderes vem sofrendo sucessivas atenuações; as regras e as práticas constitucionais procedem na realidade a uma partilha do poder legislativo em que a parcela pertencentes aos governos tem progressivamente aumentado, através de diversas e por vezes complexas formulas: concessão de autorizarão legislativa, distinção entre leis contendo bases gerais e diplomas legais de desenvolvimento destas, exclusividade de iniciativa governamental em certas matérias, admissibilidade de competências concorrentes. 
Na República Federal da Alemanha, coloca-se também a questão de distribuição de competências legislativas entre os órgãos federais e os órgãos estaduais (dos Lander). Em primeiro lugar, a constituição inclui um elenco extenso de matéria da exclusiva competência federal, em segundo lugar matérias como de direito civil, penal, processual laboral assim como as relativas à segurança social e aos mais importantes aspectos do direito económico pertencem ao âmbito da chamada competência concorrente, em que o predominante exercício efectivo da competência legislativa pelos órgãos federais preclude a competência dos órgãos Estaduais. Por ultimo, em relação as outras matérias tem os órgãos fedais o poder de definir Leis-guadros com as quais os Lander devem se conformar no exercício da sua própria competência legislativa. 
2.4 Comparação entre as codificações civis: código civil francês e código civil alemã 
Enquadramento histórico
O código civil francês é o resultado da revolução francesa. Foi promulgado no ano XII (1804), através de uma lei que reunia não só os 36 textos parcelados que tinham sido aprovados e publicados durante os anos de 1803 e 1804. [7: O seu projecto foi elaborado, apenas em quatro meses, por uma comissão nomeada em 1800 por Napoleão e constituída por quatro juristas ]
Porem, na Alemanha, a codificação civil, ao estilo do code civil, foi em 1804, objecto de polémica entre Thibaut que a reclamava e Savigny que a julgava inconveniente, e de qualquer modo prematura enquanto não se restabelece a unidade política alemã. O código civil alemã (conhecido como BGB) entrou em vigor no primeiro dia do ano de 1900.[8: De pois de três comissões que discutiram esta questão, o primeiro projecto em 1874, o segundo 1895 e finalmente o de 1896.]
2.5 Estrutura e estilo 
O code civil, para além, do livro preliminar, esta dividido em três partes nomeadamente: livro I- das pessoas, livro II- dos bens e das diferentes modificações da propriedade, livro III- das diferentes formas como se adquire a propriedade. O BGB esta estruturado segundo o modelo da divisão germânica. [9: Livro I parte geral, livro II direito das obrigações, livro III direito das coisas, livro IV direito da família e no fim livro V direito das sucessões ]
O código francês foi redigido em linguagem simples e elegante mais tem sido criticado por ser frequentemente inexacto e ambíguo. O estilo da BGB é rigoroso, prevalecendo a linguagem técnica jurídica.
Conteúdo ideológico 
O code civil tem sido qualificado como revolucionário. Estreitamente ligado à Revolução Francesa, era moderno no modo de expressão das fontes de direito e reflectia, na regulamentação das instituições civis, as ideias próprias do seu tempo. O espírito burguês revela-se no individualismo liberal, tendo repercussões mais evidentes no dogma da vontade, no que diz respeito a protecção do direito de propriedade e na amplitude dos poderes do proprietário, na missão de um regime jurídico aplicável às pessoas colectivas. As relações familiares eram encarnadas numa perspectiva laica mas tradicionalista. 
O BGD se tem dito, pelo contrário, que é obra conservadora. Na verdade o código civil alemã e conservador só porque em comparação com o seu homólogo francês, não invocou significativamente no conteúdo das instituições civis, apesar de ter iniciado asua vigência quase um século depois. 
2.6 Comparação do Código Civil português de 1867 com o Código Civil francês 
O Código Civil português de 1867 é conhecido como “Código de Seabra”. Apesar de ter recebido também influências do código dos iluministas, a estrutura e o conteúdo foram marcados pelo código civil francês. As principais semelhanças com este consistem na ideologia, na elegante simplicidade do estilo e na frequente coincidências das soluções e as diferenças mais notórias verificam-se nos seguintes aspectos: [10: Por ter origem num projecto de cuja elaboração foi encarregado, em 1850, o Visconde António Luís de Seabra ][11: Código geral prussiano de 1794 e código civil australico de 1811]
A estrutura do código de Seabra é quadripartida; a parte I “da capacidade civil”, a parte II “da aquisição de direitos” e a parte III “do direito da propriedade” correspondem respectivamente aos livros I, III e II do código napoleónico, não tendo a parte IV “da ofensa aos direitos e da reparação” paralelo deste código. 
O código oitocentista português consagrava a dualidade de formas de casamentos (civil ou católico).
O código de Seabra regulou alguns institutos que tinhas sido ignorados pelo código francês em contrapartida, manteve outros que poderiam ser considerados arcaicos, como o compáscuo e a enfiteuse. 
2.7 Comparação do código civil português de 1966 com o código civil alemã 
O código civil português vigente foi preparado ao longo de vinte anos por uma comissão constituída quase exclusivamente por professores de Direito. Pode-se dizer que o código não sofreu excessiva influência da ideologia corporativa oficial, podendo afirmar que prosseguiu na senda do liberalismo económico e da concepção católica e patriarcal da família. O óbvio é a influência do BGB com outros códigos, em especial o italiano e o suíço. ALMEIDA (1998:49).
Em relação ao código civil alemão, as principais semelhanças consistem na estrutura, na técnica legislativa e em muitas das opções escolhidas para os institutos reguladas “parte geral” e nas obrigações em geral. As diferenças verificam-se especialmente no âmbito dos direitos reais e da família em que se manteve, ate a profunda revisão de 1977, o essencial da tradição incorporada no código anterior.
2.8 Influência em outros códigos dos códigos civis francês e alemão 
A influência do código civil francês fez-se sentir em quase todos os códigos civis elaborados no século XIX. No século XX, a inspiração do Code Civel é ainda em vidente em código aprovados em país do norte de África, como o Egipto (1949) e, por influência deste, noutros países islâmico com ressalva porem das regras relativas aos direitos da família e das sucessões. Já, nos países africanos ao sul de Sará que foram colonas francesas o código civil francês manteve-se em vigor, no essencial, a pois a independência. 
O código civil suíço (1912), brasileiro (1916) e italiano (1942) além do português de 1966 são exemplos de códigos vigentes que, embora frutos de concepções próprias não deixam de reflectir, em diferentes graus a influência do modelo alemão. 
2.9 Costume: relevância como fonte de direito
Em qualquer dos sistemas jurídicos em comparação, é normalmente atribuída excanca importância ao costume como fonte de direito. A lei de aprovação de Code Civil revogou expressamente o direito consuetudinário. 
Na Alemanha a Escola Histórica deixou raízes favoráveis ao costume. O art. 2 da Lei de Introdução ao BGB parece reconhecer o costume como fonte de direito, ainda que por equiparação à lei, implicitamente tomada como paradigma da expressão de direitos. O respeito pelo direito consuetudinário emerge na fundamentação atribuída por alguns juristas a institutos sem consagração legal, tais como a violação positiva do contrato e a eficácia de protecção do contrato em relação a terceiros.
2.10 A Jurisprudência: discussão sobre o valor da jurisprudência como fonte de direito
A jurisprudência não é fonte imediata de direito. As decisões dos tribunais só têm eficácia no caso concreto, pelo que valem a pena como meio mediato ou derivado de conhecimento de direito; Quando uniforme a jurisprudência constitui, em regra, precedente meramente persuasivo, mas, em certas matérias, pode-se considerar como fonte de direito; e por fim a jurisprudência constante tem o valor do costume jurisprudencial.
2.11 O efectivo papel da jurisprudência 
Em franca, encontram-se exemplos de inovações jurisprudenciais. Limitando os exemplos ao direito privado, o caso mais citado é a responsabilité du fait des choses. Na Alemanha, o exemplo clássico de decisão contra legem é a Aufwertungsurteil, sentença da Reichsgericht. A jurisprudência é também chamada a uma função evolutiva do direito através da integração dos conceitos indeterminados contidos nas várias cláusulas gerais do BGB. No direito português um lugar próprio era reservado aos assentos previstos no art. 2 do código civil. 
2.12 Integração da lei
O positivismo legalista apesar de muitas críticas de que tem sido alvo nos sistemas em comparação, continua a dominar efectivamente a lógica subjacente ao discurso e ao método jurídico, pois só assim se pode compreender que, após se verificar a existência de uma lacuna na regulação legislativa, a sua integração se deva fazer, em princípio, por referência ao sistema legislativo.
Em qualquer destes direitos, a aplicação analógica de uma norma legal é o meio privilegiado de integração de lacunas da lei. Menos pacífico é a admissibilidade de princípios gerais de direito. No direito português, prevê-se ainda a aplicação de uma norma hipotética criada dentro do espírito do legislativo (no 3 do art.10o CC). No direito alemão, o costume é também como forma de preenchimento de lacunas da lei.
No domínio da integração de lacunas, deve acrescentar-se que, salvaguardada a aplicação analógica na lei, todos os outros meios se reportem a outras fontes de direito. Assim para a formulação de princípios gerais, é decisiva a contribuição da doutrina e, no direito francês, o seu reconhecimento depende de consagração pela jurisprudência; a hipotética norma legislativa, prevista no direito português, é na realidade uma norma jurisprudencial.
Contudo, de acordo com Marcelo Rebelo de Sousa (2000:311), a lei ocupa o lugar primordial. O costume goza, na teoria como na prática, de um relevo muito limitado. A jurisprudência está subordinada à lei e em regra abstêm-se de criar regras de direito. A doutrina influencia o ambiente jurídico que gera as regras e, assim, mediatamente, “cria” Direito. 
2.13 Organização judiciária e sistemas de recurso
Organização judiciária portuguesa
A organização judiciária (estadual) portuguesa compõe-se de tribunais judiciais e de tribunais especiais (além do Tribunal Constitucional e do Tribunal de Contas).
Os tribunais judiciais constituem uma ordem de tribunais aos quais, em conjunto, é atribuída competência para decidir acções que não estejam afectas a tribunais especiais. As principais competências dos tribunais judiciais, incidem sobre matéria cível (incluindo comercial) e criminal.
Nos tribunais especiais encontramos os administrativos e os fiscais.
Os tribunais judiciais são escalonados em três níveis:
A 1.a instância é constituída pelos (tradicionais) tribunais de comarca e pelos tribunais de círculo, cuja instalação não abrange ainda todo o território. Grosso modo, os tribunais de circulo têm competência para preparar e julgar as acções cíveis de maior valor ou de maior importância (revelada por outros índices) e os processos-crime de maior gravidade.
 A maioria dos tribunais da primeira instância dispõe de competência genérica. Mas existem tribunais cuja competência é especializada em função da matéria e/ou do valor (tribunais cíveis, tribunais criminais, varas e juízes cíveis e criminais, tribunais de pequena instância, tribunais de menores, de trabalho, de família, tribunais de execução de penas, etc), alguns dos quais com competência territorial mais extensa do que a área de uma comarca ou deum circulo.
Em todos estes tribunais, os juízes são profissionais integrados na magistratura judicial, salvo a participação de juízes sociais em tribunais de trabalho e de menores.
A 2a instância é formada pelos tribunais de Relação, cuja principal competência consiste no julgamento de recursos de sentenças proferidas pelos tribunais de 1a instância.
O Supremo Tribunal de Justiça está dividido em secções especializadas (cíveis, criminal e social). Em secção compete-lhe principalmente decidir recursos restritos a matéria de direito e interpostos de acórdãos da Relações e, em certos casos criminais, directamente de decisões de tribunais de 1ainstância; em plenário, profere acórdãos para uniformização da jurisprudência.
Organização judiciária francesa
Nesta organização existem duas ordens de jurisdições (estaduais): a jurisdição judiciária, onde se integram os tribunais com competência em matéria civil, comercial, social e penal (incluindo, desde 1982, crimes militares), e a jurisdição administrativa.
A jurisdição judiciária está escalonada em três níveis:
Na 1a instância, os tribunais tem competência especializada designadamente em função das seguintes matérias:
-em matéria civil, os litígios de menor valor são julgadas pelos tribunaux d’instancee os de maior valor pelos tribunaux de grande instance, que actualmente são 175 no território metropolitano;
-em matéria comercial, a competência pertence ao tribunaux de commerce, sucessores dos antigos consulares e constituídos exclusivamente por juízes eleitos pelos seus pares de entre comerciantes ou pessoas que desempenham funções de direcção em empresas comerciais (no sentido amplo do Código Comercial); 
-em matéria de relações de trabalho, as acções são decididas pelos conseils de prud’hommes, formados particularmente por juízes eleitos por, e de entre, trabalhadores assalariados e entidades patronais;
-em matéria penal e contravencional, existem tribunaux de police (nome que tomam os tribunaux d’instance quando julgam contravenções), tribunaux correctionnels (nomes que tomam os tribunaux de grande instancequando julgam crimes) e cours d’assises, tribunais de composição mista (juízes profissionais e jurados) que julgam os crimes mais graves. 
A 2a instância é formada por cours d’appel (30 no território metropolitano), cuja principal competência consiste no julgamento de recursos de sentenças proferidas pelos tribunais de 1a instância, com excepção das cours d’assises.
A Cour de Cassation está dividida em cinco câmaras civis (especializadas em matérias como a comercial e social) e uma câmara criminal. Compete-lhe apreciar recursos restritos a matéria de direito, interpostos de decisões das cours d’appel e das cours d’assises.
Organização judiciária alemã 
Além dos tribunais constitucionais, a organização judiciária alemã compreende cinco ordens de jurisdições: ordinária, administrativa, financeira, laboral e social, cada uma da qual tem uma estrutura própria encimada por um tribunal federal supremo.
Os tribunais da jurisdição ordinária têm competência em matéria civil (incluindo comercial), criminal e de jurisdição voluntária (de natureza tutelar e registara). Estão hierarquizados em três níveis. Os dois primeiros níveis pertencem ao âmbito dos Lander; só o mais elevado em a natureza de tribunal federal.
A 1a instância dos tribunais ordinários é composta por Amtsgerichte (AG-tribunais cantonais) e Landgerichte(LG-tribunais regionais). Estes têm competência para julgar acções cíveis de maior valor e os recursos interpostos de certas decisões dos Amtsgerichte. Não há júri.
A 2a instância é formada pelos Oberlandesgerichte (OLG-tribunais regionais superiores), cuja principal competência reside no julgamento de recursos de sentenças proferidas pelos Landgerichte e, em certos casos directamente do Amtsgerichte.
O Bundesgerichtshof (BGH-Tribunal Federal de Justiça), com sede em Karlsruhe, é o tribunal supremo da jurisdição ordinária. Está dividido em secções especializadas (civis, criminais e outras).
- Em matéria cível, compete-lhe apreciar recursos restritos a matéria de direito interpostos de decisões dos oberlandesgerichte e, per saltum, directamente dos Landgerichte, quando as partes nisso acordem e desde que haja apenas questões de direito a apreciar.
- Em matéria criminal, conhece recursos de sentenças proferidas em 1a instância pelos Oberlandesgerichtee, em certos casos, per saltum,de sentenças dos Landgerichte
Os sistemas de recurso
A comparação limitar-se-á aos recursos interpostos para os supremos tribunais de decisões proferidas em acções civis sobre fundos da causa.
Os recursos desta natureza são julgados:
Em Portugal, pelo Supremo Tribunal de Justiça, sob o nome de recurso de revista;
Em França, pela cour de Cassation, sendo conhecidos por pourvoiencassation; Na Alemanha, peloBundesgerichtshof, tomando a designação deRevision.
Em qualquer dos sistemas, estes recursos são circunscritos á apreciação de matéria de direito, têm efeito sobre a decisão do caso subjudice, mas contribuem igualmente para uniformização da jurisprudência.
Os requisitos de admissibilidade do recurso não coincidem nas três ordens jurídicas supra citadas. No direito português, a parte vencida em decisão da Relação que conheça do mérito da causa tem o direito de interpor recurso de revista, desde que o valor da acção seja superior à alçada da Relação.
No direito alemão, o recurso de Revision é admitido para as acções de maior valor que o BGH entenda que a questão se não reveste de particular importância. Se o litígio referir questões de menor valor ou de natureza não patrimonial, pode a parte vencida obter do tribunal a quo autorização para recorrer, desde que a questão seja considerada de especial relevo.
No direito francês, o pourvoiencassation não depende de limite mínimo de valor. Para evitar a ditas de “filtragem”, desde a apreciação preliminar sobre a seriedade do recurso até à exigência de cumprimento prévio da decisão recorrida.
Quanto à natureza da decisão que dá provimento ao recurso, existem dois regimes fundamentais conhecidos como: sistema de substituição e sistema de cassação.
O sistema português é um sistema típico sistema de substituição. O tribunal de revista (Supremo Tribunal de Justiça), quando conclua que a sentença recorrida violou ou aplicou incorrectamente normas de direito, profere decisão definitiva que substitua aquela que fora proferida pelo tribunal recorrido (art.729o, no 3 CPC).
O sistema francês é um típico sistema de cassação, expressa que está ligada precisamente ao nome do supremo tribunal francês. A Cour de Cassation- diz-se, não julga o litígio, julga a sentença de que se recorre. Quando entenda que esta violou o direito aplicável, “cassa-a”, isto é anula-a sem proferir qualquer decisão definitiva sobre o fundo da causa.
O sistema alemão é intermédio. A sentença que dê provimento ao recurso de Revision tem por efeito, tal como no sistema da cassação, a anulação da sentença recorrida, implicando, em princípio, o reenvio para o tribunal a quo, cuja decisão tem de se conformar com a orientação do BGH. Este pode, como no sistema de substituição, decidir definitivamente logo no recurso inicial, se o processo lhe fornecer todos os elementos.
2.14 Profissões jurídicas 
Formação dos juristas
As profissões jurídicas superiores (magistraturas e advocacia) são, nos sistemas jurídicos romano-germânicos, designadamente naqueles que estão em comparação, exercidas por pessoas habilitadas com um curso universitário de direito que a sua duração é variável: actualmente, em Portugal, 5 anos; em Franca, 4 anos; na Alemanha, 3 anos e meio terminando a sua parte escola com a aprovação do “exame de Estado”
O acesso às profissões referidas depende, em qualquer destes três países, de formação complementar.
Em Portugal e em França, essa formação é diferenciada conforme o candidato se destine a algumas magistraturas ou à advocacia.
Na Alemanha, a formação é feita em exercício através de estágio, com a duração de dois anose meio, que decorre junto de tribunais, serviços de administração pública e escritórios de advogado. Termina com um “segundo exame de Estado” que confere habilitação para qualquer profissão jurídica.
As magistraturas judicial e do Ministério Público
Nos sistemas jurídicos em comparação, existem duas ordens de magistraturas: a judicial e a do Ministério Público.
A magistratura judicial é constituída pelo conjunto dos juízes, magistrados independentes a quem compete a função jurisdicional. 
Em França e em Portugal, os juízes são, em regra, recrutados entre os “auditores de justiças” formados na “Escola Nacional de Magistratura” (Bordeaux) e no “Centro de Estudos Judiciários” (Lisboa). Na Alemanha, são recrutados, como juízes estagiários, entre os juristas que tenham sido aprovados no segundo exame de Estado.
Em França e em Portugal, as mais importantes decisões relativas à carreira dos juízes competem a Conselhos Superiores da Magistratura, compostos por magistrados eleitos e por personalidades independentes.
Em Portugal, é o Conselho Superior da Magistratura que tem competência para a nomeação dos juízes. Em França esta função cabe ao Presidente da República (sob proposta do Conselho Superior da Magistratura). Na Alemanha, os juízes dos tribunais federais são nomeados pelo ministro federal da área homóloga à do tribunal a que se destinam, em conjunto com comissões compostas pelos ministros dos Länder da mesma área e igual número de personalidades escolhidas pelo Bundestag. O processo de nomeação dos juízes dos tribunais regionais varia de Land para Land, de acordo com a respectiva legislação.
O Ministério Público é uma magistratura hierárquica cujas funções estão essencialmente ligadas à defesa dos interesses gerais da sociedade. Em França, os magistrados do Ministério Público são designados como MagistratsduParquet.
A sua principal e comum competência consiste no exercício da acção penal. A atribuição de outras funções é variável de pais para pais, atingindo a maior amplitude em Portugal, onde o Ministério Público assume também a direcção da investigação criminal, o patrocínio judiciário do Estado e a protecção de certos interesses colectivos ou difusos.
A profissão do advogado
A advocacia geralmente exercida nestes três países, como profissão liberal. Aos advogados incumbe o patrocínio judiciário e o aconselhamento jurídicodos seus clientes.
A profissão é una. Em França porem, o avocat (profissional liberal) só nos tribunais de 1a instância exerce a plenitude das funções de representação.
Em Portugal e em França, o acesso à profissão é precedido de estágios controlados pela respectiva Ordem (Barreau). Na Alemanha, a formação é comum à dos magistrados.
2.15 Síntese comparativa e âmbito da família de direitos romano-germânicos 
Razão de ordem
A síntese que se segue é resultado directo da comparação anterior, que foi intencionalmente limitada aos sistemas jurídicos português, alemão e francês. 
Diferenças entre os sistemas jurídico português, francês e alemão.
Elementos meta jurídicos
Estádios mais evoluídos dos sistemas económicos, sociais e culturais, na França e na Alemanha.
Maior influência da Igreja Católica em Portugal, com repercussão, no regime jurídico do casamento.
Diversidade das Línguas.
Elementos históricos 
A recepção do direito romanofoi mais tardia na Alemanha, mas encontrou aí condições favoráveis para ser mais extensa e profunda.
A influência da Revolução no direito fez-se naturalmente sentir mais cedo e com maior intensidade em França. 
Elementos jurídicos
Estrutura federaldo Estado alemão com efeitos na distribuição de competências legislativas e na organização judiciária; estrutura essencialmente unitária dos Estados português e francês; Maior preocupação, em França, com o princípio da separação de poderes; Mais ampla fiscalização da constitucionalidade das leis em Portugal e na Alemanha e, em consequência, maior influencia nestes dois países da constituição sobre o modo de conformação do sistema jurídico; Diferentes estruturas e estilos dos códigos civisvigentes: “napoleónico” do código francês em contraste com o modelo “pandectistico” dos códigos alemão e português; Maior receptividade, na Alemanha, ao reconhecimento do costume com o fonte de direito; Maior influencia, mais elevado grau de abstracção e tecnicismo da doutrina, na Alemanha e em Portugal; Subsistência, em França, de tribunais de comércio compostos por juízes escolhidos entre profissionais das actividades económicas; Sistema de cassação, em França, versus sistema de substituição, em Portugal, nos recursos para o tribunal supremo da jurisdição comum; Formação profissional unitária dos juristas, na Alemanha; e Maior amplitude das funções do Ministério Público em Portugal.
Semelhanças entre os sistemas jurídicos portugueses, francês e alemão; características comuns dos direitos romano-germânicos
Elementos meta jurídicos
A influência da religião e da moral cristas; distinção entre direito e outras ordens normativas (moral, religião, convivência social).
As tradições culturais de humanismo e racionalismo.
A economia de mercado (embora por vezes incipiente em países em vias de desenvolvimento.
Elementos históricos
A recepção do direito romano; Influência da Revolução Francesa, sentida especialmente nas concepções liberais e no movimento de codificação; e A colonização, como meio de expansão da matriz dos direitos romano-germânicos europeus.
Elementos jurídicos
A concepção do direitocomo regra de conduta tendente à realização da justiça; estrutura da regra jurídica concebida com elevado de generalidade e abstracção; Primazia do direito substantivo sobre o direito processual, o direito de acção como meio de efectivação de direitos subjectivos; Organização do poder político em conformidade com constituições escritas, separação de podres (legislativos, executivo e judicial); Organização judiciária ordinária ou comum hierarquizada em três níveis; tribunais de 1a e de 2ainstância dispersos no território; Jurisdição administrativa composta por tribunais administrativos com competência para o controlo de legalidade dos actos da Administração Pública, etc.
2.16 Âmbito da família de direitos romano-germânicos
Na Europa
Pode considerar-se assente a reunião, numa só família de direitos romano-germânicos, dos sistemas jurídicos correspondentes aos seguintes Estados: Estados latinos do ocidente (Portugal, França, Espanha, Itália); Estados de cultura germânica (Alemanha Áustria); Estados do sudeste (Grécia e Turquia).
Pelo resultado destas e de outras reformas realizadas em tempo muito curto considera-se reintegrados na família romano-germânico os sistemas jurídicos dos Estados que, até a segunda guerra mundial pertencia claramente ao seu âmbito e no caso da Rússia e de outros Estados da ex-URSS, prever que o processo de integração nessa mesma família de direito servira a concluir em breve.
Hoje parece claro que uma das significativas das características comuns aos direitos romano-germânicos com relevo para o sistema de fonte de direito se podia também encontrar nos direitos socialistas europeus. Sendo assim é legítimo concluir que a família de direitos romano-germânica abrange actualmente a totalidade dos sistemas jurídicos europeus continentais excluindo as ilhas britânicas.
Capitulo III
3. Conclusão 
No âmbito do direito continental europeu, situam-se os ordenamentos jurídicos derivados do direito romano: inclui, na Europa, todos os estados com excepção do Reino Unido e dos que integravam o bloco soviético até 1991; a América Latina e, de certo modo, a África do Sul e o Japão. 
Nos países do direito continental europeu (romano-germânico ou da civil law), a característica fundamental do sistema jurídico é a absoluta preeminência do direito escrito e, secundariamente, a tendência para a codificação. O próprio raciocínio jurídico se constrói sobre o pressuposto de que a solução de qualquer controvérsia encontra-se numa norma geral criada pelo legislador.A lei é a fonte do direito por excelência e o ideal jurídico se expressa na identidade plena entre o direito e a norma jurídica. Embora nesses ordenamentos a jurisprudência goze de considerável autoridade, não constitui, a rigor, fonte do direito, pois uma decisão só obriga nos limites do caso em que é proferida e não vincula outros tribunais e juízes no julgamento de casos idênticos. 
Nesse grupo se edificam os dois maiores monumentos da codificação do direito privado moderno: o código civil francês de 1804, chamado Código Napoleão, e o código civil alemão de 1900, que influenciaram os códigos civis da Itália, Portugal, Espanha, Cuba, Brasil, Cabo Verde, entre outros.
Bibliografia 
DE SOUSA, Marcelo Rebelo e Galvão, Sofia, Introdução ao Estudo de Direito. 5ª Edição. Lisboa, 2000
ALMEIDA, Carlos Ferreira de, Introdução ao Direito Comparado. Editora Almedina. 1998
MENDES, João Castro, Direito Comparado. Editora Associação Académica de Lisboa. Lisboa, 1982

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