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01_Atualidades_aula_01[1]

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ATUALIDADES O TJ – SP 
PROFESSORA VIRGÍNIA GUIMARÃES 
 
 
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Profa Virgínia Guimarães www.pontodosconcursos.com.br 
 
 
Olá, amigos, tudo bem? 
Meu nome é Virgínia Guimarães e minha relação com os 
concursos públicos se iniciou quando me dei conta de que minha única 
opção para alcançar o ensino superior seria adentrar numa Universidade 
Federal – onde me graduei em História no ano de 2005. Após a 
graduação, busquei o mestrado e, mais uma vez, tinha que ser na 
Federal onde adentrei em 2006 e me tornei mestre em História do Brasil. 
Sou autora do livro, Ex-combatentes do Brasil – entre a História e a 
Memória, mas, infelizmente, isso ainda não é cobrado nos concursos 
públicos. rsrsrs 
Enfim, atualmente, leciono várias disciplinas da área de 
humanas em uma faculdade na cidade de Olinda/PE e, desde 2010, dou 
aulas de Conhecimentos Gerais, Atualidades e Geografia aqui no site do 
Ponto dos Concursos. 
Bem, é sempre um grande prazer estar com vocês nesse 
caminho, às vezes tão árduo e cheio de sacrifícios, que é o da aprovação! 
Sobre a disciplina de atualidades é importante saber que ela é 
sempre muito ampla, como vocês mesmo já devem ter percebido, no 
entanto, o concurso do Tj trouxe uma cobrança de forma bem inusitada 
perto do normalmente é exigido. Calminha, pois essa mudança foi muito 
positiva uma vez que ela estabeleceu o prazo dos acontecimentos os 
quais ela espera que o candidato esteja a par e isso é maravilhoso. Digo 
isso, pois assim podemos ir direto aos assuntos que estão mais em voga 
e nos interessam diretamente , sem ficar tendo que divagar sobre as mil 
e uma possibilidades de cobrança dentro de política, por exemplo. Como 
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a banca só cobra os últimos 6 meses nem precisaremos falar tanto do 11 
de setembro ou da crise econômica de 2008 especificamente. 
É claro, amigos, que certos acontecimentos pregressos 
precisaremos sim abordar, pois eles fazem parte de um contexto 
importante de termos domínio. Ainda assim, é apenas pra isso que 
falaremos de certos fatos: pra solidificar e ampliar o conhecimento de 
fatos importantes e relevantes da atualidade. 
Pois então, pessoal, isso abre caminho para a dedicação de 
todos e o foco nos estudos, tendo em vista a aprovação neste importante 
concurso público, não é mesmo? 
Dessa forma, vamos dar mais uma olhadinha no resumidíssimo 
edital dessa matéria para compreendermos a seleção de temas que fiz 
pras nossas três aulas. : 
 
 
 
 
Nem tem mistério, não é mesmo, amigos? Teremos uma aula 
de cada um dos temas citados: política/economia/sociedade, mas não se 
enganem com essa aparente pouco matéria, pois são três tópicos muito 
abrangentes e isso torna tudo um pouquinho mais complicado. Assim 
nosso cronograma ficou assim: 
 
26/09 - Aula Economia 
09/10 - Aula Política 
23/10 –Aula Sociedade 
 
(04) questões: relacionadas a fatos políticos, econômicos e sociais, 
ocorridos a partir do primeiro semestre de 2012. 
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Atenção hein, pessoal? Nossas aulas serão a cada 15 dias 
pra podermos pegar os acontecimentos mais recentes com o seu 
desenrolar mais completo!! Já que esse curso é compilado e não 
veremos muito dos processos acho ideal termos mais tempo pra 
nos atualizar, não é mesmo? 
 
De todo modo, apesar da relativa amplitude dos temas nós os 
estudaremos aqui da forma mais objetiva possível, certo? Isso porque 
existem alguns assuntos são muito mais prováveis de serem cobrados do 
que outros e é, exatamente, em cima desses que nosso curso trabalhará! 
Pois bem, acho importante ressaltar que, ao contrário do que 
muitos pensam, Atualidades é uma matéria que exige muito estudo! Digo 
isso porque muitos concurseiros pensam, por exemplo, que a simples 
leitura de jornais pode valer para resolverem as questões, mas o que 
tenho visto, cada vez mais, é exatamente o contrário. Acompanhar os 
últimos acontecimentos até faz alguma diferença para compreensão da 
questão, todavia, o que determina que tenhamos firmeza na opção a ser 
marcada é o conhecimento sólido do assunto – e isso, jornais e 
noticiários não nos fornecem, pois os abordam de forma muito 
superficial. 
Nossos assuntos são estudados mesmo!!! Por isso chamamos 
esse curso de teoria+exercícios. Minha função aqui não é treinar ninguém 
pra ganhar o “Show do milhão” (rsrsrs) e sim prepará-los para responder 
as perguntas mais inteligentes possíveis e, isso é o que esperamos da 
VUNESP. 
Assim, ao final dessas nossas 3 aulas vocês estarão bem mais 
seguros para responder as 4 questões de Atualidades que cairão na 
prova, então chega de papo e vamos a nossa aula! ;) 
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- PANORAMA ECONOMICO 
 
Bem, falar de um panorama geral é algo muito amplo, e, com 
toda certeza, não é meu objetivo abordar todas as situações do mundo 
numa única aula, ok? De qualquer modo, para compreendermos os 
tópicos econômicos mais relevantes do Brasil e do mundo no século XXI, 
é preciso começarmos com uma ideia mais geral de como funcionam as 
políticas e as economias mundiais, ok? 
Temos que pensar, amigos, que todas, absolutamente todas, 
as situações políticas, econômicas, sociais e ambientais pelas quais 
passamos na atualidade tiveram origem em algum momento e foram 
desencadeadas por algum fator pregresso. 
Por isso, amigos, para compreender as transformações que 
vemos hoje à nossa volta, ou seja, para entender a dinâmica do 
processo é imprescindível que conheçamos o próprio processo, as suas 
origens e aí então poderemos entender suas consequências. 
Um exemplo disso que estou dizendo são as conhecidas revoltas 
em alguns países da África do Norte, como o Egito, a Líbia e, mais 
recente, a Síria. É praticamente impossível compreendermos a situação 
política atual daquela região se não tivermos clareza das disputas em 
que esses países estão inseridos? Mas disso nós falaremos na próxima 
aula, ok? 
 
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Bom, pra iniciarmos nosso papo queria tocar num assunto que 
vocês já devem tirar de letra: a globalização. Apesar de não ser 
exatamente um tema atual, ele continua caindo em concursos e é o 
ponto de partida para compreendermos muitos aspectos de nossa 
economia ainda hoje. Afinal. Como falar da crise econômica na Europa 
sem ter compreendido a globalização? Portanto, queridos, eu gostaria de 
reforçar um pouco mais alguns conceitos teóricos pra depois fazermos 
uma questãozinha que caiu num concurso do ano passado. 
Nesse sentido, queria que estivesse bem sólido na cabeça de 
vocês que a globalização é 
 
um processo com muitos efeitos, positivo e negativo. 
Essas transformações atingiram a TODOS os setores nos 
mais diversos aspectos mundiais, sejam econômicos, 
sociais, culturais ou políticos. 
 
Estão lembrados disso? Pois então, sem compreender a 
globalização quase nada poderia ser compreendido pois ela não diz 
respeito apenas à integração, uma vez que ela também acarreta divisão e 
exclusão. 
A essa altura já podemos entender que a globalização é pedra 
fundamental do nosso conhecimento, porque todas as crises mundiais, 
políticas e econômicas, passam por estefenômeno. Deste modo, também 
podemos conceituar a globalização como sendo: 
“um fenômeno de aprofundamento do intercâmbio 
político, econômico, social e cultural entre as 
diversas nações do planeta, atualmente 
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intensificado pelas profundas transformações e 
inovações científicas e tecnológicas na área da 
comunicação e nos transportes.” 
 
Vocês devem estar se perguntando, porque, afinal de contas, 
estou voltando a falar de globalização já que nosso assunto só deve 
abarcar os últimos 6 meses, não é? 
Pois bem, vimos que a globalização projeta três importantes 
processos que seriam os movimentos internacionais de capitais, a 
produção capitalista internacionalizada e as ações internacionais 
de governo. Destes três aspectos, nos interessa, para a aula de hoje: os 
movimentos de capitais. 
Isso porque se esses movimentos não existissem toda essa crise 
econômica que assola a Europa e alguns países em especial não estaria 
existindo 
Deste modo, podemos dizer que as ações internacionais de 
governo são a conseqüência direta da movimentação internacional 
de capitais e da produção internacionalizada, que, somados à 
necessidade de intervenção do Estado na economia e em projetos de 
cooperação internacional resulta na construção de organizações 
“reguladoras”. Deste modo, uma vez que os capitais estão se 
movimentando pelo mundo e empresas estão se internacionalizando, 
torna-se necessário o surgimento de organizações internacionais, que 
se tornaram uma realidade no pós-Segunda Guerra Mundial. Concordam 
comigo? 
As ações internacionais de governo deram origens a verdadeiros 
estados internacionais. Assim, é importante termos bem claro que a 
unificação do capital mundial com a força de trabalho mundial resultou 
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num sistema que exigia a formação de instituições supranacionais para 
regular suas ações, como a ONU, a OMC etc. 
A essa altura do campeonato, acho que todos concordamos que 
a globalização trouxe uma indiscutível integração da sociedade, cultura e 
políticas mundiais. Não quero parecer uma propagandista liberal 
levantando aqui uma bandeira pró-globalização, mas o fato é que junto 
com ela surgiram sim alguns avanços que não podem ser ignorados. 
A globalização das comunicações tem sua face mais visível na 
internet, que permite um fluxo de troca de ideias e informações jamais 
vista na história da humanidade. Um bom exemplo disso somos nós que 
estamos, nesse momento, nos relacionando com pessoas das mais 
diversas regiões do Brasil. Em outro momento, quando é que uma pessoa 
do interior de Minas Gerais teria aula com uma professora que mora em 
Pernambuco? Mas com o advento da internet, cá estamos nós interagindo 
e aprendendo além de, obviamente, desfrutar da tecnologia. Assim, é 
correto afirmar que o processo de globalização diz respeito à forma como 
os países interagem e aproximam pessoas, ou seja, interliga o mundo, 
levando em consideração os aspectos que falei acima. 
Vejamos como os efeitos da globalização foram cobrados em 
provas anteriores e como estão relacionados aos temas de 
Atualidades/Conhecimentos gerais! 
 
1) (FUNIVERSA / Auditor Fiscal - Transportes – Seplag-DF / 
2011) A imprensa mundial noticiou, em fevereiro de 2011, que a 
crise nos países árabes, com destaque para o Egito, pode 
intensificar o movimento de elevação dos preços das 
commodities, especialmente o do petróleo. A partir dessa 
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observação e considerando o cenário econômico global 
contemporâneo, assinale a alternativa correta. 
(A) Eventuais oscilações no preço do barril de petróleo já não causam 
impacto como no passado, tendo em vista a significativa redução de seu 
uso na atualidade, com a substituição por outras fontes de energia. 
(B) Uma das características essenciais da globalização é a ampliação e a 
interdependência dos mercados. Assim, fatos aparentemente isolados e 
ocorridos em região determinada podem repercutir na economia mundial. 
(C) Crises como a vivida pelo Egito podem interferir na cotação de 
produtos no comércio global, mas são incapazes de influir no 
comportamento dos mercados financeiros, hoje blindados contra 
situações de risco. 
(D) Na ordem global dos dias atuais, a mesma liberdade de circulação de 
bens e capitais verifica-se na locomoção das pessoas, tanto como turistas 
quanto na condição de trabalhadores em busca de novas oportunidades. 
(E) Por ser um país emergente, o Brasil insere-se no comércio mundial 
como exportador de produtos industrializados, sendo diminuta sua 
participação na venda de commodities. 
COMENTÁRIOS 
A letra A está incorreta. É verdade que se tem, cada vez mais, 
se buscado alternativas para substituir o petróleo, entretanto, esse 
combustível ainda é largamente usado em todo mundo. Por outro lado, 
dizer que as oscilações no preço do petróleo não causam impacto, é 
contradizer a realidade que vemos diariamente nas mídias: as oscilações 
no preço do petróleo atingem diretamente a economia mundial. 
A letra B está correta. A globalização promove a integração e 
interconexão de mercados que antes não tinham ligação nenhuma. Assim 
sendo, quando ocorre uma crise, pequena ou grande, em um 
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determinado lugar, o mercado internacional pode ser afetado 
diretamente. 
As distancias dos mercados em todo mundo não representam 
mais a separação dos mesmos. Há, como foi afirmado, uma 
interdependência das economias e mercados mundiais. 
A letra C está incorreta. Seria tão bom se os mercados 
financeiros estivessem blindados contra crises, não é mesmo? Mas não 
estão. Portanto, a crise do Egito não somente interfere como também 
condiciona o comportamento dos mercados financeiros internacionais. É o 
que podemos constatar facilmente na crise que se expande pela Europa 
(principalmente) e pelo mundo como um todo. 
A letra D está errada. Ao contrário do que ela afirma, o 
deslocamento de trabalhadores pelo mundo sofre rigorosa restrições e 
intervenções estatais. 
A letra E está incorreta. A exportação de produtos 
industrializados no Brasil cresceu, é verdade. Mas, as commodities ainda 
ocupam grande espaço na pasta dos produtos brasileiros exportados. 
Gabarito: B 
 
2) (FUNVERSA / CEB / 2010) 
 
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A disseminação do McMundo 
Em seu livro Jihad versus McWorld, publicado em 1995, Benjamin Barber 
foi incrivelmente profético ao descrever nosso mundo complicado, em 
que dois cenários aparentemente contraditórios desenrolam-se 
simultaneamente: um onde “cultura é lançada contra cultura, pessoas 
contra pessoas, tribos contra tribos”, e outro onde “o ímpeto de forças 
econômicas, tecnológicas e ecológicas” exigem integração e uniformidade 
e hipnotizam as pessoas em todo o planeta com o universo fast de 
música, computador, comida, um McMundo unido pela comunicação, 
informação, entretenimento e comércio. 
(Worldwatch Institute. Citado em Conexões. Lygia Terra, Regina Araújo e 
Raul Borges Guimarães. São Paulo: Moderna, 2008.) 
A partir das ideias expressasno texto e na figura, assinale a 
alternativa incorreta. 
a) A intensificação dos fluxos globais de tecnologias, capitais, pessoas e 
serviços podem ser entendidos como uma das características da 
globalização. 
b) Benjamin Barber estabelece, no título de seu livro, uma relação entre 
a fé islâmica e o modo de vida das sociedades ocidentais. 
c) Uma importante rede de lanchonetes é citada, ainda que de forma 
indireta, no texto. 
d) O texto menciona apenas aspectos negativos da globalização. 
e) A figura que acompanha o texto remete ao extraordinário avanço das 
comunicações no mundo atual. 
COMENTÁRIOS 
A letra A está correta. A globalização é responsável pela 
intensificação dos fluxos globais de tecnologias, capitais, pessoas e 
serviços. Com a globalização, a sociedade internacional tornou-se muito 
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mais interdependente. Como vocês já devem estar cansados de saber 
depois de tanto verem isso nesta e na última aula. 
A letra B está correta. Essa questão sempre gera dúvidas e 
creio que elas estejam diretamente ligadas à complexidade do assunto, já 
que, quando entra comparações com o mundo Islâmico sempre ficamos 
na dúvida, não é mesmo? ...rs 
Mas o grande "X" dessa letra B é entendermos que o simples 
fato do autor citar a Jihad no título de seu livro, já indica uma referência 
a fé islâmica e que o mesmo ocorre quando ele fala em Mc, posto que, o 
McDonald’s é o grande símbolo do modo de vida da sociedade ocidental, 
certo? 
Assim, ao citar esses dois termos ele já indica a relação entre 
esses dois conceitos. 
Deste modo, o título do livro – Jihad x McWorld– indica um 
choque de culturas, mais especificamente entre a cultura islâmica e a 
cultura ocidental. Jihad é um conceito da região islâmica que significa a 
busca pessoal pela perfeição. Já no que diz respeito a McWorld, a 
referência a que o autor faz é a rede McDonalds, que acabou se tornando 
um símbolo do capitalismo e da globalização devido à sua grande 
expansão pelo mundo e ainda aos conceitos de rapidez, instantaneidade, 
eficiência e padronização (afinal, esses são os pilares da propaganda do 
McDonalds!). 
A letra C está correta. Conforme comentei, quando o autor fala 
em McWorld, a referência é à rede de lanchonetes McDonalds, que se 
tornou um verdadeiro símbolo da globalização. 
A letra D está errada, é, portanto, a resposta da questão! O 
texto faz alusão a aspectos positivos e negativos da globalização. Fica 
fácil de visualizarmos isso quando é feita referência a dois cenários 
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aparentemente contraditórios. O primeiro cenário (negativo) é onde 
ocorre o choque de culturas e “pessoas são lançadas contra pessoas”. O 
segundo cenário (positivo), por sua vez, é o que une as pessoas por meio 
da comunicação, informação, entretenimento e comércio 
A letra E está correta. A figura que acompanha o texto mostra 
duas pessoas em lados opostos do globo apertando as mãos, o que 
simboliza o estreitamento das distâncias e a facilidade de comunicação 
decorrentes da globalização. 
Gabarito: D 
 
3) (FMP / Auditor Público Externo – TCE-RS / 2011) Para José 
Eduardo Faria, a globalização “transformou radicalmente as 
estruturas de dominação política e de apropriação de recursos, 
subverteu as noções de tempo e espaço, derrubou barreiras 
jurídicas entre nações, revolucionou os sistemas de produção e 
modificou estruturalmente as relações trabalhistas.” Nesse 
sentido, pode-se afirmar que a globalização significa 
fundamentalmente: 
(A) transnacionalização de mercados apenas em países desenvolvidos, 
não trazendo, portanto, repercussões para governos dos Estados da 
Federação brasileira. 
(B) comercialização, transnacionalização e produção de gêneros 
alimentícios em determinados países do CONESUL e NAFTA. 
(C) a habilidade para a mudança devido aos novos avanços tecnológicos 
que permitem uma redução do tempo e espaço na comercialização de 
produtos oriundos de países do Ocidente. 
(D) transnacionalização dos mercados de insumos, produção, capitais, 
finanças e consumo, enfatizando uma relação dialética entre o global e o 
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local, de tal modo que as relações sociais locais passam a ser definidas 
por eventos e atores que operam no âmbito global. 
(E) a dominação de países ocidentais por países orientais, podendo ser 
considerada a derrocada final do sistema de produção capitalista. 
COMENTÁRIOS 
A letra A está incorreta porque a globalização é um fenômeno 
que engloba todo o mundo, inclusive países em desenvolvimento. 
Portanto, quando se afirma que a “globalização significa 
fundamentalmente transnacionalização de mercados apenas em países 
desenvolvidos”, como está disposto na opção A, está desconsiderando 
outros aspectos deste fenômeno. A globalização não se reduz apenas aos 
mercados e muito menos apenas aos países desenvolvidos, deste modo, 
esta opção está errada. 
A opção B também está incorreta. Novamente se limita a 
globalização a “comercialização, transnacionalização e produção de 
gêneros alimentícios”, incorrendo no erro de reduzir a alguns países do 
CONESUL e NAFTA. Como dito acima, a globalização é um fenômeno que 
engloba todo o mundo e não está localizado apenas em algumas regiões 
ou blocos políticos e econômicos. 
A letra C está incorreta. Embora num primeiro momento possa 
parecer correto o que está sendo afirmado nesta opção, pois a 
globalização realmente cria a habilidade para a mudança devido aos 
novos avanços tecnológicos, reduzindo assim o tempo de produção e 
aumentando as facilidades de comercialização de produtos em diferentes 
partes do mundo. Ela não reduz o espaço, na verdade ela amplia o 
espaço de produção e de comercialização. E, por outro lado, embora os 
produtos ocidentais estejam mais presentes, pois a maior parte das 
multinacionais e transnacionais sejam de países do Ocidente, não 
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podemos excluir do processo de globalização produtos de outras partes 
do mundo. Assim sendo, a afirmativa torna-se incorreta ao fazer 
reduções e limitações que não cabem no significado de globalização. 
A letra D é a opção correta! Vejamos uma descrição do que vem 
a ser Globalização: “Globalização é um fenômeno de aprofundamento do 
intercâmbio político, econômico, social e cultural entre as diversas nações 
do planeta atualmente intensificado pelas profundas transformações e 
inovações científicas e tecnológicas na área da comunicação e nos 
transportes.” Podemos perceber que se trata de um fenômeno bastante 
amplo, que interconecta aspectos políticos, sociais e culturais. Quando a 
afirmativa diz que a globalização se caracteriza pela transnacionalização 
de mercados (...) e enfatiza uma relação dialética do local com o global, 
está afirmando exatamente essa extensa conexão promovida pela 
Globalização. Portanto, essa é a opção correta para responder à questão 
proposta. 
A letra E está errada, pois afirma que existe uma dominação 
dos países Orientais sobre os países Ocidentais (foi, inclusive, escrita de 
forma a tentar confundir o leitor). Afirma ainda que ela pode ser 
considerada a derrocada do sistema capitalista. Dois erros gritantes. 
Primeiro porquea maior dominação é dos países Ocidentais sobre os 
Orientais. E em segundo lugar, porque a globalização fortaleceu e 
continua fortalecendo o capitalismo e não o leva à derrocada. 
Gabarito: D 
 
 
 
A GLOBALIZAÇÃO E A ECONOMIA 
 
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Bem, queridos, agora que já relembramos os principais pontos 
sobre globalização precisamos saber o que isso tem a ver com os fatos 
econômicos recentes, não é mesmo? 
Se eu pedisse pra você me dizer o que lhe vem a cabeça 
quando pensa em fato econômico atual o que você diria? Certamente a 
crise econômica mundial e suas sérias conseqüências na Europa seria 
uma das primeiras lembranças, acertei? 
Pois então, como poderemos compreender essa crise sem ter 
uma boa compreensão do fenômeno que permite com que um “erro 
econômico” ocorrido nos EUA atinja todo o mundo? Ou ainda que uma 
crise na economia grega desestabilize toda zona do euro? Aliás, você 
sabe como se formou essa zona? 
 
 
BLOCOS REGIONAIS - Generalidades 
 
Conforme já vimos, a integração econômica e política é uma 
consequência da globalização. Após a Segunda Guerra Mundial, os 
países se deram conta de que se unissem forças, eles teriam muito maior 
voz no cenário internacional do que se agissem isoladamente. 
Concomitante a isso, começam a proliferar organizações internacionais, 
as quais materializam a ideia de que problemas em comum da 
humanidade deveriam ser enfrentados pela cooperação internacional. 
E por que estou falando isso agora? Porque é ai que se encontra 
a sementinha que possibilitou o surgimento dos blocos econômicos que 
conhecemos hoje. 
Se a integração e cooperação entre os países tiveram início por 
motivações eminentemente políticas, podemos estar certo de que depois 
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também se evidenciaram no campo econômico. Deste modo, surgiram os 
blocos regionais, que tiveram seu embrião na Europa e depois se 
espalharam às outras regiões do planeta. E foi essa expansão que 
originou o que hoje conhecemos como acordos preferenciais e blocos 
regionais, dentre os quais destacamos a União Europeia, o NAFTA e o 
MERCOSUL. 
Pessoal, quando falo de blocos regionais, há uma tendência de 
vocês pensarem que são todos uma coisa só, não é mesmo? Entretanto, 
eles possuem diferentes estágios de integração. 
Segundo Bela Balassa, criador da teoria da integração regional, 
existem os seguintes estágios de integração econômica: 
Área de Livre Comércio: caracteriza-se pela livre circulação de 
mercadorias e serviços. Dizer que há livre circulação de mercadorias 
significa que o substancial do comércio (a maior parte do fluxo de 
mercadorias) circula sem pagar impostos de importação (direitos 
aduaneiros) entre os países do bloco. 
A livre circulação de serviços, por sua vez, fica caracterizada 
quando não há restrições à prestação de serviços dentro do bloco. Nesse 
sentido, um médico do país A poderia fazer consultas normalmente no 
país B, sem qualquer restrição. Ou então, uma empresa de A poderia 
instalar-se e prestar serviços de extração de petróleo no país B. Tudo 
isso, é claro, se A e B fossem integrantes da área de livre comércio. 
Na prática, o que se verifica é que a completa liberalização do 
comércio de mercadorias e serviços é algo muito difícil de ser alcançado. 
Como exemplo de área de livre comércio, citamos o NAFTA. 
União Aduaneira: Na união aduaneira, além da livre circulação 
de mercadorias e serviços, haveria harmonização da política comercial 
em relação a terceiros países. Assim, os países-membros desse bloco 
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comercial estabeleceriam as mesmas regras alfandegárias em relação aos 
não-membros. Em outras palavras, as normas de comércio exterior 
seriam essencialmente as mesmas em todos os países, aplicando-se, 
inclusive, uma Tarifa Externa Comum (TEC). 
A Tarifa Externa Comum (TEC) é uma tabela que estabelece as 
alíquotas do imposto de importação para os produtos importados de 
terceiros países. Imagine que o país A, B e C forme uma união aduaneira. 
Nesse caso, há livre circulação de mercadorias entre eles (no comércio 
regional não incide imposto de importação) e, ainda, cobram o mesmo 
imposto de importação em relação a terceiros países. Como exemplos de 
uniões aduaneiras citamos, o MERCOSUL e a Comunidade Andina. 
Mercado Comum: possui, cumulativamente, as características 
da união aduaneira somadas à livre circulação dos fatores de produção. 
Assim, não há restrições ao movimento de capitais e de pessoas. 
Para que seja possível a livre circulação de fatores de produção, 
é necessário, todavia, a harmonização das políticas previdenciária, 
trabalhista e de capitais entre os integrantes do bloco. Vale ressaltar que, 
no mercado comum, existirá, assim como na união aduaneira, uma 
harmonização da política comercial intrabloco (comércio livre de barreiras 
entre seus integrantes) e extrabloco (regras de comércio exterior 
unificadas, incluindo tributação). 
União Econômica: caracteriza-se pela harmonização das 
políticas econômicas dos países-membros. 
Integração Econômica Total: caracteriza-se pela 
equalização das políticas econômicas. 
“Mas, professora, qual a diferença entre harmonização e 
equalização de políticas econômicas?” 
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Para ficar bem fácil de visualizar, pensemos num quadro. Nesse 
quadro, foi pintada uma imagem cuja simples admiração lhe traz uma 
sensação de bem estar. Muito provavelmente, essa tela está repleta de 
cores que se harmonizam, ou seja, possui cores que combinam entre si. 
Apesar de diferentes, uma vez juntas num mesmo contexto, elas não 
interferem uma na outra, resultando numa diversidade que se combina, 
que se harmoniza. 
Por outro lado, se pretendermos que essa tela 
fique equalizada, usaríamos uma cor só e ela estaria preenchida 
totalmente por apenas uma cor, ou seja, em qualquer ponto da tela, as 
cores utilizadas seriam exatamente iguais, tal como um quadro negro. 
Assim, elas também não se agrediriam, pelo simples fato de serem 
absolutamente iguais. 
No caso das políticas econômicas é a mesma coisa! Elas estarão 
em harmonia quando, apesar de diferentes, não ferirem ou influenciarem 
negativamente uma na atuação da outra. Em contrapartida, elas estarão 
equalizadas quando a política adotada em um país for também adotada 
em outra. Pra ficar mais claro fiz um esqueminha que permite vocês 
visualizarem bem melhor a diferença entre essas organizações que 
confundem tanto a cabecinha de vocês...rs 
 
1. Área de livre comércio: livre circulação de mercadorias e 
serviços; 
 
2. União aduaneira: livre circulação de mercadorias e serviços + 
política comum de comércio internacional em relação a terceiros 
países com TEC; 
 
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3. Mercado comum: livre circulação de mercadorias e serviços + 
política comum de comércio internacional em relação a terceiros 
países com TEC + livre circulação dos fatores de produção 
 
4. União Econômica: livre circulação de mercadorias e serviços + 
política comum de comércio internacional em relação a terceirospaíses com TEC + livre circulação dos fatores de produção + 
HARMONIZAÇÃO das políticas econômicas entre os países 
membros 
 
5. Integração econômica total: livre circulação de mercadorias e 
serviços + política comum de comércio internacional em relação a 
terceiros países com TEC + livre circulação dos fatores de produção 
+ EQUALIZAÇÃO das políticas econômicas entre os países 
membros 
 
Agora acho que ficou mais claro, né??Caso contrário voltem ao 
fórum ok? 
Mas já que falamos em blocos econômicos vamso entender um 
pouco mais do bloco econômico mais famoso do momento: a União 
européia 
 
União Européia 
Bem, para compreender esse bloco que não sai dos telejornais 
devido a crise que o acomete precisamos compreender um pouco mais o 
que é e como se originou esse bloco, não é mesmo? Para isso, vamos 
fazer uma pequena regressão histórica? Por favor, não se assustem, eu 
juro que é pequena mesmo!!!rsrs 
Bem, a origem do fenômeno integracionista no continente 
europeu remonta ao período pós-guerra e à constituição de uma união 
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aduaneira formada por Bélgica, Holanda e Luxemburgo, que ficou 
conhecida como BENELUX. Passados alguns anos, surgiu a Comunidade 
Europeia do Carvão e do Aço (CECA), cujo objetivo era a integração das 
indústrias do carvão e do aço dos países europeus ocidentais. Em 1957, 
esse bloco evoluiu para a Comunidade Econômica Europeia (CEE), 
também chamada de Mercado Comum Europeu. 
No ano de 1992, as ambições integracionistas europeias deram 
origem ao Tratado de Maastricht, constitutivo da União Europeia. Dentre 
todos os blocos regionais, a UE é o que se encontra atualmente no 
estágio mais avançado de integração. 
Como grande pilares do Tratado de Maastricht podemos citar a 
união econômica e monetária dos Estados-membros (moeda única), a 
definição e a execução de uma política externa e de segurança comum, a 
cooperação em matéria jurídica e a criação de uma cidadania europeia. 
A moeda única (euro) é uma das grandes marcas da União 
Europeia, concretizando a ideia de uma união monetária. A adoção do 
euro como moeda oficial por parte de um membro da União Europeia 
exige, em conformidade com o Tratado de Maastricht, certo grau de 
amadurecimento econômico. Assim, é necessário que haja uma 
estabilidade de preços – baixo índice de inflação – sustentabilidade das 
finanças públicas – inexistência de déficits fiscais excessivos – flutuações 
da taxa de câmbio dentro de margens normais e baixas taxas de juros de 
longo prazo. 
O euro (€) é provavelmente a realização mais tangível da União 
Européia, já que a moeda única é partilhada por 16 países (2009), que 
representam mais de dois terços da população da União. E outros ainda 
irão adotar o Euro, assim que as suas economias estejam preparadas. 
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Todas as notas e moedas em euros podem ser usadas nos 
países onde o euro é aceite. Enquanto as notas são sempre iguais, as 
moedas têm uma face comum e outra que ostenta um símbolo nacional 
do país emissor. 
Países da União Europeia que usam o euro: Alemanha, Áustria, 
Bélgica, Chipre, Eslováquia, Eslovénia, Espanha, Finlândia, França, 
Grécia, Irlanda, Itália, Luxemburgo, Malta, Países Baixos e Portugal. 
Atualmente, fazem parte da União Europeia 27 membros, 
havendo ainda três outros Estados em processo de adesão: Macedônia, 
Turquia e Croácia. O processo de adesão à União Europeia consiste em 
preparar os países candidatos para cumprirem as obrigações decorrentes 
da qualidade de Estado membro. Assim, para a adesão ao bloco, exige-se 
o cumprimento dos requisitos conhecidos como critérios de Copenhague, 
que consistem em requisitos políticos, econômicos e de aplicação da 
legislação européia. 
Quando a União Europeia foi efetivamente criada pelo Tratado 
de Maastricht em 1992, ela era integrada por apenas 12 membros. Hoje 
são mais de 27 membros, o que reclama um aperfeiçoamento da 
estrutura dessa instituição. Dessa forma, o Tratado de Lisboa foi assinado 
em dezembro de 2007 pelos 27 Estados-membros da União Europeia com 
vistas a dotar a União Europeia de uma estrutura institucional e jurídica 
que lhe permita fazer frente aos desafios atuais. 
Dentre as principais mudanças a serem introduzidas pelo 
Tratado de Lisboa podemos citar: 
� Melhoria do processo de tomada de decisão no âmbito da 
União Europeia; 
� Reforça a democracia através da atribuição de um papel 
mais importante ao Parlamento Europeu (maior número de 
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matérias sujeitas ao processo de co-decisão) e aos parlamentos 
nacionais; 
� Criação da figura de um presidente estável da União, eleito 
por um período de dois anos e meio, renovável uma vez; 
� Criação do cargo de Alto Representante da União para 
Relações Exteriores e a Política de Segurança, que será 
simultaneamente vice-presidente da Comissão Europeia; 
� Possibilidade de que um grupo de 1 milhão de cidadãos da União 
Europeia, de um número significativo de Estados dirija-se 
diretamente à Comissão Europeia para solicitar a apresentação de 
uma proposta legislativa (iniciativa popular); 
� Possibilidade dos Estados de abandonar a União. 
Em 1º de dezembro de 2009, o Tratado de Lisboa entrou em 
vigor, após a ratificação por todos os 27 membros da União Européia. 
Esse processo de ratificação não foi, todavia, realizado de forma 
tranquila. 
As maiores dificuldades foram na ratificação pela Irlanda, que 
em virtude de especificidades de sua legislação, teve que submeter o 
Tratado de Lisboa a referendo popular. Na primeira vez em que ele foi 
submetido a esse processo, os irlandeses responderam de forma 
negativa. Somente em uma segunda oportunidade o Tratado de Lisboa 
foi aceito pela população irlandesa. 
A União Europeia, apesar de ser um bloco que atingiu elevado 
nível de integração, ainda apresenta fortes assimetrias internas. Isso 
ficou particularmente evidente com o ingresso em 2004 e 2007 de 12 
(doze) novos membros à União. Dentre estes, 10 (dez) são países do 
Leste Europeu, oriundos do antigo bloco socialista, o que evidencia uma 
significativa mudança política nos destinos da região. 
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Recentemente, o fato que mais chama a atenção e que tem 
aparecido como objeto de cobrança em provas de 
Atualidades/Conhecimentos Gerais é a crise financeira atravessada por 
países europeus pois apesar de fazerem de tudo para ter o melhor 
sistema econômico possível, a união européia foi duramente atingida pela 
crise e somente na Espanha, 52,9% dos jovens não têm emprego. 
Portanto o mercado de trabalho na zona do euro atingiu, em julho, um 
recorde negativo. Os dois países que registraram as piores taxas de 
desemprego na zona do euro foram Grécia e Espanha, ambos duramente 
atingidos pela crise da dívida. 
Vejamos a seguir algumas questões sobre a União Européia! 
4(ESAF/ MI-2012)A formação de blocos de países é uma 
característica marcante da ordem global contemporânea. A União 
Europeia (UE) é, provavelmente, o melhor exemplo de superação 
de históricas divergências para o êxito do projeto integracionista. 
No que se refere à UE e aos seus mais recentes problemas, 
assinale a opção correta 
 Aoliderarem o processo de criação da UE, Alemanha e França 
reafirmaram os laços da histórica aliança que os une, fato 
decisivo para assegurar o isolamento do Reino Unido no contexto 
continenta 
b) A atual crise a envolver a UE é essencialmente financeira, 
colocando em sério risco a estabilidade do euro, moeda única 
adotada por todos os países integrantes do bloco. 
c) Com o objetivo de superar a atual crise e depois de difíceis 
negociações, os países da UE decidiram que as respectivas 
Constituições nacionais deverão incluir a obrigatoriedade de 
orçamentos equilibrados. 
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d) A exclusão da zona do euro de países com economia em crise, 
como Grécia, Itália, Portugal e Espanha, foi uma saída radical 
entendida como necessária para salvar o projeto integracionista 
europeu. 
e) Demonstrando absoluta maturidade política e compreensão 
acerca da gravidade da situação, a opinião pública dos países em 
crise econômica, a exemplo da grega e da portuguesa, apoiou as 
medidas de austeridade propostas. 
Comentários 
 Vejam que essa questão caiu agorinha, a muito pouco tempo 
Bem, amigos, vejamos o que está errada em cada uma das 
questões, já que apenas uma está correta, como afirma o enunciado 
A letra A está errada, pois o Reino Unido faz parte SIM da União 
Européia, mas muita gente se confundi com isso pelo fato deles não 
terem adotado o euro como moeda. 
A letra B também está errada, pois como vimos no caso do 
Reino Unido (que ainda possui a libra esterlina) nem todos os países do 
bloco adotaram o Euro como prática monetária oficial. 
A letra C é a alternativa correta, pois no mês de Abril de 2012 
os líderes europeus adotaram numa reunião extraordinário da Comissão 
Européia, um novo tratado orçamentário para reforçar a disciplina 
comum, implementando a "regra de ouro", que impõe o equilíbrio das 
contas. Essa regra nada mais é do que os países se comprometendo a ter 
orçamentos equilibrados ou com superávit, ou seja, chegar a médio prazo 
a um déficit estrutural (fora de elementos excepcionais e do serviço da 
dívida) de um máximo de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB). Os 
países que tiverem uma dívida global moderada, abaixo de 60% do PIB, 
terão direito a um déficit estrutural tolerado de 1%. 
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O tratado prevê uma correção automática em caso de desvio da 
meta, com a obrigação de adotar medidas corretivas durante um certo 
tempo. Deste modo, pessoal, um país que violar esta regra ficará mais 
facilmente exposto a sanções quase automáticas. Mas o importante 
mesmo, é saber que a regra de ouro deverá ficar preferencialmente 
inscrita na Constituição de cada país, ainda que não seja uma obrigação. 
Um texto de lei basta se seu valor jurídico garantir que não será 
questionada de forma recorrente. 
A letra D está errada, pois não houve nenhuma exclusão de país 
da Zona do Eur. 
A letra E está errada. Há muitos protestos contra as medidas de 
austeridade, principalmente na Grécia. 
 
5(CESPE / Analista de Empresa de Comunicação Pública - 
Advocacia – EBC / 2011) Atualmente, o euro, moeda adotada em 
todos os países integrantes da União Europeia, passa por crise de 
grande dimensão, principalmente em razão da instabilidade 
econômica em alguns países do bloco, como Grécia, Portugal e, 
em especial, Rússia. 
COMENTÁRIOS 
Afirmativa incorreta. Existem alguns erros que invalidam a 
afirmação apresentada. Primeiro erro: não são todos os 27 países que 
fazem parte da União Europeia (UE) que adotaram o euro. Exemplos de 
membros da UE que não adotam atualmente o euro: Bulgária, 
Dinamarca, Suécia, entre outros. Segundo erro: a Rússia não faz parte 
nem da UE, nem da zona euro. 
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De resto, como já vimos acima, o euro realmente passa por 
crise propiciada principalmente pela instabilidade econômica e dívidas 
públicas de alguns países. Entre eles estão Portugal, Espanha, Itália, 
principalmente, Grécia, o que apresenta crise mais agravada até agora. 
Gabarito: Errado 
5(FCC / Escriturário-Banco do Brasil / 2011) BRUXELAS − Os 
líderes da União Europeia ordenaram a "liberação até o início de 
julho" do novo pacote de socorro para [o país] e prometeram 
fazer "o que for necessário" para manter a estabilidade cambial, 
de acordo com um esboço da declaração da cúpula do grupo 
realizada nesta quinta-feira, 23. [junho/2011] "Os chefes de 
Estado e de governo da zona do euro pediram aos ministros das 
Finanças para completarem o trabalho sobre esses elementos 
para permitir a implementação até o início de julho", destacou o 
documento, fazendo referência a um "financiamento adicional", 
após o empréstimo de € 110 bilhões concedido no ano passado 
[ao país]. 
(http://economia.estadao.com.br/noticias/not_72976.htm) 
O país a que se refere a notícia acima é 
(A) a Alemanha. 
(B) a Ucrânia. 
(C) o Reino Unido. 
(D) a Grécia. 
(E) a República Checa. 
 
COMENTÁRIOS 
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A letra D, Grécia, é a resposta correta. Como pudemos observar 
em questões anteriores e também ao longo da aula, não resta dúvida que 
esta questão faz referência à Grécia, não é mesmo? 
Gabarito: D 
 
6) (CESPE / Escriturário – BRB / 2011) Mesmo após a aprovação 
do pacote fiscal, a União Européia se recusou a conceder novos 
empréstimos aos gregos, dado o caráter contraproducente desse 
tipo de medida, que poderia incentivar outros países a contrair 
dívidas sem condições de honrá-las no futuro. 
COMENTÁRIOS 
Afirmativa errada. Ao contrário do que diz a afirmação, os 
líderes da União Européia fizeram sim novas concessões de empréstimos 
à Grécia. Portanto, quando a questão diz que a UE recusou novos 
empréstimo, torna a afirmativa incorreta. 
A situação grega ainda é bastante indefinida. A princípio tinha 
sido aprovado um pacote de ajuda financeira ao país, mas a situação 
grega não deu sinal de melhoras durante todo ano de 2011. Mesmo 
tendo adotado medidas de austeridade para economizar, como por 
exemplo, o congelamento dos salários do setor público e o aumento de 
impostos, a situação do país ainda não tinha apresentado sinal de 
melhoras. Nesse sentido, novas negociações foram feitas para tentar 
obter mais ajuda tanto da UE quanto do FMI. Mas, as implicações para a 
sociedade na Grécia são enormes, uma vez que a ajuda vem 
acompanhada de uma série de exigências e restrições que devem ser 
obedecidas. Tais medidas de austeridade acabaram levando 
manifestantes às ruas, essas manifestações continuam ainda agora em 
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janeiro numa clara demonstração de contrariedade da população contra 
as exigências do FMI e da UE. 
Gabarito: Errado 
 
Bem, pessoal, agora que já compreendemos bem o que é essa 
tal União Européia já podemos entender bem melhor como a crise que 
acomete um país da zona do euro acaba afetando praticamente todos os 
outros, não é mesmo? 
Mas, pra ficar ainda mais claro é preciso, vamos precisar 
compreender a origem de toda essa crise, pois, ainda que poucas 
pessoas se lembrem em 2008 tivemos uma das piorescrises econômicas 
já vivenciadas. 
 
 
CRISE FINANCEIRA MUNDIAL 
 
Hoje em dia, sempre quando ligamos a TV só ouvimos falar em 
crise financeira, não é mesmo? Portanto, esse é um assunto fatalmente 
importante pra nossa disciplina e, por isso, vamos analisar as últimas 
que balaram – e ainda abalam – tanto a economia mundial, ok? 
A economia mundial atingiu meados de 2009 afundada na pior 
crise desde o fim da Segunda Guerra Mundial, afetando de uma só vez os 
Estados Unidos, a Europa Ocidental e o Japão. Em outras palavras, a 
crise econômica afetou os principais pólos econômicos mundiais, os quais 
sofreram redução drástica em suas atividades produtivas. 
Nos países da União Europeia, onde a moeda utilizada é o euro, 
os principais índices econômicos mostraram que a queda nas atividades 
econômicas foi acima de 20%, o que resultou em dolorosos meses de 
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retração econômica. Do mesmo modo, os EUA cruzam a mais extensa 
depressão em 64 anos. Ora, num mundo economicamente integrado 
como o nosso, a queda das atividades nos países da União Europeia 
certamente afetará o Brasil, que deixará de exportar laranjas, ou a 
Argentina, que perderá a venda de carne, por exemplo. 
Tudo bem! Que a crise afetou o mundo inteiro, não é novidade 
pra ninguém. Mas afinal, como ela começou? 
A grande responsável pelo desencadeamento desta crise 
econômica foi a falência do mercado imobiliário dos EUA, que ficou 
conhecida como o estouro da “bolha imobiliária”. 
Em agosto de 2007, duas grandes companhias de financiamento 
de imóveis norte-americanas quebraram e foi ai que tudo começou. Essas 
empresas faliram porque a maioria das pessoas que haviam tomado 
empréstimos para comprar casas não estava conseguindo arcar com os 
custos das prestações, que encareciam a cada dia devido ao aumento da 
taxa de juros. Aproximadamente um ano depois, diversos bancos norte-
americanos, que possuíam boa parte de seu patrimônio composto de 
papéis baseados nesses empréstimos que não estavam sendo pagos 
foram arruinados também. Atravessando sérias dificuldades financeiras, 
esses bancos pararam de contribuir para a execução de atividades em-
presariais, o que atacou diretamente a economia dos EUA. E ai vocês 
podem querer saber: como uma forte crise lá pode ter tanta força no 
restante do mundo? 
Vocês se lembram que eu tinha falado antes da hegemonia 
capitalista americana? Pois bem, como os EUA são responsáveis por pelo 
menos um quarto da produção mundial, todo o mercado internacional 
sofreu as consequências de sua crise. 
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Mas, pessoal, é claro que isso foi só uma descrição sumária de 
alguns dos principais elementos da crise mundial em questão que, como 
todas as anteriores, possuem muitas peculiaridades. Essa, por exemplo, 
pouco tempo depois de seu início, começou a ser comparada à crise de 
1929 devido, justamente, ao aspecto global da turbulência financeira. 
Pensem agora sobre alguns dados da crise de 1929. É claro que 
os detalhes daquela crise possivelmente não nos venha à mente nesse 
momento, mas com certeza nos lembramos do choque mundial 
proporcionado por ela, não é mesmo? 
Naquela ocasião, mais de 9 mil bancos e 85 mil empresas 
faliram e a cotação de suas ações despencou. Além disso, os salários se 
reduziram e o desemprego atingiu os maiores índices da História. A 
situação só começou a melhorar quando o presidente Franklin Roosevelt 
assumiu a presidência dos EUA e colocou em prática, como vimos acima, 
um plano de reformas econômicas e sociais que intervieram diretamente 
na economia americana. 
Só para melhor exemplificar, Roosevelt criou: frentes de 
trabalho, mecanismos de controle de crédito, um banco para financiar as 
exportações, fixou salários mínimos, limitou a jornada de trabalho e 
ampliou o sistema de previdência social. E só a partir da intervenção do 
Estado na Economia, ao contrário do que prega o neoliberalismo, é que o 
mundo foi gradualmente se recuperando daquela crise mundial. 
Se naquela época, quando as economias do mundo nem 
estavam ainda tão interligadas como atualmente, já houve caos mundial, 
imagina agora, não é? E o Brasil, como fica nossa economia diante desta 
crise? 
Em outros tempos, certamente o Brasil seria muito mais 
castigado do que foi agora, quando esteve relativamente preservado. 
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Isso se deu porque, atualmente, as exportações brasileiras para o 
mercado dos Estados Unidos representam menos de 20% do nosso total 
de exportações. Todavia, o que num primeiro momento pode parecer 
vantagem não é exatamente uma! Mas, por que não? Vocês poderiam 
dizer: “Ora, ainda restam 80% das exportações para serem vendidas 
para diferentes países do mundo, então dos males o menor!” Essa lógica 
seria perfeita se os outros países do mundo não estivessem fortemente 
vinculados à economia norte-americana! Mas vocês sabem que essa não 
é a realidade! Dessa forma, pessoal, tal como um dominó enfileirado, a 
queda da primeira peça leva à queda sequencial das outras que se 
posicionam atrás dela. 
“Ué, mas então eu não entendi! Os EUA em crise, os outros 
países exportadores em crise, como o Brasil pode não ter sido afetado 
tão fortemente pela recessão?” 
Pra não ficarmos falando de números e nos atermos ao que é 
mais importante, precisamos compreender que o nosso sistema 
financeiro é bem regulamentado e suas regras de financiamento são 
muito mais rígidas do que as existentes em outros países. Pensem em 
como é complicado e burocrático financiar uma casa própria no Brasil! 
Toda essa burocracia existe para contribuir com as financeiras, que 
exigem todo tipo de documentação para comprovar que o cidadão é 
capaz de arcar com aquela despesa, para evitar ao máximo o número de 
calotes – ao contrário dos EUA onde o crédito imobiliário é extremamente 
fácil. 
Além disso, o governo brasileiro tomou medidas que 
estimulassem o consumo interno, como por exemplo, a redução de IPI 
em uma série de produtos. Tenho certeza que todos vocês se cansaram 
de ver propagandas na TV sobre vendas de carros e de toda a linha 
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branca (fogões, geladeiras, etc.) com redução de IPI, não é? Essa foi 
justamente uma das estratégias adotadas pelo Brasil para diminuir o 
impacto da crise no mercado interno, o que, de certa forma, deu certo! 
Infelizmente, essas medidas não foram suficientes para evitar 
que a crise mundial chegasse ao Brasil. Elas diminuíram sua força, mas 
não conseguiram impedir totalmente que seu impacto fosse sentido por 
aqui. 
Por possuir como uma das bases da economia nacional a 
exportação de mercadorias, principalmente para países ricos, não poderia 
ser diferente e também tivemos nossas vendas afetadas. Vamos dar uma 
olhada em como esse assunto já foi cobrado em prova. 
 
7(CESPE / IRB / 2010) Acerca da atual crise econômica 
internacional, julgue C ou E. 
I – Além de envolver grandes bancos e o sistema financeiro 
internacional, a crise atual tem sido considerada uma crise de 
paradigmas, em particular da certeza de que os mercados podem 
autorregular-se e recuperar o equilíbrio automaticamente, 
dispensando a intervenção doEstado. 
II – Diante da crise, as instituições de Bretton Woods não 
conseguiram propor soluções concretas por ocasião da reunião de 
Cúpula do G 20 realizada em Londres em 2009. 
III – Como membro do G-20, o Brasil insistiu na necessidade de 
se prover a economia mundial com créditos para o 
desenvolvimento, incrementar a regulação financeira, 
desenvolver políticas anticíclicas e combater os paraísos fiscais. 
IV – Apesar de discordar da resistência de países ricos em 
realizar reformas nos organismos multilaterais, como o FMI e o 
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Banco Mundial, o Brasil comprou títulos emitidos pelo Fundo em 
2009. 
Marque a alternativa 
a) se todos os itens estiverem corretos. 
b) se todos os itens estiverem errados. 
c) se somente os itens II, III e IV estiverem corretos. 
d) se somente os itens I, II e IV estiverem corretos. 
e) se somente o item I estiver correto. 
COMENTÁRIOS 
Pessoal, apesar dessa questão ser de 2010 ela continua muito 
atual justamente por ter sido o estopim de tudo o que ainda hoje vemos 
na Europa, sobretudo! 
A primeira assertiva está correta. Que a recente crise econômica 
envolveu grandes bancos e o sistema financeiro internacional nós já 
temos certeza, não é mesmo? Todavia, para entender o porquê essa 
crise representou também uma quebra de paradigmas, é preciso saber 
qual era a crença econômica dominante. 
Desde o Consenso de Washington, as políticas neoliberais são 
preponderantes e, com elas, a crença de que o mercado tem capacidade 
para autorregular-se. Todavia, diante da crise, economistas e governos 
se viram diante de um beco sem saída. Eles perceberam que o Estado 
não poderia ficar inerte e deveria intervir para estimular a economia, o 
que representou uma quebra dos paradigmas neoliberais. 
Dessa forma, o que a crise mostrou empiricamente? Ela 
mostrou que, mesmo no capitalismo financeiro, que se baseia no poder 
das empresas e capitais privados, a economia ainda precisa da ajuda do 
Estado pra não entrar em colapso. Deste modo, a certeza de que os 
mercados podiam se autorregular independentemente da intervenção do 
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Estado se evapora, desembocando sim numa crise do paradigma liberal. 
Voltamos, portanto, às ideias keynesianas de intervenção estatal. 
A segunda assertiva está correta. Para compreendermos este 
item, há três informações importantes que devemos saber: 
1 – O que é Bretton Woods? 
2 – O que é o G20? 
3 – O que foi estabelecido no último encontro do G20 em 2009? 
Bem, amigos, no início de nossa aula, já vimos que Bretton 
Woods foi o nome dado a uma conferência realizada quase ao final da 
Segunda Guerra com o objetivo de conduzir a política econômica 
mundial. Por ter sido o primeiro modelo de uma ordem econômica 
totalmente negociada para reger as relações entre Estados ele foi 
responsável pela criação de instituições que regulassem seus objetivos: 
FMI e BIRD. 
Bom, outro ponto importante para que respondêssemos 
corretamente essa pergunta era compreender o que é o G20. O G20 foi 
criado em 1999 ao término de uma década marcada por agitações 
econômicas na Ásia, México e Rússia. Ele foi instituído como forma dos 
países ricos reconhecerem a importância dos países emergentes, que se 
apresentaram capazes de colocar os mercados em risco com suas 
inconstâncias. 
Assim, pessoal, a verdade é que não há regras formais para se 
adentrar no G20, mas é nítida a intenção de se reunir num mesmo grupo 
os países mais desenvolvidos e os que estão em desenvolvimento. 
“Ok, professora! Mas esses países se juntam e fazem o quê, 
afinal?” 
 Então, quando se reúnem os representantes da equipe que 
compõem o G20, seus dirigentes debatem os mais diversos temas de 
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interesse comum, como assuntos orçamentários, monetários, comerciais, 
energéticos, soluções para o crescimento e formas de combater o 
financiamento ao terrorismo. 
Por exemplo, na reunião do G20 ocorrida em abril de 2009, em 
Londres, o foco principal foi a crise financeira. Durante o encontro, 
representantes de vários países solicitaram medidas que respondessem à 
depressão econômica global. Isso significou que todos os países do G20 
se dispuseram a se empenhar em estabilizar o sistema financeiro e 
difundir os fundamentos de uma economia sustentável. Para isso seria 
necessário resguardar o livre comércio e evitar o aumento do 
protecionismo, ponto em que todos os países se manifestaram a favor e 
se propuseram a tomar medidas concretas. Apesar dessa decisão, não 
foram adotadas medidas concretas pelas instituições de Bretton Woods, 
ou seja, a assertiva está correta. 
A terceira assertiva está correta. Como membro do G20, o 
Brasil esteve na presidência rotativa da organização e, em 2008, 
apresentou como pontos de discussão a competição nos mercados 
financeiros, desenvolvimento econômico e elementos fiscais de 
crescimento e desenvolvimento. Assim, é correto afirmar que o Brasil 
insistiu sim na necessidade de prover a economia mundial com créditos 
para seu desenvolvimento. 
O Brasil também se posicionou a favor do aumento da rigidez na 
regulação financeira. Conforme o próprio ministro da fazenda Guido 
Mantega afirmou, a falta de regulação no mercado financeiro dos EUA foi 
a raiz da crise econômica global. 
A quarta assertiva está correta. Muito se noticiou na mídia no 
ano passado que o Brasil havia, pela primeira vez, emprestado dinheiro 
ao FMI, vocês se lembram? Na verdade, o Brasil se tornou um credor do 
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FMI ao comprar US$10 bilhões em notas dessa organização 
internacional. É como se o Brasil tivesse dado dinheiro ao FMI e em 
troca recebeu essas notas, que nada mais são do que papéis que dão 
direito ao recebimento de valores! 
Gabarito: A 
 
CRISE EUROPEIA 
Creio que, justamente por ser a mais atual, essa é a crise que 
mais nos interessa por ter maior probabilidade de ser cobrada, já que 
quando se fala em Europa vem logo à mente a crise financeira e a 
turbulências de mercado pela qual a maioria dos países daquele 
continente está passando. Mas, daí vem a pergunta: por que a Europa 
passa por uma crise? 
Bem, pessoal, o fato é que a crise tem um caráter tão sério que 
líderes das maiores economias mundiais deram início em novembro do 
ano passado - em Cannes, na França - à tentativa de resolver uma das 
crises mais profundas do capitalismo. 
A reunião do G20, o grupo dos países mais desenvolvidos 
ocorreu num contexto em que União Europeia e Estados Unidos se viram 
novamente afetados pelo baixo crescimento, um problema iniciado em 
2008 e que ganhou novos contornos. 
Se na crise de 2008 os bancos estavam no centro do impasse, 
agora o problema é outro... Agora, a capacidade dos Estados pagarem 
suas dívidas soberanas é que foi colocada em questão. Deste modo, 
podemos dizer que é a origem dos recursos que outrora socorreram as 
instituições financeiras e ajudaram a reaquecer a economia que, neste 
momento, concentra as maiores preocupações. 
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Assim, podemosentender que formação da crise na zona do 
euro aconteceu, fundamentalmente, por problemas fiscais. Alguns 
países, como a Grécia, gastaram mais dinheiro do conseguiram arrecadar 
por meio de impostos nos últimos anos. Para se financiar, passaram, 
então, a acumular dívidas. Assim, a relação do endividamento sobre PIB 
de muitas nações do continente ultrapassou significativamente o limite de 
60% estabelecido no Tratado de Maastricht, de 1992, que criou a zona do 
euro (veremos isso mais à frente, ok?). 
No caso da economia grega, a razão dívida/PIB é mais que o 
dobro deste limite. A desconfiança de que os governos da região teriam 
dificuldade para honrar suas dívidas fez com que os investidores 
passassem a temer possuir ações, bem como títulos públicos e privados 
europeus. 
Os principais países que enfrentam a situação de crise são: 
Portugal, Irlanda, Itália, Grécia e Espanha – que formam o chamado 
grupo dos PIIGS. Estes países são os que se encontram em posição mais 
delicada dentro da zona do euro, exatamente porque foram os que 
atuaram de forma mais indisciplinada nos gastos públicos e se 
endividaram excessivamente. 
Além de possuírem elevada relação dívida/PIB, estes países 
possuem pesados déficits orçamentários ante o tamanho de suas 
economias. Como não possuem sobras de recursos (chamado superávit), 
entraram no radar da desconfiança dos investidores. 
Outro dia tive uma pergunta interessante no fórum sobre essa 
crise que gostaria de partilhar com vocês. A aluna perguntou por que a 
crise na Grécia era a que tinha mais visibilidade na mídia já que não era 
o único país que enfrentava dificuldade? 
Já pensaram sobre isso? 
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Acho que vou deixar vocês curiosos e só respondo no fórum de 
novo...rsrsrs 
 
Vejamos como esses assuntos aparecem nas prova! :-P 
 
8(CESGRANRIO/ Escriturário- BB / 2012 ) Em novembro de 2011, o 
governo da Grécia desistiu de convocar um referendo popular, cedendo à 
pressão dos líderes europeus preocupados com o futuro do continente. 
Esse referendo popular decidiria sobre a(o) 
(A) presença das forças militares da OTAN na Europa 
(B) pacote de socorro financeiro do resto da Europa 
(C) efeito político da Primavera Árabe na economia grega 
(D) aliança estratégica com os países dos Bálcãs 
(E) ajuda humanitária oferecida pelas Nações Unidas 
COMENTÁRIOS 
Bem, pessoal essa questão aqui é bem recente pois foi cobrada 
na prova do BB deste ano, portanto, está bem fresquinha. 
A alternativa correta é a letra B. No último dia do mês de 
outubro do ano passado, o primeiro-ministro da Grécia, George 
Papandreou, surpreendeu a todos anunciando que iria convocar um 
referendo sobre a adoção das medidas anticrise aprovadas pelos líderes 
da União Europeia. 
Papandreou, no entanto, defendia a necessidade do referendo 
afirmando que este era um assunto que determinava o futuro do país e, 
portanto, o cidadão tem a primeira palavra. O último referendo realizado 
na Grécia tinha ocorrido em 1974, quando a monarquia foi abolida, 
meses depois do colapso da ditadura militar. 
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Todavia, após forte pressão da União Europeia, o referendo 
popular foi cancelado e o pacote de medidas de austeridade fiscal para 
combater a crise econômica que afeta o país foi aprovado depois de 
intensos debates entre os países da zona do euro. 
Gabarito: B 
10(CESPE / Escriturário – BRB / 2011 / com adaptações) Com 
referência à aprovação, em junho de 2011, e à repercussão, na 
Europa, do conjunto de medidas econômicas e fiscais proposto 
pela Grécia para conter a crise econômica no país, julgue os itens 
a seguir. 
I – Mesmo após a aprovação do pacote fiscal, a União Européia se 
recusou a conceder novos empréstimos aos gregos, dado o caráter 
contraproducente desse tipo de medida, que poderia incentivar outros 
países a contrair dívidas sem condições de honrá-las no futuro. 
II – A população da Grécia reagiu à aprovação das medidas de contenção 
da crise propostas pelo governo, promovendo greve geral e 
manifestações políticas nas ruas da capital do país, Atenas. 
III – O aprofundamento da crise na Grécia deveu-se à recusa do governo 
local em adotar o euro como moeda nacional, fato que impediu esse país 
de se beneficiar do ciclo de crescimento econômico europeu da primeira 
década do século XXI. 
IV – Além da Grécia, outros países europeus, como Espanha, Itália, 
Portugal e Irlanda, também podem ser afetados pela crise econômica, em 
razão das dificuldades que eles enfrentam para pagar suas dívidas 
públicas. 
Marque a alternativa correta 
a) EECC 
b) ECCE 
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c) ECEC 
d) CCCC 
e) CCEE 
COMENTÁRIOS 
A afirmativa I está errada. Ao contrário do que diz a afirmação, 
os líderes da União Europeia fizeram sim novas concessões de 
empréstimos à Grécia. Portanto, quando a questão diz que a UE recusou 
novos empréstimo, torna a afirmativa incorreta. 
Como vimos anteriormente a situação grega ainda é bastante 
indefinida e o país está lutando para sair da complicada situação em que 
se encontra, muitas vezes sacrificando sua própria população. 
A assertiva II está correta. Como já foi dito em questões 
anteriores, para tentar resolver a situação financeira grega foram 
aplicadas medidas de austeridade, até como uma forma de atender às 
exigências da UE e FMI. 
Mas, a população da Grécia não aceitou, nem tem aceitado, 
essas imposições de forma tranquila. Uma das formas encontradas para 
mostrar o descontentamento foi por meio de greves organizadas em 
várias partes da Grécia e que continuam sendo noticiadas ainda agora. 
Exemplo claro deste tipo de manifestação, ocorreu há um ano 
atrás no dia 20 de setembro de 2011, quando houve uma greve que 
paralisou os transportes públicos em Atenas, afetando também muitos 
vôos, já que os controladores aéreos aderiram ao movimento. A 
manifestação foi um protesto contra a fusão de diversas empresas do 
setor de transportes e pela demissão ou aposentadoria antecipada de 
muitos trabalhadores, medidas adotadas em nome dos acordos 
internacionais feitos a partir da ajuda financeira que o país vem 
recebendo. Deste modo, pessoal, a afirmativa está realmente certa. 
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A afirmativa III está incorreta. O erro da afirmativa está no fato 
de dizer que o governo grego se negou a adotar o euro como moeda 
corrente. Na verdade, a Grécia foi o primeiro país a aderir ao euro (em 
2001) depois de sua introdução na Europa, em 1999. 
O que realmente levou o país à situação em que hoje se 
encontra foram os altos gastos que a Grécia teve na última década. 
Principalmente devido aos gastos públicos e salários do funcionalismo. 
Para tentar resolver a situação recorreu a empréstimos pesados, o que 
fazia a dívida externa do país crescer vertiginosamente. Em 2009, em 
plena crise mundial de crédito, os cofres públicos gregos eram 
esvaziados, não tendo receitas suficientes para cobri-los. 
O crescimento da dívida externa da Grécia deixou os 
investidores relutantes em emprestar mais dinheiro ao país, fazendo com 
que os juros da dívida aumentassem muito. Para tentar resolver a 
situação, em abril de 2010, a Gréciaentrou com pedido oficial de ajuda 
na União Européia e no FMI. Mas, sua situação continua se agravando de 
lá para cá. 
A afirmativa IV está certa. É isso mesmo, além da Grécia, 
outros países da zona do euro estão passando por dificuldades, 
principalmente no que se refere às dívidas públicas. O caso mais grave é 
o da Itália, tendo um estoque de dívida mais elevado, mas outras 
regiões, como Espanha, Irlanda, Portugal, Chipre e mais recentemente, a 
França também correm o risco de serem afetadas pela crise. 
Em julho a taxa de juros dos títulos da dívida pública dos 
governos italiano e espanhol subiu, levando o Banco Central Europeu 
(BCE) a procurar formas de reverter a situação. No caso francês, a 
preocupação diz respeito à exposição dos bancos deste país à “periferia” 
da zona do euro, principalmente Grécia e Itália e suas dificuldades. 
a n t e n o r j o s ? g i o n g o 2 3 2 6 8 2 5 5 9 4 9
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Houve uma queda nos preços das ações destes bancos franceses, 
similares aos declínios sofridos pelos bancos italianos. 
Gabarito: C 
 
Bem, pessoal, depois de falar tanto da Grécia acho que nem 
precisaremos esperar o fórum para saber que ela tem maior visibilidade 
porque além da crise econômica que se instalou no país, temos ali 
também uma grave crise política e social o que torna qualquer medida 
“anticrise” mais difícil de ser efetivada, não é mesmo? Por isso ela causa 
maior medo aos órgãos internacionais e repercutem tanto na imprensa, 
entenderam? 
 
MERCOSUL 
 
Bem, meus amigos, não podíamos encerrar essa aula sem falar 
de um dos maiores rebuliços econômicos deste ano: a entrada da 
Venezuela no Mercosul, não é mesmo? Ainda que estejamos num estágio 
muito diferente da União européia já demos alguns passos importantes 
para, quem sabe um dia, atingir o nível de liberalização e 
homogeneização econômica que eles possuem. 
Portanto, não podemos esquecer que temos, aqui bem pertinho 
de nós, um importante mercado do qual fazemos parte e que assume , 
cada vez mais, uma enorme importância pra todos nós: o MERCOSUL. 
O MERCOSUL é um bloco regional constituído por Brasil, 
Argentina, Uruguai, Paraguai e Venezuela (desde 31 de julho de 2012) 
que tem por objetivo formar um mercado comum. Esse estágio de 
integração pressupõe a livre circulação de mercadorias e serviços entre 
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seus membros, uma política comercial comum em relação a terceiros 
países e a livre circulação dos fatores de produção. 
As origens do MERCOSUL estão na Declaração de Iguaçu, que 
formalizou a cooperação econômica entre Brasil e Argentina no ano de 
1985. Posteriormente, Fernando Collor de Melo e Carlos Menem 
assinaram em 1990 a Ata de Buenos Aires, visando à integração 
econômica entre esses dois países. Em 1991, com a assinatura do 
Tratado de Assunção e a entrada de Uruguai e Paraguai no bloco, surge o 
MERCOSUL. 
Ainda falta muito para o MERCOSUL atingir objetivo de 
constituição de um mercado comum, pois há uma série de dificuldades 
políticas e institucionais que impedem o aprofundamento da integração 
regional. Em primeiro lugar, os países que integram o MERCOSUL são 
economicamente muito heterogêneos. Enquanto o Brasil e Argentina 
possuem economias maduras, o Paraguai ainda é uma economia bem 
frágil. Em termos políticos, o Brasil goza de maior prestígio no cenário 
internacional e sua política externa tem objetivos ambiciosos, como 
conquistar um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU. 
No que diz respeito às dificuldades institucionais do 
MERCOSUL, ressalto que não existe nesse bloco regional um órgão 
supranacional com capacidade legislativa. Isso dificulta a produção 
normativa no âmbito do MERCOSUL, enfraquecendo, por conseguinte, a 
segurança jurídica. Para que uma norma tenha vigor no âmbito do 
MERCOSUL, ela deve ser aprovada pelos seus quatro países-membros. 
Quanto às práticas protecionistas adotadas entre seus 
membros, é incontroverso dizer que elas recrudesceram nos últimos 
tempos. Principalmente no comércio entre Brasil e Argentina, o que se 
percebe é uma verdadeira “troca de gentilezas” entre esses países. 
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Todavia, apesar de todas essas dificuldades para a consolidação 
da integração entre os seus integrantes, a corrente de comércio do Brasil 
com o bloco intensificou-se nos últimos anos. 
O Brasil tem dado grande prioridade ao fortalecimento do 
MERCOSUL. Isso se deve, conforme já comentei anteriormente, às 
ambições da política externa brasileira, cujo objetivo é conseguir um 
assento permanente no Conselho de Segurança da ONU. Para isso, o 
Brasil almeja ser visto pelo mundo como um autêntico líder e promotor 
da estabilidade regional. 
A criação do FOCEM (Fundo para Convergência Estrutural) e do 
Parlamento do MERCOSUL foram, nesse sentido, iniciativas apoiadas pelo 
Brasil. O FOCEM é um fundo destinado a apoiar projetos de infra-
estrutura das economias menores e das regiões menos desenvolvidas do 
MERCOSUL, visando, acima de tudo, a redução das assimetrias regionais. 
O Parlamento do MERCOSUL, por sua vez, representa um passo no 
caminho do aprofundamento do processo de integração. Como principais 
funções, o Parlasul busca agilizar o processo de incorporação de normas 
do MERCOSUL ao ordenamento jurídico de seus membros bem como 
fortalecer a cooperação inter-parlamentar. 
Outra iniciativa que pretende aprofundar a integração no âmbito 
do MERCOSUL é o Sistema de Pagamentos em Moeda Local (SML), que já 
permite hoje que Brasil e Argentina utilizem em suas relações comerciais 
recíprocas o peso e o real. Existe a possibilidade, ainda não transformada 
em realidade, de que esse sistema seja estendido a todas as relações 
comerciais entre os países do MERCOSUL. 
Vamos resolver uma questão sobre o MERCOSUL? 
 
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11(CESPE/STM/2011) Em março de 2010, a Venezuela passou a 
integrar, como membro pleno, o MERCOSUL. 
COMENTÁRIOS 
Essa é uma questão que hoje poderia deixar o candidato em dúvida pelo 
simples fato de que AGORA, EM JULHO DE 2012, essa afirmação ficou 
correta, já que a Venezuela passou mesmo a integrar o MERCOSUL. O 
único país membro do bloco que se opunha a entrada da Venezuela no 
era o Paraguai, que, com seu afastamento depois da crise política que 
assolou o país e que veremos na próxima aula, até as próximas eleições 
democráticas não teve como impedir que essa aliança se concretizasse. 
 
12(CESPE / IRB / 2010) Após a aprovação, pelo Senado Federal, 
em dezembro de 2009, do protocolo de adesão da Venezuela ao 
MERCOSUL, resta apenas a ratificação por parte do Paraguai para 
que o processo de incorporação daquele país à União Aduaneira 
seja concluído, ratificação essa que tende a ser facilitada pelo 
fato de o Paraguai fazer parte da chamada aliança bolivariana, 
dado o perfil político de esquerda do Presidente Fernando Lugo. 
COMENTÁRIOS 
Essa é uma questão um pouco complicada de explicarmos hoje uma vez 
que ela foi construída no momento em que a Venezuela ainda não fazia 
parte do MERCOSUL – o que só ocorreu no dia 31 de julho deste ano, 
quando o Paraguai foi suspenso do bloco! Portanto, podemos entender

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