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ALTERAÇÕES DÉRMATO-MUCOSAS Juliana Tristão Werneck jtwerneck@hotmail.com Alterações Dérmato - Mucosas Eritema multiforme Pênfigo Penfigóide Líquen Plano Lúpus ERITEMA MULTIFORME Condição mucocutânea bolhosa/ulcerativa de etiopatogenia incerta Provavelmente – Imunologicamente mediada Herpes Simples Micoplasma pneumoniae Exposição a medicamentos Não há predileção por idade ou raça Homens - Adultos Jovens 20/30 anos ETIOLOGIA E EPIDEMIOLOGIA 50 % dos casos Apresenta três graus de severidade: •Eritema multiforme menor •Eritema multiforme maior ou Síndrome de Stevens-Johnson •Necrólise Epidérmica Tóxica ERITEMA MULTIFORME ERITEMA MULTIFORME MENOR •É a forma mais moderada •Duração de aproximadamente 4 semanas •Comprometimento moderado mucoso e cutâneo Sintomas Prodrômicos (01 semana antes) Febre Mal-Estar Cefaléia Tosse ERITEMA MULTIFORME MENOR Lesão em alvo ou Olho de boi (anéis eritematosos planos, elevados, com centro necrótico) Planas, redondas e vermelho-escuras e discretamente elevadas e podem evoluir para uma bolha com centro necrótico. Ulcerações Crostas Hemorrágicas Placas Eritematosas com Necrose Epitelial Grandes Erosões/Ulcerações superficiais ERITEMA MULTIFORME MAIOR As lesões cutâneas e mucosas podem se assemelhar ao eritema multiforme menor, mas as lesões de pele podem ser atípicas e caracterizadas por bolhas e afetar grandes áreas. Mais severo que a menor, acomete a mucosa genital, esofágica, ocular, laringe, além da pele e mucosa oral. Extensas áreas acometidas Lesões irregulares SÍNDROME DE STEVENS-JOHNSON • É uma forma grave de eritema multiforme que por vezes pode ser fatal. • Caracteriza-se por lesões semelhantes ao eritema multiforme, porém com erosões mucosas e máculas purpúricas cutâneas disseminadas, frequentemente confluentes, com destacamento epidérmico limitado a menos de 10% da superfície corporal. • O envolvimento mucoso ocorre em cerca de 90% dos casos, e normalmente envolve duas mucosas distintas. • As máculas purpúricas e bolhas são amplamente disseminadas sobre. • Mucosa oral - erupções bolhosas se rompem, levando à formação de pseudomembranas. • Lábios edemaciados, causando incrustações e fissuras que sangram. SÍNDROME DE STEVENS-JOHNSON SÍNDROME DE STEVENS-JOHNSON DOENÇA DE LYELL Forma Mais SEVERA do Eritema Multiforme Necrose de Grandes Áreas – Paciente Queimado Reação Alérgica – Desencadeada por Medicamentos Mulheres - Idosas Complicações do Quadro: Desidratação / Insuficiência Renal / Infecção Secundária Resolução em 02 a 04 semanas ou óbito do paciente NECRÓLISE EPIDÉRMICA TÓXICA Descamação da Pele Lesões Bolhosas Difusas Lesões bolhosas extensas e difusas Vesículas intra-epiteliais e subepiteliais associadas a necrose celular e células inflamatórias Infiltrado inflamatório misto com localização perivascular HISTOPATOLOGIA DIAGNÓSTICO Diagnóstico difícil de estabelecer Não existem testes diagnósticos específicos Diagnóstico é clínico apoiado, se necessário, pela biópsia Podem ser realizadas marcações imunológicas para C3, IgM e fibrina TRATAMENTO E PROGNÓSTICO Não existe tratamento específico Cuidados de suporte Eritema Multiforme Menor - resolução em cerca de 3 semanas Eritema Multiforme Maior - resolução em cerca de 6 semanas Necrólise Epidérmica Tóxica Manter em UTI para monitoramento PÊNFIGO Grupo de lesões mucocutâneas: • Pênfigo vulgar * • Pênfigo vegetante • Pênfigo foleáceo • Pênfigo eritematoso PÊNFIGO • Bolhas – presença de auto – anticorpos contra glicoproteínas da superfície das células epiteliais, desmogleína 3 e desmogleína 1 – componentes de desmossomos • Ataque imunológico sobre os desmossomos inibindo a sua aderência • Separação intra- epitelial – formando uma bolha ETIOLOGIA • Incidência – 1 a 5 casos para 1.000.000 • + 50% - lesões bucais antes das lesões cutâneas • Lesões bucais são frequentemente o primeiro sinal da doença e as mais difíceis de serem resolvidas • Qualquer localização da mucosa bucal - palato, mucosa labial, ventre de língua e gengiva • Adultos M=H; > 50 Anos EPIDEMIOLOGIA Ulcerações Irregulares e Extensas Erosões / Ulcerações Superficiais Múltiplas Erosões em Gengiva Erosões Orais persistentes APRESENTAÇÃO CLÍNICA Pele – vesículas ou bolhas flácidas que se rompem rapidamente horas a dias – superfície desnuda e eritematosa Lesões oculares – pouca frequência • Sem tratamento – lesões persistem e envolvem áreas maiores • Sinal de Nikolsky positivo – Bolha pode ser induzida na pele aparentemente normal após firme pressão lateral APRESENTAÇÃO CLÍNICA • Separação intraepitelial – acima da camada de células basais do epitélio • Pode haver descamação de todo o epitélio deixando apenas as células da camada basal “ aparência de pedras tumulares”. • Células acantolíticas (células de Tzanck) – formato arredondado • Infiltrado de células inflamatórias crônicas HISTOPATOLOGIA CITOPATOLOGIA • Biópsia de tecido perilesional • Mucosa ulcerada – diagnóstico inconclusivo • Confirmação pelo exame de imunofluorescência direta do tecido perilesional nos espaços intercelulares entre as células epiteliais( IgG, IgM e C3) – 80 a 90% DIAGNÓSTICO • Diagnóstico: o mais precocemente possível • Encaminhar ao médico • Doença sistêmica – Corticosteróide sistêmico, imunomoduladores • Uso a longo prazo de corticosteróides: – Diabete melito – Supressão adrenal – Ganho de peso – Osteoporose – Ulceras pépticas – Oscilações do estado de humor – Susceptibilidade aumentada para desenvolver uma grande quantidade de infecções TRATAMENTO E PROGNÓSTICO PENFIGÓIDE CICATRICIAL • Auto-anticorpos são direcionados contra componentes da membrana basal (hemidesmossomos) • Incidência 2 x menor que o Pênfigo vulgar • PENFIGÓIDE = semelhante ao pênfigo ETIOLOGIA • Adultos – 50 a 60 anos • Mulheres 2:1 homens • Maioria dos pacientes: lesões bucais – Mucosa conjuntival, nasal, esofágica, laríngea, vaginal e pele • Lesões bucais – iniciam como vesículas ou bolhas que ocasionalmente são detectadas – bolha subepitelial • Bolhas se rompem – extensas áreas de ulceração superficiais e desnudas na mucosa, dolorosas que persistem se não forem tratadas • Lesões difusas na boca EPIDEMIOLOGIA Ulcerações extensas e irregulares Vesículas subepiteliais (parede mais espessa) Padrão clínico de Gengivite Descamativa Muitas vezes é o único local afetado • Complicação + significante: Envolvimento ocular – 25% –Com a progressão da doença: mucosa conjuntival inflamada e erodida –Formação de cicatrizes entre as conjuntivas bulbar (reveste o globo ocular) e conjuntival (reveste a superfície interna da pálpebra) resultando em aderências - SIMBLÉFAROS MANIFESTAÇÃO OCULAR Entrópio (Pálpebra Evertida) Triquíase (Cílios evertidos) Simbléfaro (Adesão entre as Conjuntivas) Cílios Removidos Inflamação Conjuntival Cicatrização Obstrução da glândula lacrimal – diminuição da drenagem de lágrima Olho seco – Córnea produz ceratina para proteção (Opaca) PERDA DA VISÃO • Divisão entre o epitélioda superfície e o tecido conjuntivo (fenda subepitelial) • Discreto infiltrado inflamatório crônico na submucosa superficial HISTOLOGIA • Biópsia perilesional • Imunofluorescência direta – banda linear de imunorreação na membrana basal (IgG, C3, IgA) - 90% DIAGNÓSTICO • Após o diagnóstico das lesões orais – encaminhar ao Oftamologista, com queixa ou não de lesões oculares • Tratamento individualizado dependendo da distribuição das lesões e da atividade da doença • Caso só existam lesões bucais a doença pode ser controlada com o uso de corticosteróide tópicos sobre as lesões várias vezes ao dia • Lesões gengivais: boa higienização • Agentes sistêmicos: corticosteróides, imunomoduladores TRATAMENTO E PROGNÓSTICO LÍQUEN PLANO Linfócitos T CD8+ atacam os ceratinócitos levando à sua apoptose. Sugerman et al. (2000) ETIOLOGIA O Líquen Plano é uma doença inflamatória crônica que pode acometer o paciente em diversas regiões e de etiologia ainda desconhecida. EPIDEMIOLOGIA Líquen Plano Cutâneo Características: •Poligonal •Prurítica •Plana •Púrpura •Placa FORMAS CLÍNICAS DE LÍQUEN PLANO ORAL Reticular Ulcerada Placa Bolhosa/ Papular F o n te : c lin ic a d rs ilv io ri b e ir o .b lo g s .s a p o .p t Atrófica/ Erosiva HE 40X HISTOPATOLOGIA Degeneração da Camada Basal Intenso Infiltrado Linfocitário Epitélio Normal Camada de células Basais Intacta Sem Inflamação MÉTODOS DIAGNÓSTICOS Biópsia da lesão Hematoxilina e Eosina Características histopatológicas Imunofluorescência IgA, IgG, IgM ou C3 ao longo da zona da membrana basal Associação a características clínicas TRATAMENTO E PROGNÓSTICO •Não existe tratamento específico •Mucosa Oral Corticóide tópico •Uso sistêmico Corticóides sistêmicos Imunomoduladores Acompanhamento dos pacientes •Encaminhamento para dermatologia Potencial de malignização de 0,5 a 1,7% LÚPUS ERITEMATOSO ETIOLOGIA Lúpus eritematoso sistêmico Achados sistêmicos Mais agressivo Lúpus eritematoso cutâneo crônico Poucos ou nenhum achado sistêmico Menos agressivo Lesões orais Lúpus eritematoso cutâneo subagudo Artrite ou problemas músculoesqueléticos Agressividade intermediária EPIDEMIOLOGIA Mulheres 8:1 homens Idade do diagnóstico: 30 anos “Asa de Borboleta” Úlcera com estrias irradiadas Áreas atróficas com estrias Atrofia central com estrias irradiadas Manchas brancas (queilite por lúpus) HISTOPATOLOGIA Hiperceratose Atrofia epitelial Infiltrado inflamatório linfocitário profundo Degeneração hidrópica da camada basal MÉTODOS DIAGNÓSTICOS Biópsia da lesão Hematoxilina e Eosina Características histopatológicas Imunofluorescência IgM, IgG, fibrinogênio Associação à características/ sintomas sistêmicos Exames laboratoriais Reação liquenóide a drogas ou materiais restauradores Leucoplasia Estomatite ulcerativa crônica Doença do enxerto versus hospedeiro Epidermólise bolhosa DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL D Ú V ID A S
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