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Técnicas de Entrevista e Reportagem Jacqueline Sobral Aula de hoje: O papel e a função do repórter Apuração e observação Histórico - A reportagem como atividade não existiu ou não era relevante em 200 dos 400 anos da história do jornalismo. - Quando o jornalismo surgiu ”oficialmente”, no século XVII, o foco do texto informativo era o discurso retórico. Os primeiros jornais discutiam ideias burguesas e, mais tarde, a aristocracia começou a fazer o mesmo. - PUBLICISMO: por muitas décadas, o jornalista foi essencialmente um publicista – oferecia orientações e interpretações políticas. O mito norte-americano da objetividade jornalística só surgiu no século XX. Histórico Século XIX: Jornalismo educativo e sensacionalista Industrialização, mudanças profundas nas relações humanas, no teatro, nas artes, nos costumes – era preciso ”ensinar” as pessoas sobre o que estava acontecendo. Por outro lado, era preciso atingir o público, envolvê-lo emocionalmente na leitura: literatura novelesca e sentimental, aventura, exótico, incomum. Histórico Século XX: a reportagem ganha espaço e o repórter se torna uma das figuras mais importantes do jornalismo - A indústria dos jornais prosperou nos Estados Unidos, a partir do fim da Guerra Civil (século XIX) que acabou com a escravatura no país - houve um surto de desenvolvimento econômico depois disso. - Começa a guerra pelo furo jornalístico, há uma mudança na linguagem do texto e surgem os cursos superiores de jornalismo. - É estabelecido que o jornalismo deve praticar a objetividade: reprodução dos dados obtidos com as fontes; confrontação de testemunhos sobre um mesmo fato para se alcançar a versão mais próxima da realidade. Em resumo: Séculos XVII e XVIII: jornalismo publicista Século XIX: jornalismo educativo e sensacionalista Século XX: jornalismo-testemunho Na prática, encontramos essas características até hoje… Qual é o papel do repórter? - O repórter é um tradutor de discursos. - É uma ”ponte” entre especialistas e o público. - É a partir da reportagem que a informação circula, em uma linguagem comum e simplificada; que tem como objetivo indicar possibilidades de investigação e conhecimento a quem tiver interessado. O repórter como AGENTE (conceito da ciência da computação): ele está onde o leitor, ouvinte ou espectador não pode estar. Para isso.... - Ele deve ter autonomia (ou seja, operar sem intervenção direta de seu contratante); - Ter habilidade social para interagir com outros agentes; - Ser reativo, percebendo o meio em que atua e responder em tempo às mudanças que ocorrem; - Ser capaz de tomar iniciativa. Crítica a essa visão de ”AGENTE”: Sim, os repórteres são mais versáteis que as máquinas. Por outro lado, agentes humanos como repórteres têm sua própria tendenciosidade, não são objetivos. O ”insight” na reportagem (ou intuição, ou faro, ou percepção...) Definição: ”clareza súbita na mente, no intelecto de um indivíduo”; um ”estalo”; ”compreensão ou solução de um problema pela súbita captação mental dos elementos e relações adequados”. ”Diante de fenômenos complexos, é preciso imaginação e apoio vago na realidade – em indícios e no conjunto das circunstâncias envolvidas – para se formular uma hipótese plausível” – Nilson Lage. Além de entrevistar pessoas, o repórter observa o ambiente à sua volta para construir uma narrativa, uma história. Ele precisa ter autonomia e habilidade para processar dados e ”modela para si mesmo a realidade”. Outra questão importante: o papel do repórter é cobrir temas que as pessoas precisam saber, ou que elas querem saber? Princípio básico de uma reportagem: CHECAR AS INFORMAÇÕES. O jornalismo deve ser baseado na veracidade. Esse princípio se tornou ainda mais importante devido às fake news – “pós-verdade”. Cuidado com o Carlos Bandeirense... Outros princípios importantes: - ORDENAR - ORGANIZAR - SINTETIZAR Por hoje, é só. Obrigada!
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