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Microbiologia Trabalho Influenza (Resumo)

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Resumo do seminário sobre o Influenza Vírus
	Influenza é o “nome técnico” que se dá para a tão famosa gripe. É um termo que vem do italiano e quer dizer “influência”. Acreditava-se que a gripe advinha da influência de forças ocultas sobre o indivíduo, em uma espécie de castigo, ou ligada ao frio.
	Os vírus influenza são de três tipos: A, B e C. Pertencem à família Ortomixoviridae, que também é composta pelo isovírus e o togotovírus. O tipo “A” é o mais comum dos três, e também o de maior virulência (quanto maior a mortalidade e o poder de invasão dos tecidos do hospedeiro, maior a virulência). É o principal causador de pandemias dentre os vírus influenza. Podem ser divididos em subtipos de acordo com o sorotipo, ou seja, com base em reação com anticorpos. Os anticorpos reagem com as glicoproteínas hemaglutinina e neuraminidase, externas à partícula viral. São 16 possibilidades conhecidas para o H (Hemaglutinina) e 9 para o N (Neuraminidase). Os mais comumente encontrados afetando humanos são os H 1, 2 e 3 e N 1 e 2. Essa reação permite a classificação no subtipo H5N1 (gripe aviária), por exemplo. 
	O tipo B infecta quase que exclusivamente humanos (pode ser encontrado em focas e em furões), mas é muito menos comum do que o A, além de ter uma taxa de mutação de 2 a 3 vezes menor. O organismo possui uma defesa “melhor” contra o B, já que esse não se muta tanto e “cria disfarces”. Portanto, o influenza vírus B não é causador de pandemias, já que é combatido melhor e então tem dificuldades pra se espalhar. O tipo C afeta humanos, cães e suínos, mas é o mais incomum dos três.
	A estrutura desses vírus é composta por ssRNA(-), fragmentado em 8 partes, e 10 proteínas (Hemaglutinina, Neuraminidase, Nucleoproteína, M1, M2, NS1, NS2, PA, PB1, PB2), das quais M1, M2, Hemaglutinina (HA) e Neuraminidase (NA) são estruturais.
	A mais famosa e mortífera epidemia de gripe que se tem notícia foi a “Gripe Espanhola”. Seu “apogeu” aconteceu por volta do ano de 1918 a meados de 1919, matando de 3 a 6% da população mundial, ou seja, cerca de 50 a 100 milhões de pessoas segundo estimativas. O vírus tinha uma alta mortalidade, variando de 10 a 20% (a gripe comum mata apenas 0,1% de seus portadores), e uma alta taxa de infecção, em torno de 50%. O subtipo do vírus da gripe espanhola é o H1N1, o mesmo da chamada “gripe suína” (ou Gripe A). Para se ter uma idéia da magnitude disso, estima-se que tenha matado 25 milhões em 25 semanas (a AIDS matou 25 milhões em 25 anos). Talvez por isso o pânico em relação a essa variante, que se prova cada dia menos letal do que temia. Mesmo sendo menos “perigosa”, é preciso haver esforços para que esse vírus não se dissemine descontroladamente e infecte muitas pessoas. Quanto mais indivíduos ele infecta, maior a probabilidade de que sofra mutações e de que essas mutações possam gerar variantes mais violentas e contagiosas, se tornando então um perigo real e iminente.
	As variantes dos vírus podem surgir tanto por mutação quanto por permuta. As mutações ocorrem naturalmente por falhas na replicação viral, e isso pode gerar diferenças quanto às proteínas que codifica e sua afinidade por certos tipos de célula ou organismos, dependendo de onde a mudança ocorre. Isso se reflete em sua virulência. A permuta ocorre quando, por exemplo, um indivíduo está “duplamente gripado”. Se a pessoa está infectada por duas variantes do influenza, pode ser que os materiais genéticos se misturem na formação de um novo vírus na replicação. Já que os materiais são fragmentados (8 pedaços, conforme citado anteriormente) e têm de se juntar, pode ser que pedaços sejam trocados “inadvertidamente” e formem novas variedades de vírus.
	A contaminação nos mamíferos se dá por meio das vias aéreas. As células do trato respiratório são atacadas, gerando sintomas como tosse e coriza. Já estando nas vias aéreas, em contato quase que direto com o meio externo, é mais fácil para o vírus se disseminar. Em aves, é comum que o influenza parasite os intestinos desses animais.
	Os sintomas da gripe comum são bem conhecidos: dores no corpo, em especial na garganta e nas articulações; sensação de frio (em grande parte por causa da febre, alta e repentina); coriza; fadiga. A “gripe suína” é acrescida de mais 2 sintomas: náuseas e diarréia. Em caso de suspeita de contaminação, recomenda-se procurar ajuda médica.
	A gripe comum é tratada quase que paliativamente: os sintomas são aliviados, enquanto o próprio organismo cria suas defesas e combate a causa, que é o vírus. Normalmente são usados antiinflamatórios não-esteroidais (Aspirina®, Paracetamol etc.) e descongestionantes nasais (alguns são à base de adrenalina). Em gripes mais “fortes”, pode-se contar com o auxílio de outros medicamentos, como o Tamiflu® (Oseltamivir) e Relenza® (Zanamivir). Eles inibem a neuraminidase, não deixando com que o vírus se espalhe pelo organismo. Há também o Amantadine e Rimantadine, que inibem M2, uma espécie de canal pelo qual o vírus entra na célula. Estando bloqueada essa passagem, há um impedimento para que o vírus infecte a célula. Vale lembrar que esses medicamentos não são “100%”, com sua eficácia variando razoavelmente dependendo da linhagem viral.
	Existem vacinas contra a gripe, mas elas não garantem a “imunidade vitalícia”, como a catapora, por exemplo. O influenza sofre mutações muito rápido, e as vacinas tornam-se ultrapassadas. Sendo assim, a eficácia desse tipo de imunização é baixa. Apesar disso, é de grande relevância a vacina para a prevenção de algumas linhagens virais mais agressivas, principalmente quando se trata de idosos, mais frágeis e vulneráveis às possíveis complicações advindas de uma infecção pela gripe.
Material de consulta:
http://www.cdc.gov/h1n1flu/ 
http://www.cdc.gov/h1n1flu/qa.htm
http://www.cdc.gov/h1n1flu/antiviral.htm
http://www.cdc.gov/h1n1flu/guidance_homecare.htm
http://www.cdc.gov/h1n1flu/#stay_healthy
http://www.pubmedcentral.nih.gov/articlerender.fcgi?artid=2329826&tool=pmcentrez
Butcher,E ;Hemmes,H ,Haan ,P. ;Goldbach,R ; Prins,M - The influenza A virus NS1 protein binds small interfering RNAs and suppresses RNA silencing in plants

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