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CURSO ONLINE ATUALIDADES O TJ – SP PROFESSORA VIRGÍNIA GUIMARÃES 1 Profa Virgínia Guimarães www.pontodosconcursos.com.br Olá, amigos, tudo bem? Meu nome é Virgínia Guimarães e minha relação com os concursos públicos se iniciou quando me dei conta de que minha única opção para alcançar o ensino superior seria adentrar numa Universidade Federal – onde me graduei em História no ano de 2005. Após a graduação, busquei o mestrado e, mais uma vez, tinha que ser na Federal onde adentrei em 2006 e me tornei mestre em História do Brasil. Sou autora do livro, Ex-combatentes do Brasil – entre a História e a Memória, mas, infelizmente, isso ainda não é cobrado nos concursos públicos. rsrsrs Enfim, atualmente, leciono várias disciplinas da área de humanas em uma faculdade na cidade de Olinda/PE e, desde 2010, dou aulas de Conhecimentos Gerais, Atualidades e Geografia aqui no site do Ponto dos Concursos. Bem, é sempre um grande prazer estar com vocês nesse caminho, às vezes tão árduo e cheio de sacrifícios, que é o da aprovação! Sobre a disciplina de atualidades é importante saber que ela é sempre muito ampla, como vocês mesmo já devem ter percebido, no entanto, o concurso do Tj trouxe uma cobrança de forma bem inusitada perto do normalmente é exigido. Calminha, pois essa mudança foi muito positiva uma vez que ela estabeleceu o prazo dos acontecimentos os quais ela espera que o candidato esteja a par e isso é maravilhoso. Digo isso, pois assim podemos ir direto aos assuntos que estão mais em voga e nos interessam diretamente , sem ficar tendo que divagar sobre as mil e uma possibilidades de cobrança dentro de política, por exemplo. Como CURSO ONLINE ATUALIDADES O TJ – SP PROFESSORA VIRGÍNIA GUIMARÃES 2 Profa Virgínia Guimarães www.pontodosconcursos.com.br a banca só cobra os últimos 6 meses nem precisaremos falar tanto do 11 de setembro ou da crise econômica de 2008 especificamente. É claro, amigos, que certos acontecimentos pregressos precisaremos sim abordar, pois eles fazem parte de um contexto importante de termos domínio. Ainda assim, é apenas pra isso que falaremos de certos fatos: pra solidificar e ampliar o conhecimento de fatos importantes e relevantes da atualidade. Pois então, pessoal, isso abre caminho para a dedicação de todos e o foco nos estudos, tendo em vista a aprovação neste importante concurso público, não é mesmo? Dessa forma, vamos dar mais uma olhadinha no resumidíssimo edital dessa matéria para compreendermos a seleção de temas que fiz pras nossas três aulas. : Nem tem mistério, não é mesmo, amigos? Teremos uma aula de cada um dos temas citados: política/economia/sociedade, mas não se enganem com essa aparente pouco matéria, pois são três tópicos muito abrangentes e isso torna tudo um pouquinho mais complicado. Assim nosso cronograma ficou assim: 26/09 - Aula Economia 09/10 - Aula Política 23/10 –Aula Sociedade (04) questões: relacionadas a fatos políticos, econômicos e sociais, ocorridos a partir do primeiro semestre de 2012. CURSO ONLINE ATUALIDADES O TJ – SP PROFESSORA VIRGÍNIA GUIMARÃES 3 Profa Virgínia Guimarães www.pontodosconcursos.com.br Atenção hein, pessoal? Nossas aulas serão a cada 15 dias pra podermos pegar os acontecimentos mais recentes com o seu desenrolar mais completo!! Já que esse curso é compilado e não veremos muito dos processos acho ideal termos mais tempo pra nos atualizar, não é mesmo? De todo modo, apesar da relativa amplitude dos temas nós os estudaremos aqui da forma mais objetiva possível, certo? Isso porque existem alguns assuntos são muito mais prováveis de serem cobrados do que outros e é, exatamente, em cima desses que nosso curso trabalhará! Pois bem, acho importante ressaltar que, ao contrário do que muitos pensam, Atualidades é uma matéria que exige muito estudo! Digo isso porque muitos concurseiros pensam, por exemplo, que a simples leitura de jornais pode valer para resolverem as questões, mas o que tenho visto, cada vez mais, é exatamente o contrário. Acompanhar os últimos acontecimentos até faz alguma diferença para compreensão da questão, todavia, o que determina que tenhamos firmeza na opção a ser marcada é o conhecimento sólido do assunto – e isso, jornais e noticiários não nos fornecem, pois os abordam de forma muito superficial. Nossos assuntos são estudados mesmo!!! Por isso chamamos esse curso de teoria+exercícios. Minha função aqui não é treinar ninguém pra ganhar o “Show do milhão” (rsrsrs) e sim prepará-los para responder as perguntas mais inteligentes possíveis e, isso é o que esperamos da VUNESP. Assim, ao final dessas nossas 3 aulas vocês estarão bem mais seguros para responder as 4 questões de Atualidades que cairão na prova, então chega de papo e vamos a nossa aula! ;) CURSO ONLINE ATUALIDADES O TJ – SP PROFESSORA VIRGÍNIA GUIMARÃES 4 Profa Virgínia Guimarães www.pontodosconcursos.com.br - PANORAMA ECONOMICO Bem, falar de um panorama geral é algo muito amplo, e, com toda certeza, não é meu objetivo abordar todas as situações do mundo numa única aula, ok? De qualquer modo, para compreendermos os tópicos econômicos mais relevantes do Brasil e do mundo no século XXI, é preciso começarmos com uma ideia mais geral de como funcionam as políticas e as economias mundiais, ok? Temos que pensar, amigos, que todas, absolutamente todas, as situações políticas, econômicas, sociais e ambientais pelas quais passamos na atualidade tiveram origem em algum momento e foram desencadeadas por algum fator pregresso. Por isso, amigos, para compreender as transformações que vemos hoje à nossa volta, ou seja, para entender a dinâmica do processo é imprescindível que conheçamos o próprio processo, as suas origens e aí então poderemos entender suas consequências. Um exemplo disso que estou dizendo são as conhecidas revoltas em alguns países da África do Norte, como o Egito, a Líbia e, mais recente, a Síria. É praticamente impossível compreendermos a situação política atual daquela região se não tivermos clareza das disputas em que esses países estão inseridos? Mas disso nós falaremos na próxima aula, ok? CURSO ONLINE ATUALIDADES O TJ – SP PROFESSORA VIRGÍNIA GUIMARÃES 5 Profa Virgínia Guimarães www.pontodosconcursos.com.br Bom, pra iniciarmos nosso papo queria tocar num assunto que vocês já devem tirar de letra: a globalização. Apesar de não ser exatamente um tema atual, ele continua caindo em concursos e é o ponto de partida para compreendermos muitos aspectos de nossa economia ainda hoje. Afinal. Como falar da crise econômica na Europa sem ter compreendido a globalização? Portanto, queridos, eu gostaria de reforçar um pouco mais alguns conceitos teóricos pra depois fazermos uma questãozinha que caiu num concurso do ano passado. Nesse sentido, queria que estivesse bem sólido na cabeça de vocês que a globalização é um processo com muitos efeitos, positivo e negativo. Essas transformações atingiram a TODOS os setores nos mais diversos aspectos mundiais, sejam econômicos, sociais, culturais ou políticos. Estão lembrados disso? Pois então, sem compreender a globalização quase nada poderia ser compreendido pois ela não diz respeito apenas à integração, uma vez que ela também acarreta divisão e exclusão. A essa altura já podemos entender que a globalização é pedra fundamental do nosso conhecimento, porque todas as crises mundiais, políticas e econômicas, passam por estefenômeno. Deste modo, também podemos conceituar a globalização como sendo: “um fenômeno de aprofundamento do intercâmbio político, econômico, social e cultural entre as diversas nações do planeta, atualmente CURSO ONLINE ATUALIDADES O TJ – SP PROFESSORA VIRGÍNIA GUIMARÃES 6 Profa Virgínia Guimarães www.pontodosconcursos.com.br intensificado pelas profundas transformações e inovações científicas e tecnológicas na área da comunicação e nos transportes.” Vocês devem estar se perguntando, porque, afinal de contas, estou voltando a falar de globalização já que nosso assunto só deve abarcar os últimos 6 meses, não é? Pois bem, vimos que a globalização projeta três importantes processos que seriam os movimentos internacionais de capitais, a produção capitalista internacionalizada e as ações internacionais de governo. Destes três aspectos, nos interessa, para a aula de hoje: os movimentos de capitais. Isso porque se esses movimentos não existissem toda essa crise econômica que assola a Europa e alguns países em especial não estaria existindo Deste modo, podemos dizer que as ações internacionais de governo são a conseqüência direta da movimentação internacional de capitais e da produção internacionalizada, que, somados à necessidade de intervenção do Estado na economia e em projetos de cooperação internacional resulta na construção de organizações “reguladoras”. Deste modo, uma vez que os capitais estão se movimentando pelo mundo e empresas estão se internacionalizando, torna-se necessário o surgimento de organizações internacionais, que se tornaram uma realidade no pós-Segunda Guerra Mundial. Concordam comigo? As ações internacionais de governo deram origens a verdadeiros estados internacionais. Assim, é importante termos bem claro que a unificação do capital mundial com a força de trabalho mundial resultou CURSO ONLINE ATUALIDADES O TJ – SP PROFESSORA VIRGÍNIA GUIMARÃES 7 Profa Virgínia Guimarães www.pontodosconcursos.com.br num sistema que exigia a formação de instituições supranacionais para regular suas ações, como a ONU, a OMC etc. A essa altura do campeonato, acho que todos concordamos que a globalização trouxe uma indiscutível integração da sociedade, cultura e políticas mundiais. Não quero parecer uma propagandista liberal levantando aqui uma bandeira pró-globalização, mas o fato é que junto com ela surgiram sim alguns avanços que não podem ser ignorados. A globalização das comunicações tem sua face mais visível na internet, que permite um fluxo de troca de ideias e informações jamais vista na história da humanidade. Um bom exemplo disso somos nós que estamos, nesse momento, nos relacionando com pessoas das mais diversas regiões do Brasil. Em outro momento, quando é que uma pessoa do interior de Minas Gerais teria aula com uma professora que mora em Pernambuco? Mas com o advento da internet, cá estamos nós interagindo e aprendendo além de, obviamente, desfrutar da tecnologia. Assim, é correto afirmar que o processo de globalização diz respeito à forma como os países interagem e aproximam pessoas, ou seja, interliga o mundo, levando em consideração os aspectos que falei acima. Vejamos como os efeitos da globalização foram cobrados em provas anteriores e como estão relacionados aos temas de Atualidades/Conhecimentos gerais! 1) (FUNIVERSA / Auditor Fiscal - Transportes – Seplag-DF / 2011) A imprensa mundial noticiou, em fevereiro de 2011, que a crise nos países árabes, com destaque para o Egito, pode intensificar o movimento de elevação dos preços das commodities, especialmente o do petróleo. A partir dessa CURSO ONLINE ATUALIDADES O TJ – SP PROFESSORA VIRGÍNIA GUIMARÃES 8 Profa Virgínia Guimarães www.pontodosconcursos.com.br observação e considerando o cenário econômico global contemporâneo, assinale a alternativa correta. (A) Eventuais oscilações no preço do barril de petróleo já não causam impacto como no passado, tendo em vista a significativa redução de seu uso na atualidade, com a substituição por outras fontes de energia. (B) Uma das características essenciais da globalização é a ampliação e a interdependência dos mercados. Assim, fatos aparentemente isolados e ocorridos em região determinada podem repercutir na economia mundial. (C) Crises como a vivida pelo Egito podem interferir na cotação de produtos no comércio global, mas são incapazes de influir no comportamento dos mercados financeiros, hoje blindados contra situações de risco. (D) Na ordem global dos dias atuais, a mesma liberdade de circulação de bens e capitais verifica-se na locomoção das pessoas, tanto como turistas quanto na condição de trabalhadores em busca de novas oportunidades. (E) Por ser um país emergente, o Brasil insere-se no comércio mundial como exportador de produtos industrializados, sendo diminuta sua participação na venda de commodities. COMENTÁRIOS A letra A está incorreta. É verdade que se tem, cada vez mais, se buscado alternativas para substituir o petróleo, entretanto, esse combustível ainda é largamente usado em todo mundo. Por outro lado, dizer que as oscilações no preço do petróleo não causam impacto, é contradizer a realidade que vemos diariamente nas mídias: as oscilações no preço do petróleo atingem diretamente a economia mundial. A letra B está correta. A globalização promove a integração e interconexão de mercados que antes não tinham ligação nenhuma. Assim sendo, quando ocorre uma crise, pequena ou grande, em um CURSO ONLINE ATUALIDADES O TJ – SP PROFESSORA VIRGÍNIA GUIMARÃES 9 Profa Virgínia Guimarães www.pontodosconcursos.com.br determinado lugar, o mercado internacional pode ser afetado diretamente. As distancias dos mercados em todo mundo não representam mais a separação dos mesmos. Há, como foi afirmado, uma interdependência das economias e mercados mundiais. A letra C está incorreta. Seria tão bom se os mercados financeiros estivessem blindados contra crises, não é mesmo? Mas não estão. Portanto, a crise do Egito não somente interfere como também condiciona o comportamento dos mercados financeiros internacionais. É o que podemos constatar facilmente na crise que se expande pela Europa (principalmente) e pelo mundo como um todo. A letra D está errada. Ao contrário do que ela afirma, o deslocamento de trabalhadores pelo mundo sofre rigorosa restrições e intervenções estatais. A letra E está incorreta. A exportação de produtos industrializados no Brasil cresceu, é verdade. Mas, as commodities ainda ocupam grande espaço na pasta dos produtos brasileiros exportados. Gabarito: B 2) (FUNVERSA / CEB / 2010) CURSO ONLINE ATUALIDADES O TJ – SP PROFESSORA VIRGÍNIA GUIMARÃES 10 Profa Virgínia Guimarães www.pontodosconcursos.com.br A disseminação do McMundo Em seu livro Jihad versus McWorld, publicado em 1995, Benjamin Barber foi incrivelmente profético ao descrever nosso mundo complicado, em que dois cenários aparentemente contraditórios desenrolam-se simultaneamente: um onde “cultura é lançada contra cultura, pessoas contra pessoas, tribos contra tribos”, e outro onde “o ímpeto de forças econômicas, tecnológicas e ecológicas” exigem integração e uniformidade e hipnotizam as pessoas em todo o planeta com o universo fast de música, computador, comida, um McMundo unido pela comunicação, informação, entretenimento e comércio. (Worldwatch Institute. Citado em Conexões. Lygia Terra, Regina Araújo e Raul Borges Guimarães. São Paulo: Moderna, 2008.) A partir das ideias expressasno texto e na figura, assinale a alternativa incorreta. a) A intensificação dos fluxos globais de tecnologias, capitais, pessoas e serviços podem ser entendidos como uma das características da globalização. b) Benjamin Barber estabelece, no título de seu livro, uma relação entre a fé islâmica e o modo de vida das sociedades ocidentais. c) Uma importante rede de lanchonetes é citada, ainda que de forma indireta, no texto. d) O texto menciona apenas aspectos negativos da globalização. e) A figura que acompanha o texto remete ao extraordinário avanço das comunicações no mundo atual. COMENTÁRIOS A letra A está correta. A globalização é responsável pela intensificação dos fluxos globais de tecnologias, capitais, pessoas e serviços. Com a globalização, a sociedade internacional tornou-se muito CURSO ONLINE ATUALIDADES O TJ – SP PROFESSORA VIRGÍNIA GUIMARÃES 11 Profa Virgínia Guimarães www.pontodosconcursos.com.br mais interdependente. Como vocês já devem estar cansados de saber depois de tanto verem isso nesta e na última aula. A letra B está correta. Essa questão sempre gera dúvidas e creio que elas estejam diretamente ligadas à complexidade do assunto, já que, quando entra comparações com o mundo Islâmico sempre ficamos na dúvida, não é mesmo? ...rs Mas o grande "X" dessa letra B é entendermos que o simples fato do autor citar a Jihad no título de seu livro, já indica uma referência a fé islâmica e que o mesmo ocorre quando ele fala em Mc, posto que, o McDonald’s é o grande símbolo do modo de vida da sociedade ocidental, certo? Assim, ao citar esses dois termos ele já indica a relação entre esses dois conceitos. Deste modo, o título do livro – Jihad x McWorld– indica um choque de culturas, mais especificamente entre a cultura islâmica e a cultura ocidental. Jihad é um conceito da região islâmica que significa a busca pessoal pela perfeição. Já no que diz respeito a McWorld, a referência a que o autor faz é a rede McDonalds, que acabou se tornando um símbolo do capitalismo e da globalização devido à sua grande expansão pelo mundo e ainda aos conceitos de rapidez, instantaneidade, eficiência e padronização (afinal, esses são os pilares da propaganda do McDonalds!). A letra C está correta. Conforme comentei, quando o autor fala em McWorld, a referência é à rede de lanchonetes McDonalds, que se tornou um verdadeiro símbolo da globalização. A letra D está errada, é, portanto, a resposta da questão! O texto faz alusão a aspectos positivos e negativos da globalização. Fica fácil de visualizarmos isso quando é feita referência a dois cenários CURSO ONLINE ATUALIDADES O TJ – SP PROFESSORA VIRGÍNIA GUIMARÃES 12 Profa Virgínia Guimarães www.pontodosconcursos.com.br aparentemente contraditórios. O primeiro cenário (negativo) é onde ocorre o choque de culturas e “pessoas são lançadas contra pessoas”. O segundo cenário (positivo), por sua vez, é o que une as pessoas por meio da comunicação, informação, entretenimento e comércio A letra E está correta. A figura que acompanha o texto mostra duas pessoas em lados opostos do globo apertando as mãos, o que simboliza o estreitamento das distâncias e a facilidade de comunicação decorrentes da globalização. Gabarito: D 3) (FMP / Auditor Público Externo – TCE-RS / 2011) Para José Eduardo Faria, a globalização “transformou radicalmente as estruturas de dominação política e de apropriação de recursos, subverteu as noções de tempo e espaço, derrubou barreiras jurídicas entre nações, revolucionou os sistemas de produção e modificou estruturalmente as relações trabalhistas.” Nesse sentido, pode-se afirmar que a globalização significa fundamentalmente: (A) transnacionalização de mercados apenas em países desenvolvidos, não trazendo, portanto, repercussões para governos dos Estados da Federação brasileira. (B) comercialização, transnacionalização e produção de gêneros alimentícios em determinados países do CONESUL e NAFTA. (C) a habilidade para a mudança devido aos novos avanços tecnológicos que permitem uma redução do tempo e espaço na comercialização de produtos oriundos de países do Ocidente. (D) transnacionalização dos mercados de insumos, produção, capitais, finanças e consumo, enfatizando uma relação dialética entre o global e o CURSO ONLINE ATUALIDADES O TJ – SP PROFESSORA VIRGÍNIA GUIMARÃES 13 Profa Virgínia Guimarães www.pontodosconcursos.com.br local, de tal modo que as relações sociais locais passam a ser definidas por eventos e atores que operam no âmbito global. (E) a dominação de países ocidentais por países orientais, podendo ser considerada a derrocada final do sistema de produção capitalista. COMENTÁRIOS A letra A está incorreta porque a globalização é um fenômeno que engloba todo o mundo, inclusive países em desenvolvimento. Portanto, quando se afirma que a “globalização significa fundamentalmente transnacionalização de mercados apenas em países desenvolvidos”, como está disposto na opção A, está desconsiderando outros aspectos deste fenômeno. A globalização não se reduz apenas aos mercados e muito menos apenas aos países desenvolvidos, deste modo, esta opção está errada. A opção B também está incorreta. Novamente se limita a globalização a “comercialização, transnacionalização e produção de gêneros alimentícios”, incorrendo no erro de reduzir a alguns países do CONESUL e NAFTA. Como dito acima, a globalização é um fenômeno que engloba todo o mundo e não está localizado apenas em algumas regiões ou blocos políticos e econômicos. A letra C está incorreta. Embora num primeiro momento possa parecer correto o que está sendo afirmado nesta opção, pois a globalização realmente cria a habilidade para a mudança devido aos novos avanços tecnológicos, reduzindo assim o tempo de produção e aumentando as facilidades de comercialização de produtos em diferentes partes do mundo. Ela não reduz o espaço, na verdade ela amplia o espaço de produção e de comercialização. E, por outro lado, embora os produtos ocidentais estejam mais presentes, pois a maior parte das multinacionais e transnacionais sejam de países do Ocidente, não CURSO ONLINE ATUALIDADES O TJ – SP PROFESSORA VIRGÍNIA GUIMARÃES 14 Profa Virgínia Guimarães www.pontodosconcursos.com.br podemos excluir do processo de globalização produtos de outras partes do mundo. Assim sendo, a afirmativa torna-se incorreta ao fazer reduções e limitações que não cabem no significado de globalização. A letra D é a opção correta! Vejamos uma descrição do que vem a ser Globalização: “Globalização é um fenômeno de aprofundamento do intercâmbio político, econômico, social e cultural entre as diversas nações do planeta atualmente intensificado pelas profundas transformações e inovações científicas e tecnológicas na área da comunicação e nos transportes.” Podemos perceber que se trata de um fenômeno bastante amplo, que interconecta aspectos políticos, sociais e culturais. Quando a afirmativa diz que a globalização se caracteriza pela transnacionalização de mercados (...) e enfatiza uma relação dialética do local com o global, está afirmando exatamente essa extensa conexão promovida pela Globalização. Portanto, essa é a opção correta para responder à questão proposta. A letra E está errada, pois afirma que existe uma dominação dos países Orientais sobre os países Ocidentais (foi, inclusive, escrita de forma a tentar confundir o leitor). Afirma ainda que ela pode ser considerada a derrocada do sistema capitalista. Dois erros gritantes. Primeiro porquea maior dominação é dos países Ocidentais sobre os Orientais. E em segundo lugar, porque a globalização fortaleceu e continua fortalecendo o capitalismo e não o leva à derrocada. Gabarito: D A GLOBALIZAÇÃO E A ECONOMIA CURSO ONLINE ATUALIDADES O TJ – SP PROFESSORA VIRGÍNIA GUIMARÃES 15 Profa Virgínia Guimarães www.pontodosconcursos.com.br Bem, queridos, agora que já relembramos os principais pontos sobre globalização precisamos saber o que isso tem a ver com os fatos econômicos recentes, não é mesmo? Se eu pedisse pra você me dizer o que lhe vem a cabeça quando pensa em fato econômico atual o que você diria? Certamente a crise econômica mundial e suas sérias conseqüências na Europa seria uma das primeiras lembranças, acertei? Pois então, como poderemos compreender essa crise sem ter uma boa compreensão do fenômeno que permite com que um “erro econômico” ocorrido nos EUA atinja todo o mundo? Ou ainda que uma crise na economia grega desestabilize toda zona do euro? Aliás, você sabe como se formou essa zona? BLOCOS REGIONAIS - Generalidades Conforme já vimos, a integração econômica e política é uma consequência da globalização. Após a Segunda Guerra Mundial, os países se deram conta de que se unissem forças, eles teriam muito maior voz no cenário internacional do que se agissem isoladamente. Concomitante a isso, começam a proliferar organizações internacionais, as quais materializam a ideia de que problemas em comum da humanidade deveriam ser enfrentados pela cooperação internacional. E por que estou falando isso agora? Porque é ai que se encontra a sementinha que possibilitou o surgimento dos blocos econômicos que conhecemos hoje. Se a integração e cooperação entre os países tiveram início por motivações eminentemente políticas, podemos estar certo de que depois CURSO ONLINE ATUALIDADES O TJ – SP PROFESSORA VIRGÍNIA GUIMARÃES 16 Profa Virgínia Guimarães www.pontodosconcursos.com.br também se evidenciaram no campo econômico. Deste modo, surgiram os blocos regionais, que tiveram seu embrião na Europa e depois se espalharam às outras regiões do planeta. E foi essa expansão que originou o que hoje conhecemos como acordos preferenciais e blocos regionais, dentre os quais destacamos a União Europeia, o NAFTA e o MERCOSUL. Pessoal, quando falo de blocos regionais, há uma tendência de vocês pensarem que são todos uma coisa só, não é mesmo? Entretanto, eles possuem diferentes estágios de integração. Segundo Bela Balassa, criador da teoria da integração regional, existem os seguintes estágios de integração econômica: Área de Livre Comércio: caracteriza-se pela livre circulação de mercadorias e serviços. Dizer que há livre circulação de mercadorias significa que o substancial do comércio (a maior parte do fluxo de mercadorias) circula sem pagar impostos de importação (direitos aduaneiros) entre os países do bloco. A livre circulação de serviços, por sua vez, fica caracterizada quando não há restrições à prestação de serviços dentro do bloco. Nesse sentido, um médico do país A poderia fazer consultas normalmente no país B, sem qualquer restrição. Ou então, uma empresa de A poderia instalar-se e prestar serviços de extração de petróleo no país B. Tudo isso, é claro, se A e B fossem integrantes da área de livre comércio. Na prática, o que se verifica é que a completa liberalização do comércio de mercadorias e serviços é algo muito difícil de ser alcançado. Como exemplo de área de livre comércio, citamos o NAFTA. União Aduaneira: Na união aduaneira, além da livre circulação de mercadorias e serviços, haveria harmonização da política comercial em relação a terceiros países. Assim, os países-membros desse bloco CURSO ONLINE ATUALIDADES O TJ – SP PROFESSORA VIRGÍNIA GUIMARÃES 17 Profa Virgínia Guimarães www.pontodosconcursos.com.br comercial estabeleceriam as mesmas regras alfandegárias em relação aos não-membros. Em outras palavras, as normas de comércio exterior seriam essencialmente as mesmas em todos os países, aplicando-se, inclusive, uma Tarifa Externa Comum (TEC). A Tarifa Externa Comum (TEC) é uma tabela que estabelece as alíquotas do imposto de importação para os produtos importados de terceiros países. Imagine que o país A, B e C forme uma união aduaneira. Nesse caso, há livre circulação de mercadorias entre eles (no comércio regional não incide imposto de importação) e, ainda, cobram o mesmo imposto de importação em relação a terceiros países. Como exemplos de uniões aduaneiras citamos, o MERCOSUL e a Comunidade Andina. Mercado Comum: possui, cumulativamente, as características da união aduaneira somadas à livre circulação dos fatores de produção. Assim, não há restrições ao movimento de capitais e de pessoas. Para que seja possível a livre circulação de fatores de produção, é necessário, todavia, a harmonização das políticas previdenciária, trabalhista e de capitais entre os integrantes do bloco. Vale ressaltar que, no mercado comum, existirá, assim como na união aduaneira, uma harmonização da política comercial intrabloco (comércio livre de barreiras entre seus integrantes) e extrabloco (regras de comércio exterior unificadas, incluindo tributação). União Econômica: caracteriza-se pela harmonização das políticas econômicas dos países-membros. Integração Econômica Total: caracteriza-se pela equalização das políticas econômicas. “Mas, professora, qual a diferença entre harmonização e equalização de políticas econômicas?” CURSO ONLINE ATUALIDADES O TJ – SP PROFESSORA VIRGÍNIA GUIMARÃES 18 Profa Virgínia Guimarães www.pontodosconcursos.com.br Para ficar bem fácil de visualizar, pensemos num quadro. Nesse quadro, foi pintada uma imagem cuja simples admiração lhe traz uma sensação de bem estar. Muito provavelmente, essa tela está repleta de cores que se harmonizam, ou seja, possui cores que combinam entre si. Apesar de diferentes, uma vez juntas num mesmo contexto, elas não interferem uma na outra, resultando numa diversidade que se combina, que se harmoniza. Por outro lado, se pretendermos que essa tela fique equalizada, usaríamos uma cor só e ela estaria preenchida totalmente por apenas uma cor, ou seja, em qualquer ponto da tela, as cores utilizadas seriam exatamente iguais, tal como um quadro negro. Assim, elas também não se agrediriam, pelo simples fato de serem absolutamente iguais. No caso das políticas econômicas é a mesma coisa! Elas estarão em harmonia quando, apesar de diferentes, não ferirem ou influenciarem negativamente uma na atuação da outra. Em contrapartida, elas estarão equalizadas quando a política adotada em um país for também adotada em outra. Pra ficar mais claro fiz um esqueminha que permite vocês visualizarem bem melhor a diferença entre essas organizações que confundem tanto a cabecinha de vocês...rs 1. Área de livre comércio: livre circulação de mercadorias e serviços; 2. União aduaneira: livre circulação de mercadorias e serviços + política comum de comércio internacional em relação a terceiros países com TEC; CURSO ONLINE ATUALIDADES O TJ – SP PROFESSORA VIRGÍNIA GUIMARÃES 19 Profa Virgínia Guimarães www.pontodosconcursos.com.br 3. Mercado comum: livre circulação de mercadorias e serviços + política comum de comércio internacional em relação a terceiros países com TEC + livre circulação dos fatores de produção 4. União Econômica: livre circulação de mercadorias e serviços + política comum de comércio internacional em relação a terceirospaíses com TEC + livre circulação dos fatores de produção + HARMONIZAÇÃO das políticas econômicas entre os países membros 5. Integração econômica total: livre circulação de mercadorias e serviços + política comum de comércio internacional em relação a terceiros países com TEC + livre circulação dos fatores de produção + EQUALIZAÇÃO das políticas econômicas entre os países membros Agora acho que ficou mais claro, né??Caso contrário voltem ao fórum ok? Mas já que falamos em blocos econômicos vamso entender um pouco mais do bloco econômico mais famoso do momento: a União européia União Européia Bem, para compreender esse bloco que não sai dos telejornais devido a crise que o acomete precisamos compreender um pouco mais o que é e como se originou esse bloco, não é mesmo? Para isso, vamos fazer uma pequena regressão histórica? Por favor, não se assustem, eu juro que é pequena mesmo!!!rsrs Bem, a origem do fenômeno integracionista no continente europeu remonta ao período pós-guerra e à constituição de uma união CURSO ONLINE ATUALIDADES O TJ – SP PROFESSORA VIRGÍNIA GUIMARÃES 20 Profa Virgínia Guimarães www.pontodosconcursos.com.br aduaneira formada por Bélgica, Holanda e Luxemburgo, que ficou conhecida como BENELUX. Passados alguns anos, surgiu a Comunidade Europeia do Carvão e do Aço (CECA), cujo objetivo era a integração das indústrias do carvão e do aço dos países europeus ocidentais. Em 1957, esse bloco evoluiu para a Comunidade Econômica Europeia (CEE), também chamada de Mercado Comum Europeu. No ano de 1992, as ambições integracionistas europeias deram origem ao Tratado de Maastricht, constitutivo da União Europeia. Dentre todos os blocos regionais, a UE é o que se encontra atualmente no estágio mais avançado de integração. Como grande pilares do Tratado de Maastricht podemos citar a união econômica e monetária dos Estados-membros (moeda única), a definição e a execução de uma política externa e de segurança comum, a cooperação em matéria jurídica e a criação de uma cidadania europeia. A moeda única (euro) é uma das grandes marcas da União Europeia, concretizando a ideia de uma união monetária. A adoção do euro como moeda oficial por parte de um membro da União Europeia exige, em conformidade com o Tratado de Maastricht, certo grau de amadurecimento econômico. Assim, é necessário que haja uma estabilidade de preços – baixo índice de inflação – sustentabilidade das finanças públicas – inexistência de déficits fiscais excessivos – flutuações da taxa de câmbio dentro de margens normais e baixas taxas de juros de longo prazo. O euro (€) é provavelmente a realização mais tangível da União Européia, já que a moeda única é partilhada por 16 países (2009), que representam mais de dois terços da população da União. E outros ainda irão adotar o Euro, assim que as suas economias estejam preparadas. CURSO ONLINE ATUALIDADES O TJ – SP PROFESSORA VIRGÍNIA GUIMARÃES 21 Profa Virgínia Guimarães www.pontodosconcursos.com.br Todas as notas e moedas em euros podem ser usadas nos países onde o euro é aceite. Enquanto as notas são sempre iguais, as moedas têm uma face comum e outra que ostenta um símbolo nacional do país emissor. Países da União Europeia que usam o euro: Alemanha, Áustria, Bélgica, Chipre, Eslováquia, Eslovénia, Espanha, Finlândia, França, Grécia, Irlanda, Itália, Luxemburgo, Malta, Países Baixos e Portugal. Atualmente, fazem parte da União Europeia 27 membros, havendo ainda três outros Estados em processo de adesão: Macedônia, Turquia e Croácia. O processo de adesão à União Europeia consiste em preparar os países candidatos para cumprirem as obrigações decorrentes da qualidade de Estado membro. Assim, para a adesão ao bloco, exige-se o cumprimento dos requisitos conhecidos como critérios de Copenhague, que consistem em requisitos políticos, econômicos e de aplicação da legislação européia. Quando a União Europeia foi efetivamente criada pelo Tratado de Maastricht em 1992, ela era integrada por apenas 12 membros. Hoje são mais de 27 membros, o que reclama um aperfeiçoamento da estrutura dessa instituição. Dessa forma, o Tratado de Lisboa foi assinado em dezembro de 2007 pelos 27 Estados-membros da União Europeia com vistas a dotar a União Europeia de uma estrutura institucional e jurídica que lhe permita fazer frente aos desafios atuais. Dentre as principais mudanças a serem introduzidas pelo Tratado de Lisboa podemos citar: � Melhoria do processo de tomada de decisão no âmbito da União Europeia; � Reforça a democracia através da atribuição de um papel mais importante ao Parlamento Europeu (maior número de CURSO ONLINE ATUALIDADES O TJ – SP PROFESSORA VIRGÍNIA GUIMARÃES 22 Profa Virgínia Guimarães www.pontodosconcursos.com.br matérias sujeitas ao processo de co-decisão) e aos parlamentos nacionais; � Criação da figura de um presidente estável da União, eleito por um período de dois anos e meio, renovável uma vez; � Criação do cargo de Alto Representante da União para Relações Exteriores e a Política de Segurança, que será simultaneamente vice-presidente da Comissão Europeia; � Possibilidade de que um grupo de 1 milhão de cidadãos da União Europeia, de um número significativo de Estados dirija-se diretamente à Comissão Europeia para solicitar a apresentação de uma proposta legislativa (iniciativa popular); � Possibilidade dos Estados de abandonar a União. Em 1º de dezembro de 2009, o Tratado de Lisboa entrou em vigor, após a ratificação por todos os 27 membros da União Européia. Esse processo de ratificação não foi, todavia, realizado de forma tranquila. As maiores dificuldades foram na ratificação pela Irlanda, que em virtude de especificidades de sua legislação, teve que submeter o Tratado de Lisboa a referendo popular. Na primeira vez em que ele foi submetido a esse processo, os irlandeses responderam de forma negativa. Somente em uma segunda oportunidade o Tratado de Lisboa foi aceito pela população irlandesa. A União Europeia, apesar de ser um bloco que atingiu elevado nível de integração, ainda apresenta fortes assimetrias internas. Isso ficou particularmente evidente com o ingresso em 2004 e 2007 de 12 (doze) novos membros à União. Dentre estes, 10 (dez) são países do Leste Europeu, oriundos do antigo bloco socialista, o que evidencia uma significativa mudança política nos destinos da região. CURSO ONLINE ATUALIDADES O TJ – SP PROFESSORA VIRGÍNIA GUIMARÃES 23 Profa Virgínia Guimarães www.pontodosconcursos.com.br Recentemente, o fato que mais chama a atenção e que tem aparecido como objeto de cobrança em provas de Atualidades/Conhecimentos Gerais é a crise financeira atravessada por países europeus pois apesar de fazerem de tudo para ter o melhor sistema econômico possível, a união européia foi duramente atingida pela crise e somente na Espanha, 52,9% dos jovens não têm emprego. Portanto o mercado de trabalho na zona do euro atingiu, em julho, um recorde negativo. Os dois países que registraram as piores taxas de desemprego na zona do euro foram Grécia e Espanha, ambos duramente atingidos pela crise da dívida. Vejamos a seguir algumas questões sobre a União Européia! 4(ESAF/ MI-2012)A formação de blocos de países é uma característica marcante da ordem global contemporânea. A União Europeia (UE) é, provavelmente, o melhor exemplo de superação de históricas divergências para o êxito do projeto integracionista. No que se refere à UE e aos seus mais recentes problemas, assinale a opção correta Aoliderarem o processo de criação da UE, Alemanha e França reafirmaram os laços da histórica aliança que os une, fato decisivo para assegurar o isolamento do Reino Unido no contexto continenta b) A atual crise a envolver a UE é essencialmente financeira, colocando em sério risco a estabilidade do euro, moeda única adotada por todos os países integrantes do bloco. c) Com o objetivo de superar a atual crise e depois de difíceis negociações, os países da UE decidiram que as respectivas Constituições nacionais deverão incluir a obrigatoriedade de orçamentos equilibrados. CURSO ONLINE ATUALIDADES O TJ – SP PROFESSORA VIRGÍNIA GUIMARÃES 24 Profa Virgínia Guimarães www.pontodosconcursos.com.br d) A exclusão da zona do euro de países com economia em crise, como Grécia, Itália, Portugal e Espanha, foi uma saída radical entendida como necessária para salvar o projeto integracionista europeu. e) Demonstrando absoluta maturidade política e compreensão acerca da gravidade da situação, a opinião pública dos países em crise econômica, a exemplo da grega e da portuguesa, apoiou as medidas de austeridade propostas. Comentários Vejam que essa questão caiu agorinha, a muito pouco tempo Bem, amigos, vejamos o que está errada em cada uma das questões, já que apenas uma está correta, como afirma o enunciado A letra A está errada, pois o Reino Unido faz parte SIM da União Européia, mas muita gente se confundi com isso pelo fato deles não terem adotado o euro como moeda. A letra B também está errada, pois como vimos no caso do Reino Unido (que ainda possui a libra esterlina) nem todos os países do bloco adotaram o Euro como prática monetária oficial. A letra C é a alternativa correta, pois no mês de Abril de 2012 os líderes europeus adotaram numa reunião extraordinário da Comissão Européia, um novo tratado orçamentário para reforçar a disciplina comum, implementando a "regra de ouro", que impõe o equilíbrio das contas. Essa regra nada mais é do que os países se comprometendo a ter orçamentos equilibrados ou com superávit, ou seja, chegar a médio prazo a um déficit estrutural (fora de elementos excepcionais e do serviço da dívida) de um máximo de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB). Os países que tiverem uma dívida global moderada, abaixo de 60% do PIB, terão direito a um déficit estrutural tolerado de 1%. CURSO ONLINE ATUALIDADES O TJ – SP PROFESSORA VIRGÍNIA GUIMARÃES 25 Profa Virgínia Guimarães www.pontodosconcursos.com.br O tratado prevê uma correção automática em caso de desvio da meta, com a obrigação de adotar medidas corretivas durante um certo tempo. Deste modo, pessoal, um país que violar esta regra ficará mais facilmente exposto a sanções quase automáticas. Mas o importante mesmo, é saber que a regra de ouro deverá ficar preferencialmente inscrita na Constituição de cada país, ainda que não seja uma obrigação. Um texto de lei basta se seu valor jurídico garantir que não será questionada de forma recorrente. A letra D está errada, pois não houve nenhuma exclusão de país da Zona do Eur. A letra E está errada. Há muitos protestos contra as medidas de austeridade, principalmente na Grécia. 5(CESPE / Analista de Empresa de Comunicação Pública - Advocacia – EBC / 2011) Atualmente, o euro, moeda adotada em todos os países integrantes da União Europeia, passa por crise de grande dimensão, principalmente em razão da instabilidade econômica em alguns países do bloco, como Grécia, Portugal e, em especial, Rússia. COMENTÁRIOS Afirmativa incorreta. Existem alguns erros que invalidam a afirmação apresentada. Primeiro erro: não são todos os 27 países que fazem parte da União Europeia (UE) que adotaram o euro. Exemplos de membros da UE que não adotam atualmente o euro: Bulgária, Dinamarca, Suécia, entre outros. Segundo erro: a Rússia não faz parte nem da UE, nem da zona euro. CURSO ONLINE ATUALIDADES O TJ – SP PROFESSORA VIRGÍNIA GUIMARÃES 26 Profa Virgínia Guimarães www.pontodosconcursos.com.br De resto, como já vimos acima, o euro realmente passa por crise propiciada principalmente pela instabilidade econômica e dívidas públicas de alguns países. Entre eles estão Portugal, Espanha, Itália, principalmente, Grécia, o que apresenta crise mais agravada até agora. Gabarito: Errado 5(FCC / Escriturário-Banco do Brasil / 2011) BRUXELAS − Os líderes da União Europeia ordenaram a "liberação até o início de julho" do novo pacote de socorro para [o país] e prometeram fazer "o que for necessário" para manter a estabilidade cambial, de acordo com um esboço da declaração da cúpula do grupo realizada nesta quinta-feira, 23. [junho/2011] "Os chefes de Estado e de governo da zona do euro pediram aos ministros das Finanças para completarem o trabalho sobre esses elementos para permitir a implementação até o início de julho", destacou o documento, fazendo referência a um "financiamento adicional", após o empréstimo de € 110 bilhões concedido no ano passado [ao país]. (http://economia.estadao.com.br/noticias/not_72976.htm) O país a que se refere a notícia acima é (A) a Alemanha. (B) a Ucrânia. (C) o Reino Unido. (D) a Grécia. (E) a República Checa. COMENTÁRIOS CURSO ONLINE ATUALIDADES O TJ – SP PROFESSORA VIRGÍNIA GUIMARÃES 27 Profa Virgínia Guimarães www.pontodosconcursos.com.br A letra D, Grécia, é a resposta correta. Como pudemos observar em questões anteriores e também ao longo da aula, não resta dúvida que esta questão faz referência à Grécia, não é mesmo? Gabarito: D 6) (CESPE / Escriturário – BRB / 2011) Mesmo após a aprovação do pacote fiscal, a União Européia se recusou a conceder novos empréstimos aos gregos, dado o caráter contraproducente desse tipo de medida, que poderia incentivar outros países a contrair dívidas sem condições de honrá-las no futuro. COMENTÁRIOS Afirmativa errada. Ao contrário do que diz a afirmação, os líderes da União Européia fizeram sim novas concessões de empréstimos à Grécia. Portanto, quando a questão diz que a UE recusou novos empréstimo, torna a afirmativa incorreta. A situação grega ainda é bastante indefinida. A princípio tinha sido aprovado um pacote de ajuda financeira ao país, mas a situação grega não deu sinal de melhoras durante todo ano de 2011. Mesmo tendo adotado medidas de austeridade para economizar, como por exemplo, o congelamento dos salários do setor público e o aumento de impostos, a situação do país ainda não tinha apresentado sinal de melhoras. Nesse sentido, novas negociações foram feitas para tentar obter mais ajuda tanto da UE quanto do FMI. Mas, as implicações para a sociedade na Grécia são enormes, uma vez que a ajuda vem acompanhada de uma série de exigências e restrições que devem ser obedecidas. Tais medidas de austeridade acabaram levando manifestantes às ruas, essas manifestações continuam ainda agora em CURSO ONLINE ATUALIDADES O TJ – SP PROFESSORA VIRGÍNIA GUIMARÃES 28 Profa Virgínia Guimarães www.pontodosconcursos.com.br janeiro numa clara demonstração de contrariedade da população contra as exigências do FMI e da UE. Gabarito: Errado Bem, pessoal, agora que já compreendemos bem o que é essa tal União Européia já podemos entender bem melhor como a crise que acomete um país da zona do euro acaba afetando praticamente todos os outros, não é mesmo? Mas, pra ficar ainda mais claro é preciso, vamos precisar compreender a origem de toda essa crise, pois, ainda que poucas pessoas se lembrem em 2008 tivemos uma das piorescrises econômicas já vivenciadas. CRISE FINANCEIRA MUNDIAL Hoje em dia, sempre quando ligamos a TV só ouvimos falar em crise financeira, não é mesmo? Portanto, esse é um assunto fatalmente importante pra nossa disciplina e, por isso, vamos analisar as últimas que balaram – e ainda abalam – tanto a economia mundial, ok? A economia mundial atingiu meados de 2009 afundada na pior crise desde o fim da Segunda Guerra Mundial, afetando de uma só vez os Estados Unidos, a Europa Ocidental e o Japão. Em outras palavras, a crise econômica afetou os principais pólos econômicos mundiais, os quais sofreram redução drástica em suas atividades produtivas. Nos países da União Europeia, onde a moeda utilizada é o euro, os principais índices econômicos mostraram que a queda nas atividades econômicas foi acima de 20%, o que resultou em dolorosos meses de CURSO ONLINE ATUALIDADES O TJ – SP PROFESSORA VIRGÍNIA GUIMARÃES 29 Profa Virgínia Guimarães www.pontodosconcursos.com.br retração econômica. Do mesmo modo, os EUA cruzam a mais extensa depressão em 64 anos. Ora, num mundo economicamente integrado como o nosso, a queda das atividades nos países da União Europeia certamente afetará o Brasil, que deixará de exportar laranjas, ou a Argentina, que perderá a venda de carne, por exemplo. Tudo bem! Que a crise afetou o mundo inteiro, não é novidade pra ninguém. Mas afinal, como ela começou? A grande responsável pelo desencadeamento desta crise econômica foi a falência do mercado imobiliário dos EUA, que ficou conhecida como o estouro da “bolha imobiliária”. Em agosto de 2007, duas grandes companhias de financiamento de imóveis norte-americanas quebraram e foi ai que tudo começou. Essas empresas faliram porque a maioria das pessoas que haviam tomado empréstimos para comprar casas não estava conseguindo arcar com os custos das prestações, que encareciam a cada dia devido ao aumento da taxa de juros. Aproximadamente um ano depois, diversos bancos norte- americanos, que possuíam boa parte de seu patrimônio composto de papéis baseados nesses empréstimos que não estavam sendo pagos foram arruinados também. Atravessando sérias dificuldades financeiras, esses bancos pararam de contribuir para a execução de atividades em- presariais, o que atacou diretamente a economia dos EUA. E ai vocês podem querer saber: como uma forte crise lá pode ter tanta força no restante do mundo? Vocês se lembram que eu tinha falado antes da hegemonia capitalista americana? Pois bem, como os EUA são responsáveis por pelo menos um quarto da produção mundial, todo o mercado internacional sofreu as consequências de sua crise. CURSO ONLINE ATUALIDADES O TJ – SP PROFESSORA VIRGÍNIA GUIMARÃES 30 Profa Virgínia Guimarães www.pontodosconcursos.com.br Mas, pessoal, é claro que isso foi só uma descrição sumária de alguns dos principais elementos da crise mundial em questão que, como todas as anteriores, possuem muitas peculiaridades. Essa, por exemplo, pouco tempo depois de seu início, começou a ser comparada à crise de 1929 devido, justamente, ao aspecto global da turbulência financeira. Pensem agora sobre alguns dados da crise de 1929. É claro que os detalhes daquela crise possivelmente não nos venha à mente nesse momento, mas com certeza nos lembramos do choque mundial proporcionado por ela, não é mesmo? Naquela ocasião, mais de 9 mil bancos e 85 mil empresas faliram e a cotação de suas ações despencou. Além disso, os salários se reduziram e o desemprego atingiu os maiores índices da História. A situação só começou a melhorar quando o presidente Franklin Roosevelt assumiu a presidência dos EUA e colocou em prática, como vimos acima, um plano de reformas econômicas e sociais que intervieram diretamente na economia americana. Só para melhor exemplificar, Roosevelt criou: frentes de trabalho, mecanismos de controle de crédito, um banco para financiar as exportações, fixou salários mínimos, limitou a jornada de trabalho e ampliou o sistema de previdência social. E só a partir da intervenção do Estado na Economia, ao contrário do que prega o neoliberalismo, é que o mundo foi gradualmente se recuperando daquela crise mundial. Se naquela época, quando as economias do mundo nem estavam ainda tão interligadas como atualmente, já houve caos mundial, imagina agora, não é? E o Brasil, como fica nossa economia diante desta crise? Em outros tempos, certamente o Brasil seria muito mais castigado do que foi agora, quando esteve relativamente preservado. CURSO ONLINE ATUALIDADES O TJ – SP PROFESSORA VIRGÍNIA GUIMARÃES 31 Profa Virgínia Guimarães www.pontodosconcursos.com.br Isso se deu porque, atualmente, as exportações brasileiras para o mercado dos Estados Unidos representam menos de 20% do nosso total de exportações. Todavia, o que num primeiro momento pode parecer vantagem não é exatamente uma! Mas, por que não? Vocês poderiam dizer: “Ora, ainda restam 80% das exportações para serem vendidas para diferentes países do mundo, então dos males o menor!” Essa lógica seria perfeita se os outros países do mundo não estivessem fortemente vinculados à economia norte-americana! Mas vocês sabem que essa não é a realidade! Dessa forma, pessoal, tal como um dominó enfileirado, a queda da primeira peça leva à queda sequencial das outras que se posicionam atrás dela. “Ué, mas então eu não entendi! Os EUA em crise, os outros países exportadores em crise, como o Brasil pode não ter sido afetado tão fortemente pela recessão?” Pra não ficarmos falando de números e nos atermos ao que é mais importante, precisamos compreender que o nosso sistema financeiro é bem regulamentado e suas regras de financiamento são muito mais rígidas do que as existentes em outros países. Pensem em como é complicado e burocrático financiar uma casa própria no Brasil! Toda essa burocracia existe para contribuir com as financeiras, que exigem todo tipo de documentação para comprovar que o cidadão é capaz de arcar com aquela despesa, para evitar ao máximo o número de calotes – ao contrário dos EUA onde o crédito imobiliário é extremamente fácil. Além disso, o governo brasileiro tomou medidas que estimulassem o consumo interno, como por exemplo, a redução de IPI em uma série de produtos. Tenho certeza que todos vocês se cansaram de ver propagandas na TV sobre vendas de carros e de toda a linha CURSO ONLINE ATUALIDADES O TJ – SP PROFESSORA VIRGÍNIA GUIMARÃES 32 Profa Virgínia Guimarães www.pontodosconcursos.com.br branca (fogões, geladeiras, etc.) com redução de IPI, não é? Essa foi justamente uma das estratégias adotadas pelo Brasil para diminuir o impacto da crise no mercado interno, o que, de certa forma, deu certo! Infelizmente, essas medidas não foram suficientes para evitar que a crise mundial chegasse ao Brasil. Elas diminuíram sua força, mas não conseguiram impedir totalmente que seu impacto fosse sentido por aqui. Por possuir como uma das bases da economia nacional a exportação de mercadorias, principalmente para países ricos, não poderia ser diferente e também tivemos nossas vendas afetadas. Vamos dar uma olhada em como esse assunto já foi cobrado em prova. 7(CESPE / IRB / 2010) Acerca da atual crise econômica internacional, julgue C ou E. I – Além de envolver grandes bancos e o sistema financeiro internacional, a crise atual tem sido considerada uma crise de paradigmas, em particular da certeza de que os mercados podem autorregular-se e recuperar o equilíbrio automaticamente, dispensando a intervenção doEstado. II – Diante da crise, as instituições de Bretton Woods não conseguiram propor soluções concretas por ocasião da reunião de Cúpula do G 20 realizada em Londres em 2009. III – Como membro do G-20, o Brasil insistiu na necessidade de se prover a economia mundial com créditos para o desenvolvimento, incrementar a regulação financeira, desenvolver políticas anticíclicas e combater os paraísos fiscais. IV – Apesar de discordar da resistência de países ricos em realizar reformas nos organismos multilaterais, como o FMI e o CURSO ONLINE ATUALIDADES O TJ – SP PROFESSORA VIRGÍNIA GUIMARÃES 33 Profa Virgínia Guimarães www.pontodosconcursos.com.br Banco Mundial, o Brasil comprou títulos emitidos pelo Fundo em 2009. Marque a alternativa a) se todos os itens estiverem corretos. b) se todos os itens estiverem errados. c) se somente os itens II, III e IV estiverem corretos. d) se somente os itens I, II e IV estiverem corretos. e) se somente o item I estiver correto. COMENTÁRIOS Pessoal, apesar dessa questão ser de 2010 ela continua muito atual justamente por ter sido o estopim de tudo o que ainda hoje vemos na Europa, sobretudo! A primeira assertiva está correta. Que a recente crise econômica envolveu grandes bancos e o sistema financeiro internacional nós já temos certeza, não é mesmo? Todavia, para entender o porquê essa crise representou também uma quebra de paradigmas, é preciso saber qual era a crença econômica dominante. Desde o Consenso de Washington, as políticas neoliberais são preponderantes e, com elas, a crença de que o mercado tem capacidade para autorregular-se. Todavia, diante da crise, economistas e governos se viram diante de um beco sem saída. Eles perceberam que o Estado não poderia ficar inerte e deveria intervir para estimular a economia, o que representou uma quebra dos paradigmas neoliberais. Dessa forma, o que a crise mostrou empiricamente? Ela mostrou que, mesmo no capitalismo financeiro, que se baseia no poder das empresas e capitais privados, a economia ainda precisa da ajuda do Estado pra não entrar em colapso. Deste modo, a certeza de que os mercados podiam se autorregular independentemente da intervenção do CURSO ONLINE ATUALIDADES O TJ – SP PROFESSORA VIRGÍNIA GUIMARÃES 34 Profa Virgínia Guimarães www.pontodosconcursos.com.br Estado se evapora, desembocando sim numa crise do paradigma liberal. Voltamos, portanto, às ideias keynesianas de intervenção estatal. A segunda assertiva está correta. Para compreendermos este item, há três informações importantes que devemos saber: 1 – O que é Bretton Woods? 2 – O que é o G20? 3 – O que foi estabelecido no último encontro do G20 em 2009? Bem, amigos, no início de nossa aula, já vimos que Bretton Woods foi o nome dado a uma conferência realizada quase ao final da Segunda Guerra com o objetivo de conduzir a política econômica mundial. Por ter sido o primeiro modelo de uma ordem econômica totalmente negociada para reger as relações entre Estados ele foi responsável pela criação de instituições que regulassem seus objetivos: FMI e BIRD. Bom, outro ponto importante para que respondêssemos corretamente essa pergunta era compreender o que é o G20. O G20 foi criado em 1999 ao término de uma década marcada por agitações econômicas na Ásia, México e Rússia. Ele foi instituído como forma dos países ricos reconhecerem a importância dos países emergentes, que se apresentaram capazes de colocar os mercados em risco com suas inconstâncias. Assim, pessoal, a verdade é que não há regras formais para se adentrar no G20, mas é nítida a intenção de se reunir num mesmo grupo os países mais desenvolvidos e os que estão em desenvolvimento. “Ok, professora! Mas esses países se juntam e fazem o quê, afinal?” Então, quando se reúnem os representantes da equipe que compõem o G20, seus dirigentes debatem os mais diversos temas de CURSO ONLINE ATUALIDADES O TJ – SP PROFESSORA VIRGÍNIA GUIMARÃES 35 Profa Virgínia Guimarães www.pontodosconcursos.com.br interesse comum, como assuntos orçamentários, monetários, comerciais, energéticos, soluções para o crescimento e formas de combater o financiamento ao terrorismo. Por exemplo, na reunião do G20 ocorrida em abril de 2009, em Londres, o foco principal foi a crise financeira. Durante o encontro, representantes de vários países solicitaram medidas que respondessem à depressão econômica global. Isso significou que todos os países do G20 se dispuseram a se empenhar em estabilizar o sistema financeiro e difundir os fundamentos de uma economia sustentável. Para isso seria necessário resguardar o livre comércio e evitar o aumento do protecionismo, ponto em que todos os países se manifestaram a favor e se propuseram a tomar medidas concretas. Apesar dessa decisão, não foram adotadas medidas concretas pelas instituições de Bretton Woods, ou seja, a assertiva está correta. A terceira assertiva está correta. Como membro do G20, o Brasil esteve na presidência rotativa da organização e, em 2008, apresentou como pontos de discussão a competição nos mercados financeiros, desenvolvimento econômico e elementos fiscais de crescimento e desenvolvimento. Assim, é correto afirmar que o Brasil insistiu sim na necessidade de prover a economia mundial com créditos para seu desenvolvimento. O Brasil também se posicionou a favor do aumento da rigidez na regulação financeira. Conforme o próprio ministro da fazenda Guido Mantega afirmou, a falta de regulação no mercado financeiro dos EUA foi a raiz da crise econômica global. A quarta assertiva está correta. Muito se noticiou na mídia no ano passado que o Brasil havia, pela primeira vez, emprestado dinheiro ao FMI, vocês se lembram? Na verdade, o Brasil se tornou um credor do CURSO ONLINE ATUALIDADES O TJ – SP PROFESSORA VIRGÍNIA GUIMARÃES 36 Profa Virgínia Guimarães www.pontodosconcursos.com.br FMI ao comprar US$10 bilhões em notas dessa organização internacional. É como se o Brasil tivesse dado dinheiro ao FMI e em troca recebeu essas notas, que nada mais são do que papéis que dão direito ao recebimento de valores! Gabarito: A CRISE EUROPEIA Creio que, justamente por ser a mais atual, essa é a crise que mais nos interessa por ter maior probabilidade de ser cobrada, já que quando se fala em Europa vem logo à mente a crise financeira e a turbulências de mercado pela qual a maioria dos países daquele continente está passando. Mas, daí vem a pergunta: por que a Europa passa por uma crise? Bem, pessoal, o fato é que a crise tem um caráter tão sério que líderes das maiores economias mundiais deram início em novembro do ano passado - em Cannes, na França - à tentativa de resolver uma das crises mais profundas do capitalismo. A reunião do G20, o grupo dos países mais desenvolvidos ocorreu num contexto em que União Europeia e Estados Unidos se viram novamente afetados pelo baixo crescimento, um problema iniciado em 2008 e que ganhou novos contornos. Se na crise de 2008 os bancos estavam no centro do impasse, agora o problema é outro... Agora, a capacidade dos Estados pagarem suas dívidas soberanas é que foi colocada em questão. Deste modo, podemos dizer que é a origem dos recursos que outrora socorreram as instituições financeiras e ajudaram a reaquecer a economia que, neste momento, concentra as maiores preocupações. CURSO ONLINE ATUALIDADES O TJ – SP PROFESSORA VIRGÍNIA GUIMARÃES 37 Profa Virgínia Guimarães www.pontodosconcursos.com.br Assim, podemosentender que formação da crise na zona do euro aconteceu, fundamentalmente, por problemas fiscais. Alguns países, como a Grécia, gastaram mais dinheiro do conseguiram arrecadar por meio de impostos nos últimos anos. Para se financiar, passaram, então, a acumular dívidas. Assim, a relação do endividamento sobre PIB de muitas nações do continente ultrapassou significativamente o limite de 60% estabelecido no Tratado de Maastricht, de 1992, que criou a zona do euro (veremos isso mais à frente, ok?). No caso da economia grega, a razão dívida/PIB é mais que o dobro deste limite. A desconfiança de que os governos da região teriam dificuldade para honrar suas dívidas fez com que os investidores passassem a temer possuir ações, bem como títulos públicos e privados europeus. Os principais países que enfrentam a situação de crise são: Portugal, Irlanda, Itália, Grécia e Espanha – que formam o chamado grupo dos PIIGS. Estes países são os que se encontram em posição mais delicada dentro da zona do euro, exatamente porque foram os que atuaram de forma mais indisciplinada nos gastos públicos e se endividaram excessivamente. Além de possuírem elevada relação dívida/PIB, estes países possuem pesados déficits orçamentários ante o tamanho de suas economias. Como não possuem sobras de recursos (chamado superávit), entraram no radar da desconfiança dos investidores. Outro dia tive uma pergunta interessante no fórum sobre essa crise que gostaria de partilhar com vocês. A aluna perguntou por que a crise na Grécia era a que tinha mais visibilidade na mídia já que não era o único país que enfrentava dificuldade? Já pensaram sobre isso? CURSO ONLINE ATUALIDADES O TJ – SP PROFESSORA VIRGÍNIA GUIMARÃES 38 Profa Virgínia Guimarães www.pontodosconcursos.com.br Acho que vou deixar vocês curiosos e só respondo no fórum de novo...rsrsrs Vejamos como esses assuntos aparecem nas prova! :-P 8(CESGRANRIO/ Escriturário- BB / 2012 ) Em novembro de 2011, o governo da Grécia desistiu de convocar um referendo popular, cedendo à pressão dos líderes europeus preocupados com o futuro do continente. Esse referendo popular decidiria sobre a(o) (A) presença das forças militares da OTAN na Europa (B) pacote de socorro financeiro do resto da Europa (C) efeito político da Primavera Árabe na economia grega (D) aliança estratégica com os países dos Bálcãs (E) ajuda humanitária oferecida pelas Nações Unidas COMENTÁRIOS Bem, pessoal essa questão aqui é bem recente pois foi cobrada na prova do BB deste ano, portanto, está bem fresquinha. A alternativa correta é a letra B. No último dia do mês de outubro do ano passado, o primeiro-ministro da Grécia, George Papandreou, surpreendeu a todos anunciando que iria convocar um referendo sobre a adoção das medidas anticrise aprovadas pelos líderes da União Europeia. Papandreou, no entanto, defendia a necessidade do referendo afirmando que este era um assunto que determinava o futuro do país e, portanto, o cidadão tem a primeira palavra. O último referendo realizado na Grécia tinha ocorrido em 1974, quando a monarquia foi abolida, meses depois do colapso da ditadura militar. CURSO ONLINE ATUALIDADES O TJ – SP PROFESSORA VIRGÍNIA GUIMARÃES 39 Profa Virgínia Guimarães www.pontodosconcursos.com.br Todavia, após forte pressão da União Europeia, o referendo popular foi cancelado e o pacote de medidas de austeridade fiscal para combater a crise econômica que afeta o país foi aprovado depois de intensos debates entre os países da zona do euro. Gabarito: B 10(CESPE / Escriturário – BRB / 2011 / com adaptações) Com referência à aprovação, em junho de 2011, e à repercussão, na Europa, do conjunto de medidas econômicas e fiscais proposto pela Grécia para conter a crise econômica no país, julgue os itens a seguir. I – Mesmo após a aprovação do pacote fiscal, a União Européia se recusou a conceder novos empréstimos aos gregos, dado o caráter contraproducente desse tipo de medida, que poderia incentivar outros países a contrair dívidas sem condições de honrá-las no futuro. II – A população da Grécia reagiu à aprovação das medidas de contenção da crise propostas pelo governo, promovendo greve geral e manifestações políticas nas ruas da capital do país, Atenas. III – O aprofundamento da crise na Grécia deveu-se à recusa do governo local em adotar o euro como moeda nacional, fato que impediu esse país de se beneficiar do ciclo de crescimento econômico europeu da primeira década do século XXI. IV – Além da Grécia, outros países europeus, como Espanha, Itália, Portugal e Irlanda, também podem ser afetados pela crise econômica, em razão das dificuldades que eles enfrentam para pagar suas dívidas públicas. Marque a alternativa correta a) EECC b) ECCE CURSO ONLINE ATUALIDADES O TJ – SP PROFESSORA VIRGÍNIA GUIMARÃES 40 Profa Virgínia Guimarães www.pontodosconcursos.com.br c) ECEC d) CCCC e) CCEE COMENTÁRIOS A afirmativa I está errada. Ao contrário do que diz a afirmação, os líderes da União Europeia fizeram sim novas concessões de empréstimos à Grécia. Portanto, quando a questão diz que a UE recusou novos empréstimo, torna a afirmativa incorreta. Como vimos anteriormente a situação grega ainda é bastante indefinida e o país está lutando para sair da complicada situação em que se encontra, muitas vezes sacrificando sua própria população. A assertiva II está correta. Como já foi dito em questões anteriores, para tentar resolver a situação financeira grega foram aplicadas medidas de austeridade, até como uma forma de atender às exigências da UE e FMI. Mas, a população da Grécia não aceitou, nem tem aceitado, essas imposições de forma tranquila. Uma das formas encontradas para mostrar o descontentamento foi por meio de greves organizadas em várias partes da Grécia e que continuam sendo noticiadas ainda agora. Exemplo claro deste tipo de manifestação, ocorreu há um ano atrás no dia 20 de setembro de 2011, quando houve uma greve que paralisou os transportes públicos em Atenas, afetando também muitos vôos, já que os controladores aéreos aderiram ao movimento. A manifestação foi um protesto contra a fusão de diversas empresas do setor de transportes e pela demissão ou aposentadoria antecipada de muitos trabalhadores, medidas adotadas em nome dos acordos internacionais feitos a partir da ajuda financeira que o país vem recebendo. Deste modo, pessoal, a afirmativa está realmente certa. CURSO ONLINE ATUALIDADES O TJ – SP PROFESSORA VIRGÍNIA GUIMARÃES 41 Profa Virgínia Guimarães www.pontodosconcursos.com.br A afirmativa III está incorreta. O erro da afirmativa está no fato de dizer que o governo grego se negou a adotar o euro como moeda corrente. Na verdade, a Grécia foi o primeiro país a aderir ao euro (em 2001) depois de sua introdução na Europa, em 1999. O que realmente levou o país à situação em que hoje se encontra foram os altos gastos que a Grécia teve na última década. Principalmente devido aos gastos públicos e salários do funcionalismo. Para tentar resolver a situação recorreu a empréstimos pesados, o que fazia a dívida externa do país crescer vertiginosamente. Em 2009, em plena crise mundial de crédito, os cofres públicos gregos eram esvaziados, não tendo receitas suficientes para cobri-los. O crescimento da dívida externa da Grécia deixou os investidores relutantes em emprestar mais dinheiro ao país, fazendo com que os juros da dívida aumentassem muito. Para tentar resolver a situação, em abril de 2010, a Gréciaentrou com pedido oficial de ajuda na União Européia e no FMI. Mas, sua situação continua se agravando de lá para cá. A afirmativa IV está certa. É isso mesmo, além da Grécia, outros países da zona do euro estão passando por dificuldades, principalmente no que se refere às dívidas públicas. O caso mais grave é o da Itália, tendo um estoque de dívida mais elevado, mas outras regiões, como Espanha, Irlanda, Portugal, Chipre e mais recentemente, a França também correm o risco de serem afetadas pela crise. Em julho a taxa de juros dos títulos da dívida pública dos governos italiano e espanhol subiu, levando o Banco Central Europeu (BCE) a procurar formas de reverter a situação. No caso francês, a preocupação diz respeito à exposição dos bancos deste país à “periferia” da zona do euro, principalmente Grécia e Itália e suas dificuldades. a n t e n o r j o s ? g i o n g o 2 3 2 6 8 2 5 5 9 4 9 CURSO ONLINE ATUALIDADES O TJ – SP PROFESSORA VIRGÍNIA GUIMARÃES 42 Profa Virgínia Guimarães www.pontodosconcursos.com.br Houve uma queda nos preços das ações destes bancos franceses, similares aos declínios sofridos pelos bancos italianos. Gabarito: C Bem, pessoal, depois de falar tanto da Grécia acho que nem precisaremos esperar o fórum para saber que ela tem maior visibilidade porque além da crise econômica que se instalou no país, temos ali também uma grave crise política e social o que torna qualquer medida “anticrise” mais difícil de ser efetivada, não é mesmo? Por isso ela causa maior medo aos órgãos internacionais e repercutem tanto na imprensa, entenderam? MERCOSUL Bem, meus amigos, não podíamos encerrar essa aula sem falar de um dos maiores rebuliços econômicos deste ano: a entrada da Venezuela no Mercosul, não é mesmo? Ainda que estejamos num estágio muito diferente da União européia já demos alguns passos importantes para, quem sabe um dia, atingir o nível de liberalização e homogeneização econômica que eles possuem. Portanto, não podemos esquecer que temos, aqui bem pertinho de nós, um importante mercado do qual fazemos parte e que assume , cada vez mais, uma enorme importância pra todos nós: o MERCOSUL. O MERCOSUL é um bloco regional constituído por Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai e Venezuela (desde 31 de julho de 2012) que tem por objetivo formar um mercado comum. Esse estágio de integração pressupõe a livre circulação de mercadorias e serviços entre CURSO ONLINE ATUALIDADES O TJ – SP PROFESSORA VIRGÍNIA GUIMARÃES 43 Profa Virgínia Guimarães www.pontodosconcursos.com.br seus membros, uma política comercial comum em relação a terceiros países e a livre circulação dos fatores de produção. As origens do MERCOSUL estão na Declaração de Iguaçu, que formalizou a cooperação econômica entre Brasil e Argentina no ano de 1985. Posteriormente, Fernando Collor de Melo e Carlos Menem assinaram em 1990 a Ata de Buenos Aires, visando à integração econômica entre esses dois países. Em 1991, com a assinatura do Tratado de Assunção e a entrada de Uruguai e Paraguai no bloco, surge o MERCOSUL. Ainda falta muito para o MERCOSUL atingir objetivo de constituição de um mercado comum, pois há uma série de dificuldades políticas e institucionais que impedem o aprofundamento da integração regional. Em primeiro lugar, os países que integram o MERCOSUL são economicamente muito heterogêneos. Enquanto o Brasil e Argentina possuem economias maduras, o Paraguai ainda é uma economia bem frágil. Em termos políticos, o Brasil goza de maior prestígio no cenário internacional e sua política externa tem objetivos ambiciosos, como conquistar um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU. No que diz respeito às dificuldades institucionais do MERCOSUL, ressalto que não existe nesse bloco regional um órgão supranacional com capacidade legislativa. Isso dificulta a produção normativa no âmbito do MERCOSUL, enfraquecendo, por conseguinte, a segurança jurídica. Para que uma norma tenha vigor no âmbito do MERCOSUL, ela deve ser aprovada pelos seus quatro países-membros. Quanto às práticas protecionistas adotadas entre seus membros, é incontroverso dizer que elas recrudesceram nos últimos tempos. Principalmente no comércio entre Brasil e Argentina, o que se percebe é uma verdadeira “troca de gentilezas” entre esses países. CURSO ONLINE ATUALIDADES O TJ – SP PROFESSORA VIRGÍNIA GUIMARÃES 44 Profa Virgínia Guimarães www.pontodosconcursos.com.br Todavia, apesar de todas essas dificuldades para a consolidação da integração entre os seus integrantes, a corrente de comércio do Brasil com o bloco intensificou-se nos últimos anos. O Brasil tem dado grande prioridade ao fortalecimento do MERCOSUL. Isso se deve, conforme já comentei anteriormente, às ambições da política externa brasileira, cujo objetivo é conseguir um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU. Para isso, o Brasil almeja ser visto pelo mundo como um autêntico líder e promotor da estabilidade regional. A criação do FOCEM (Fundo para Convergência Estrutural) e do Parlamento do MERCOSUL foram, nesse sentido, iniciativas apoiadas pelo Brasil. O FOCEM é um fundo destinado a apoiar projetos de infra- estrutura das economias menores e das regiões menos desenvolvidas do MERCOSUL, visando, acima de tudo, a redução das assimetrias regionais. O Parlamento do MERCOSUL, por sua vez, representa um passo no caminho do aprofundamento do processo de integração. Como principais funções, o Parlasul busca agilizar o processo de incorporação de normas do MERCOSUL ao ordenamento jurídico de seus membros bem como fortalecer a cooperação inter-parlamentar. Outra iniciativa que pretende aprofundar a integração no âmbito do MERCOSUL é o Sistema de Pagamentos em Moeda Local (SML), que já permite hoje que Brasil e Argentina utilizem em suas relações comerciais recíprocas o peso e o real. Existe a possibilidade, ainda não transformada em realidade, de que esse sistema seja estendido a todas as relações comerciais entre os países do MERCOSUL. Vamos resolver uma questão sobre o MERCOSUL? CURSO ONLINE ATUALIDADES O TJ – SP PROFESSORA VIRGÍNIA GUIMARÃES 45 Profa Virgínia Guimarães www.pontodosconcursos.com.br 11(CESPE/STM/2011) Em março de 2010, a Venezuela passou a integrar, como membro pleno, o MERCOSUL. COMENTÁRIOS Essa é uma questão que hoje poderia deixar o candidato em dúvida pelo simples fato de que AGORA, EM JULHO DE 2012, essa afirmação ficou correta, já que a Venezuela passou mesmo a integrar o MERCOSUL. O único país membro do bloco que se opunha a entrada da Venezuela no era o Paraguai, que, com seu afastamento depois da crise política que assolou o país e que veremos na próxima aula, até as próximas eleições democráticas não teve como impedir que essa aliança se concretizasse. 12(CESPE / IRB / 2010) Após a aprovação, pelo Senado Federal, em dezembro de 2009, do protocolo de adesão da Venezuela ao MERCOSUL, resta apenas a ratificação por parte do Paraguai para que o processo de incorporação daquele país à União Aduaneira seja concluído, ratificação essa que tende a ser facilitada pelo fato de o Paraguai fazer parte da chamada aliança bolivariana, dado o perfil político de esquerda do Presidente Fernando Lugo. COMENTÁRIOS Essa é uma questão um pouco complicada de explicarmos hoje uma vez que ela foi construída no momento em que a Venezuela ainda não fazia parte do MERCOSUL – o que só ocorreu no dia 31 de julho deste ano, quando o Paraguai foi suspenso do bloco! Portanto, podemos entender
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