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Amniorrexe Prematura Definição: (Aula) Na amniorrexe há rotura da bolsa das membranas antes do trabalho de parto. Não existe relação com a idade gestacional. Quando ocorre o trabalho de parto? Dilatação do colo, perda de tampão mucoso com formação de bolsas e contração. Função do líquido amniótico: ● Proteção ● Alimentação ● Manutenção do sistema termo-regulador Quando rompe a bolsa prematuramente o bebê pode sofrer infecção, desequilíbrio térmico. A mulher sofre risco de ter sepse. Incidência: ● 4,5 a 8,0% das gestações ● 70% das gestações a termo – ou seja, com mais de 37 semanas completas Relembrando: Aborto é quando ocorre morte fetal até 20 a 22 semanas. A termo – quando tem 37 semanas completas; Pós termo – com mais de 42 semanas completas; Pré-termo – com 37 semanas incompletas. Diagnóstico: ● Clínico ● Laboratorial Gestante chega queixando perda de líquido, tem que saber as características do líquido ( pois pode ser só uma incontinência urinária, e ela não percebe que está urinando, e fala que está perdendo líquido). Se o líquido for claro e com grumos branco – O líquido amniótico é claro como água de rocha e os grumos podem ser lanugem, sinal de que o pulmão está maduro, que é uma gestação a termo; Líquido esverdeado – sinal de que houve liberação de mecônio, indicando sofrimento fetal; Líquido marrom indica feto morto. Tem que saber quando iniciou a liberação de líquido pois pode indicar risco aumentado de infecção. Pode-se avaliar o fundo de útero, que estará diminuído se houver perda de líquido. Ao fazer a manobra de Leopold sente-se mais asa partes fetais, já que não há líquido. Também deve-se escutar os batimentos cardio-fetais para ver o bem-estar do feto. E fazer o exame especular, e observar o orifício externo do colo, que é fundamental. Etiopatogenia: ● Operações ginecológicas prévias ● Lacerações cervicais – pacientes que são submetidas a múltiplos partos vaginais podem ter sofrido lacerações ● Incompetência istmo-cervical - há comprometimento do colo do útero, o qual não fica fechado, e com 4 a 5 meses a bolsa pode romper ● Inserção baixa da placenta ● Sobredistensão uterinas ● Traumas ● Processos inflamatórios da endocérvice Obs.: A cada 10 mulheres hoje 8 tem HPV. A infecção por HPV pode gerar amniorrexe prematura. Clínico: ● Anamnese minuciosa ● Exame obstétrico ● Palpação minuciosa ● Exame da genitália interna ( Manobra de Tarnier – Na quarta etapa da manobra de Leopold, o examinador pega a apresentação e a empurra para cima, liberando-a da pelve, [vi num artigo que o examinador além de elevar a apresentação com palpação abdominal o examinador deve comprimir o fundo do útero] com isso pode escorrer líquido pelo orifício externo) ● Conturbam o diagnóstico – oligodramnia de outra etiologia ( principalmente feto com alteração do sistema genito-urinário), IVE, aumento da secreção vaginal Laboratorial: ● PH vaginal – em condições normais o ph é ácido, mas quando o líquido amniótico se torna presente ele basifica o ph ● Cristalização – faz o exame especular, colhe a secreção vaginal e coloca numa lâmina, aguarda 5 minutos, e com a lâmina à fresco observa-se cristalização (lembra uma folha de samambaia) ● (Presença de solutos no muco cervical) – isso dificulta a cristalização ● Citologia vaginal ● Ultra-sonografia – é difícil diagnosticar através dela, vai depender de qual examinador está fazendo o exame, da estática fetal. Contudo, ela tem um papel importante, mas complementar, não dá diagnóstico de certeza. Cristalização do muco cervical: Presença de imagens arboriformes no muco Teste positivo Obs.: A presença de sangue impossibilita o exame. Teste falso-positivo = Pode ocorrer quando houver contaminação da mão do médico ou da vulva da paciente, quando a paciente apresentar colpite, ou houver soluções salinas contaminando o muco. Determinação do PH vaginal: ● Papéis preparados com nitrazina, bromocresol e azul de bromotimol Líquido amniótico – ph de 7,0 – 7,5 Conteúdo vaginal – ph de 4,0 Resultados positivos – ph maior que 6,5 ( cor azul) Diagnóstico citológico: ● Esfregaço vaginal – colher em pepita de Papanicolau em fundo de saco vaginal Pesquisa de lanugem: ● Células da epiderme fetal – poligonais, agrupadas, anucleares e eosinofílicas ● Células lipídicas ( coradas pelo sulfato de azul de Nilo à 0,1%) – fica uma coloração alaranjada Ultrassonografia: ● Avaliação do líquido amniótico ● Exame complementar ● Avaliação do bem estar fetal – movimento respiratório Atenção segundo o Livro: O diagnóstico é confirmado pela: Detecção de fluido claro que drena do colo uterino Observação do acúmulo do líquido no fórnice posterior da vagina Verificação do ph vaginal superior a 7 quando, no geral, ele se situa entre 4-5 Feitura do teste do papel de nitrazina, que assume cor azul quando o ph for maior que 6 a 6,5, devendo-se estar atento para achados falso-positivos decorrentes de contaminação vaginal do fluido vaginal por sangue, sêmen, anti-sépticos alcalinos e vaginose bacteriana Cristalização arboriforme do muco cervical quando colocado em lâmina e submetido à flambagem, fenônemo passível de ser observado por microscopia ótica Presença de elementos fetais, tais como lanugem e células da sua epiderme, os últimos caracterizados por assumirem coloração alaranjada ( orangiófilas) após tratamento com sulfato azul do Nilo a 1% Constatação de oligodramnia no exame ultra-sonográfico, afastadas outras causas de diminuição do líquido amniótico, como malformações fetal e crescimento intra-uterino retardado. Tratamento: ● Prever – consiste em fazer um bom pré-natal ● Reconhecer ● Bem tratar ● Específico e Geral Observações feitas em aula: A lanugem aparece com 24 semanas; Pede-se cardiotocografia a partir de 28 semanas; Infecção por Streptococcus Beta-hemolítico trata-se com penicilina cristalina; Infecção urinária é uma causa de amniorrexe prematura, e o pricipal agente da infecção urinária na grávida é E. coli, e o tratamento é feito com ampicilina ou cefalosporina de segunda geração. É fundamental para o tratamento saber a idade gestacional da paciente!!!! Tratamento Geral: ● Hospitalização ● Diagnosticar infecção precoce ● Leucograma de 2/2 dias ● Curva de temperatura axilar ● Swab endocervical ● Proteína C Reativa ● Corticoterapia – para maturidade pulmonar, se faz até 34 semanas. A droga usada é a Betametasona. ● Antibioticoterapia- no HUGG se faz após 24 horas de bolsa rota. ● Evitar o toque vaginal – pois pode promover a infecção ascendente. ● Idade gestacional ● Infecção ● Patologia materna ou fetal – paciente com síndrome hipertensiva e amniorrexe, por exemplo, vai se preservar a vida materna. Feto com menos de 22 semanas com amniorrexe – deve-se internar a mãe e acompanhar o quadro. A partir de 22 semanas se tiver amniorrexe intervém se o feto for viável. Obs.: Não há expansão pulmonar sem líquido amniótico. Tratamento: No termo: Resolução ● Indução com ocitócito – misoprostol; ocitocina ● Avaliação de índice de Bishop – avaliavar se o colo vai reagir a indução, senão não adianta ● Via baixa menor possibilidade de infecção ● Interrupção por via alta com medidas para prevenção de infecção puerperal Antes do termo: ● Quando interromper ● Maturidade pulmonar Se tiver com mais de 22 semanas até 37 semanas incompletas, vai depender, se houver infecção justifica interromper em qualquer momento; quanto a maturidade pulmonar esta só ocorre com 34 semanas.
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