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MORFOLOGIA DE FUNGOS AULA 7

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Relatórios das Aulas Práticas de microbiologia I – Parte 2
Aula Prática 07 – Morfologia dos Fungos
Introdução
Os fungos são seres eucarióticos quimiorganotróficos, pertencentes ao Reino Fungi, segundo a classificação de Robert Whittake em 1969. Reproduzem-se, naturalmente, por meio de esporos, que são produzidos sexuada ou assexuadamente, com poucas exceções. Os fungos não sintetizam a clorofila, característica que os diferenciam das plantas, e geralmente são filamentosos e ramificados Podem se desenvolver em vários ambientes e, popularmente, são conhecidos como bolores, mofos, orelha-de-pau e cogumelo, alimentam-se de substâncias orgânicas de origens variadas (PELCZAR, 1980).
A forma, a cor e o arranjo dos conídios auxiliam na identificação dos fungos. São microrganismos largamente distribuídos no meio ambiente, sua dispersão no meio ocorre por diversas maneiras, como por animais, homem, alimentos, insetos, água, mas a sua principal via de dispersão é o ar atmosférico, onde os propágulos são levados a lugares até mesmo inabitados. Como consequência, os alimentos podem tornar-se contaminados com uma ampla variedade de espécies fúngicas originárias de fontes ambientais e que sob condições favoráveis podem multiplicar-se nos alimentos e provocar deterioração (TANIWAK, 2001).
Existem dois tipos de fungos: leveduras e fungos filamentosos (bolores):
As leveduras são fungos unicelulares, não filamentosos, tipicamente esféricos ou ovais. Elas são capazes de crescimento anaeróbio facultativo, podendo utilizar oxigênio ou um composto orgânico como aceptor final de elétrons; esse é um atributo valioso porque permite que esses fungos sobrevivam em vários ambientes. Se reproduzem assexuadamente (fragmentação de suas hifas e por esporos) e sexuadamente (esporos) (TORTORA, 2012).
As leveduras são muito importantes na fermentação de sucos de frutas, produção de cervejas e vinhos, levedação de pães e síntese de vitaminas, gorduras e proteínas, a partir de açúcares simples de nitrogênio amoniacal (PELCZAR, 1980).
Os bolores, por sua vez, são estritamente aeróbios e seu crescimento é estimulado pelo fornecimento abundante do oxigênio. Desenvolvem-se numa ampla faixa de temperatura, com um ótimo desenvolvimento entre 22 a 30 °C para a maioria das espécies. A glicose é uma boa fonte de carbono para praticamente todos os bolores e eles são capazes de decompor e utilizar uma variedade de substratos sendo eficientes na conversão dos nutrientes em material celular (PELCZAR, 1980).
As atividades bioquímicas potenciais dos bolores são importantes na manutenção da fertilidade dos solos, na deterioração de materiais, no amadurecimento de queijos, produção de pinincilina, na decomposição de alimentos, etc (PELCZAR, 1980).
	O objetivo desta prática foi observar e identificar em microscópio a morfologia de bolores presentes no pão e laranja mofados e leveduras de fermento biológico previamente preparado em solução de água com açúcar, e também a diferenciação dos mesmos, concluindo quais são formados por hifas septadas ou não, se possuíam hifas filamentosas ou cilíndricas, ramificações e/ou bifurcações além de encontrar esporos em sua formação.
Desenvolvimento
Para a realização da prática utilizou-se microscópio óptico, alça de inoculação, bico de Bunsen, lupa, placas de Petri, álcool 70%, 7 lâminas e lamínulas, laranja e fermento biológico em solução de água com açúcar.
Inicialmente limpou-se a bancada com álcool 70% e ascendeu-se o bico de Bunsen para adquirir uma área esterilizada e evitar contaminação por microrganismos presentes no ar. Em seguida, escolheram-se as placas de Petri com os fungos, também a laranja para ser realizada a raspagem e transferir para a lâmina. Seis lâminas tinham bolores das placas e da laranja, e na última lâmina havia leveduras da solução de fermento.
As lâminas foram analisadas em microscópio. Também observou-se, na lupa, 3 placas de Petri com colônias de fungos.
Conclusão
	Feita a preparação das lâminas para a análise, todas foram focalizadas na objetiva de 40X, suficiente para uma boa observação de bolores e leveduras.
Observou-se, então:
•	Lâmina 1: Hifas contínuas não septadas visualizadas em um aglomerado.
•	Lâmina 2: Emaranhado de hifas e seus núcleos.
•	Lâmina 3: Hifas e esclerócitos em estruturas estranhas.
•	Lâmina 4: Hifas septadas não aparecendo a estrutura de reprodução.
•	Lâmina 5: Hifas contínuas com esporos.
•	Lâmina 6 (raspagem dos bolores da laranja): Esporângio, esporangiosporos e hifas grandes.
•	Lâmina 7: Levedura unicelular e globos sem hifas, identificando a espécie Saccharomyces cerevisiae.
Nas placas que foram visualizadas nas lupas presentes nas bancadas, observou-se:
•	Bancada 2: Estruturas de resistência, esclerócitos.
•	Bancada 3: Aspergillus e cleistotécio.
•	Bancada 4: Hifas com proliferação de conídios.
Na prática dos fungos ocorreu boa observação, possibilitando identificar e diferenciar os fungos presentes nas placas e no bolor da laranja, bem como no fermento biológico.
Referências
PELCZAR, Michael J. Microbiologia. 1ª ed. São Paulo. Editora McGraw-Hill do Brasil, 1980.
TORTORA, Gerard J. Microbiologia. 10ª ed. Porto Alegre. Ed. Artmed, 2012.
TANIWAKI, Marta; SILVA, Neusely. Microbiologia: fungos deteriorantes em alimentos. Campinas: EDITORA, 2001.
TRABULSI,LR.; ALTERTHUM ,F. Microbiologia. 5.ed: Editora atheneu,2008

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