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Principais Micoses

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Principais Micoses
Micoses são doenças causadas por fungos, que podem infectar o organismo de várias formas. As micoses
podem ser auto-limitantes, passando despercebidas, ou podem 
ser graves e fatais, principalmente entre indivíduos submetidos a terapêuticas antibióticas 
de longo prazo (afetando o equilíbrio entre fungos e bactérias), nos que fazem tratamento com
imunossupressores em imunocomprometidos. Alguns fungos estão constantemente presentes no
organismo, mas não provocam micoses, pois o sistema imunológico do hospedeiro impede sua
disseminação; entretanto, quando encontram condições favoráveis, como umidade e calor, podem se
reproduzir 
e desencadear uma micose.
Alguns fatores (externos e internos) favorecem o aparecimento das micoses; dentre esses, podemos citar:
profissão do indivíduo (trabalhos rurais), utilização de calçados fechados, dieta alimentar e esportes
aquáticos. Como possíveis fatores de virulência, que contribuem para a patogenicidade dos fungos, citam-
se a variabilidade fenotípica, dimorfismo, aderência e colonização dos tecidos do hospedeiro, produção de
toxinas e enzimas e componentes da parede celular que auxiliam na disseminação do fungo, facilitando o
escape do sistema imunológico do hospedeiro. Fungos patogênicos secretam diversas enzimas hidrolíticas
como proteinases, lípases e fosfolipases, que causam danos à célula do hospedeiro.
Dependendo dos tecidos e órgãos atingidos, apresenta 4 classificações diferentes:
1. Micoses Superficiais, que acometem as camadas superficiais da pele e seus anexos e se caracterizam por
não provocar inflamação local;
2. Micoses Cutâneas (Dermatomicoses), que acometem a pele, pêlos, unhas 
e mucosas;
3. Micoses Subcutâneas, que acometem os tecidos subcutêneos;
4. Micoses Sistêmicas (Profundas), que se disseminam a partir dos pulmões 
a órgãos internos.
Micoses Superficiais
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Os fungos se alojam nas camadas mais superficiais da pele ou dos pêlos 
e se alimentam da gordura e células mortas do estrato córneo da pele.
As micoses não provocam inflamações locais e as alterações que geram 
são principalmente de ordem estética, já que não é debilitante.
Figura 01 - Piedra branca: presença de nódulo amarelado ao redor do fio de cabelo. Fonte - www.scielo.br
(http://www.scielo.br)
Micose Patógeno Comentários
Pitiríase Versicolor
(Tinha Versicolor)
Malassezia
furfur
Infecção superficial do extrato córneo 
com presença de placas pigmentadas no tórax, costas, braços e
abdome. Conhecida 
como micose de praia.
Tinha negra Hortaea
werneckii
Infecção superficial assintomática do extrato córneo caracterizada pó
lesões castanhas freqüentemente nas palmas das mãos.
Piedra negra Piedraia
hortai
Infecção nodular dos fios do cabelo, 
pêlos pubianos, axilares e barba.
Piedra branca Trichosporon Manifestam-se como nódulos amarelados 
nos pêlos.
Micose Patógeno Comentários
Pitiríase Versicolor
(Tinha Versicolor)
Malassezia
furfur
Infecção superficial do extrato córneo 
com presença de placas pigmentadas no tórax, costas, braços e
abdome. Conhecida 
como micose de praia.
Tinha negra Hortaea
werneckii
Infecção superficial assintomática do extrato córneo caracterizada pó
lesões castanhas freqüentemente nas palmas das mãos.
Piedra negra Piedraia
hortai
Infecção nodular dos fios do cabelo, 
pêlos pubianos, axilares e barba.
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Micoses Cutâneas
Causadas por fungos que colonizam cabelos, unhas e estrato córneo (camada externa da pele), limitando-se
a estes locais pela presença de queratina. São conhecidos, também, como dermatófitos e a micose que
provocam, dermatomicose, também conhecidas como tinhas. As dermatomicoses podem ser transmitidas
através de fômites (objetos como biquíni, tesoura, alicates, tolhas, sapatos, meias) de pessoa a pessoa e
materiais de uso comum.
As dermatomicoses são as micoses mais comuns e embora sejam persistentes e incômodas não são
debilitantes, nem potencialmente fatais. Na pele são diagnosticadas pela presença de hifas septadas e
ramificadas. O diagnóstico normalmente é realizado através de exame microscópico de raspados das áreas
afetadas.
Legenda: FIGURA 02 - TINEA PEDIS. LESõES PURIGINOSAS EM ESPAçOS INTERDIGITAIS.
Micose Patógeno Comentários
Tinha do
corpo
Trichophyton
rubrum
Epidermophyton
Infecção superficial do extrato córneo com presença de placas
pigmentadas no tórax, costas, braços e abdome. Conhecida como micose
de praia.
Tinha crural
Trichophyton
rubrum 
T. mentagrophytes
Epidermophyton
Lesões avermelhadas puriginosas 
e descamativas na região da virilha.
Tinha da unha
(Onicomicose)
Trichophyton
rubrum 
T. mentagrophytes
Epidermophyton
As unhas ficam espessas ou fragmentadas com coloração 
branco-amarelado e sem brilho.
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Tinha
pedis
(Pé de
Atleta)
Trichophyton
rubrum 
T.
mentagrophytes
Epidermophyton
Surgem lesões avermelhadas puriginosas e vesiculosas que podem evoluir para
descamação e fissuras entre os espaços interdigitais dos pés de pessoas que usam
calçados fechados, o que impede a transpiração e proporciona condições
adequadas para o desenvolvimento do fungo.
Micoses Subcutâneas
As micoses subcutâneas são mais sérias do que as micoses cutâneas. Os fungos que provocam micoses
subcutâneas são encontrados vivendo de forma saprofítica no solo, especialmente em vegetação em
decomposição e penetram na pele ou tecido subcutâneo por inoculação traumática através de pequenos
ferimentos que os conduz aos tecidos subcutâneos. As lesões tornam-se granulomatosas e expandem a
partir do local de infecção. Alguns fungos dimórficos têm a capacidade de causar micoses subcutâneas.
Legenda: FIGURA 03 - CROMOMICOSE: INFILTRAçãO NASAL COM HIPERPLASIA DO TECIDO. | FONTE -
WWW.SCIELO.BR
Micose Patógeno Comentários
Cromomicose
Phialophora
verrucosa, 
Fonsecaeae
pedrosoi 
F. compacta
Infecção crônica caracterizada pelo desenvolvimento lento de lesões
verrugosas progressivas que induzem hiperplasia do tecido.
Esporotricose
Sprothrix
schenckii
Ulceração no local da infecção com granuloma crônico tendendo a
supuração e ulceração, podendo se disseminar e comprometer vasos
linfáticos.
Micetoma
Várias espécies
sapró-fítas de
fungos
Infecção crônica com presença de edema local e grânulos que
correspondem a microcolônias do patógeno
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Micose Patógeno Comentários
Cromomicose
Phialophora
verrucosa, 
Fonsecaeae
pedrosoi 
F. compacta
Infecção crônica caracterizada pelo desenvolvimento lento de lesões
verrugosas progressivas que induzem hiperplasia do tecido.
Esporotricose
Sprothrix
schenckii
Ulceração no local da infecção com granuloma crônico tendendo a
supuração e ulceração, podendo se disseminar e comprometer vasos
linfáticos.
Micetoma
Várias espécies
sapró-fítas de
fungos
Infecção crônica com presença de edema local e grânulos que
correspondem a microcolônias do patógeno
Micoses Sistêmicas
Os fungos que causam micoses sistêmicas (ou profundas) são dimórficos e limitamse geograficamente a
áreas específicas de endemicidade. Nem todas as infecções resultam em doença, entretanto as infecções
iniciam pelos pulmões após inalação de esporos dos fungos dimórficos ambientais, que no organismo
humano assumem a forma de levedura e podem disseminar para outros órgãos.
Bacteriose Patógeno ComentáriosBlastomicose
Blastomyces
dermatitidis
Infecção crônica com lesões granulomatosas e supurativas que começa nos
pulmões podendo disseminar para outros órgãos, principalmente pele e
ossos.
Coccidiodomicose
Coccidioides
immitis
Na maioria dos casos a infecção inicial é assintomática e auto-limitada,
embora possam surgir sintomas como febre, 
mal-estar, tosse, artralgia e cefaléia (febre do vale). Em menos de 1% dos
indivíduos infectados a micose evolui para formas disseminadas e
debilitantes.
Histoplasmose
Histoplasma
capsulatum
Micose profunda bastante prevalente. O fungo se multiplica no interior 
de macrófagos Provocando inflamação granulomatosa e podendo se
disseminar a outros órgãos.
Bacteriose Patógeno Comentários
Blastomicose
Blastomyces
dermatitidis
Infecção crônica com lesões granulomatosas e supurativas que começa nos
pulmões podendo disseminar para outros órgãos, principalmente pele e
ossos.
Coccidiodomicose
Coccidioides
immitis
Na maioria dos casos a infecção inicial é assintomática e auto-limitada,
embora possam surgir sintomas como febre, 
mal-estar, tosse, artralgia e cefaléia (febre do vale). Em menos de 1% dos
indivíduos infectados a micose evolui para formas disseminadas e
debilitantes. 05 / 07
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Paracoccidiodomicose
Paracoccidioides
brasiliensis
Surgem lesões, inicialmente, nos pulmões e após período de
latência resulta em disseminação para outros órgãos ou doença
pulmonar progressiva crônica. Muitos pacientes apresentam lesões
características 
na mucosa oral.
Paracoccidiodomicose
Paracoccidioides
brasiliensis
Surgem lesões, inicialmente, nos pulmões e após período de
latência resulta em disseminação para outros órgãos ou doença
pulmonar progressiva crônica. Muitos pacientes apresentam lesões
características 
na mucosa oral.
Micoses Oportunistas
Indivíduos imunocomprometidos mostram-se suscetíveis a fungos oportunistas. Fungos oportunistas são
pouco virulentos e convivem pacificamente com o hospedeiro, mas ao encontrarem condições favoráveis,
como distúrbios do sistema imunológico, desenvolvem seu poder patogênico. Como membros da microbiota
normal, a Candida albicans e outras leveduras são oportunistas endógenos; enquanto outras micoses
oportunistas são provocadas por fungos encontrados no solo, na água e no ar, correspondendo a fungos
exógenos.
Candidíase
A Candidíase é uma micose oportunista provocada pelo fungo Candida albicans, membro da microbiota
normal das mucosas e trato gastrintestinal. A C. albicans pode se estabelecer na pele em decorrência do
aumento do número de fungos e lesões no epitélio, permitindo a invasão local por leveduras e pseudo-
hifas. Também pode se tornar sistêmica quando o fungo atinge a corrente sangüínea, e o sistema
imunológico do hospedeiro não é suficiente para conter o crescimento e disseminação das leveduras,
situação observada em pacientes com AIDS ou que realizam tratamento com corticosteróides, tratamento
prolongado com antibióticos e níveis elevados de glicose.
O sapinho oral corresponde a candidíase. Aparecem lesões pseudomembranosas esbranquiçadas compostas
por células epiteliais, pseudo-hifas e leveduras na região oral, principalmente em crianças e pacientes com
AIDS.
A invasão da mucosa vaginal por C. albicans ocorre em decorrência de gestação, diabetes, uso de
antibacterianos que alteram a microbiota vaginal, uso de contraceptivos orais, alteração no pH vaginal ou
nas secreções, e provoca a vulvovaginite mais comum, a candidíase vaginal. Essa micose caracteriza-se por
irritação local, prurido intenso e corrimento vaginal espesso branco-amarelado (semelhante a queijo),
muitas vezes com intenso odor de mofo.
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Doença que pode ser transmitida por Pombos: Apesar de receber o título de "símbolo da paz" 
e de ser bastante mansos e tranqüilos, os pombos são importantes transmissores de doenças para o
homem. Algumas micoses como histoplasmose são transmitidas através da inalação de poeira resultante
de fezes secas de pombos contaminadas por esporos fúngicos. 
 
Micotoxinas: Micotoxinas são metabólitos tóxicos produzidos por fungos que, quando ingeridas,
provocam importantes intoxicações. Há muitos destes compostos, entretanto apenas alguns deles são
regularmente encontrados em alimentos e rações animais como grãos e sementes. 
Os grãos podem ser contaminados durante o cultivo ou no período pós-colheita.
REFERÊNCIA
Jawets, E. Microbiologia Médica. 22ª ed., Rio de Janeiro: McGraw-Hill, 2006.
Madigan, M.T. Martinko, J.M., Parker, J. Microbiologia de Brock. 10ª ed., São Paulo: Pearson, 2004.
Tortora, G.J. Microbiologia. 8ª ed., Porto Alegre: Artmed, 2005
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