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FRATURA DOS MEMBROS SUPERIORES Ossos do membro superior: Cintura escapular - escápula e clavícula. Braço - úmero. Antebraço - rádio e ulna. Punho - carpo: Fileira proximal (escafóide, semilunar, piramidal e pisiforme). Fileira distal (trapézio, trapezóide, capitato e hamato). Mão: Primeiro ao quinto metacarpianos. Polegar com falange proximal e distal. Segundo ao quinto dedo da mão, falange proximal, média e distal. Articulações do membro superior: Cintura escapular: Articulação escapulotorácica (entre escápula e gradil costal), esternoclavicular, acromioclavicular e escapuloumeral. Braço: articulação cubital (cotovelo), rádio-ulnar superior. Antebraço: articulação radiocárpica, rádio-ulnar inferior. Punho: articulações entre os ossos do carpo, carpometacarpianas. Mão: articulações metacarpofalangeanas, interfalangeanas. Fraturas da clavícula e Luxação acrômioclavicular: - mais frequente nas crianças do que nos adultos e correspondem a 5% de todas as lesões traumáticas. - 80% ocorrem no terço médio e aproximadamente 15% no terço distal. - causada por um trauma direto no ombro. - funções da clavícula: Proporciona força e estabilidade ao braço Promove movimentos da cintura escapular (posicionamento da escápula, direção da glenóide) Local p/ inserções musculares Auxilia na função respiratóira Cosmese (largura dos ombros) - Luxação acromioclavicular: é a perda de contato entre o acrômio e a clavícula devido à falha dos estabilizadores estáticos e dinâmicos desta articulação. Os estabilizadores estáticos são: a cápsula articular e os ligamentos acromioclaviculares, responsáveis pela estabilização no plano horizontal, e os ligamentos coracoclaviculares que estabilizam o plano vertical. Os estabilizadores dinâmicos são: a porção anterior do deltoide e o trapézio. Classificação Fratura clavicular: Fratura do terço médio (+ frequente) Fratura do terço distal I: desvio mínimo II: fratura medial aos ligamentos coracoclaviculares - Conoide e trapezoide inseridos - Conoide roto, trapezoide inserido. III: fratura das superfícies articulares IV: ligamentos intactos fixados ao periósteo V: cominutiva. Fraturas do terço proximal I: desvio mínimo II: desvio importante III: intrarticulares IV: separação epifisária V: cominutiva Mecanismo: • Fratura clavicular: - 1/3 médio clavicula: Direto indireto – queda sobre MMSS estendido - 1/3 lateral clavícula: Queda sobre parte lat. do MS desloc. p/ frente e p/ baixo - 1/3 médio: Indireto forças na face lat. ombro • Luxação acromioclavicular: direto: queda sobre ombro c/ braço aduzido indireto: quedas c/ MS estendido ou c/ apoio do cotovelo Clínica: - ombro do lado afetado mostra-se mais baixo, e cai para frente e para dentro. - paciente imobiliza a extremidade comprometida de encontro ao corpo e suporta o cotovelo afetado com a mão contralateral. - paciente inclina a cabeça no sentido da fratura e o queixo em sentido contrario, para relaxar a tração do músculo ECM. Diagnostico: - Clínico: com a história de trauma, presença de dor e crepitação. Deformidade evidente, hematoma e incapacidade funcional. - Rx: confirmam e mostram o tipo de fratura. Fratura clavícula: Antero-posterior Antero-posterior com 30º de inclinação cef./caudal./ortostático Luxação Acromioclavicular: Rx AP verdadeiro do ombro Axillar (deslocamento posterior) Incidencia de Zanca – AP com inclinação cranial de 10º (paciente em pé com memb sup pendente) Diagnostico e Classificação de Rockwood para a Luxação acrômio-clavicular: Tratamento: • Conservador (fraturas sem desvio): Clavícula: - Tipoia - Enfaixamento tipo 8 Luxação Acromioclavicular: - Indicação nos tipos I e II (tipo III). - analgesia, gelo local e repouso do membro superior em tipoia simples até a resolução dos sintomas. Após, fisioterapia para recuperação da mobilidade e força muscular. - Tipoia • Cirurgia (fraturas desviadas) Clavícula: Fixação c/ placa (permite mob precoce com menos dor) Fixação intramedular (menos invasiva, mas menos indicada que a com placa) Fixador externo (fratura exposta e infectada) Luxaçao acromioclavicular: - Indicado nas luxações tipos IV, V e VI. - Tipo III em caso de atletas. - Ressecção da extremidade lateral da clavícula: apenas quando houver lesão cartilaginosa ou em casos crônicos. - Reconstrução ligamentar: dos próprios ligamentos rotos (difícil de serem aproveitados), ligamentos “locais” (transferência do ligamento coracoacromial) ou ligamentos “à distância” (mais utilizado é o semitendíneo, do joelho) - Fixação: amarria subcoracóide âncoras na base do coracóide endobutton Bosworth placa em gancho fios transacromiais (indicação reduzida pelo alto índice de complicações) Fraturas do úmero proximal: - Atinge, no adulto, a região que corresponde à epífise e metáfise proximal. - mais frequente em idosos (osteoartrose) - Apresentação bimodal: Jovens: predominantemente em homens e em acidentes de alta energia. Idosos: predominantemente em mulheres devido a presença de osteoporose. Ocorre em traumatismos de baixa energia com cominuição e/ou impacção óssea. Classificação: - NEER baseando-se no conceito de 4 partes (colo anatômico, colo cirúrgico, tuberosidade maior e tuberosidade menor), orienta o tratamento e infere no prognóstico. - Leva em consideração o envolvimento e o deslocamento de quatro fragmentos: superfície articular da cabeça umeral tubérculo menor tubérculo maior diáfise umeral. - fratura é considerada desviada quando um ou mais fragmentos apresentam distância maior que 1 cm ou angulação maior que 45° entre si. Mecanismo: - Trauma direto: por sobrecarga axial - Trauma Indireto: decorrente de mecanismo de hiperabdução forçada Diagnostico clinico: - sintoma mais comum é a dor, principalmente na área do grande tubérculo maior. - lesão neurológica mais frequente é do nervo axilar. Diagnóstico por imagem (RX): AP verdadeiro – permite avaliar o desvio superior ou inferior dos fragmentos e nos casos que a luxação está associada há sobreposição da cabeça umeral em relação a glenóide. Perfil– permite avaliar os desvios dos fragmentos e das luxações no plano ântero-posterior. Axilar– permite avaliar o grau de desvio dos tubérculos e a relação da cabeça umeral com a glenóide (luxação anterior ou posterior). Tratamento: Conservador: - indicado nas fraturas sem desvio, com desvio mínimo, impactadas e nos pacientes sem condições clínicas para cirurgia. - Fraturas sem desvio ou impactadas: imobilização (tipóia) deve ser mantida por um período de 15 dias e deve ser iniciada mobilização precoce. - Fraturas com desvio mínimo: imobilização (tipóia) por 3 semanas. - Redução Fechada: fraturas com desvio ou associadas à luxação podem ser submetidas inicialmente à redução fechada. Cirúrgico: - Indicado nas fraturas instáveis - Fixação com placas e parafusos e hastes intramedulares. Fraturas da diáfise do úmero: - Corresponde à região mais longa do úmero, localizada entre as metáfises. Mecanismo: Força direta: fratura com traço transverso Força indireta: fratura em espiral ou cunha espiral simples ou complexa Ação muscular Diagnostico: - Mobilidade anormal, impotência funcional e dor. - Inspeção: paciente em atitude de proteção do membro acometido, segurando o mesmo contra o corpo e suspendendo com a outra mão para não ficar pendente e doloroso. - avaliação da função do nervo radial (terço distal do úmero) quando há lesão apresenta paralisia radial, com dor que irradia para o antebraço. Classificação: - Fechadas e expostas. - De acordo com traço de fratura: A: traço simples - Espiral - Obliqua - Transversa B (cunha): 3 ou mais fragmentos, onde os 2 maiores tem contato após redução. - Cunha espiral - Cunha em flexão - Cunha fragmentada C (complexa): 3 ou mais fragmentos, onde os 2 maiores não tem contato apósredução. - Complexa espiral - Complexa segmentar - Complexa irregular Músculos que agem para os desvios dos fragmentos das fraturas do úmero: - Fratura prox: inserção peitoral maior: abd.+rot. ext. frag. prox. (MR) - Fx dist. inserção peitoral maior/prox. inserção deltóide: adução frag. prox. (peitoral maior) - Fx dist. inserção deltóide: abd. frag. prox. (deltóide) Como e em que tipo de fratura ocorre lesão do nervo radial? Fratura de Holstein-Lewis: fx oblíqua espiral do 1/3 méd. p/ distal do úmero: n. radial passa junto ao foco de fratura – lesão na tentativa de redução fechada. Tratamento: Conservador: - Critérios: Encurtamento até 3 cm; angulaçao anterior <20º; varo <30º; rotação <30º; sem diastase. - baseados no alinhamento pela ação da gravidade (gesso pendente, pinça de confeiteiro, órtese funcional de Sarmiento) ou na fixação contra o tronco (gesso toracobraquial, enfaixamento ao tronco). - Imobilização gessada 1-2 semanas, seguido de órtese functional - Controle radiológico - Consolidação: 4 meses Cirurgico: Indicação absoluta: fratura exposta; ombro ou cotovelo flutuante; lesao vascular; fraturas bilaterais; lesao secundaria do n. radial Indicações relativas: fraturas segmentares; perda da redução no tratamento conservador; fratura transversa; obesidade; fratura patologica; pseudoartrose; deficit neurologico; lesao plexo braquial. Fix. externo Placas Placa-ponte Fixação intramedular - Desvios são aceitáveis, como encurtamento e angulatório, desde que não comprometam a estética. - cirurgia está indicada quando não for possível manter-se um alinhamento aceitável, nas fraturas expostas, lesões vasculares e, eventualmente, quando associada à lesão do nervo radial. - A lesão do nervo radial pode ser do tipo neuropraxia, axoniotmese e neurotmese, sendo que as formas mais brandas sem secção completa do nervo (neuropraxia e axoniotmese) são as mais encontradas. - A indicação cirúrgica, de consenso, nas fraturas da diáfise do úmero associadas à lesão do nervo radial, está nas expostas, ocasião em que se explora o nervo e estabiliza-se a fratura, geralmente, com fixador externo. Situação em que haverá fratura isolada na diáfise de um dos ossos do antebraço (rádio e ulna): Traumas diretos: golpes em luta (ulna – fratura de cassetete) Fratura de Galeazzi: fx diáfise rádio + lesão art. radioulnar distal Lesão de Monteggia: fx diáfise ulna + lux. cabeça rádio Sinostose radioulnar: - Sinostose define a união de dois ossos adjacentes. - Mais comum com fratura de ambos rádio e ulna: no mesmo nível ou 1/3 proximal antebraço. - Tratamento: colocação de parafusos ultrapassando a cortical em direção à membrana interóssea Fraturas do úmero distal: - 30% das fraturas do cotovelo nos adultos - Apesar de não terem uma grande frequência, são responsáveis por graves sequelas que levam a importantes limitações do membro superior. - relacionadas, principalmente, às cominutas e com traço articular, com resultados não satisfatórios. - complicações, encontradas no tratamento conservador e/ou cirúrgico, incluem falha de fixação, pseudo-artrose, consolidação viciosa, infecção, perda de movimentos, osteoartrose secundária, ossificação heterotópica, osteonecrose, neuropatia ulnar, danos neurovasculares e implantes sintomáticos. - classificação das fraturas orienta para o tratamento e fornece o prognóstico. No úmero distal, classificam-se em 3 grupos: fraturas completamente extra-articulares (ocorrem mais nas crianças); fraturas que atingem a região metafisária e uma parte da superfície articular; fraturas que atingem a região metafisária e a articulação (são as mais difíceis de serem tratadas e as de pior prognóstico) Clinica: - podem deixar o movimento do membro superior bastante dificultado - Inchaço + Hematomas + Dor à palpação e ao toque + Sensação de instabilidade Diagnostico de imagem: Rx nas incidencias anteroposterior, lateral e nos casos de fraturas articulares incidencias obliquas. Tratamento: - conservador: está indicado nas fraturas sem desvio ou com desvio aceitável, com imobilização no máximo por seis semanas. - cirurgia: fraturas desviadas e expostas. - As fraturas do úmero distal, mais difíceis de serem tratadas, são aquelas que envolvem toda a superfície articular, particularmente, com cominuição articular, produzidas por acidentes de grande energia e em pacientes com osteoporose. - Apesar de tecnicamente difícil, a redução cruenta com fixação interna é possível na maioria dos casos. - fraturas com traço articular e em região supracondiliana: osteossíntese e fixação estável dos componentes articulares, geralmente, com parafuso esponjoso. - placas são adaptadas, uma na parte póstero-lateral da coluna lateral e outra medialmente à coluna interna. - fisioterapia deve ter início no pós-operatório imediato e enfoca a manutenção da função muscular e o combate à perda da mobilidade, sobretudo, na fratura com acometimento articular. Fraturas do olecrano: - processo do olécrano se encontra subcutâneo na região posterior do cotovelo, estando mais vulnerável ao trauma direto. Junto com a porção proximal do processo coronóide, o olécrano forma a incisura sigmoide maior da ulna, permitindo movimento de flexo-extensão e conferindo estabilidade à articulação do cotovelo. Mec de trauma: Trauma direto: queda sobre o cotovelo em flexão ou golpe direto no olécrano, muitas vezes resultando em fraturas multifragmentadas. Trauma indireto: queda sobre a -mão estendida com o cotovelo em flexão, acompanhado por forte contração do tríceps, podendo resultar em fratura transversa ou oblíqua. Trauma direto e indireto combinados SINAIS E SINTOMAS: Dor e aumento de volume local. Derrame articular (fratura intra-articular). Movimento doloroso e limitado. Incapacidade de extensão ativa contra a gravidade, principalmente nas fraturas com desvio, indica perda da função do mecanismo extensor do cotovelo. Sintomas e sinais neurológicos relacionados ao nervo ulnar podem estar presentes. AVALIAÇÃO RADIOGRÁFICA: Posição ântero-posterior perfil verdadeiro do cotovelo Classificação de Morrey (Mayo): Tipo I - Fraturas sem desvio (com traço simples ou multifragmentar), prognóstico exelente. Tipo II - Fraturas desviadas, sem luxação- 85%, e com bom prognóstico. II A: traço simples IIB: multifragmentada Tipo III - Fraturas com instabilidade articular, prognóstico mais reservado. IIIA: traço simples IIIB: multifragmentada Tratamento: Não operatório (CONSERVADOR): tala ou gesso axilo-palmar com o cotovelo em 90 graus de flexão por 3 semanas. Indicações: fraturas estáveis, sem desvio ou minimamente desviadas. mecanismo extensor funcional. risco cirúrgico proibitivo e/ou extrema baixa demanda. Contra-indicações: lesões extensas de partes moles. Desvantagens: risco de rigidez de cotovelo, desvio da fratura, atrofia muscular, úlceras de pressão e compressão nervosa. Cirúrgico: Indicações: fraturas desviadas com perda do mecanismo extensor. Contraindicações: ausência de condições clínicas para cirurgia. Vantagens: redução anatômica e mobilização precoce. Desvantagens: risco de irritação da pele pelo implante, de infecção e complicações de partes moles. OPÇÕES DE FIXAÇÃO: Fixação externa transarticular: controle do dano em pacientes politraumatizados ou com lesões extensas de partes moles ou perdas ósseas. Não é um tratamento definitivo. Fios com banda de tensão: fraturas com traço transverso simples. Não utilizado em fraturas obliquas ou multifragmentadas. - fácil execução e baixo custo. - Desvantagens: relacionadas ao risco de pino intra-articular quebra do implante, irritação da pele e fragmentação óssea em pacientes osteoporóticos - É uma técnica de fixação que promove estabilidade absoluta ao realizar compressão dos fragmentos da cortical oposta, articulares ou não, a qual é aumentada com o movimento.Pode ser realizada através de uma placa colocada na face de tensão do osso ou uma montagem com fios de Kirschner e cerclagem, colocados na cortical proximal, geralmente junto às inserções tendinosas dos fragmentos. Este método permite a consolidação direta dos fragmentos, porém é necessário que não haja cominuição da articulação ou cortical oposta, acarretando em um processo de consolidação direta. PARAFUSO DE TRAÇÃO: - Indicação: fraturas oblíquas, sendo contra-indicado em fraturas multifragmentadas. - Utiliza-se parafuso de tração através de uma placa de compressão, que confere maior estabilidade a osteossintese. PLACA EM PONTE: - indicação: fraturas multifragmentadas. - As complicações são relacionadas a redução articular insatisfatória e soltura do pequeno fragmento proximal. - Pode ser necessária a retirada de fragmentos inviáveis, porém cuidar para não encurtar o olécrano. Luxação do cotovelo: - estabilidade do cotovelo é reforçada pela estrutura cápsulo-ligamentar. - Além dos ligamentos colaterais, a cápsula anterior e as estruturas músculo-tendíneas também apresentam grande importância. - ligamento colateral lateral (LCL): se origina no epicôndilo lateral. Região representa o centro de rotação do cotovelo. - ligamento colateral medial (LCM): se origina no epicôndilo medial. Banda anterior do LCM se insere na base do processo coronoide. FISIOPATOLOGIA: - Luxação do cotovelo trauma indireto: queda c/ mão espalmada, força axial, em valgo e força em rotação póstero-lat. - pode ocorrer com um trauma axial isolado, com a luxação posterior do cotovelo (póstero-lateral rotatória) ou nas fraturas de Monteggia. Luxação póstero-lateral rotatória: - tipo mais comum de luxação do cotovelo. - mecanismo de trauma: decorre de queda com a mão espalmada, com um estresse em valgo, compressão axial e força em rotação póstero-lateral. - As lesões cápsulo-ligamentares se iniciam na região lateral e progridem para a região medial, através de um mecanismo chamado de “rotatório póstero-lateral”. - A última estrutura a ser lesada é a banda anterior do ligamento colateral medial. Luxação póstero-medial em varo: - tipo raro de luxação - fratura da faceta ântero-medial do processo coronoide associada a lesão do ligamento colateral lateral e/ou a fratura do olécrano. - mecanismo de trauma: decorre da queda com a mão espalmada, com estresse em varo, compressão axial e força rotacional póstero-medial. - Independente do mecanismo, os ligamentos colaterais laterais (LCL) e mediais (LCM) são tipicamente avulsionados na sua origem nos epicôndilos. Tríade terrível: associação de fraturas do coronoide, independente do seu tamanho, com a luxação do cotovelo e as fraturas da cabeça do rádio. Aumentam muito a instabilidade do cotovelo e suas potenciais complicações. - Elementos periarticulares lesados na evolução da luxação: Ruptura do complexo ligamentar lat. (banda ulnar) Cápsula ant. e post. Banda ant. do complexo ligamentar medial Outras lesões, ósseas e nervosas que podem estar associadas: Interposição n. mediano/n. ulnar (neuropraxias) Fraturas: cabeça do rádio, processo coronóide A. braquial DIAGNÓSTICO CLÍNICO: - Dor, equimose e edema estão associados com a deformidade do cotovelo na luxação aguda do cotovelo. - A estabilidade do cotovelo deve ser testada após a redução através da extensão progressiva do cotovelo com pronação do cotovelo. - instabilidade em valgo é avaliada com o ombro em rotação externa e antebraço pronado e avalia a integridade do ligamento colateral medial. - instabilidade em varo é realizada de modo semelhante, mas com o ombro em rotação interna e avalia a integridade do ligamento colateral lateral. DIAGNÓSTICO RADIOGRÁFICO: - Radiografias em frente e perfil são necessárias na fase aguda e no controle da redução do cotovelo. - Radiografia AP/P/oblíquas TRATAMENTO: - permitir uma livre pronossupinação, restaurar a amplitude de movimentos do cotovelo através de uma mobilização precoce, obter estabilidade do cotovelo e diminuir os potenciais riscos de artrose. - Redução da luxação do cotovelo: Realiza-se uma infiltração articular e drenagem do hematoma previamente a redução (Sob anestesia focal ou plexular). Antebraço deve ser supinado, para reduzir a tensão no bíceps distal e para deslocar a cabeça do rádio da parede posterior do úmero distal. Técnica de Parvin: com o paciente em decúbito ventral e membro superior para fora da maca. Em seguida, são aplicadas forças em 2 direções: (a) no eixo do úmero, contra as forças de contração do bíceps, braquial e tríceps; (b) no eixo longitudinal do antebraço. Deve-se evitar a hiperextensão antes da aplicação dessas forças. Após a redução, o cotovelo é fletido e sua estabilidade é avaliada. - O cotovelo não deve ser imobilizado por tempo prolongado, pois não melhora a estabilidade e pode levar a rigidez de difícil tratamento. - Uma tala gessada (ou tipóia nos casos mais leves) é utilizada por 1 semana para analgesia e nova avaliação clínica é realizada. - Nos casos em que há sinais de estabilidade clínica (estresse em valgo negativo em qualquer rotação do antebraço em extensão total sem subluxações), permite-se a mobilização completa do cotovelo, utilizando-se uma tipóia por mais 2 ou 3 semanas para analgesia e proteção. - tratamento cirúrgico: indicado nos casos em que a instabilidade não permita a mobilidade precoce, mesmo com a proteção de uma órtese articulada. Normalmente isso ocorre nos casos com lesões ósseas associadas ou nos casos com grave lesões de partes moles. A indicação é de reparo ligamentar agudo dos ligamentos colaterais medial e lateral e da cápsula articular anterior, conforme a gravidade do caso. Tríade Terrível (luxação do cotovelo, fratura da cabeça do rádio e fratura do coronóide): indicação cirúrgica. fixação interna da cabeça do rádio ou artroplastia é realizada, assim como o reparo ligamentar lateral e reinserção da cápsula anterior (avulsionada junto ao fragmento do coronóide). Fratura da cabeça do rádio: - As fraturas da cabeça do rádio são causadas por queda com a mão espalmada, com o antebraço discretamente fletido e pronado. - fratura ocorre com a impacção da cabeça do rádio no capítulo. Diagnostico clinico: - Mesmo as fraturas mais inocentes da cabeça do rádio pode produzir um quadro clínico doloroso, devido ao hematoma intra-articular gerado. - edema e equimose local são variáveis de acordo com o grau de lesão ligamentar e de partes moles associadas. - Fraturas da cabeça do radio causam dor exacerbada pela rotação do antebraço e durante palpação, percebe-se crepitação no nível do cotovelo. - Casos associados a luxação: edema e dor DIAGNÓSTICO RADIOGRÁFICO: - Rx antero posterior e perfil - avaliação de fraturas da cabeça do rádio, a incidência obliqua da cabeça do rádio (perfil com 45° cefálico) facilita a identificação da fratura e avaliação do seu desvio. - TC: avaliação de padrões mais complexos de fraturas da cabeça do rádio, coronoide ou na suspeita de lesões osteocondrais e corpos livres no cotovelo. - RNM: planejamento cirúrgico da instabilidade residual do cotovelo. Permite a avaliação de lesões cápsulo-ligamentares associadas. TRATAMENTO: Fraturas sem desvio da cabeça do rádio: - Fraturas sem desvio da cabeça do rádio e as fraturas com desvio inferior a 2mm e sem bloqueio da pronossupinação são tratadas de modo não operatório. - Uma tipoia simples é usada para analgesia por 2 a 3 semanas, permitindo ganho de amplitude do cotovelo imediata Fraturas da cabeça do rádio com desvio ou bloqueio da pronossupinação: - Nas fraturas com bloqueio da pronossupinação e nas fraturas com desvio da cabeça do rádio superio a 2mm, o tratamento cirúrgico é indicado.- fraturas com menos de 3 fragmentos são reduzidas e fixadas internamente (fixação com parafuso, fixação com placa e parafusos e artroplastia). - fraturas com 3 ou mais fragmentos que não forem reparáveis, existem 3 opções: excisão dos fragmentos, se o fragmento for menor que 1/3 da cabeça do rádio e não se articular com a fossa sigmoidea da ulna. excisão da cabeça do rádio, quando o fragmento fraturado se articula com a ulna e for maior que 1/3 da cabeça do rádio. prótese da cabeça do rádio, quando há associação de luxação do cotovelo, fraturas do coronoide, lesões de Essex-Lopresti ou nos pacientes jovens mais ativos. COMPLICAÇÕES: Rigidez: - perda leve de movimento é esperada em todas as lesões do cotovelo. - causa mais comum da rigidez é a imobilização prolongada, que deve ser evitada nas lesões do cotovelo. Instabilidade: reconstrução óssea e ligamentar (cabeça do rádio, coronóide e ligamentos colaterais) associada ao fixador externo articulado é a melhor indicação. Lesões neurovasculares: - nervos mais envolvidos: ulnar e o mediano. Fraturas dos ossos do antebraço (RADIO E ULNA): - 19% das fraturas acometeram a extremidade proximal. - 5% a diáfise - 76% a extremidade distal - Antebraço formado pelos ossos radio e ulna, unidos entre si pela membrana interossea e pelas articulaões radioulnar proximal e distal. Etiologia: - acidentes automobilísticos, queda da própria altura, trauma direto, trauma esportivo. Diagnostico: - Dor intensa, edema e deformidade. - membro afetado inutilizável, preso junto ao tronco com auxilio da mao contralateral. - Pode haver lesões vasculonervosas, com comprometimento do nervo interosseo posterior lesões de Monteggia (fratura da ulna com luxação da cabeça do rádio + comum em criança – 4 a 10 anos; causada por queda em pronação + extensão; exige redução anatômica da ulna para redução estável da cabeça do rádio) Diagnostico radiológico: - 2 incidências radiológicas: 1 de frente (ântero-posterior) 1 de perfil - Incluir articulações do punho luxação radioulnar distal associada a fratura do radio (fratura de Galeazzi mais comum em adultos, por queda com punho estendido e pronado). - Incluir articulações do cotovelo lesão de Monteggia. - Afastar lesões associadas nas articulações radioulnar prox e distal! Tratamento: - Objetivos: Redução anatômica, com restauração do comprimento ósseo, rotação e do espaço interósseo, para manutenção dos movimentos de pronação e supinação; fixação estável para permitir reabilitação precoce, requisitos fundamentais para o uso pleno das funções da mão. - Geralmente, no adulto, essas condições são conseguidas apenas com tratamento cirúrgico. - Fraturas incompletas podem ser tratadas com imobilização por meio de um gesso axilopalmar, porem fraturas com desvio são necessárias redução cirúrgica e a fixação dos fragmentos osseos com placa e parafusos, para restaurar a anatomia dos ossos do antebraço e permitir a manutenção do mov de prono-supinação. - fraturas expostas com grandes lesões de partes moles: devem ser tratadas inicialmente com fixadores externos, que facilitam cuidados com a ferida. - Nas crianças, tratamento primário é conservador, por meio de imobilização nas fraturas sem desvio ou pela redução incruenta seguida de aparelho gessado axilopalmar nas fraturas com desvio. - Controle radiológico da redução deve ser feito semanalmente e o tempo de imobilização deve ser em torno de 4 semanas. Complicações: - infecção - pseudo-artroses - consolidação viciosa: em fraturas tratadas conservadoramente que deveriam ter sido operadas. - refratura: retirada prematura das placas. Luxação Escapulo-Umeral (Luxação Traumática do Ombro) - Instabilidade do ombro. Grau de instabilidade: - luxação: separação completa das superfícies articulares - subluxação: separação incompleta das superfícies articulares - articulação glenoumeral é uma das mais móveis do corpo, a contrapartida dessa grande mobilidade é a perda da estabilidade intrínseca. - luxações do ombro são as mais frequentes dentre as grandes articulações. - grande parte da instabilidade do ombro é atribuída a pequena cobertura óssea da cabeça umeral pela glenoide. Manobras clinicas: teste de apreensão anterior e posterior teste da gaveta ant/post teste da recolocação teste do sulco - A articulação glenoumeral é envolta por uma cápsula articular sinovial que apresenta três espessamentos que são os ligamentos glenoumerais, com importante papel na estabilização do ombro. ligamento glenoumeral superior: possui pequena participação na estabilidade global, sendo mais atuante quando o membro superior está na posição ao lado do corpo, pendente. ligamento glenoumeral médio: apresenta importante papel estabilizador com o membro em semi abdução e nos casos de lesão da banda anterior do ligamento glenoumeral inferior. ligamento glenoumeral inferior: apresenta duas bandas, a anterior e a posterior, é o mais importante estabilizador do ombro, atuando principalmente quando o membro superior está em abdução e rotação externa. Elementos que estabilizam a articulação escapuloumeral, de forma passiva e ativa: Tipo de luxação mais frequente: - Traumática - Anterior: 85% Mecanismo de lesão: - Instabilidade atraumática: desenvolve-se c/ mínima ou nenhuma lesão - Voluntária e involuntária. - Instabilidade traumática: • Anterior: queda ao solo + movimento rotacional c/ MS em abd. + rot. ext. Presente cabeça do úmero palpável anteriormente e uma depressão no ombro posterior. Possui limitação da rotação interna, adução e abdução completa. • Posterior: convulsões, choque elétrico levando a contração intensa dos rotadores internos do ombro ou adução + rotação interna do braço. Apresenta achatamento anterior além de proeminência anterior do processo coracóide e posterior da cabeça umeral. Possui limitação da abdução e rotação externa. Exame físico: - Inspeção: a posição do braço varia de acordo com a direção da luxação, porém o "sinal da dragona " é visto tanto na luxação anterior como na posterior (corresponde a proeminência do acrômio c/ um vazio anatômico logo abaixo). Avaliação por imagem: AP verdadeiro (não há sobreposição melhor visualização) Perfil da escapula Axilar Manobras utilizadas para redução: Técnica de Hipócrates Técnica de Stimson Técnica de Milch Técnica da alavanca de Kocher Técnica de tração e contra-tração Técnica de tração e contra-tração lat. - Com ou sem anestesia: redução < traum. possível - tipóia/intermitente/dor Instabilidades recorrentes: Quanto mais jovem for o paciente maior a possibilidade (95%). Em pacientes acima de 40 anos esta taxa cai para 10%, pois nos jovens a luxação tende a avulsionar os ligamentos glenoumerais e o labrum (que não cicatriza) enquanto que em pessoas mais velhas ( > 40 anos ) apenas estiram a cápsula. Lesão de Bankart: Desinserção da porção anterior da cápsula articular e do labrum na fossa glenóidal nas luxações anteriores. Presente em 85% dos casos de luxação recidivante. Lesão de Hill Sacks: Fratura por esmagamento da cabeça do úmero. Ela ocorre porque a cabeça do úmero tem um osso mais frágil do que o osso da glenoide. Afundamento do osso cortical no canto supero – lateral da cabeça umeral(mole) quando em contato c/ a borda glenoidal anterior(dura) nas luxações anteriores. Nestas lesões quanto maior o afundamento menor será a força de alavanca para as próximas reluxações.Ocorre com o braço em abdução e rotação externa. Tratamento: Fase aguda: redução tração no braço abduzido e flexionado, com aplicação de contratraçao ao corpo. Imobilização: deve inibir abdução e rotação externa por 4 semanas. Após imobilização reabilitação com esforço muscular. Recorrente: - Conservador: fortalecimento e estabilização escapular. - Cirúrgico: Aberto Artroscópico Reparo capsulolabral Bloqueio ósseo
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