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PCP – Planejamento e Controle da Produção 1 Professora: Ellen Barreto 1 UNIDADE 4 PLANEJAMENTO DAS NECESSIDADES DE MATERIAIS - MRP 4.1 INTRODUÇÃO Do inglês, MRP significa “Material Requirement Planning”, ou planejamento das necessidades materiais, e funciona como um sistema de cálculo que prevê a demanda em função das necessidades. O sistema de planejamento das necessidades de materiais normalmente exigem certos registros de dados que o programa MRP checa e atualiza. A imagem abaixo mostra as informações necessárias para processar o MRP, assim como alguns de seus resultados. As entradas mais evidentes são os pedidos de clientes e a previsão da demanda. O MRP executa seus cálculos com base na combinação de pedidos firmes contratados e pedidos futuros estimados. Todas as demais necessidades calculadas no processo MRP são derivadas e dependentes dessas demandas. 4.2 ÁRVORE OU ESTRUTURAS DE PRODUTO São chamados de itens “filhos” os componentes diretos de outros itens, estes correspondentemente chamados de “pais” de seus componentes diretos. Informações sobre composição de produtos são chamadas de “estrutura de produto” ou “árvore de produto”, que traz todas as relações pai-filho entre todos os itens de determinado produto. Figura 1: Esquema do Planejamento das necessidades de materiais – MRP PCP – Planejamento e Controle da Produção 1 Professora: Ellen Barreto 2 4.2.1 Níveis da estrutura A estrutura do produto mostra que alguns itens formam outros, que, por sua vez, formam terceiros. Chamamos isso de níveis de estrutura. O produto final é considerado o nível 0. Os itens e submontagens que formam o produto final estão no nível 1, os itens que formam as submontagens estão no nível 2 e assim por diante. • O MRP deve conhecer a quantidade necessária de cada item para ser capaz de multiplicar pela necessidade. Esse cálculo é conhecido como “explosão” das necessidades brutas, significando a quantidade total de componentes que serão necessários. • Um mesmo item pode ser utilizado em diferentes produtos. Nesse caso o MRP deve somar a necessidade para determinar a quantidade total necessária. • A estrutura para quando chega aos itens que não são fabricados pela empresa. O fornecedor deverá conhecer a estrutura de seu produto – mas o sistema de MRP trata como um item único. A natureza de estrutura do produto está intimamente relacionada a seu projeto. Essa tem influência na “forma” da estrutura do componente. A forma é parcialmente determinada pelo número de componentes e partes usados para cada nível – quanto maior o número de itens, mais larga será Figura 2: Estrutura de Produto para o jogo “Caça ao Tesouro” PCP – Planejamento e Controle da Produção 1 Professora: Ellen Barreto 3 a forma. Consequentemente, a padronização de componentes para reduzir variedade torna mais fina a estrutura do produto. Há algumas formas típicas de estrutura de produto – “A”, “T”, “V” e “X”. Estrutura de Produto em forma “A” – A empresa tem uma faixa limitada de produtos para oferecer aos clientes. Entretanto, devido à pouca variedade, os volumes da produção padronizada podem gerar algumas economias de escala. Estrutura de Produto em forma de “T” – É típica de operações que têm pequeno número de matérias-primas, mas que produzem grande variedade de produtos finais altamente personalizados. Estrutura de Produto em forma de “V” – É similar a estrutura em forma de “T”, mas com menos padronização no processo. É típica da indústria petroquímica, onde uma pequena variedade de matéria-prima é utilizada para produzir grandes variedades de produtos. Estrutura de Produto em forma de “X” – Alguns projetos de produto consistem de um pequeno número de módulos padrão. Exemplo, fabricantes de móveis de cozinha fabricam corpos padronizados, aos quais uma variedade de portas e acessórios podem ser agregados. Esses módulos são representados pelo cruzamento de X (ou gargalo da ampulheta). Outros exemplos seriam as montagens de chassis, sistemas de freios e motores que são usados em grande variedade de veículos. 4.2.2 Lista de Materiais de nível único e escalonados As listas de materiais podem ser muito grandes e o sistema de MRP lida com isso, utilizando listas de materiais de nível único e listas de materiais escalonados. Em listas de materiais de nível único, os detalhes do relacionamento entre os itens e submontagens são armazenados em um único nível por vez. O termo escalonado refere-se ao escalão que o item ocupa na estrutura de níveis de montagem. Figura 3: Diferentes formas de estrutura de Produto PCP – Planejamento e Controle da Produção 1 Professora: Ellen Barreto 4 Figura 4: Lista de materiais de Nível único Figura 5: Lista de materiais Escalonados PCP – Planejamento e Controle da Produção 1 Professora: Ellen Barreto 5 4.3 CÁLCULO DAS NECESSIDADES DE MATERIAIS O MRP calcula as quantidades de materiais necessários. O MRP toma o programa mestre de produção (o programa para cada produto final) e “explode” esse programa por meio de lista de materiais de nível único, verificando quantas submontagens e componentes são necessários. Antes de descer para o próximo nível da estrutura do produto, o MRP verifica quantos materiais necessários já estão disponíveis em estoque. Ele gera então, as “ordens de trabalho” ou requisições para as necessidades liquidas dos itens. Essas necessidades líquidas formam, então, o programa que será explodido por meio de listas de materiais de nível único para o próximo nível abaixo na estrutura, até que se chegue ao nível mais baixo da estrutura do produto. 4.4 DEFINIÇÃO DE PARÂMETROS DO MRP 4.4.1 Escalonamento no tempo da obtenção A lógica do MRP é essencialmente: programar atividades para o último momento possível, de modo a minimizar estoques. O MRP tem uma lógica que parte da visão de futuro de necessidades de produtos acabados e depois vem “explodindo” as necessidades de componentes nível a nível, Figura 6: Cálculo das necessidades líquidas PCP – Planejamento e Controle da Produção 1 Professora: Ellen Barreto 6 para trás do tempo. Por isso, a lógica do MRP é chamada de lógica de “programação para trás” (em terminologia inglesa, backward scheduling) e leva em conta o Lead Time (o tempo permitido para finalização de cada estágio). Para determinar quando devemos iniciar o trabalho em todos os componentes que fazem parte do jogo, precisamos saber todos os Lead Time que estão armazenados nos arquivos MRP para cada item. Usando as informações do Lead Time, o programa faz a programação para trás para determinar as atividades que devem ser executadas e as ordens de compra que devem ser colocadas. 4.5 BIBLIOGRAFIA CORRÊA, Henrique L.; CORRÊA, Carlos A. Administração de Produção e Operações. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2017 SLACK, Nigel; CHAMBERS, Stuart; JOHNSTON, Robert. Administração da produção. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2009 Figura 7: Representação dos tempos de obtenção de todos os itens do jogo de tabuleiro.
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