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21/04/2018 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 1/8 Principais Micoses Micoses são doenças causadas por fungos, que podem infectar o organismo de várias formas. As micoses podem ser auto-limitantes, passando despercebidas, ou podem ser graves e fatais, principalmente entre indivíduos submetidos a terapêuticas antibióticas de longo prazo (afetando o equilíbrio entre fungos e bactérias), nos que fazem tratamento com imunossupressores em imunocomprometidos. Alguns fungos estão constantemente presentes no organismo, mas não provocam micoses, pois o sistema imunológico do hospedeiro impede sua disseminação; entretanto, quando encontram condições favoráveis, como umidade e calor, podem se reproduzir e desencadear uma micose. Alguns fatores (externos e internos) favorecem o aparecimento das micoses; dentre esses, podemos citar: profissão do indivíduo (trabalhos rurais), utilização de calçados fechados, dieta alimentar e esportes aquáticos. Como possíveis fatores de virulência, que contribuem para a patogenicidade dos fungos, citam- se a variabilidade fenotípica, dimorfismo, aderência e colonização dos tecidos do hospedeiro, produção de toxinas e enzimas e componentes da parede celular que auxiliam na disseminação do fungo, facilitando o escape do sistema imunológico do hospedeiro. Fungos patogênicos secretam diversas enzimas hidrolíticas como proteinases, lípases e fosfolipases, que causam danos à célula do hospedeiro. Dependendo dos tecidos e órgãos atingidos, apresenta 4 classificações diferentes: 1. Micoses Superficiais, que acometem as camadas superficiais da pele e seus anexos e se caracterizam por não provocar inflamação local; 2. Micoses Cutâneas (Dermatomicoses), que acometem a pele, pêlos, unhas e mucosas; 3. Micoses Subcutâneas, que acometem os tecidos subcutêneos; 4. Micoses Sistêmicas (Profundas), que se disseminam a partir dos pulmões a órgãos internos. Micoses Superficiais 01 / 07 21/04/2018 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 2/8 Os fungos se alojam nas camadas mais superficiais da pele ou dos pêlos e se alimentam da gordura e células mortas do estrato córneo da pele. As micoses não provocam inflamações locais e as alterações que geram são principalmente de ordem estética, já que não é debilitante. Figura 01 - Piedra branca: presença de nódulo amarelado ao redor do fio de cabelo. Fonte - www.scielo.br (http://www.scielo.br) Micose Patógeno Comentários Pitiríase Versicolor (Tinha Versicolor) Malassezia furfur Infecção superficial do extrato córneo com presença de placas pigmentadas no tórax, costas, braços e abdome. Conhecida como micose de praia. Tinha negra Hortaea werneckii Infecção superficial assintomática do extrato córneo caracterizada pó lesões castanhas freqüentemente nas palmas das mãos. Piedra negra Piedraia hortai Infecção nodular dos fios do cabelo, pêlos pubianos, axilares e barba. Piedra branca Trichosporon Manifestam-se como nódulos amarelados nos pêlos. Micose Patógeno Comentários Pitiríase Versicolor (Tinha Versicolor) Malassezia furfur Infecção superficial do extrato córneo com presença de placas pigmentadas no tórax, costas, braços e abdome. Conhecida como micose de praia. Tinha negra Hortaea werneckii Infecção superficial assintomática do extrato córneo caracterizada pó lesões castanhas freqüentemente nas palmas das mãos. Piedra negra Piedraia hortai Infecção nodular dos fios do cabelo, pêlos pubianos, axilares e barba. 02 / 07 21/04/2018 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 3/8 Micoses Cutâneas Causadas por fungos que colonizam cabelos, unhas e estrato córneo (camada externa da pele), limitando-se a estes locais pela presença de queratina. São conhecidos, também, como dermatófitos e a micose que provocam, dermatomicose, também conhecidas como tinhas. As dermatomicoses podem ser transmitidas através de fômites (objetos como biquíni, tesoura, alicates, tolhas, sapatos, meias) de pessoa a pessoa e materiais de uso comum. As dermatomicoses são as micoses mais comuns e embora sejam persistentes e incômodas não são debilitantes, nem potencialmente fatais. Na pele são diagnosticadas pela presença de hifas septadas e ramificadas. O diagnóstico normalmente é realizado através de exame microscópico de raspados das áreas afetadas. Legenda: FIGURA 02 - TINEA PEDIS. LESõES PURIGINOSAS EM ESPAçOS INTERDIGITAIS. Micose Patógeno Comentários Tinha do corpo Trichophyton rubrum Epidermophyton Infecção superficial do extrato córneo com presença de placas pigmentadas no tórax, costas, braços e abdome. Conhecida como micose de praia. Tinha crural Trichophyton rubrum T. mentagrophytes Epidermophyton Lesões avermelhadas puriginosas e descamativas na região da virilha. Tinha da unha (Onicomicose) Trichophyton rubrum T. mentagrophytes Epidermophyton As unhas ficam espessas ou fragmentadas com coloração branco-amarelado e sem brilho. 03 / 07 21/04/2018 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 4/8 Tinha pedis (Pé de Atleta) Trichophyton rubrum T. mentagrophytes Epidermophyton Surgem lesões avermelhadas puriginosas e vesiculosas que podem evoluir para descamação e fissuras entre os espaços interdigitais dos pés de pessoas que usam calçados fechados, o que impede a transpiração e proporciona condições adequadas para o desenvolvimento do fungo. Micoses Subcutâneas As micoses subcutâneas são mais sérias do que as micoses cutâneas. Os fungos que provocam micoses subcutâneas são encontrados vivendo de forma saprofítica no solo, especialmente em vegetação em decomposição e penetram na pele ou tecido subcutâneo por inoculação traumática através de pequenos ferimentos que os conduz aos tecidos subcutâneos. As lesões tornam-se granulomatosas e expandem a partir do local de infecção. Alguns fungos dimórficos têm a capacidade de causar micoses subcutâneas. Legenda: FIGURA 03 - CROMOMICOSE: INFILTRAçãO NASAL COM HIPERPLASIA DO TECIDO. | FONTE - WWW.SCIELO.BR Micose Patógeno Comentários Cromomicose Phialophora verrucosa, Fonsecaeae pedrosoi F. compacta Infecção crônica caracterizada pelo desenvolvimento lento de lesões verrugosas progressivas que induzem hiperplasia do tecido. Esporotricose Sprothrix schenckii Ulceração no local da infecção com granuloma crônico tendendo a supuração e ulceração, podendo se disseminar e comprometer vasos linfáticos. Micetoma Várias espécies sapró-fítas de fungos Infecção crônica com presença de edema local e grânulos que correspondem a microcolônias do patógeno 04 / 07 21/04/2018 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 5/8 Micose Patógeno Comentários Cromomicose Phialophora verrucosa, Fonsecaeae pedrosoi F. compacta Infecção crônica caracterizada pelo desenvolvimento lento de lesões verrugosas progressivas que induzem hiperplasia do tecido. Esporotricose Sprothrix schenckii Ulceração no local da infecção com granuloma crônico tendendo a supuração e ulceração, podendo se disseminar e comprometer vasos linfáticos. Micetoma Várias espécies sapró-fítas de fungos Infecção crônica com presença de edema local e grânulos que correspondem a microcolônias do patógeno Micoses Sistêmicas Os fungos que causam micoses sistêmicas (ou profundas) são dimórficos e limitamse geograficamente a áreas específicas de endemicidade. Nem todas as infecções resultam em doença, entretanto as infecções iniciam pelos pulmões após inalação de esporos dos fungos dimórficos ambientais, que no organismo humano assumem a forma de levedura e podem disseminar para outros órgãos. Bacteriose Patógeno ComentáriosBlastomicose Blastomyces dermatitidis Infecção crônica com lesões granulomatosas e supurativas que começa nos pulmões podendo disseminar para outros órgãos, principalmente pele e ossos. Coccidiodomicose Coccidioides immitis Na maioria dos casos a infecção inicial é assintomática e auto-limitada, embora possam surgir sintomas como febre, mal-estar, tosse, artralgia e cefaléia (febre do vale). Em menos de 1% dos indivíduos infectados a micose evolui para formas disseminadas e debilitantes. Histoplasmose Histoplasma capsulatum Micose profunda bastante prevalente. O fungo se multiplica no interior de macrófagos Provocando inflamação granulomatosa e podendo se disseminar a outros órgãos. Bacteriose Patógeno Comentários Blastomicose Blastomyces dermatitidis Infecção crônica com lesões granulomatosas e supurativas que começa nos pulmões podendo disseminar para outros órgãos, principalmente pele e ossos. Coccidiodomicose Coccidioides immitis Na maioria dos casos a infecção inicial é assintomática e auto-limitada, embora possam surgir sintomas como febre, mal-estar, tosse, artralgia e cefaléia (febre do vale). Em menos de 1% dos indivíduos infectados a micose evolui para formas disseminadas e debilitantes. 05 / 07 21/04/2018 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 6/8 Paracoccidiodomicose Paracoccidioides brasiliensis Surgem lesões, inicialmente, nos pulmões e após período de latência resulta em disseminação para outros órgãos ou doença pulmonar progressiva crônica. Muitos pacientes apresentam lesões características na mucosa oral. Paracoccidiodomicose Paracoccidioides brasiliensis Surgem lesões, inicialmente, nos pulmões e após período de latência resulta em disseminação para outros órgãos ou doença pulmonar progressiva crônica. Muitos pacientes apresentam lesões características na mucosa oral. Micoses Oportunistas Indivíduos imunocomprometidos mostram-se suscetíveis a fungos oportunistas. Fungos oportunistas são pouco virulentos e convivem pacificamente com o hospedeiro, mas ao encontrarem condições favoráveis, como distúrbios do sistema imunológico, desenvolvem seu poder patogênico. Como membros da microbiota normal, a Candida albicans e outras leveduras são oportunistas endógenos; enquanto outras micoses oportunistas são provocadas por fungos encontrados no solo, na água e no ar, correspondendo a fungos exógenos. Candidíase A Candidíase é uma micose oportunista provocada pelo fungo Candida albicans, membro da microbiota normal das mucosas e trato gastrintestinal. A C. albicans pode se estabelecer na pele em decorrência do aumento do número de fungos e lesões no epitélio, permitindo a invasão local por leveduras e pseudo- hifas. Também pode se tornar sistêmica quando o fungo atinge a corrente sangüínea, e o sistema imunológico do hospedeiro não é suficiente para conter o crescimento e disseminação das leveduras, situação observada em pacientes com AIDS ou que realizam tratamento com corticosteróides, tratamento prolongado com antibióticos e níveis elevados de glicose. O sapinho oral corresponde a candidíase. Aparecem lesões pseudomembranosas esbranquiçadas compostas por células epiteliais, pseudo-hifas e leveduras na região oral, principalmente em crianças e pacientes com AIDS. A invasão da mucosa vaginal por C. albicans ocorre em decorrência de gestação, diabetes, uso de antibacterianos que alteram a microbiota vaginal, uso de contraceptivos orais, alteração no pH vaginal ou nas secreções, e provoca a vulvovaginite mais comum, a candidíase vaginal. Essa micose caracteriza-se por irritação local, prurido intenso e corrimento vaginal espesso branco-amarelado (semelhante a queijo), muitas vezes com intenso odor de mofo. 06 / 07 21/04/2018 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 7/8 Doença que pode ser transmitida por Pombos: Apesar de receber o título de "símbolo da paz" e de ser bastante mansos e tranqüilos, os pombos são importantes transmissores de doenças para o homem. Algumas micoses como histoplasmose são transmitidas através da inalação de poeira resultante de fezes secas de pombos contaminadas por esporos fúngicos. Micotoxinas: Micotoxinas são metabólitos tóxicos produzidos por fungos que, quando ingeridas, provocam importantes intoxicações. Há muitos destes compostos, entretanto apenas alguns deles são regularmente encontrados em alimentos e rações animais como grãos e sementes. Os grãos podem ser contaminados durante o cultivo ou no período pós-colheita. REFERÊNCIA Jawets, E. Microbiologia Médica. 22ª ed., Rio de Janeiro: McGraw-Hill, 2006. Madigan, M.T. Martinko, J.M., Parker, J. Microbiologia de Brock. 10ª ed., São Paulo: Pearson, 2004. Tortora, G.J. Microbiologia. 8ª ed., Porto Alegre: Artmed, 2005 07 / 07 21/04/2018 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 8/8
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