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Lei 11101 - Lei de falências

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Lei nº 11.101/05
Lei de 
Falências
Atualizado até 30/01/2021
Atualizado pela 
Lei nº 14.112/20
http://www.legislacaointegrada.com.br/drive
Professor Bruno Valente
legislacaointegrada@hotmail.com
@legislacao_integrada
...................................….....................................................................................………………………
2
Professor
Bruno Valente
É Mestre em Ordem Jurídica Constitucional pela 
Universidade Federal do Ceará e Bacharel em 
Direito pelo Centro Universitário 7 de Setembro. 
Atua como advogado, professor e é autor dos 
materiais do Legislação Integrada. 
Curríulo Lattes: 
http://lattes.cnpq.br/3035355973845453 
É muito comum o estudante desistir da leitura da lei seca por não conseguir 
perceber resultados positivos. Muitas vezes, isso acontece porque se trata o 
estudo de a lei e o de jurisprudência como momentos distintos.
O Legislação Integrada surgiu para resolver esse problema através de um método 
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“Quando se lê só a lei, não se percebe a aplicação prática. Quando 
se lê só a jurisprudência, não se entende o fundamento legal da 
decisão. Nossa proposta sistematiza o estudo, sem abrir mão da 
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Fazer o simples aprova e o Legislação Integrada faz o simples de uma forma 
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O estudo do material único é guiado através dos nossos vários planos de leitura, 
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nossos materiais.
APRESENTAÇÃO
Professor Bruno Valente
legislacaointegrada@hotmail.com
@legislacao_integrada
...................................….....................................................................................………………………
LEI Nº 11.101, DE 9 DE FEVEREIRO DE 2005
 
Regula a recuperação judicial, a extrajudicial e a falência
do empresário e da sociedade empresária.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA 
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: 
META 1
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Art. 1º Esta Lei disciplina a recuperação judicial, a recuperação extrajudicial e a falência do
empresário e da sociedade empresária, doravante referidos simplesmente como devedor. 
Art. 2º Esta Lei não se aplica a: 
I - empresa pública e sociedade de economia mista; 
II - instituição financeira pública ou privada, cooperativa de crédito, consórcio, entidade de
previdência complementar, sociedade operadora de plano de assistência à saúde, sociedade seguradora,
sociedade de capitalização e outras entidades legalmente equiparadas às anteriores. 
Art. 3º É competente para homologar o plano de recuperação extrajudicial, deferir a
recuperação judicial ou decretar a falência o juízo do local do principal estabelecimento do devedor ou da
filial de empresa que tenha sede fora do Brasil. 
A competência a que se refere o art. 3º da Lei 11.101/05 é de natureza absoluta.
É absoluta a competência do local em que se encontra o principal estabelecimento para processar e julgar
pedido de recuperação judicial, que deve ser aferido no momento de propositura da demanda, sendo irre -
levantes para esse fim modificações posteriores de volume negocial. 
A competência é absoluta, inderrogável e improrrogável, devendo ser aferido no momento da propositura
da demanda - registro ou distribuição da petição inicial. STJ. CC 163.818-ES, Rel. Min. Marco Aurélio Belliz -
ze, 2ª Seção, por unanimidade, julgado em 23/09/2020, DJe 29/09/2020 (info 680).
Art. 4º (VETADO) 
CAPÍTULO II
DISPOSIÇÕES COMUNS À RECUPERAÇÃO JUDICIAL E À FALÊNCIA
Seção I
Disposições Gerais
Art. 5º Não são exigíveis do devedor, na recuperação judicial ou na falência: 
I - as obrigações a título gratuito; 
Imprescindibilidade da verificação da natureza do aval.
É imprescindível a verificação da natureza onerosa ou gratuita do aval prestado, antes do pedido de recu -
peração judicial por sociedade empresária, para que se determine se a garantia se sujeita ou não ao pro -
cesso de soerguimento. STJ. 3ª Turma. REsp 1.829.790-RS, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em
19/11/2019 (Info 661).
3
Professor Bruno Valente
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@legislacao_integrada
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Portanto, caso:
• O aval seja oneroso: o crédito não entra na recuperação judicial;
• O aval seja gratuito: o crédito entra na recuperação judicial.
No caso concreto, o Tribunal afirmou que nos autos não houve o debate acerca da natureza do aval (gra-
tuita ou onerosa), motivo pelo qual determinou o retorno dos autos ao juízo de primeiro grau para a ins-
trução acerca do tema.
II - as despesas que os credores fizerem para tomar parte na recuperação judicial ou na
falência, salvo as custas judiciais decorrentes de litígio com o devedor. 
Art. 6º A decretação da falência ou o deferimento do processamento da recuperação judicial
implica: (Redação dada pela Lei nº 14.112, de 24/12/2020)
I - suspensão do curso da prescrição das obrigações do devedor sujeitas ao regime desta Lei;
(Inciso acrescido pela Lei nº 14.112, de 24/12/2020)
II - suspensão das execuções ajuizadas contra o devedor, inclusive daquelas dos credores
particulares do sócio solidário, relativas a créditos ou obrigações sujeitos à recuperação judicial ou à
falência; (Inciso acrescido pela Lei nº 14.112, de 24/12/2020)
III - proibição de qualquer forma de retenção, arresto, penhora, sequestro, busca e apreensão
e constrição judicial ou extrajudicial sobre os bens do devedor, oriunda de demandas judiciais ou
extrajudiciais cujos créditos ou obrigações sujeitem-se à recuperação judicial ou à falência. (Inciso acrescido
pela Lei nº 14.112, de 24/12/2020)
§ 1º Terá prosseguimento no juízo no qual estiver se processando a ação que demandar
quantia ilíquida. 
§ 2º É permitido pleitear, perante o administrador judicial, habilitação, exclusão ou
modificação de créditos derivados da relação de trabalho, mas as ações de natureza trabalhista, inclusive as
impugnações a que se refere o art. 8º desta Lei, serão processadas perante a justiça especializada até a
apuração do respectivo crédito, que será inscrito no quadro-geral de credores pelo valor determinado em
sentença. 
Depósito Recursal.
No processo trabalhista, quando o reclamado é condenado, para apresentar recurso é necessário primeiro
realizar o chamado “depósito recursal”, que tem natureza jurídica de garantia da eventual futura execu -
ção.
Caso concreto adaptado.
Em um caso concreto, a Empresa Vough foi condenada em primeira instância em reclamação proposta por
uma de suas empregadas Queen Maeve. No ato da interposição do recurso, foi realizado o depósito recur-
sal.
Ocorre que, no decorrer da ação, a Empresa Vough entrou em recuperação judicial. Logo após, a reclama-
ção trabalhista transitou em julgado, tendo a empresa sido definitivamente condenada.
Quem decidirá o destino das verbas do depósito recursal? O juiz trabalhista ou o da recuperação judici-
al?
O da recuperação judicial.
Compete ao juízo da recuperação judicial a execução de créditos líquidos apurados em outros órgãos judi-
ciais, inclusive a destinação dos depósitos recursais no âmbito do processo do trabalho. STJ. 2ª Seção. CC
162.769-SP, Rel. Min. Maria Isabel Gallotti, julgado em 24/06/2020 (Info 675).
O trabalhador deverá receber conforme a previsão no plano de recuperação judicial.
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...................................….....................................................................................………………………O crédito buscado pelo trabalhador na demanda trabalhista em trâmite na data do pedido se submete,
portanto, aos efeitos da recuperação judicial, devendo ser pago nos termos do plano aprovado, em isono-
mia de condições com os demais credores da mesma classe. STJ. 2ª Seção. CC 162.769-SP, Rel. Min. Maria
Isabel Gallotti, julgado em 24/06/2020 (Info 675).
§ 3º O juiz competente para as ações referidas nos §§ 1º e 2º deste artigo poderá determinar a
reserva da importância que estimar devida na recuperação judicial ou na falência, e, uma vez reconhecido
líquido o direito, será o crédito incluído na classe própria. 
§ 4º Na recuperação judicial, as suspensões e a proibição de que tratam os incisos I, II e III do
caput deste artigo perdurarão pelo prazo de 180 (cento e oitenta) dias, contado do deferimento do
processamento da recuperação, prorrogável por igual período, uma única vez, em caráter excepcional,
desde que o devedor não haja concorrido com a superação do lapso temporal. (Redação dada pela Lei nº
14.112, de 24/12/2020)
O prazo do stay period é contado em dias corridos.
O prazo do stay period, previsto no art. 6º, § 4º da Lei nº 11.101/2005, deve ser computado em dias corri-
dos. STJ. 3ª Turma. REsp 1698283/GO, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 21/05/2019 (Info 649).
Há decisões deferindo a prorrogação do prazo do art. 6º, § 4º da Lei nº 11.101/2005.
No caso de recuperação judicial, esta Corte Superior tem permitido a prorrogação do prazo de suspensão
de 180 dias (stay period) previsto no art. 6º, § 4º, da Lei n. 11.101/2005. STJ. REsp 1.833.613-DF, Rel. Min.
Paulo de Tarso Sanseverino, 3ª Turma, por unanimidade, julgado 17/11/2020, DJe 20/11/2020 (info 683).
 Não Confunda! Essa possibilidade de prorrogação do prazo não pode ser estendida às cooperativas em
regime de liquidação extrajudicial.
Nos termos do art. 76 da Lei n. 5.764/1971, a aprovação da liquidação extrajudicial pela assembleia geral
implica a suspensão das ações judiciais contra a cooperativa pelo prazo de um ano, prorrogável por no
máximo mais um ano.
Porém, não se vislumbra analogia entre a liquidação extrajudicial da cooperativa e a recuperação judicial
das empresas, pois a recuperação se dá na via judicial, não na extrajudicial, o que inviabiliza a prorrogação
nesta última com base nos mesmos fundamentos da primeira. STJ. REsp 1.833.613-DF, Rel. Min. Paulo de
Tarso Sanseverino, 3ª Turma, por unanimidade, julgado 17/11/2020, DJe 20/11/2020 (info 683).
Caso concreto.
A Empresa X teve o pedido de processamento de sua recuperação judicial deferido. Ocorre que foi apre-
sentado um recurso contra o pedido, de tal forma que o deferimento da recuperação foi sobrestado.
Ocorre que ainda cabia recurso contra a decisão que sobrestou tal deferimento. Foi então que surgiu uma
dúvida: É possível dar continuidade as execuções individuais que ficaram suspensas?
Não é possível dar continuidade as execuções individuais antes da instância superior confirmar a impos-
sibilidade de concessão da recuperação judicial.
A validade dos atos executivos realizados no bojo das execuções individuais, no interregno em que a deci-
são de deferimento do processamento da recuperação judicial encontra-se sobrestada ou mesmo refor-
mada (porém, sujeita a revisão por instância judicial superior), fica condicionada à confirmação, por provi -
mento judicial final, de que o empresário, de fato, não fazia jus ao deferimento do processamento de sua
recuperação judicial. STJ. REsp 1.867.694-MT, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, Terceira Turma, julgado em
06/10/2020, DJe 15/10/2020 (info 681).
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Compete ao juízo da recuperação judicial o julgamento de tutela de urgência que vise antecipar o stay
period ou suspender atos expropriatórios de outros juízos anteriores ao processamento da recuperação.
Compete ao juízo da recuperação judicial o julgamento de tutela de urgência que tem por objetivo anteci -
par o início do stay period ou suspender os atos expropriatórios determinados em outros juízos, antes
mesmo de deferido o processamento da recuperação. STJ. 2ª Seção. CC 168.000-AL, Rel. Min. Ricardo Vil -
las Bôas Cueva, julgado em 11/12/2019 (Info 663)
A execução fiscal não é suspensa com o deferimento da recuperação judicial, mas a prática de atos ex-
propriatórios é exclusividade do juízo da recuperação.
As execuções fiscais não se suspendem com o deferimento da recuperação judicial, sendo obstados, po-
rém, os atos de alienação, cuja competência é privativa do Juízo universal, de modo a não prejudicar o
cumprimento do plano de reorganização da empresa. STJ. 2ª Seção. AgInt no CC 152.714/PE, Rel. Min.
Raul Araújo, julgado em 17/09/2019.
Embora o deferimento do plano de recuperação judicial, por si só, não implique a suspensão do processo
executivo, os atos de constrição patrimonial só serão adequados caso não coloquem em risco a atividade
empresarial, pois o referido instituto tem por “objetivo viabilizar a superação da situação de crise econô-
mico-financeira do devedor, a fim de permitir a manutenção da fonte produtora, do emprego dos traba-
lhadores e dos interesses dos credores” (art. 47 da Lei nº 11.101/2005). STJ. 1ª Turma. AgInt no REsp
1548587/MG, Rel. Min. Gurgel de Faria, julgado em 05/12/2017.
Jurisprudência em teses, Ed. 37:
7) O deferimento da recuperação judicial não suspende a execução fiscal, mas os atos que importem em
constrição ou alienação do patrimônio da recuperanda devem se submeter ao juízo universal.
Caso concreto.
Suponha que a União propôs execução fiscal em face da Empresa X. Ocorre que, ainda no curso da execu-
ção fiscal, tal empresa foi declarada falida, motivo pelo qual a União requereu a habilitação de seus crédi -
tos na falência. O juiz, entretanto, indeferiu por afirmar que faltava interesse processual, posto que o rito
escolhido pela União foi o da Execução Fiscal. Agiu equivocadamente o Juiz.
O Fisco pode optar por cobrar a dívida por meio de execução fiscal ou por habilitação na falência.
O ajuizamento de execução fiscal em momento anterior à decretação da quebra do devedor não enseja o
reconhecimento da ausência de interesse processual do ente federado para pleitear a habilitação do
crédito correspondente no processo de falência. STJ. 3ª Turma. REsp 1.857.055-SP, Rel. Min. Nancy An -
drighi, julgado em 12/05/2020 (Info 672).
Se a Fazenda Pública habilitar o crédito na falência, ela será obrigada a renunciar a ação fiscal já propos-
ta que cobra o mesmo crédito?
Sim Não
Possuindo a União Federal a prerrogativa de esco-
lher entre receber seu crédito por meio da execução
fiscal ou pela habilitação de crédito, ao optar pela
adoção de um procedimento, consequentemente
renunciará ao outro. STJ. 2ª Turma. Resp 1815825/
SP, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em
01/10/2019.
É cabível a coexistência de habilitação de crédito em
sede de juízo falimentar com a execução fiscal des-
provida de garantia, desde que a Fazenda Pública se
abstenha de requerer a constrição de bens em rela-
ção ao executado que também figure no polo passi-
vo da ação falimentar. STJ. 1ª Turma. REsp
1.831.186-SP, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho,
Rel. Acd. Min. Regina Helena Costa, julgado em
26/05/2020 (Info 674).
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§ 4º-A. O decurso do prazo previsto no § 4º deste artigo sem a deliberação a respeito do plano
de recuperação judicial proposto pelo devedor faculta aos credores a propositura de plano alternativo, na
forma dos §§ 4º, 5º, 6º e 7º do art. 56 desta Lei, observado o seguinte:
I - as suspensões e a proibição de que tratam os incisos I, II e III do caput deste artigonão serão
aplicáveis caso os credores não apresentem plano alternativo no prazo de 30 (trinta) dias, contado do final
do prazo referido no § 4º deste artigo ou no § 4º do art. 56 desta Lei;
II - as suspensões e a proibição de que tratam os incisos I, II e III do caput deste artigo
perdurarão por 180 (cento e oitenta) dias contados do final do prazo referido no § 4º deste artigo, ou da
realização da assembleia-geral de credores referida no § 4º do art. 56 desta Lei, caso os credores
apresentem plano alternativo no prazo referido no inciso I deste parágrafo ou no prazo referido no § 4º do
art. 56 desta Lei. (Acrescido pela Lei nº 14.112, de 24/12/2020)
§ 5º O disposto no § 2º deste artigo aplica-se à recuperação judicial durante o período de
suspensão de que trata o § 4º deste artigo. (Redação dada pela Lei nº 14.112, de 24/12/2020)
§ 6º Independentemente da verificação periódica perante os cartórios de distribuição, as
ações que venham a ser propostas contra o devedor deverão ser comunicadas ao juízo da falência ou da
recuperação judicial: 
I - pelo juiz competente, quando do recebimento da petição inicial; 
II - pelo devedor, imediatamente após a citação. 
§ 7º (Revogado pela Lei nº 14.112, de 24/12/2020)
O art. 7º tinha a seguinte redação: § 7º As execuções de natureza fiscal não são suspensas pelo deferi-
mento da recuperação judicial, ressalvada a concessão de parcelamento nos termos do Código Tributário
Nacional e da legislação ordinária específica.
A tese a seguir foi baseada era fundamentada no dispositivo revogado:
Jurisprudência em Teses do STJ, Ed. 157: 4) O deferimento da recuperação judicial não tem, por si só, o
condão de suspender as execuções fiscais (art. 6º, § 7º, da Lei n. 11.105/2005, art. 187 do CTN e art. 29 da
Lei n. 6.830/1980).
Deve-se, portanto, aguardar qual será o posicionamento dos Tribunais sobre o tema.
§ 7º-A. O disposto nos incisos I, II e III do caput deste artigo não se aplica aos créditos referidos
nos §§ 3º e 4º do art. 49 desta Lei, admitida, todavia, a competência do juízo da recuperação judicial para
determinar a suspensão dos atos de constrição que recaiam sobre bens de capital essenciais à manutenção
da atividade empresarial durante o prazo de suspensão a que se refere o § 4º deste artigo, a qual será
implementada mediante a cooperação jurisdicional, na forma do art. 69 da Lei nº 13.105, de 16 de março
de 2015 (Código de Processo Civil), observado o disposto no art. 805 do referido Código. (Acrescido pela Lei
nº 14.112, de 24/12/2020)
§ 7º-B. O disposto nos incisos I, II e III do caput deste artigo não se aplica às execuções fiscais,
admitida, todavia, a competência do juízo da recuperação judicial para determinar a substituição dos atos
de constrição que recaiam sobre bens de capital essenciais à manutenção da atividade empresarial até o
encerramento da recuperação judicial, a qual será implementada mediante a cooperação jurisdicional, na
forma do art. 69 da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil), observado o disposto
no art. 805 do referido Código. (Acrescido pela Lei nº 14.112, de 24/12/2020)
§ 8º A distribuição do pedido de falência ou de recuperação judicial ou a homologação de
recuperação extrajudicial previne a jurisdição para qualquer outro pedido de falência, de recuperação
judicial ou de homologação de recuperação extrajudicial relativo ao mesmo devedor. (Redação dada pela
Lei nº 14.112, de 24/12/2020)
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§ 9º O processamento da recuperação judicial ou a decretação da falência não autoriza o
administrador judicial a recusar a eficácia da convenção de arbitragem, não impedindo ou suspendendo a
instauração de procedimento arbitral. (Acrescido pela Lei nº 14.112, de 24/12/2020)
§ 10. (VETADO na Lei nº 14.112, de 24/12/2020)
§ 11. O disposto no § 7º-B deste artigo aplica-se, no que couber, às execuções fiscais e às
execuções de ofício que se enquadrem respectivamente nos incisos VII e VIII do caput do art. 114 da
Constituição Federal, vedados a expedição de certidão de crédito e o arquivamento das execuções para
efeito de habilitação na recuperação judicial ou na falência. (Acrescido pela Lei nº 14.112, de 24/12/2020)
§ 12. Observado o disposto no art. 300 da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de
Processo Civil), o juiz poderá antecipar total ou parcialmente os efeitos do deferimento do processamento
da recuperação judicial. (Acrescido pela Lei nº 14.112, de 24/12/2020)
§ 13. (VETADO na Lei nº 14.112, de 24/12/2020)
Art. 6º-A. É vedado ao devedor, até a aprovação do plano de recuperação judicial, distribuir
lucros ou dividendos a sócios e acionistas, sujeitando-se o infrator ao disposto no art. 168 desta Lei.
(Acrescido pela Lei nº 14.112, de 24/12/2020)
Art. 6º-B. (VETADO na Lei nº 14.112, de 24/12/2020)
Art. 6º-C. É vedada atribuição de responsabilidade a terceiros em decorrência do mero
inadimplemento de obrigações do devedor falido ou em recuperação judicial, ressalvadas as garantias reais
e fidejussórias, bem como as demais hipóteses reguladas por esta Lei. (Acrescido pela Lei nº 14.112, de
24/12/2020)
Seção II
Da Verificação e da Habilitação de Créditos
Art. 7º A verificação dos créditos será realizada pelo administrador judicial, com base nos livros
contábeis e documentos comerciais e fiscais do devedor e nos documentos que lhe forem apresentados
pelos credores, podendo contar com o auxílio de profissionais ou empresas especializadas. 
§ 1º Publicado o edital previsto no art. 52, § 1º, ou no parágrafo único do art. 99 desta Lei, os
credores terão o prazo de 15 (quinze) dias para apresentar ao administrador judicial suas habilitações ou
suas divergências quanto aos créditos relacionados. 
§ 2º O administrador judicial, com base nas informações e documentos colhidos na forma do
caput e do § 1º deste artigo, fará publicar edital contendo a relação de credores no prazo de 45 (quarenta e
cinco) dias, contado do fim do prazo do § 1º deste artigo, devendo indicar o local, o horário e o prazo
comum em que as pessoas indicadas no art. 8º desta Lei terão acesso aos documentos que fundamentaram
a elaboração dessa relação. 
Art. 7º-A. Na falência, após realizadas as intimações e publicado o edital, conforme previsto,
respectivamente, no inciso XIII do caput e no § 1º do art. 99 desta Lei, o juiz instaurará, de ofício, para cada
Fazenda Pública credora, incidente de classificação de crédito público e determinará a sua intimação
eletrônica para que, no prazo de 30 (trinta) dias, apresente diretamente ao administrador judicial ou em
juízo, a depender do momento processual, a relação completa de seus créditos inscritos em dívida ativa,
acompanhada dos cálculos, da classificação e das informações sobre a situação atual.
§ 1º Para efeito do disposto no caput deste artigo, considera-se Fazenda Pública credora
aquela que conste da relação do edital previsto no § 1º do art. 99 desta Lei, ou que, após a intimação
prevista no inciso XIII do caput do art. 99 desta Lei, alegue nos autos, no prazo de 15 (quinze) dias, possuir
crédito contra o falido.
§ 2º Os créditos não definitivamente constituídos, não inscritos em dívida ativa ou com
exigibilidade suspensa poderão ser informados em momento posterior.
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§ 3º Encerrado o prazo de que trata o caput deste artigo:
I - o falido, os demais credores e o administrador judicial disporão do prazo de 15 (quinze) dias
para manifestar objeções, limitadamente, sobre os cálculos e a classificação para os fins desta Lei;
II - a FazendaPública, ultrapassado o prazo de que trata o inciso I deste parágrafo, será
intimada para prestar, no prazo de 10 (dez) dias, eventuais esclarecimentos a respeito das manifestações
previstas no referido inciso;
III - os créditos serão objeto de reserva integral até o julgamento definitivo quando rejeitados
os argumentos apresentados de acordo com o inciso II deste parágrafo;
IV - os créditos incontroversos, desde que exigíveis, serão imediatamente incluídos no quadro-
geral de credores, observada a sua classificação;
V - o juiz, anteriormente à homologação do quadro-geral de credores, concederá prazo
comum de 10 (dez) dias para que o administrador judicial e a Fazenda Pública titular de crédito objeto de
reserva manifestem-se sobre a situação atual desses créditos e, ao final do referido prazo, decidirá acerca
da necessidade de mantê-la.
§ 4º Com relação à aplicação do disposto neste artigo, serão observadas as seguintes
disposições:
I - a decisão sobre os cálculos e a classificação dos créditos para os fins do disposto nesta Lei,
bem como sobre a arrecadação dos bens, a realização do ativo e o pagamento aos credores, competirá ao
juízo falimentar;
II - a decisão sobre a existência, a exigibilidade e o valor do crédito, observado o disposto no
inciso II do caput do art. 9º desta Lei e as demais regras do processo de falência, bem como sobre o
eventual prosseguimento da cobrança contra os corresponsáveis, competirá ao juízo da execução fiscal;
III - a ressalva prevista no art. 76 desta Lei, ainda que o crédito reconhecido não esteja em
cobrança judicial mediante execução fiscal, aplicar-se-á, no que couber, ao disposto no inciso II deste
parágrafo;
IV - o administrador judicial e o juízo falimentar deverão respeitar a presunção de certeza e
liquidez de que trata o art. 3º da Lei nº 6.830, de 22 de setembro de 1980, sem prejuízo do disposto nos
incisos II e III deste parágrafo;
V - as execuções fiscais permanecerão suspensas até o encerramento da falência, sem prejuízo
da possibilidade de prosseguimento contra os corresponsáveis;
VI - a restituição em dinheiro e a compensação serão preservadas, nos termos dos arts. 86 e
122 desta Lei; e
VII - o disposto no art. 10 desta Lei será aplicado, no que couber, aos créditos retardatários.
§ 5º Na hipótese de não apresentação da relação referida no caput deste artigo no prazo nele
estipulado, o incidente será arquivado e a Fazenda Pública credora poderá requerer o desarquivamento,
observado, no que couber, o disposto no art. 10 desta Lei.
§ 6º As disposições deste artigo aplicam-se, no que couber, às execuções fiscais e às execuções
de ofício que se enquadrem no disposto nos incisos VII e VIII do caput do art. 114 da Constituição Federal.
§ 7º O disposto neste artigo aplica-se, no que couber, aos créditos do Fundo de Garantia do
Tempo de Serviço (FGTS).
§ 8º Não haverá condenação em honorários de sucumbência no incidente de que trata este
artigo. (Acrescido pela Lei nº 14.112, de 24/12/2020)
Art. 8º No prazo de 10 (dez) dias, contado da publicação da relação referida no art. 7º, § 2º,
desta Lei, o Comitê, qualquer credor, o devedor ou seus sócios ou o Ministério Público podem apresentar
ao juiz impugnação contra a relação de credores, apontando a ausência de qualquer crédito ou
manifestando-se contra a legitimidade, importância ou classificação de crédito relacionado. 
Parágrafo único. Autuada em separado, a impugnação será processada nos termos dos arts. 13
a 15 desta Lei. 
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Art. 9º A habilitação de crédito realizada pelo credor nos termos do art. 7º, § 1º, desta Lei
deverá conter: 
I - o nome, o endereço do credor e o endereço em que receberá comunicação de qualquer ato
do processo; 
II - o valor do crédito, atualizado até a data da decretação da falência ou do pedido de
recuperação judicial, sua origem e classificação; 
III - os documentos comprobatórios do crédito e a indicação das demais provas a serem
produzidas; 
IV - a indicação da garantia prestada pelo devedor, se houver, e o respectivo instrumento; 
V - a especificação do objeto da garantia que estiver na posse do credor. 
Parágrafo único. Os títulos e documentos que legitimam os créditos deverão ser exibidos no
original ou por cópias autenticadas se estiverem juntados em outro processo. 
Art. 10. Não observado o prazo estipulado no art. 7º, § 1º, desta Lei, as habilitações de crédito
serão recebidas como retardatárias. 
§ 1º Na recuperação judicial, os titulares de créditos retardatários, excetuados os titulares de
créditos derivados da relação de trabalho, não terão direito a voto nas deliberações da assembleia-geral de
credores. 
§ 2º Aplica-se o disposto no § 1º deste artigo ao processo de falência, salvo se, na data da
realização da assembleia-geral, já houver sido homologado o quadro-geral de credores contendo o crédito
retardatário. 
§ 3º Na falência, os créditos retardatários perderão o direito a rateios eventualmente
realizados e ficarão sujeitos ao pagamento de custas, não se computando os acessórios compreendidos
entre o término do prazo e a data do pedido de habilitação. 
§ 4º Na hipótese prevista no § 3º deste artigo, o credor poderá requerer a reserva de valor
para satisfação de seu crédito. 
§ 5º As habilitações de crédito retardatárias, se apresentadas antes da homologação do
quadro-geral de credores, serão recebidas como impugnação e processadas na forma dos arts. 13 a 15
desta Lei. 
§ 6º Após a homologação do quadro-geral de credores, aqueles que não habilitaram seu
crédito poderão, observado, no que couber, o procedimento ordinário previsto no Código de Processo Civil,
requerer ao juízo da falência ou da recuperação judicial a retificação do quadro-geral para inclusão do
respectivo crédito. 
Depois de homologado o quadro-geral de credores, a habilitação só pode ser pedida mediante ação ju-
dicial autônoma, não sendo mais possível a habilitação retardatária
A ação de habilitação retardatária de crédito deve ser ajuizada até a prolação da decisão de encerramento
do processo recuperacional. STJ. 3ª Turma. REsp 1.840.166-RJ, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em
10/12/2019 (Info 662).
§ 7º O quadro-geral de credores será formado com o julgamento das impugnações
tempestivas e com as habilitações e as impugnações retardatárias decididas até o momento da sua
formação. (Acrescido pela Lei nº 14.112, de 24/12/2020)
§ 8º As habilitações e as impugnações retardatárias acarretarão a reserva do valor para a
satisfação do crédito discutido. (Acrescido pela Lei nº 14.112, de 24/12/2020)
§ 9º A recuperação judicial poderá ser encerrada ainda que não tenha havido a consolidação
definitiva do quadro-geral de credores, hipótese em que as ações incidentais de habilitação e de
impugnação retardatárias serão redistribuídas ao juízo da recuperação judicial como ações autônomas e
observarão o rito comum. (Acrescido pela Lei nº 14.112, de 24/12/2020)
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§ 10. O credor deverá apresentar pedido de habilitação ou de reserva de crédito em, no
máximo, 3 (três) anos, contados da data de publicação da sentença que decretar a falência, sob pena de
decadência. (Acrescido pela Lei nº 14.112, de 24/12/2020)
Art. 11. Os credores cujos créditos forem impugnados serão intimados para contestar a
impugnação, no prazo de 5 (cinco) dias, juntando os documentos que tiverem e indicando outras provas
que reputem necessárias. 
Art. 12. Transcorrido o prazo do art. 11 desta Lei, o devedore o Comitê, se houver, serão
intimados pelo juiz para se manifestar sobre ela no prazo comum de 5 (cinco) dias. 
Parágrafo único. Findo o prazo a que se refere o caput deste artigo, o administrador judicial
será intimado pelo juiz para emitir parecer no prazo de 5 (cinco) dias, devendo juntar à sua manifestação o
laudo elaborado pelo profissional ou empresa especializada, se for o caso, e todas as informações
existentes nos livros fiscais e demais documentos do devedor acerca do crédito, constante ou não da
relação de credores, objeto da impugnação. 
Art. 13. A impugnação será dirigida ao juiz por meio de petição, instruída com os documentos
que tiver o impugnante, o qual indicará as provas consideradas necessárias. 
Parágrafo único. Cada impugnação será autuada em separado, com os documentos a ela
relativos, mas terão uma só autuação as diversas impugnações versando sobre o mesmo crédito.
Art. 14. Caso não haja impugnações, o juiz homologará, como quadro-geral de credores, a
relação dos credores de que trata o § 2º do art. 7º, ressalvado o disposto no art. 7º-A desta Lei. (Artigo com
redação dada pela Lei nº 14.112, de 24/12/2020)
Art. 15. Transcorridos os prazos previstos nos arts. 11 e 12 desta Lei, os autos de impugnação
serão conclusos ao juiz, que: 
I - determinará a inclusão no quadro-geral de credores das habilitações de créditos não
impugnadas, no valor constante da relação referida no § 2º do art. 7º desta Lei; 
II - julgará as impugnações que entender suficientemente esclarecidas pelas alegações e
provas apresentadas pelas partes, mencionando, de cada crédito, o valor e a classificação; 
III - fixará, em cada uma das restantes impugnações, os aspectos controvertidos e decidirá as
questões processuais pendentes; 
IV - determinará as provas a serem produzidas, designando audiência de instrução e
julgamento, se necessário. 
Pode-se arguir como matéria de defesa, em impugnação de crédito incidente à recuperação judicial, a
existência de abusividade em cláusulas dos contratos de que se originou o crédito impugnado.
Dos arts. 13 e 15 da Lei n. 11.101/2005 se extrai de forma clara que é possível, no incidente de impugna -
ção de crédito, o exercício pleno do contraditório, incluindo a ampla produção de provas, além da possibi -
lidade de realização de audiência de instrução e julgamento.
A circunstância de ser parcial a cognição material apenas decorre das restrições impostas ao impugnan-
te, devendo se ater, em sua causa de pedir e em seu pedido, aos temas que podem ser discutidos no in -
cidente.
No plano processual, porém, uma vez apresentada a impugnação acerca de matéria devidamente elenca -
da como passível de ser discutida, o exercício do direito de defesa não encontra, em regra, qualquer res-
trição, podendo perfeitamente ser apresentada, como no presente caso, defesa material indireta. STJ.
REsp 1.799.932-PR, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, Terceira Turma, por unanimidade, julgado em
01/09/2020, DJe 09/09/2020 (info 679).
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Art. 16. Para fins de rateio na falência, deverá ser formado quadro-geral de credores,
composto pelos créditos não impugnados constantes do edital de que trata o § 2º do art. 7º desta Lei, pelo
julgamento de todas as impugnações apresentadas no prazo previsto no art. 8º desta Lei e pelo julgamento
realizado até então das habilitações de crédito recebidas como retardatárias. (Redação dada pela Lei nº
14.112, de 24/12/2020)
§ 1º As habilitações retardatárias não julgadas acarretarão a reserva do valor controvertido,
mas não impedirão o pagamento da parte incontroversa. (Parágrafo único transformado em § 1º e com
redação dada pela Lei nº 14.112, de 24/12/2020)
§ 2º Ainda que o quadro-geral de credores não esteja formado, o rateio de pagamentos na
falência poderá ser realizado desde que a classe de credores a ser satisfeita já tenha tido todas as
impugnações judiciais apresentadas no prazo previsto no art. 8º desta Lei, ressalvada a reserva dos créditos
controvertidos em função das habilitações retardatárias de créditos distribuídas até então e ainda não
julgadas. (Acrescido pela Lei nº 14.112, de 24/12/2020)
Art. 17. Da decisão judicial sobre a impugnação caberá agravo. 
Parágrafo único. Recebido o agravo, o relator poderá conceder efeito suspensivo à decisão que
reconhece o crédito ou determinar a inscrição ou modificação do seu valor ou classificação no quadro-geral
de credores, para fins de exercício de direito de voto em assembleia-geral. 
Art. 18. O administrador judicial será responsável pela consolidação do quadro-geral de
credores, a ser homologado pelo juiz, com base na relação dos credores a que se refere o art. 7º, § 2º,
desta Lei e nas decisões proferidas nas impugnações oferecidas. 
Parágrafo único. O quadro-geral, assinado pelo juiz e pelo administrador judicial, mencionará a
importância e a classificação de cada crédito na data do requerimento da recuperação judicial ou da
decretação da falência, será juntado aos autos e publicado no órgão oficial, no prazo de 5 (cinco) dias,
contado da data da sentença que houver julgado as impugnações. 
Art. 19. O administrador judicial, o Comitê, qualquer credor ou o representante do Ministério
Público poderá, até o encerramento da recuperação judicial ou da falência, observado, no que couber, o
procedimento ordinário previsto no Código de Processo Civil, pedir a exclusão, outra classificação ou a
retificação de qualquer crédito, nos casos de descoberta de falsidade, dolo, simulação, fraude, erro
essencial ou, ainda, documentos ignorados na época do julgamento do crédito ou da inclusão no quadro-
geral de credores. 
§ 1º A ação prevista neste artigo será proposta exclusivamente perante o juízo da recuperação
judicial ou da falência ou, nas hipóteses previstas no art. 6º, §§ 1º e 2º, desta Lei, perante o juízo que tenha
originariamente reconhecido o crédito. 
§ 2º Proposta a ação de que trata este artigo, o pagamento ao titular do crédito por ela
atingido somente poderá ser realizado mediante a prestação de caução no mesmo valor do crédito
questionado. 
Art. 20. As habilitações dos credores particulares do sócio ilimitadamente responsável
processar-se-ão de acordo com as disposições desta Seção. 
Seção II-A
Das Conciliações e das Mediações Antecedentes ou Incidentais aos
Processos de Recuperação Judicial
(Seção acrescida pela Lei nº 14.112, de 24/12/2020)
Art. 20-A. A conciliação e a mediação deverão ser incentivadas em qualquer grau de jurisdição,
inclusive no âmbito de recursos em segundo grau de jurisdição e nos Tribunais Superiores, e não implicarão
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a suspensão dos prazos previstos nesta Lei, salvo se houver consenso entre as partes em sentido contrário
ou determinação judicial. (Acrescido pela Lei nº 14.112, de 24/12/2020)
Art. 20-B. Serão admitidas conciliações e mediações antecedentes ou incidentais aos processos
de recuperação judicial, notadamente:
I - nas fases pré-processual e processual de disputas entre os sócios e acionistas de sociedade
em dificuldade ou em recuperação judicial, bem como nos litígios que envolverem credores não sujeitos à
recuperação judicial, nos termos dos §§ 3º e 4º do art. 49 desta Lei, ou credores extraconcursais;
II - em conflitos que envolverem concessionárias ou permissionárias de serviços públicos em
recuperação judicial e órgãos reguladores ou entes públicos municipais, distritais, estaduais ou federais;
III - na hipótese de haver créditos extraconcursais contraempresas em recuperação judicial
durante período de vigência de estado de calamidade pública, a fim de permitir a continuidade da
prestação de serviços essenciais;
IV - na hipótese de negociação de dívidas e respectivas formas de pagamento entre a empresa
em dificuldade e seus credores, em caráter antecedente ao ajuizamento de pedido de recuperação judicial.
§ 1º Na hipótese prevista no inciso IV do caput deste artigo, será facultado às empresas em
dificuldade que preencham os requisitos legais para requerer recuperação judicial obter tutela de urgência
cautelar, nos termos do art. 305 e seguintes da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo
Civil), a fim de que sejam suspensas as execuções contra elas propostas pelo prazo de até 60 (sessenta)
dias, para tentativa de composição com seus credores, em procedimento de mediação ou conciliação já
instaurado perante o Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania (Cejusc) do tribunal competente
ou da câmara especializada, observados, no que couber, os arts. 16 e 17 da Lei nº 13.140, de 26 de junho
de 2015.
§ 2º São vedadas a conciliação e a mediação sobre a natureza jurídica e a classificação de
créditos, bem como sobre critérios de votação em assembleia-geral de credores.
§ 3º Se houver pedido de recuperação judicial ou extrajudicial, observados os critérios desta
Lei, o período de suspensão previsto no § 1º deste artigo será deduzido do período de suspensão previsto
no art. 6º desta Lei. (Acrescido pela Lei nº 14.112, de 24/12/2020)
Art. 20-C. O acordo obtido por meio de conciliação ou de mediação com fundamento nesta
Seção deverá ser homologado pelo juiz competente conforme o disposto no art. 3º desta Lei.
Parágrafo único. Requerida a recuperação judicial ou extrajudicial em até 360 (trezentos e
sessenta) dias contados do acordo firmado durante o período da conciliação ou de mediação pré-
processual, o credor terá reconstituídos seus direitos e garantias nas condições originalmente contratadas,
deduzidos os valores eventualmente pagos e ressalvados os atos validamente praticados no âmbito dos
procedimentos previstos nesta Seção. (Acrescido pela Lei nº 14.112, de 24/12/2020)
Art. 20-D. As sessões de conciliação e de mediação de que trata esta Seção poderão ser
realizadas por meio virtual, desde que o Cejusc do tribunal competente ou a câmara especializada
responsável disponham de meios para a sua realização. (Acrescido pela Lei nº 14.112, de 24/12/2020)
META 2
Seção III
Do Administrador Judicial e do Comitê de Credores
Art. 21. O administrador judicial será profissional idôneo, preferencialmente advogado,
economista, administrador de empresas ou contador, ou pessoa jurídica especializada. 
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Parágrafo único. Se o administrador judicial nomeado for pessoa jurídica, declarar-se-á, no
termo de que trata o art. 33 desta Lei, o nome de profissional responsável pela condução do processo de
falência ou de recuperação judicial, que não poderá ser substituído sem autorização do juiz. 
Art. 22. Ao administrador judicial compete, sob a fiscalização do juiz e do Comitê, além de
outros deveres que esta Lei lhe impõe: 
I - na recuperação judicial e na falência: 
a) enviar correspondência aos credores constantes na relação de que trata o inciso III do caput
do art. 51, o inciso III do caput do art. 99 ou o inciso II do caput do art. 105 desta Lei, comunicando a data
do pedido de recuperação judicial ou da decretação da falência, a natureza, o valor e a classificação dada
ao crédito; 
b) fornecer, com presteza, todas as informações pedidas pelos credores interessados; 
c) dar extratos dos livros do devedor, que merecerão fé de ofício, a fim de servirem de
fundamento nas habilitações e impugnações de créditos; 
d) exigir dos credores, do devedor ou seus administradores quaisquer informações; 
e) elaborar a relação de credores de que trata o § 2º do art. 7º desta Lei; 
f) consolidar o quadro-geral de credores nos termos do art. 18 desta Lei; 
g) requerer ao juiz convocação da assembleia-geral de credores nos casos previstos nesta Lei
ou quando entender necessária sua ouvida para a tomada de decisões; 
h) contratar, mediante autorização judicial, profissionais ou empresas especializadas para,
quando necessário, auxiliá-lo no exercício de suas funções; 
i) manifestar-se nos casos previstos nesta Lei; 
j) estimular, sempre que possível, a conciliação, a mediação e outros métodos alternativos de
solução de conflitos relacionados à recuperação judicial e à falência, respeitados os direitos de terceiros, na
forma do § 3º do art. 3º da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil); (Inserido pela
Lei nº 14.112, de 24/12/2020)
k) manter endereço eletrônico na internet, com informações atualizadas sobre os processos de
falência e de recuperação judicial, com a opção de consulta às peças principais do processo, salvo decisão
judicial em sentido contrário; (Inserido pela Lei nº 14.112, de 24/12/2020)
l) manter endereço eletrônico específico para o recebimento de pedidos de habilitação ou a
apresentação de divergências, ambos em âmbito administrativo, com modelos que poderão ser utilizados
pelos credores, salvo decisão judicial em sentido contrário; (Inserido pela Lei nº 14.112, de 24/12/2020)
m) providenciar, no prazo máximo de 15 (quinze) dias, as respostas aos ofícios e às solicitações
enviadas por outros juízos e órgãos públicos, sem necessidade de prévia deliberação do juízo; (Inserido
pela Lei nº 14.112, de 24/12/2020)
II - na recuperação judicial: 
a) fiscalizar as atividades do devedor e o cumprimento do plano de recuperação judicial; 
b) requerer a falência no caso de descumprimento de obrigação assumida no plano de
recuperação; 
c) apresentar ao juiz, para juntada aos autos, relatório mensal das atividades do devedor,
fiscalizando a veracidade e a conformidade das informações prestadas pelo devedor; (Alínea com redação
dada pela Lei nº 14.112, de 24/12/2020)
d) apresentar o relatório sobre a execução do plano de recuperação, de que trata o inciso III do
caput do art. 63 desta Lei; 
e) fiscalizar o decurso das tratativas e a regularidade das negociações entre devedor e
credores; (Inserido pela Lei nº 14.112, de 24/12/2020)
f) assegurar que devedor e credores não adotem expedientes dilatórios, inúteis ou, em geral,
prejudiciais ao regular andamento das negociações; (Inserido pela Lei nº 14.112, de 24/12/2020)
g) assegurar que as negociações realizadas entre devedor e credores sejam regidas pelos
termos convencionados entre os interessados ou, na falta de acordo, pelas regras propostas pelo
administrador judicial e homologadas pelo juiz, observado o princípio da boa-fé para solução construtiva de
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consensos, que acarretem maior efetividade econômico-financeira e proveito social para os agentes
econômicos envolvidos; (Inserido pela Lei nº 14.112, de 24/12/2020)
h) apresentar, para juntada aos autos, e publicar no endereço eletrônico específico relatório
mensal das atividades do devedor e relatório sobre o plano de recuperação judicial, no prazo de até 15
(quinze) dias contado da apresentação do plano, fiscalizando a veracidade e a conformidade das
informações prestadas pelo devedor, além de informar eventual ocorrência das condutas previstas no art.
64 desta Lei; (Inserido pela Lei nº 14.112, de 24/12/2020)
III - na falência: 
a) avisar, pelo órgão oficial, o lugar e hora em que, diariamente, os credores terãoà sua
disposição os livros e documentos do falido; 
b) examinar a escrituração do devedor; 
c) relacionar os processos e assumir a representação judicial e extrajudicial, incluídos os
processos arbitrais, da massa falida; (Alínea com redação dada pela Lei nº 14.112, de 24/12/2020)
d) receber e abrir a correspondência dirigida ao devedor, entregando a ele o que não for
assunto de interesse da massa; 
e) apresentar, no prazo de 40 (quarenta) dias, contado da assinatura do termo de
compromisso, prorrogável por igual período, relatório sobre as causas e circunstâncias que conduziram à
situação de falência, no qual apontará a responsabilidade civil e penal dos envolvidos, observado o disposto
no art. 186 desta Lei; 
f) arrecadar os bens e documentos do devedor e elaborar o auto de arrecadação, nos termos
dos arts. 108 e 110 desta Lei; 
g) avaliar os bens arrecadados; 
h) contratar avaliadores, de preferência oficiais, mediante autorização judicial, para a avaliação
dos bens caso entenda não ter condições técnicas para a tarefa; 
i) praticar os atos necessários à realização do ativo e ao pagamento dos credores; 
j) proceder à venda de todos os bens da massa falida no prazo máximo de 180 (cento e
oitenta) dias, contado da data da juntada do auto de arrecadação, sob pena de destituição, salvo por
impossibilidade fundamentada, reconhecida por decisão judicial; (Alínea com redação dada pela Lei nº
14.112, de 24/12/2020) 
l) praticar todos os atos conservatórios de direitos e ações, diligenciar a cobrança de dívidas e
dar a respectiva quitação; 
m) remir, em benefício da massa e mediante autorização judicial, bens apenhados,
penhorados ou legalmente retidos; 
n) representar a massa falida em juízo, contratando, se necessário, advogado, cujos honorários
serão previamente ajustados e aprovados pelo Comitê de Credores; 
o) requerer todas as medidas e diligências que forem necessárias para o cumprimento desta
Lei, a proteção da massa ou a eficiência da administração; 
p) apresentar ao juiz para juntada aos autos, até o 10º (décimo) dia do mês seguinte ao
vencido, conta demonstrativa da administração, que especifique com clareza a receita e a despesa; 
q) entregar ao seu substituto todos os bens e documentos da massa em seu poder, sob pena
de responsabilidade; 
r) prestar contas ao final do processo, quando for substituído, destituído ou renunciar ao
cargo; 
O Síndico é responsável também pela prestação de contas dos atos praticados pelo gerente da continui-
dade provisória das atividades
O síndico é responsável pela prestação de contas da massa falida ao juízo a partir do momento de sua no -
meação, incluídos os atos realizados pelo gerente na continuidade provisória das atividades. STJ. 4ª Tur-
ma. REsp 1.487.042-PR, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 05/12/2019 (Info 663).
O julgado é baseado no DL 7.661/1945, mas também se aplica a Lei nº 11.101/2005.
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Tal aplicabilidade, inclusive, foi ressaltada no voto do Min. Luis Felipe Salomão.
Deve-se, entretanto, adequar a nomenclatura.
Onde há “síndico”, atualmente deve-se ler “administrador judicial”.
s) arrecadar os valores dos depósitos realizados em processos administrativos ou judiciais nos
quais o falido figure como parte, oriundos de penhoras, de bloqueios, de apreensões, de leilões, de
alienação judicial e de outras hipóteses de constrição judicial, ressalvado o disposto nas Leis nos 9.703, de
17 de novembro de 1998, e 12.099, de 27 de novembro de 2009, e na Lei Complementar nº 151, de 5 de
agosto de 2015. (Inserido pela Lei nº 14.112, de 24/12/2020)
§ 1º As remunerações dos auxiliares do administrador judicial serão fixadas pelo juiz, que
considerará a complexidade dos trabalhos a serem executados e os valores praticados no mercado para o
desempenho de atividades semelhantes. 
§ 2º Na hipótese da alínea d do inciso I do caput deste artigo, se houver recusa, o juiz, a
requerimento do administrador judicial, intimará aquelas pessoas para que compareçam à sede do juízo,
sob pena de desobediência, oportunidade em que as interrogará na presença do administrador judicial,
tomando seus depoimentos por escrito. 
§ 3º Na falência, o administrador judicial não poderá, sem autorização judicial, após ouvidos o
Comitê e o devedor no prazo comum de 2 (dois) dias, transigir sobre obrigações e direitos da massa falida e
conceder abatimento de dívidas, ainda que sejam consideradas de difícil recebimento. 
§ 4º Se o relatório de que trata a alínea e do inciso III do caput deste artigo apontar
responsabilidade penal de qualquer dos envolvidos, o Ministério Público será intimado para tomar
conhecimento de seu teor. 
Art. 23. O administrador judicial que não apresentar, no prazo estabelecido, suas contas ou
qualquer dos relatórios previstos nesta Lei será intimado pessoalmente a fazê-lo no prazo de 5 (cinco) dias,
sob pena de desobediência. 
Parágrafo único. Decorrido o prazo do caput deste artigo, o juiz destituirá o administrador
judicial e nomeará substituto para elaborar relatórios ou organizar as contas, explicitando as
responsabilidades de seu antecessor. 
Art. 24. O juiz fixará o valor e a forma de pagamento da remuneração do administrador
judicial, observados a capacidade de pagamento do devedor, o grau de complexidade do trabalho e os
valores praticados no mercado para o desempenho de atividades semelhantes. 
§ 1º Em qualquer hipótese, o total pago ao administrador judicial não excederá 5% (cinco por
cento) do valor devido aos credores submetidos à recuperação judicial ou do valor de venda dos bens na
falência. 
§ 2º Será reservado 40% (quarenta por cento) do montante devido ao administrador judicial
para pagamento após atendimento do previsto nos arts. 154 e 155 desta Lei. 
A regra do art. 24, § 2º, da Lei nº 11.101/2005 se aplica apenas nos casos de falência, e não nos de recu-
peração judicial.
A regra do art. 24, § 2º, da Lei nº 11.101/2005, que exige a reserva de 40% dos honorários do administra -
dor judicial, não se aplica aos processos de recuperação judicial. STJ. 3ª Turma. REsp 1.700.700-SP, Rel.
Min. Nancy Andrighi, julgado em 05/02/2019 (Info 642).
§ 3º O administrador judicial substituído será remunerado proporcionalmente ao trabalho
realizado, salvo se renunciar sem relevante razão ou for destituído de suas funções por desídia, culpa, dolo
ou descumprimento das obrigações fixadas nesta Lei, hipóteses em que não terá direito à remuneração. 
§ 4º Também não terá direito a remuneração o administrador que tiver suas contas
desaprovadas. 
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§ 5º A remuneração do administrador judicial fica reduzida ao limite de 2% (dois por cento), no
caso de microempresas e de empresas de pequeno porte, bem como na hipótese de que trata o art. 70-A
desta Lei. (Acrescido pela Lei Complementar nº 147, de 7/8/2014, e com nova redação dada pela Lei nº
14.112, de 24/12/2020)
Art. 25. Caberá ao devedor ou à massa falida arcar com as despesas relativas à remuneração
do administrador judicial e das pessoas eventualmente contratadas para auxiliá-lo. 
Art. 26. O Comitê de Credores será constituído por deliberação de qualquer das classes de
credores na assembleia-geral e terá a seguinte composição: 
I - 1 (um) representante indicado pela classe de credores trabalhistas, com 2 (dois) suplentes; 
II - 1 (um) representante indicado pela classe de credores com direitos reais de garantia ou
privilégios especiais, com 2 (dois) suplentes; 
III - 1 (um) representante indicado pelaclasse de credores quirografários e com privilégios
gerais, com 2 (dois) suplentes. 
IV - 1 (um) representante indicado pela classe de credores representantes de microempresas e
empresas de pequeno porte, com 2 (dois) suplentes. (Inciso acrescido pela Lei Complementar nº 147, de
7/8/2014)
§ 1º A falta de indicação de representante por quaisquer das classes não prejudicará a
constituição do Comitê, que poderá funcionar com número inferior ao previsto no caput deste artigo. 
§ 2º O juiz determinará, mediante requerimento subscrito por credores que representem a
maioria dos créditos de uma classe, independentemente da realização de assembleia: 
I - a nomeação do representante e dos suplentes da respectiva classe ainda não representada
no Comitê; ou 
II - a substituição do representante ou dos suplentes da respectiva classe. 
§ 3º Caberá aos próprios membros do Comitê indicar, entre eles, quem irá presidi-lo. 
Art. 27. O Comitê de Credores terá as seguintes atribuições, além de outras previstas nesta Lei:
I - na recuperação judicial e na falência: 
a) fiscalizar as atividades e examinar as contas do administrador judicial; 
b) zelar pelo bom andamento do processo e pelo cumprimento da lei; 
c) comunicar ao juiz, caso detecte violação dos direitos ou prejuízo aos interesses dos
credores; 
d) apurar e emitir parecer sobre quaisquer reclamações dos interessados; 
e) requerer ao juiz a convocação da assembleia-geral de credores; 
f) manifestar-se nas hipóteses previstas nesta Lei; 
II - na recuperação judicial: 
a) fiscalizar a administração das atividades do devedor, apresentando, a cada 30 (trinta) dias,
relatório de sua situação; 
b) fiscalizar a execução do plano de recuperação judicial; 
c) submeter à autorização do juiz, quando ocorrer o afastamento do devedor nas hipóteses
previstas nesta Lei, a alienação de bens do ativo permanente, a constituição de ônus reais e outras
garantias, bem como atos de endividamento necessários à continuação da atividade empresarial durante o
período que antecede a aprovação do plano de recuperação judicial. 
§ 1º As decisões do Comitê, tomadas por maioria, serão consignadas em livro de atas,
rubricado pelo juízo, que ficará à disposição do administrador judicial, dos credores e do devedor. 
§ 2º Caso não seja possível a obtenção de maioria em deliberação do Comitê, o impasse será
resolvido pelo administrador judicial ou, na incompatibilidade deste, pelo juiz. 
Art. 28. Não havendo Comitê de Credores, caberá ao administrador judicial ou, na
incompatibilidade deste, ao juiz exercer suas atribuições. 
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Art. 29. Os membros do Comitê não terão sua remuneração custeada pelo devedor ou pela
massa falida, mas as despesas realizadas para a realização de ato previsto nesta Lei, se devidamente
comprovadas e com a autorização do juiz, serão ressarcidas atendendo às disponibilidades de caixa. 
Art. 30. Não poderá integrar o Comitê ou exercer as funções de administrador judicial quem,
nos últimos 5 (cinco) anos, no exercício do cargo de administrador judicial ou de membro do Comitê em
falência ou recuperação judicial anterior, foi destituído, deixou de prestar contas dentro dos prazos legais
ou teve a prestação de contas desaprovada. 
§ 1º Ficará também impedido de integrar o Comitê ou exercer a função de administrador
judicial quem tiver relação de parentesco ou afinidade até o 3º (terceiro) grau com o devedor, seus
administradores, controladores ou representantes legais ou deles for amigo, inimigo ou dependente. 
§ 2º O devedor, qualquer credor ou o Ministério Público poderá requerer ao juiz a substituição
do administrador judicial ou dos membros do Comitê nomeados em desobediência aos preceitos desta Lei. 
§ 3º O juiz decidirá, no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, sobre o requerimento do § 2º deste
artigo. 
Art. 31. O juiz, de ofício ou a requerimento fundamentado de qualquer interessado, poderá
determinar a destituição do administrador judicial ou de quaisquer dos membros do Comitê de Credores
quando verificar desobediência aos preceitos desta Lei, descumprimento de deveres, omissão, negligência
ou prática de ato lesivo às atividades do devedor ou a terceiros. 
§ 1º No ato de destituição, o juiz nomeará novo administrador judicial ou convocará os
suplentes para recompor o Comitê. 
§ 2º Na falência, o administrador judicial substituído prestará contas no prazo de 10 (dez) dias,
nos termos dos §§ 1º a 6º do art. 154 desta Lei. 
Art. 32. O administrador judicial e os membros do Comitê responderão pelos prejuízos
causados à massa falida, ao devedor ou aos credores por dolo ou culpa, devendo o dissidente em
deliberação do Comitê consignar sua discordância em ata para eximir-se da responsabilidade. 
Art. 33. O administrador judicial e os membros do Comitê de Credores, logo que nomeados,
serão intimados pessoalmente para, em 48 (quarenta e oito) horas, assinar, na sede do juízo, o termo de
compromisso de bem e fielmente desempenhar o cargo e assumir todas as responsabilidades a ele
inerentes. 
Art. 34. Não assinado o termo de compromisso no prazo previsto no art. 33 desta Lei, o juiz
nomeará outro administrador judicial. 
Seção IV
Da Assembleia-Geral de Credores
Art. 35. A assembleia-geral de credores terá por atribuições deliberar sobre: 
I - na recuperação judicial: 
a) aprovação, rejeição ou modificação do plano de recuperação judicial apresentado pelo
devedor; 
b) a constituição do Comitê de Credores, a escolha de seus membros e sua substituição; 
c) (VETADO) 
d) o pedido de desistência do devedor, nos termos do § 4º do art. 52 desta Lei; 
e) o nome do gestor judicial, quando do afastamento do devedor; 
f) qualquer outra matéria que possa afetar os interesses dos credores; 
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g) alienação de bens ou direitos do ativo não circulante do devedor, não prevista no plano de
recuperação judicial; (Inserido pela Lei nº 14.112, de 24/12/2020)
II - na falência: 
a) (VETADO) 
b) a constituição do Comitê de Credores, a escolha de seus membros e sua substituição; 
c) a adoção de outras modalidades de realização do ativo, na forma do art. 145 desta Lei; 
d) qualquer outra matéria que possa afetar os interesses dos credores. 
Art. 36. A assembleia-geral de credores será convocada pelo juiz por meio de edital publicado
no diário oficial eletrônico e disponibilizado no sítio eletrônico do administrador judicial, com antecedência
mínima de 15 (quinze) dias, o qual conterá: (Redação dada pela Lei nº 14.112, de 24/12/2020)
I - local, data e hora da assembleia em 1ª (primeira) e em 2ª (segunda) convocação, não
podendo esta ser realizada menos de 5 (cinco) dias depois da 1ª (primeira); 
II - a ordem do dia; 
III - local onde os credores poderão, se for o caso, obter cópia do plano de recuperação judicial
a ser submetido à deliberação da assembleia. 
§ 1º Cópia do aviso de convocação da assembleia deverá ser afixada de forma ostensiva na
sede e filiais do devedor. 
§ 2º Além dos casos expressamente previstos nesta Lei, credores que representem no mínimo
25% (vinte e cinco por cento) do valor total dos créditos de uma determinada classe poderão requerer ao
juiz a convocação de assembleia-geral. 
§ 3º As despesas com a convocação e a realização da assembleia-geral correm por conta do
devedor ou da massa falida, salvo se convocada em virtude de requerimento do Comitê de Credores ou na
hipótese do § 2º deste artigo. 
Art. 37. A assembleia será presidida pelo administradorjudicial, que designará 1 (um)
secretário dentre os credores presentes. 
§ 1º Nas deliberações sobre o afastamento do administrador judicial ou em outras em que
haja incompatibilidade deste, a assembleia será presidida pelo credor presente que seja titular do maior
crédito. 
§ 2º A assembleia instalar-se-á, em 1ª (primeira) convocação, com a presença de credores
titulares de mais da metade dos créditos de cada classe, computados pelo valor, e, em 2ª (segunda)
convocação, com qualquer número. 
§ 3º Para participar da assembleia, cada credor deverá assinar a lista de presença, que será
encerrada no momento da instalação. 
§ 4º O credor poderá ser representado na assembleia-geral por mandatário ou representante
legal, desde que entregue ao administrador judicial, até 24 (vinte e quatro) horas antes da data prevista no
aviso de convocação, documento hábil que comprove seus poderes ou a indicação das folhas dos autos do
processo em que se encontre o documento. 
§ 5º Os sindicatos de trabalhadores poderão representar seus associados titulares de créditos
derivados da legislação do trabalho ou decorrentes de acidente de trabalho que não comparecerem,
pessoalmente ou por procurador, à assembleia. 
§ 6º Para exercer a prerrogativa prevista no § 5º deste artigo, o sindicato deverá: 
I - apresentar ao administrador judicial, até 10 (dez) dias antes da assembleia, a relação dos
associados que pretende representar, e o trabalhador que conste da relação de mais de um sindicato
deverá esclarecer, até 24 (vinte e quatro) horas antes da assembleia, qual sindicato o representa, sob pena
de não ser representado em assembleia por nenhum deles; e 
II - (VETADO) 
§ 7º Do ocorrido na assembleia, lavrar-se-á ata que conterá o nome dos presentes e as
assinaturas do presidente, do devedor e de 2 (dois) membros de cada uma das classes votantes, e que será
entregue ao juiz, juntamente com a lista de presença, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas. 
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Art. 38. O voto do credor será proporcional ao valor de seu crédito, ressalvado, nas
deliberações sobre o plano de recuperação judicial, o disposto no § 2º do art. 45 desta Lei. 
Parágrafo único. Na recuperação judicial, para fins exclusivos de votação em assembleia-geral,
o crédito em moeda estrangeira será convertido para moeda nacional pelo câmbio da véspera da data de
realização da assembleia. 
Art. 39. Terão direito a voto na assembleia-geral as pessoas arroladas no quadro-geral de
credores ou, na sua falta, na relação de credores apresentada pelo administrador judicial na forma do art.
7º, § 2º, desta Lei, ou, ainda, na falta desta, na relação apresentada pelo próprio devedor nos termos dos
arts. 51, incisos III e IV do caput, 99, inciso III do caput, ou 105, inciso II do caput, desta Lei, acrescidas, em
qualquer caso, das que estejam habilitadas na data da realização da assembleia ou que tenham créditos
admitidos ou alterados por decisão judicial, inclusive as que tenham obtido reserva de importâncias,
observado o disposto nos §§ 1º e 2º do art. 10 desta Lei. 
§ 1º Não terão direito a voto e não serão considerados para fins de verificação do quorum de
instalação e de deliberação os titulares de créditos excetuados na forma dos §§ 3º e 4º do art. 49 desta Lei. 
§ 2º As deliberações da assembleia-geral não serão invalidadas em razão de posterior decisão
judicial acerca da existência, quantificação ou classificação de créditos. 
§ 3º No caso de posterior invalidação de deliberação da assembleia, ficam resguardados os
direitos de terceiros de boa-fé, respondendo os credores que aprovarem a deliberação pelos prejuízos
comprovados causados por dolo ou culpa. 
§ 4º Qualquer deliberação prevista nesta Lei a ser realizada por meio de assembleia-geral de
credores poderá ser substituída, com idênticos efeitos, por:
I - termo de adesão firmado por tantos credores quantos satisfaçam o quórum de aprovação
específico, nos termos estabelecidos no art. 45-A desta Lei;
II - votação realizada por meio de sistema eletrônico que reproduza as condições de tomada
de voto da assembleia-geral de credores; ou
III - outro mecanismo reputado suficientemente seguro pelo juiz. (Acrescido pela Lei nº 14.112,
de 24/12/2020)
§ 5º As deliberações nos formatos previstos no § 4º deste artigo serão fiscalizadas pelo
administrador judicial, que emitirá parecer sobre sua regularidade, previamente à sua homologação
judicial, independentemente da concessão ou não da recuperação judicial. (Acrescido pela Lei nº 14.112, de
24/12/2020)
§ 6º O voto será exercido pelo credor no seu interesse e de acordo com o seu juízo de
conveniência e poderá ser declarado nulo por abusividade somente quando manifestamente exercido para
obter vantagem ilícita para si ou para outrem. (Acrescido pela Lei nº 14.112, de 24/12/2020)
§ 7º A cessão ou a promessa de cessão do crédito habilitado deverá ser imediatamente
comunicada ao juízo da recuperação judicial. (Acrescido pela Lei nº 14.112, de 24/12/2020)
Art. 40. Não será deferido provimento liminar, de caráter cautelar ou antecipatório dos efeitos
da tutela, para a suspensão ou adiamento da assembleia-geral de credores em razão de pendência de
discussão acerca da existência, da quantificação ou da classificação de créditos. 
Art. 41. A assembleia-geral será composta pelas seguintes classes de credores: 
I - titulares de créditos derivados da legislação do trabalho ou decorrentes de acidentes de
trabalho; 
II - titulares de créditos com garantia real; 
III - titulares de créditos quirografários, com privilégio especial, com privilégio geral ou
subordinados. 
IV - titulares de créditos enquadrados como microempresa ou empresa de pequeno porte.
(Inciso acrescido pela Lei Complementar nº 147, de 7/8/2014)
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§ 1º Os titulares de créditos derivados da legislação do trabalho votam com a classe prevista
no inciso I do caput deste artigo com o total de seu crédito, independentemente do valor. 
§ 2º Os titulares de créditos com garantia real votam com a classe prevista no inciso II do
caput deste artigo até o limite do valor do bem gravado e com a classe prevista no inciso III do caput deste
artigo pelo restante do valor de seu crédito. 
Art. 42. Considerar-se-á aprovada a proposta que obtiver votos favoráveis de credores que
representem mais da metade do valor total dos créditos presentes à assembleia-geral, exceto nas
deliberações sobre o plano de recuperação judicial nos termos da alínea a do inciso I do caput do art. 35
desta Lei, a composição do Comitê de Credores ou forma alternativa de realização do ativo nos termos do
art. 145 desta Lei. 
Art. 43. Os sócios do devedor, bem como as sociedades coligadas, controladoras, controladas
ou as que tenham sócio ou acionista com participação superior a 10% (dez por cento) do capital social do
devedor ou em que o devedor ou algum de seus sócios detenham participação superior a 10% (dez por
cento) do capital social, poderão participar da assembleia-geral de credores, sem ter direito a voto e não
serão considerados para fins de verificação do quorum de instalação e de deliberação. 
Parágrafo único. O disposto neste artigo também se aplica ao cônjuge ou parente,
consanguíneo ou afim, colateral até o 2º (segundo) grau, ascendente ou descendente do devedor, de
administrador, do sócio controlador, de membro dos conselhos consultivo, fiscal ou semelhantes da
sociedade devedora e à sociedade em que quaisquer dessas pessoas exerçamessas funções. 
Art. 44. Na escolha dos representantes de cada classe no Comitê de Credores, somente os
respectivos membros poderão votar. 
Art. 45. Nas deliberações sobre o plano de recuperação judicial, todas as classes de credores
referidas no art. 41 desta Lei deverão aprovar a proposta. 
§ 1º Em cada uma das classes referidas nos incisos II e III do art. 41 desta Lei, a proposta
deverá ser aprovada por credores que representem mais da metade do valor total dos créditos presentes à
assembleia e, cumulativamente, pela maioria simples dos credores presentes. 
§ 2º Nas classes previstas nos incisos I e IV do art. 41 desta Lei, a proposta deverá ser aprovada
pela maioria simples dos credores presentes, independentemente do valor de seu crédito. (Redação dada
pela Lei Complementar nº 147, de 7/8/2014)
§ 3º O credor não terá direito a voto e não será considerado para fins de verificação de
quorum de deliberação se o plano de recuperação judicial não alterar o valor ou as condições originais de
pagamento de seu crédito. 
Art. 45-A. As deliberações da assembleia-geral de credores previstas nesta Lei poderão ser
substituídas pela comprovação da adesão de credores que representem mais da metade do valor dos
créditos sujeitos à recuperação judicial, observadas as exceções previstas nesta Lei.
§ 1º Nos termos do art. 56-A desta Lei, as deliberações sobre o plano de recuperação judicial
poderão ser substituídas por documento que comprove o cumprimento do disposto no art. 45 desta Lei.
§ 2º As deliberações sobre a constituição do Comitê de Credores poderão ser substituídas por
documento que comprove a adesão da maioria dos créditos de cada conjunto de credores previsto no art.
26 desta Lei.
§ 3º As deliberações sobre forma alternativa de realização do ativo na falência, nos termos do
art. 145 desta Lei, poderão ser substituídas por documento que comprove a adesão de credores que
representem 2/3 (dois terços) dos créditos.
§ 4º As deliberações no formato previsto neste artigo serão fiscalizadas pelo administrador
judicial, que emitirá parecer sobre sua regularidade, com oitiva do Ministério Público, previamente à sua
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homologação judicial, independentemente da concessão ou não da recuperação judicial. (Acrescido pela
Lei nº 14.112, de 24/12/2020)
Art. 46. A aprovação de forma alternativa de realização do ativo na falência, prevista no art.
145 desta Lei, dependerá do voto favorável de credores que representem 2/3 (dois terços) dos créditos
presentes à assembleia. 
META 3
CAPÍTULO III
DA RECUPERAÇÃO JUDICIAL
Seção I
Disposições Gerais
Art. 47. A recuperação judicial tem por objetivo viabilizar a superação da situação de crise
econômico-financeira do devedor, a fim de permitir a manutenção da fonte produtora, do emprego dos
trabalhadores e dos interesses dos credores, promovendo, assim, a preservação da empresa, sua função
social e o estímulo à atividade econômica. 
Jurisprudência em teses, Ed. 35:
1) A recuperação judicial é norteada pelos princípios da preservação da empresa, da função social e do es -
tímulo à atividade econômica, a teor do art. 47 da Lei nº 11.101/2005.
Art. 48. Poderá requerer recuperação judicial o devedor que, no momento do pedido, exerça
regularmente suas atividades há mais de 2 (dois) anos e que atenda aos seguintes requisitos,
cumulativamente: 
NATUREZA JURÍDICA DA INSCRIÇÃO NA JUNTA COMERCIAL
Empresário Urbano Empresário Rural
Natureza da 
inscrição
Condição de regularidade Constitutivo da condição de empresário
Fundamento Art. 967, CC Art. 971, CC
Efeitos
(Vide STJ. 4ª Turma,
REsp 1.800.032-MT)
Ex nunc, pois apenas com o registro é que
ingressa na regularidade e se constitui
empresário.
Ex tunc, pois a condição regular de em-
presário já existia antes mesmo do regis-
tro. 
A PARTIR DE QUANDO SE CONTA O PRAZO DO ART. 48 DA LEI 11.101/2005?
Empresário Urbano Empresário Rural
Da data da inscrição do empresário na junta comercial Da data do início das atividades empresariais
No caso do produtor rural, o cômputo do período de dois anos de exercício da atividade econômica,
para fins de recuperação judicial, nos termos do art. 48 da Lei n. 11.101/2005, inclui aquele anterior ao
registro do empreendedor.
Após obter o registro e passar ao regime empresarial, fazendo jus a tratamento diferenciado, simplificado
e favorecido quanto à inscrição e aos efeitos desta decorrentes (CC, arts. 970 e 971), adquire o produtor
rural a condição de procedibilidade para requerer recuperação judicial, com base no art. 48 da Lei n.
11.101/2005 (LRF), bastando que comprove, no momento do pedido, que explora regularmente a ativida -
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de rural há mais de 2 (dois) anos. Pode, portanto, para perfazer o tempo exigido por lei, computar aquele
período anterior ao registro, pois tratava-se, mesmo então, de exercício regular da atividade empresarial.
Em igual sentido: O cômputo do período de dois anos de exercício da atividade econômica, para fins de
recuperação judicial, nos termos do art. 48 da Lei n. 11.101/2005, aplicável ao produtor rural, inclui aque -
le anterior ao registro do empreendedor. STJ. REsp 1.811.953-MT, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, Tercei -
ra Turma, por maioria, julgado em 06/10/2020, DJe 15/10/2020 (info 681).
O registro produtor rural na junta comercial é facultativo.
O art. 971 do Código Civil confere tratamento favorecido ao empresário rural, não sujeito a registro, em
relação ao empresário comum. Por esse motivo é que o art. 971 dispensa o empresário rural daquela ins -
crição que é obrigatória para o empresário comum, estabelecendo que aquele (o rural) "pode requerer
inscrição", nos termos do art. 968.
O produtor rural, por não ser empresário sujeito a registro, está em situação regular, mesmo ao exercer
atividade econômica agrícola antes de sua inscrição, por ser esta para ele facultativa.
Efeitos do registro na junta comercial.
Como o registro do produtor rural é facultativo, os efeitos do seu registro na junta comercial são peculia -
res.
• Para o empreendedor rural, o registro, por ser facultativo, apenas o transfere do regime do Códi-
go Civil para o regime empresarial, com o efeito constitutivo de "equipará-lo, para todos os efei-
tos, ao empresário sujeito a registro", 
◦ O efeito constitutivo retroage (ex tunc), pois a condição regular de empresário já existia antes
mesmo do registro. 
• Já para o empresário comum, o registro, por ser obrigatório, somente pode operar efeitos pros-
pectivos, ex nunc, pois apenas com o registro é que ingressa na regularidade e se constitui efetiva -
mente, validamente, empresário.
A recuperação judicial tanto os débitos anteriores quanto os posteriores ao registro.
Não se pode distinguir o regime jurídico aplicável às obrigações anteriores ou posteriores à inscrição do
empresário rural que vem a pedir recuperação judicial, ficando também abrangidas na recuperação aque-
las obrigações e dívidas anteriormente contraídas e ainda não adimplidas. STJ. 4ª Turma. REsp 1.800.032-
MT, Rel. Min. Marco Buzzi, Rel. Acd. Min. Raul Araújo, julgado em 05/11/2019 (Info 664).
I - não ser falido e, se o foi, estejam declaradas extintas, por sentença transitada em julgado,
as responsabilidades daí decorrentes; 
II - não ter, há menos de 5 (cinco) anos, obtido concessão de recuperação judicial; 
III - não ter, há menos de 5 (cinco) anos, obtido concessão de recuperação judicial com base no
plano especial de que trata a Seção V deste Capítulo; (Redação dada pela Lei Complementar nº 147, de
7/8/2014)
IV - não ter sido condenado ou não ter, como administrador ou sócio controlador,

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