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CASO CONCRETO SEMANA 3 EMPRESARIAL IV

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DISCIPLINA: D. EMPRESARIAL IV
CASO CONCRETO: SEMANA 3
CASO CONCRETO 
Em 29/01/2010, ABC Barraca de Areia Ltda. ajuizou sua recuperação judicial, distribuída à 1ª
Vara Empresarial da Comarca da Capital do Estado do Rio de Janeiro. Em 03/02/2010. ( …)
Na qualidade de advogado de XYZ Cadeiras Ltda., analise a questão à luz da Lei 11.101/2005
para regularizar a cobrança do crédito desta sociedade. 
RESPOSTA: Transcorrido o prazo para habilitar o seu crédito, conforme dispõe o artigo 7°,
§1°, da Lei 11.101/2005, a habilitação deste crédito será retardatária, conforme preceitua o
art. 10°, §5°, da referida lei. 
O entendimento jurisprudencial:
“Como é cediço, a habilitação de crédito em uma recuperação judicial pode ser 
apresentada em três momentos distintos.
O primeiro, no prazo de 15 dias a contar da publicação do edital previsto no art.
52, § 1º da Lei nº 11.101/05, sendo dirigida ao próprio administrador-judicial e, 
se rejeitada, possibilita ao credor apresentar a "impugnação-habilitação" perante
o Juízo da recuperação (art. 7º, § 1º da Lei de Recuperação e Falência).
O segundo, depois dos 15 dias da publicação do edital e antes da homologação 
do quadro-geral de credores, devendo a habilitação ser dirigida ao Juiz da 
causa, seguindo o rito das impugnações previsto nos art. 11 a 15 da lei de 
regência, autuando-se em separado, nos termos do art. 10, caput do mesmo 
diploma legal. É o que se chama de habilitação retardatária.
O terceiro, ofertada depois da homologação do quadro-geral de credores, 
também denominada de habilitação retardatária, a qual, todavia, tem natureza 
de ação e seguirá o rito ordinário, consoante o disposto no art. 10, § 6º da Lei nº
11.101/05.
Na hipótese dos autos, do que se constata, a habilitação procedida pelo 
agravado enquadra-se na segunda modalidade, já que apresentada depois dos 15
dias da publicação do edital, e antes da homologação do quadro-geral de 
credores.” (AI 2115731-88.2015.8.26.0000, Rel. Fortes Barbosa, j. 14/08/2015) 
Transcorrido os 15 dias do edital, o credor que terá a habilitação retardatária , não terá direito
a voto na Assembleia Geral de Credores (ACG).
Neste sentido, leciona Fábio Ulhoa:
“Diz o art. 10, § 1º, que os titulares de créditos retardatários não terão, na
recuperação judicial, direito de voto nas deliberações da Assembleia dos
Credores. (.. .)” (COELHO, Fábio Ulhoa, Comentários à lei de falencias e de
recuperação de empresas/ Fábio Ulhoa Coelho – 11. Ed. Rev., atual. E. Ampl. –
São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2016. P. 151.).
Conclui-se que o credor poderá ser habilitado mas não terá direito a voto na AGC.

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