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ENGENHARIA DE CONFIABILIDADE ANEXO 2 - DISTRIBUIÇÃO LOGNORMAL Eduardo de Santana Seixas – Abraman Pág: Anx. II.1 A distribuição lognormal descreve muito bem o tempo de paralisação (tempo de repa- ro ou de manutenção) para uma grande variedade de equipamentos. A distribuição é utilizada na descrição de situações onde podemos observar poucos tempos de parali- sação de curta duração, um grande número de observações agrupadas em torno de um valor modal e um número insignificante de longos tempos de paralisação. A lognormal fornece um meio para relacionar quantitativamente os vários parâmetros da manutenabilidade, numa forma a qual é operacionalmente significativa. 1- Expressões matemáticas básicas: • Função Distribuição Cumulativa [M(t)] M t Ln t Ln ( ) = −⎛⎝⎜ ⎞ ⎠⎟Φ β α onde: φ (normal padronizada) α ⇒ fator de forma β ⇒ parâmetro de escala t ⇒ tempo • Tempo Médio para Reparo ou Manutenção (TMPR ou TMPM) TMPR TMPM t Exp= = + ⋅ ⎛⎝⎜ ⎞ ⎠⎟0 2 2 β α • Desvio Padrão (σ) ( )[ ]σ β α α2 2 2 2 1= ⋅ ⋅ −Exp Exp • Forma Linear (Y = aX + b) [ ]Ln t M t Ln = ⋅ +−α φ β1 ( ) onde: φ−1(inversa da normal padronizada) 2- Significado dos parâmetros da lognormal: 2.1- Parâmetro de Forma ou Dispersão (α) Quanto menor for o parâmetro de forma (α), mais simétrica torna-se a distribuição. Pode-se observar nas figuras abaixo que a distribuição é bem simétrica para os valores de “α“ igual ou menor que 0,2. O parâmetro de forma (α) fornece a variabilidade do desempenho das equipes de ma- nutenção. Nos casos práticos, é importante que “α“ seja o menor possível, pois com isto, os tempos de reparação ou de manutenção ficam melhor distribuídos em torno de um valor médio. ENGENHARIA DE CONFIABILIDADE ANEXO 2 - DISTRIBUIÇÃO LOGNORMAL Eduardo de Santana Seixas – Abraman Pág: Anx. II.2 2.2- Parâmetro de Escala (β) O parâmetro de escala (β), fornece o nível de desempenho das equipes de manuten- ção. Nos casos práticos, é importante que “β“ seja o menor possível, pois este afeta dire- tamente o valor do “TMPR” (Tempo Médio Para Reparação) ou “TMPM” (Tempo Médio Para Manutenção). 3- Variação entre “α” e “β” Indica as variações no método de diagnose das falhas, arranjo físico dos componentes, nível de habilidade das equipes de manutenção, motivação, incentivo, rotinas de trou- bleshooting, técnicas de substituição de componentes, ... . A manutenção de um equipamento pode envolver diversas atividades, com diversos graus de aprendizagem e dificuldades, podendo ter suas origens no projeto do equi- pamento e/ou nos recursos direcionados para as equipes de manutenção. Os possíveis fatores que afetam os tempos de reparo ou os tempos de manutenção de determinado equipamento, são: • acessibilidade inadequada • pouca ou nenhuma modularização • sistema de localização de falhas inadequados ou inexistentes • manuais inadequados • ferramentas inadequadas • equipamentos de teste inadequados • ... O desempenho, em maior ou menor grau, das equipes de manutenção está associado a diversos fatores, tais como: • treinamento • nível de habilidades • aprendizagem • salários • motivação • incentivo • capacidade de análise • experiência e familiaridade • ... ENGENHARIA DE CONFIABILIDADE ANEXO 2 - DISTRIBUIÇÃO LOGNORMAL Eduardo de Santana Seixas – Abraman Pág: Anx. II.3 4- Análise Estatística da Manutenabilidade Equipamento: Circuito de Via Reed Dados: Jan/Fev/Mar de 1986 Local: Taubaté - SP Área: Sinalização Ferroviária Parâmetros obtidos da lognormal: α = 0,8478 e β = 2,0598 Coeficiente de Correlação = 0,9927 Os parâmetros e o coeficiente de correlação foram obtidos a partir da aplicação da regressão linear. Item: CIRCUITO DE VIA REED Dados do Tempo para Reparo de Falhas no Período de Jan à Mar de 1986 4.1- Gráfico Tempo de Repa- ro (horas) Frequência Observada Freq. Relativa Simples Observada Freq. Relativa Simples Acumulada M(t) Teórica 0,2 → 0,5 6 0,0674 0,0674 0,0475 0,5 → 1,0 12 0,1348 0,2022 0,1970 1,0 → 1,5 8 0,0899 0,2921 0,3542 1,5 → 2,0 22 0,2472 0,5393 0,4861 2,0 → 2,5 3 0,0337 0,5730 0,5904 2,5 → 3,0 11 0,1236 0,6966 0,6713 3,0 → 3,5 2 0,0225 0,7191 0,7341 3,5 → 4,0 5 0,0562 0,7753 0,7831 4,0 → 4,5 3 0,0337 0,8090 0,8217 4,5 → 5,0 2 0,0225 0,8315 0,8522 5,0 → 5,5 1 0,0112 0,8427 0,8767 5,5 → 6,0 5 0,0562 0,8989 0,8964 6,0 → 6,5 1 0,0112 0,9101 0,9124 6,5 → 7,0 1 0,0112 0,9213 0,9255 7,0 → 7,5 1 0,0112 0,9325 0,9363 7,5 → 8,0 2 0,0225 0,9550 0,9452 8,0 → 8,5 1 0,0112 0,9662 0,9527 8,5 → 9,0 1 0,0112 0,9774 0,9590 10,0 → 10,5 1 0,0112 0,9886 0,9726 12,0 → 12,5 1 0,0112 0,9998 0,9833 Total 89 ------- ≅ 1,0000 0,9833 GRÁFICO DO AJUSTE DOS DADOS OBSERVADOS VERSUS DADOS TEÓRICOS ITEM: CIRCUITO DE VIA REED TPR (horas) M A N U TE N IB IL ID A D E [M (t) ] 0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1 .500 1 1.500 2 2.500 3 3.500 4 4.500 5 5.500 6 6.500 7 7.500 8 8.500 9 10.500 12.500 OBSERVADA TEÓRICA (LOGNORMAL) Alfa = 0,8478 Beta = 2,0598 TMPR = 3,0 horas Frequência Relativa Simples Acumulada Manutenibilidade (Teórica) ENGENHARIA DE CONFIABILIDADE ANEXO 2 - DISTRIBUIÇÃO LOGNORMAL Eduardo de Santana Seixas – Abraman Pág: Anx. II.4 5- Exemplo para desenvolvimento Os dados abaixo, são relativo aos “Tempos Ativos de Reparação” do Conjunto Moto- Bomba de três centros de manutenção de regiões distintas. Pede-se: • determinar a variabilidade do desempenho das equipes de manutenção (α). • determinar o nível de desempenho das equipes de manutenção (β). • determinar o tempo médio de reparação para este equipamento (TMPR). • determinar o coeficiente de correlação (r). • comparar os resultados obtidos no seu grupo com os outros grupos e apresentar comentários. TPR (horas) Centro de Manut. A Freq. Observada Centro de Manut. B Freq. Observada Centro de Manut. C Freq. Observada 0,0 → 0,5 49 3 2 0,5 → 1,0 31 11 5 1,0 → 1,5 19 24 13 1,5 → 2,0 7 12 17 2,0 → 2,5 1 2 35 2,5 → 3,0 2 1 8 3,0 → 3,5 2 1 2 3,5 → 4,0 1 1 3 4,0 → 4,5 1 1 2 4,5 → 5,0 - - 1 5,0 → 5,5 - - - 5,5 → 6,0 - - 2 6,0 → 6,5 - - - 6,5 → 7,0 1 - - 7,0 → 7,5 - - - 7,5 → 8,0 1 1 1
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