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CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 1 Gestão da Qualidade – Ferramentas Aula 5 Prof. Nelson Tadeu Galvão de Oliveira CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 2 Conversa inicial Caros alunos, estamos iniciando a quinta aula. Nela, teremos como temas a serem desenvolvidos: gráfico de Pareto, diagrama causa e efeito, histograma e gráfico de dispersão. Nesta aula, estudaremos essas ferramentas da qualidade que são usadas no controle de processos. Contextualizando As ferramentas da qualidade são utilizadas para definir, mensurar, analisar e propor soluções aos problemas que interferem no desempenho dos processos organizacionais. Elas surgiram na década de 1950, com base nos conceitos e práticas existentes naquela época. A partir daí, vêm sendo utilizadas nos sistemas de gestão por meio de modelos estatísticos que auxiliam na melhoria dos serviços e processos. Essas ferramentas ajudam a estabelecer melhorias de qualidade. Por isso, as estudaremos, com o objetivo de apoiar o controle de processos. Fonte: Adaptado de As sete..., 2013. Tema 1: Diagrama de Pareto O princípio de Pareto é: para várias situações, 80% das consequências vêm de 20% das causas. Isso pode ser muito útil para tratar não conformidades, identificar pontos de melhoria e definir que planos de ação devem ser atacados no que diz respeito à prioridade. O diagrama de Pareto é uma ferramenta que apresenta um gráfico de barras e permite determinar, por exemplo, as prioridades dos problemas a serem resolvidos por meio das frequências das ocorrências, da maior para a menor, permitindo a priorização dos problemas, pois, na maioria das vezes, há muitos problemas menores diante de outros mais graves. Exemplo da construção de um diagrama de Pareto Uma empresa fabrica e entrega produtos para várias lojas de varejo e quer diminuir o número de devoluções. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 3 Para isso, investigou o número de ocorrências geradoras de devolução da entrega no último semestre, conforme apresentado na tabela a seguir. Passos para construção do diagrama de Pareto Primeiro passo: refazer a folha de verificação ordenando os valores por ordem decrescente de grandeza. Segundo passo: acrescentar mais uma coluna indicando os valores acumulados. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 4 Terceiro passo: acrescentar mais uma coluna onde serão colocados os valores percentuais referentes a cada tipo de ocorrência. O cálculo é feito dividindo-se o número de ocorrências de um determinado tipo pelo total de ocorrências no período. Quarto passo: acumulam-se os percentuais em uma última coluna. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 5 Com esses dados, pode ser construído o gráfico de Pareto, apresentado a seguir: Conforme apresentado no gráfico acima, para diminuir o problema de devolução de produtos, será necessário criar um programa de ação para a empresa diminuir atrasos de entrega da fábrica e da transportadora. Com isso, 53% do problema será resolvido. Fonte: Diagrama..., 2012. Tema 2: Diagrama causa/efeito O que é o diagrama causa efeito de Ishikawa CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 6 O diagrama de Ishikawa foi proposto pelo japonês Kaoru Ishikawa, um engenheiro de controle de qualidade, teórico da administração das companhias japonesas, que viveu entre os anos de 1915 e 1989. O Diagrama é uma ferramenta gráfica que ajuda a gerenciar e fazer o Controle da Qualidade (CQ) em diferentes processos, cujo principal objetivo é identificar quais são as causas para um efeito ou problema. Muitas das ferramentas que existem na indústria são utilizadas para aprimorar e manter a qualidade dos produtos, com esse não é diferente. A técnica também é conhecida pelos nomes diagrama de causa e efeito, diagrama espinha de peixe ou diagrama 6M. Efeito/problema: contém o indicador de qualidade e o enunciado do projeto (problema). É escrito no lado direito, desenhado no meio da folha. Eixo central: uma flecha horizontal, desenhada de forma a apontar para o efeito. Usualmente desenhada no meio da folha Categoria: representa os principais grupos de fatores relacionados com efeito. As flechas são desenhadas inclinadas com as pontas convergindo para o eixo central. Causa: causa potencial dentro de uma categoria. Pode contribuir com o efeito. As flechas são desenhadas em linhas horizontais, aportando para o ramo de categoria Subcausa: causa potencial que pode contribuir com uma causa específica. São ramificações de uma causa. O efeito, ou problema é fixo no lado direito do desenho e as influências ou causas maiores são listadas de lado esquerdo Mão de obra: quando um colaborador realiza um procedimento inadequado, faz o trabalho com pressa, é imprudente etc. Material: quando o material não está em conformidade com as exigências para a realização do trabalho. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 7 Meio ambiente: quando o problema está relacionado ao meio externo, como poluição, calor, poeira etc. ou ao ambiente interno, como falta de espaço, dimensionamento inadequado dos equipamentos etc. Método: quando o efeito indesejado é consequência da metodologia de trabalho escolhido. Máquina: quando o defeito está na máquina usada no processo. Medida: quando o efeito é causado por uma medida tomada anteriormente para modificar o processo. Fonte: Adaptado de O que é..., 2013. Tema 3: Histogramas O histograma é uma das sete ferramentas da qualidade. Trata-se de um gráfico do tipo barras verticais e representa a frequência de ocorrências individuais subdivididas em classes. Sendo assim, ele é uma representação gráfica da distribuição de frequências de uma massa de medições. O propósito de se utilizar o histograma é o ganho de conhecimento obtido com relação ao sistema. Ele é adquirido por intermédio de informações básicas determinadas pelo histograma (centralização, dispersão e forma de distribuição dos dados) e funcionará como um guia para melhorar o sistema em análise. Fonte: Adaptado de Silveira, 2012. Histogramas são gráficos de barras que mostram a variação sobre uma faixa específica. O histograma foi desenvolvido por Guerry, em 1833, para descrever sua análise de dados sobre crime. Desde então, os histogramas têm sido aplicados para descrever dados nas mais diversas áreas. Fonte: Adaptado de Histograma..., 2016. Quando usar o histograma São várias as aplicações, tais como: • Verificar o número de produto não-conforme. • Determinar a dispersão dos valores de medidas em peças. • Em processos que necessitam ações corretivas. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 8 • Para encontrar e mostrar por meio de gráfico o número de unidade em cada categoria. Pré-requisitos para construir um histograma • Coletar dados. • Calcular os parâmetros: amplitude “R”, classe “K”, frequência de cada classe, média e desvio padrão. Fonte: Adaptado de César, 2011. Como fazer um Histograma Esta ferramenta revela e ilustra a centralização, dispersão e a forma de distribuição dos dados. O histograma pode fornecer previsão de desempenho futuro de processos e auxiliar na identificação da ocorrência de alguma mudança no processo e, sobretudo, ajudar a responder se o processo é capaz de atender aos requisitos do cliente. Histograma para variáveis contínuas 1) Colete n dados referentes à variável cuja distribuição será analisada. É aconselhável que n seja superior a 50 para que possa ser obtido um padrão representativo da distribuição. Ex.: característica dimensional (mm) 2) Determine o maior e menor valor do conjunto de dados. Min = 20,2 e Max = 50 3) Defina o limite inferior da primeira classe(LI), que deve ser igual ou ligeiramente inferior ao menor valor das observações. LI = 20 4) Defina o limite superior da última classe (LS), que deve ser igual ou ligeiramente superior ao maior valor das observações. LS= 50 CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 9 5) Define-se o número de classes (K), que pode ser calculado usando K = n e deve estar compreendido entre 5 e 20. 6) K = 60 = + ou – 8 para facilitar os cálculos foi escolhido k= 8. Conhecido o número de classes, define-se a amplitude de cada classe: a = (LS - LI) / K; 7) Calcule os limites de cada intervalo. 8) Construa uma tabela de distribuição de frequência. 9) Desenhe o histograma 10) Registre as informações importantes que devem constar no gráfico CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 10 Fonte: Adaptado de Zvirtes, 2010. Tema 4: Diagramas de dispersão Diagrama de dispersão O diagrama de dispersão ou de correlação também faz parte das sete ferramentas da qualidade e é utilizado para comprovar a relação entre uma causa e um efeito. É um gráfico no qual cada ponto representa um par observado de valores. Revela a direção, a forma e a inclinação do relacionamento entre as variáveis. Diz respeito à representação gráfica de valores simultâneos de duas variáveis relacionadas a um mesmo processo. Mostra o que acontece com uma variável quando a outra se altera, ajudando a verificar a relação entre elas. Os valores da variável preditora aparecem no eixo horizontal do gráfico; os valores da variável resposta no eixo vertical. Cada par de valores forma um ponto no gráfico. Como construir um diagrama de dispersão Vamos considerar uma clínica de Endocrinologia onde foi feita uma pesquisa com 5 mulheres de 50 anos de idade. Nessa pesquisa, foram feitas duas perguntas: • Qual é o nível de HDL – colesterol no sangue? • Quantas horas semanais você pratica exercícios físicos? Os resultados estão descritos a seguir. Tabela – HDL (em mg/dl) e número de horas de prática de exercícios físicos CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 11 Observação: no exame de colesterol, estão inclusas a fração HDL (bom colesterol) e a fração LDL (mau colesterol). Estudos apontam que, nas pessoas com HDL aumentado ou nas faixas superiores do que é considerado normal (>50 mg/dL), a ocorrência de doenças cardiovasculares é menor. Vamos determinar: a. O coeficiente de correlação. b. O diagrama de dispersão. c. A reta de regressão linear. d. O gráfico da reta de regressão linear. a) Para encontrarmos o coeficiente de correlação linear, vamos usar a tabela a seguir xi: quantidade de HDL – Colesterol, em mg/dl. yi: número de horas semanais gastos na prática de exercícios físicos. Abaixo, é apresentada a fórmula que nos permite calcular a correlação CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 12 O índice de correlação r pode variar de -1 até +1 O coeficiente de correlação linear “r” mede a intensidade da relação linear entre duas variáveis O coeficiente de correlação varia de -1 r +1: Valores de “r” próximos de +1 indicam uma forte correlação positiva entre x e y Valores de “r” próximos de -1 indicam uma forte correlação negativa entre x e y Valores de “r” próximos de 0 indicam uma fraca correlação entre x e y n = 5 (5 mulheres foram entrevistadas). Obs.: o valor de n deve ser normalmente maior que 30 para se ter uma maior representatividade do diagrama de dispersão Aplicando os resultados da tabela na fórmula teremos: CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 13 A correlação neste caso é positiva r=0,988. b) Diagrama de Dispersão Com os dados calculados passamos então a desenhar o gráfico de correlação c) Reta de regressão linear Vamos calcular agora o desvio padrão de xi Primeiro passo: encontrar a média e desvio-padrão de xi. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 14 Agora, calcularemos o desvio padrão de yi Passo 2: calcular a média e o desvio-padrão de yi. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 15 Vamos agora determinar o coeficiente linear para traçarmos a curva de regressão Coeficiente linear: A reta de regressão linear é: y*= 0,23xi - 9,42 d) Gráfico da reta de regressão linear. Desenhando agora a curva da regressão linear para analisarmos se os pontos se colocam próximos à curva, ou seja, se há ou não correlação entre as variáveis em estudo. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 16 Conclusão: há uma forte correlação linear positiva entre os dados analisados, ou seja, entre o nível de HDL – Colesterol em mg/dl e o tempo de exercícios físicos das mulheres pesquisadas. Os gráficos de dispersão poderão indicar um padrão de: • correlação positiva • correlação negativa • ausência de correlação • correlação não linear A existência de uma correlação entre duas variáveis não implica na existência de um relacionamento de causa e efeito entre elas Fonte: Estatística..., 2010. A correlação entre duas variáveis depende do intervalo de variação. Com isso, concluímos mais um dos nossos temas de estudo. Síntese Concluímos a quinta aula. Nela, conhecemos mais quatro importantes ferramentas da qualidade: diagrama de Pareto, diagrama causa efeito, histograma e diagrama de dispersão. Essas ferramentas são muito importantes no controle de processos nas empresas e todas elas são usadas com muita frequência. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 17 Referências AS SETE ferramentas da qualidade. Blog da qualidade, 19 dez. 2013. Disponível em: <http://www.blogdaqualidade.com.br/as-sete-ferramentas-da-qualidade/>. Acesso em: 3 out. 2016. CÉSAR, F. I. G. Ferramentas básicas de qualidade: instrumentos para gerenciamento de processo e melhoria contínua. São Paulo: Biblioteca 24 horas, 2011. DEMING, W. E. Qualidade: a revolução da administração. Rio de Janeiro: Marques Saraiva, 1990. DIAGRAMA de Pareto. Blog da qualidade, 27 set. 2012. Disponível em: <http://www.blogdaqualidade.com.br/diagrama-de-pareto/>. Acesso em: 3 out. 2016. ESTATÍSTICA indutiva. UNIP, 2010. Disponível em: < http://unipvirtual.com.br/material/UNIP/BACHARELADO/QUARTO_SEMESTRE/estat istica_indutiva/DOC/mod_5.doc>. Acesso em: 3 out. 2016. HISTOGRAMA: o que é? Quando usar? Como fazer um histograma. Marketing Futuro, 2016. Disponível em: <http://marketingfuturo.com/histograma-o-que-e- quando-usar-como-fazer/>. Acesso em 3 out. 2016. O QUE É o diagrama de Ishikawa? Indústria Hoje, 27 out. 2013. Disponível em: <http://www.industriahoje.com.br/diagrama-de-ishikawa>. Acesso em: 3 out. 2016. PALADINI, E. P. Avaliação estratégica da qualidade. São Paulo: Ed. Atlas, 2002. SELEME, R. Gestão da qualidade e ferramentas essenciais. Curitiba: InterSaberes, 2012. SILVEIRA, C. B. Histograma. Citisystems, dez. 2012. Disponível em: <http://www.citisystems.com.br/histograma>. Acesso em: 3 out. 2016. ZVIRTES, L. Ferramentas da qualidade. UDESC, 2010. Disponível em: <http://www.joinville.udesc.br/portal/professores/claudio_luis/materiais/Aula_10___F erramentas_da_Qualidade___P3.pdf>. Acesso em: 3 out. 2016.
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