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ANESTESIOLOGIA VETERINÁRIA (ANESTESIA LOCAL E MIORRELAXANTES)

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2ª PROVA 
 
ANESTÉSICOS LOCAIS 
 
- Anestésicos Locais são todas as substâncias que bloqueiam de maneira REVERSÍVEL da condução do 
impulso nervoso, levando a uma perda da sensação dolorosa, mas SEM gerar inconsciência. Esses 
fármacos que induzem uma anestesia em regiões do corpo. 
- Outros meios de atingir uma anestesia local: 
  MEIOS MECÂNICOS: como garrote e compressão sobre o feixe nervoso; 
  MEIOS FÍSICOS: uso de gelo e éter (gera perda rápida de calor); 
  MEIOS QUÍMICOS: são os próprios anestésicos locais. 
 
- CLASSIFICAÇÃO: essa divisão está associada à duração da meia vida dos fármacos e, principalmente, aos 
riscos de reações alérgicas. 
  ÉSTERES: possuem meia-vida de poucos minutos, pois são metabolizados pela enzima 
Colinesterase plasmática, que é encontrada de forma ampla no plasma, e sua excreção é renal. Além disso, 
também determinam maior taxa de reações de hipersensibilidade, o que justifica seu uso reduzido. 
 Exemplo: Cocaína, Procaína, Cloroprocaína e Tetracocaína. 
  AMIDAS: tem meia-vida maior que os ésteres, de algumas horas, devido o seu metabolismo 
hepático e excreção renal. São mais usados. 
 Exemplo: Lidocaína, Mepivicaina, Bupivacaina, Ropinivaina e Etidocaina. 
 
- ESTRUTURA QUÍMICA: constituída por 3 partes fundamentais. 
  Anel aromático LIPOFÍLICO; 
  Cadeia intermediária: ÉSTER ou AMIDA; 
  Amina HIDROFÍLICA. 
 Quanto maior for a LIPOSSOLUBILIDADE do grupo aromático, mais fácil é a passagem pela barreira 
lipídica celular (membrana celular), pois a molécula será menor, e mais potente será o anestésico, ou seja, 
pode-se usar uma menor dose para ter o mesmo efeito. 
 
 
- MECANISMO DE AÇÃO: 
 Bloqueio reversível da bomba de sódio e potássio, sendo assim anestésicos verdadeiros, 
impedindo a geração e condução do impulso nervoso. Além disso, eles também bloqueiam as fibras 
sensitivas e motoras. 
 
 Normal Meio Extracelular + + + + + + + 
 Meio Intracelular - - - - - - - 
 
 Anestésico Meio Extracelular + + - - - - - 
 Meio Intracelular - - + + + + + 
 
 Todas as células tem membrana lipídica, por isso o Anestésico Local deve ser mais lipofílico. 
Portanto, seu grau de ionização, que é o pH do tecido e o pKa do anestésico, conta muito. 
 A quantidade de anestésico que vai entrar na célula é controlada pelo GRAU DE IONIZAÇÃO, que 
está relacionado com a LATÊNCIA do fármaco. O fármaco penetra gradativamente através da forma não-
ionizada, ou seja, entra nos tecidos nessa forma. Já a ação, ou efeito, do anestésico local, se dá através de 
sua forma ionizada. 
 
- LATÊNCIA: tempo que o fármaco começa a fazer efeito. 
  pKa: constrante de dissociação. 
É o pH onde 50% do fármaco está na forma IONIZADA e 50% está na forma NÃO-IONIZADA. 
O pKa dos Anestésicos locais varia entre 7,7 e 9,1. 
 Quanto menor o pKa, maior é a fração NÃO-IONIZADA em relação a ele mesmo e, portanto, menor 
a LATÊNCIA (entra mais rapidamente na célula). 
 
  EXEMPLOS: 
PELE: pH tecidual = 7,4 
 pKa Lidocaina = 7,86 (menor latência, ou seja, é mais não-ionizado que a Bupivacaina) 
 pKa Bupivacaina = 8,10 
 Ou seja, quanto maior é o pKa, maior é a fração IONIZADA, e também será maior a latência 
(demora mais para a Bupivacaina fazer efeito, se comparar com a Lidocaína). 
 
CÉLULA TECIDUAL pH = 7,4 IONIZADA NÃO-IONIZADA 
LIDOCAÍNA pKa = 7,86 55% 45% 
BUPIVACAÍNA pKa = 8,1 65% 35% 
FÁRMACO X pKa = 7,4 50% 50% 
FÁRMACO Y pKa = 6,0 45% 55% 
 
 Quanto mais próximo de 7,4 maior será a fração NÃO-IONIZADA. 
 A Lidocaína tem MENOR LATÊNCIA se comparada com a Bupivacaína, portanto, entra na célula mais 
rapidamente e inicia o efeito antes. Mas tem MAIOR LATÊNCIA em relação ao fármaco X. 
 O fármaco Y, de menor pKa, é o que tem menor latência de todos. 
 
- CARACTERÍSTICAS DESEJÁVEIS: 
  Quimíco-físicas: 
 Solubilidade em água; 
 pH próximo à neutralidade (indicador de menor latência, devido a maior fração não-ionizada). 
  Farmacológicas: 
 Menor latência (mais curta); 
 Maior duração (mais longa); 
 Não deixar resíduos; 
 Compatibilidade com adrenalina; 
 Não ser irritante aos tecidos. 
  Gerais: 
 Ser eficaz independente tecido a ser anestesiado; 
 Não produzir hiperalgesia; 
 Baixa toxicidade sistêmica; 
 Preço acessível. 
- VANTAGENS DOS ANESTÉSICOS LOCAIS: 
  É muito ECONÔMICO: por isso, é muito usado em bovinos no campo; 
  Não requer equipamentos; 
  Causa mínima depressão cardio-respiratória na dose terapêutica; 
  Não há necessidade de anestesia geral em alguns casos, o que diminui o risco anestésico; 
  Reduz o requerimento dos Anestésicos Gerais; 
  Causa analgesia pós-operatória (no caso de cirurgias muito dolorosas, como a Toracotomia); 
  Impede a hiperssensibilização central (não permite que o impulso nervoso chegue aos 
receptores NMDA nas fibras do tipo C). 
 
- BOVINOS: normalmente faz somente anestesia local, e raramente faz anestesia geral. 
- EQUINOS: fazem muito infusão de Lidocaína IV, para promover ação analgésica e anti-inflamatória no caso 
de cólica. 
- PEQUENOS ANIMAIS: uso de Lidocaína sistêmica (IV) como anti-arritmico. 
- SEMPRE deve usar anestésicos locais, em associação aos gerais, nas cirurgias de amputação. 
 
- SEQUÊNCIA DE DESSENSIBILIZAÇÃO: 
 DOR (é sempre a última que volta após o efeito do Anestésico Local) 
 FRIO 
 CALOR 
 TOQUE (fibras do tipo Aβ, com baixa quantidade de mielina) 
 PRESSÃO 
 FUNÇÃO MOTORA (é sempre a primeira que volta após o efeito do Anestésico Local) 
 
* É muito mais fácil inibir a BOMBA DE Na/K em uma fibra de condução MAIS LENTA, como nas fibras C e 
Aδ. Por isso, a DOR é inibida e o TATO não, por exemplo. 
 
- ASSOCIAÇÃO COM OUTRAS SUBSTÂNCIAS: 
  ADRENALINA: receptor α e β. PROVA 
 VASOCONSTRIÇÃO LOCAL: diminui o fluxo de sangue na região, o que aumenta o tempo de 
anestesia local, devido à diminuição da drenagem do Anestésico Local daquele tecido (por 
causa do fluxo diminuído, o sangue absorve aos poucos o fármaco e o “leva embora”). 
Portanto, AUMENTA O TEMPO DE BLOQUEIO. 
 Diminuição da absorção sistêmica (sangue demora para retornar); 
 Aumento do tempo de anestesia; 
 Permite aumentar discretamente a dose máxima: sangue demora para absorver o 
anestésico que, portanto, demora para cair na corrente sanguínea, causando menor 
intoxicação. É bom para animais muito pequenos com uma área muito grande a ser 
anestesiada (pode-se DILUIR o fármaco com solução fisiológica também, para poder 
aumentar a área em que o anestésico vai se espalhar pelo tecido); 
 Cuidado com as EXTREMIDADES: não usar em associação com Adrenalina em 
extremidades, como orelha, pênis ou casco, pois devido a diminuição do fluxo de sangue, 
pode ocorrer NECROSE nesses locais; 
 
 
 HIALURONIDASE: degrada o ácido hialurônico. 
 Enzima facilitadora da difusão de líquidos injetáveis age reduzindo temporariamente a 
viscosidade do tecido conjuntivo, tornando-o mais permeável à difusão de líquidos; 
 Aumenta a ÁREA BLOQUEADA. 
  BICARBONATO: 
 Alcalinizar a solução (promove neutralização do tecido); 
 Produz MAIOR quantidade da forma NÃO-IONIZADA extracelular; 
 DIMINUI a latência; 
 AUMENTA o efeito do anestésico local; 
 INFLAMAÇÃO LOCAL causa diminuição do pH do tecido e, portanto, aumento da latência 
(fármaco não entra na célula), pois quanto mais longe estiver o pH do tecido do pKa do 
anestésico, maior é a quantidade de fármaco não–ionizado, e maior é o tempo para 
penetrar no tecido e agir. Se associar com BICARBONATO, esse irá tamponar o ácido no 
tecido (aumentando o pH) e, com isso, diminuindo a latência do anestésico. 
 
- EFEITOS TÓXICOS: SISTEMA NERVOSO CENTRAL: 
 ALTAS DOSES causam excitação e convulsão, podendo levar ao coma. 
 BAIXAS DOSES causam sedação e diminuição da dose do anestésico geral. 
  SISTEMA CARDIORRESPIRATÓRIO: 
 ALTAS DOSES causam diminuição da FC, PA (hipotensão severa) e DC. 
 Depressão respiratória. 
 Colapso cardiovascular, devido à VASODILATAÇÃO, que vai gerar sangue estagnado, 
levando ao CHOQUE, que ocorre pela falha na perfusão sanguínea para a periferia 
(consegue ver através do TPC). 
Se o TPC for alto (maior que 8 segundos) e a mucosa estiver CONGESTA, é porque tem 
sangue parado nos vasos periféricos, já se o TPC for alto (maior que 8 segundos) e a mucosa 
for PÁLIDA, não há sangue nos vasos periféricos. Ambos os casos são indicativos de 
CHOQUE, mas por causas diferentes. 
 
- EFEITOS TÓXICOS DA LIDOCAÍNA: 
Concentração plasmática da Lidocaína 
 MORTE 
 COLAPSO CARDIOVASCULAR 
 
 PARADA RESPIRATÓRIA 
 
 COMA 
 
 INCONSCIÊNCIA 
 CONVULSÕES 
 ESPASMOS MUSCULARES 
 DISTÚRBIOS DA VISÃO 
 AGITAÇÃO 
 
Quando o animal também está sob os 
efeitos de Anestesia Geral, só se consegue 
visualizar esses efeitos tóxicos da 
Lidocaína, portanto, só se percebe quando 
a concentração plasmática está muito alta. 
Esses sintomas decorrente da intoxicação 
por Lidocaína, podem ser vistos quando o 
animal está CONSCIÊNTE, ou seja, não está 
sob o efeito de anestésicos gerais. Sendo 
mais fácil reverter esse quadro, pois a 
concentração plasmática será menor. 
- PRINCIPAIS ANESTÉSICOS LOCAIS USADOS NA MEDICINA VETERINÁRIA: 
 
1. LIDOCAÍNA 
 Encontrada na concentração 2%; 
 É 10 vezes MAIS POTENTE que a Cocaína; 
 Tem POTÊNCIA e DURAÇÃO moderada (1 a 2h); 
 Ação antiarrítmica (usada em TAQUICARDIAS, na dose de 1 a 2 mg/Kg, IV, por Bolus ou Infusão 
contínua); 
 DOSE MÁXIMA como anestésico local: 7 mg/Kg; 
 DOSE MÁXIMA com ADRENALINA: 9 mg/Kg; 
 Latência curta (quase imediata); 
 Alto poder de penetração; 
 Pode diluir com soro fisiológico; 
 Pode ser usada com ou sem VASOCONSTRITOR, que pode ser Adrenalina ou outro α2-agonista. 
 
2. PRILOCAÍNA 
 Potência e tempo de ação semelhantes ao da Lidocaína; 
 1/3 menos tóxica que a Lidocaína; 
 Latência curta. 
 
3. BUPIVACAÍNA 
 Encontrada na concentração de 0,5%; 
 É de 3 a 4 vezes mais potente que a Lidocaína. No entanto, vem em concentração menor que a 
Lidocaína, e usa-se praticamente o mesmo tanto; 
 Latência intermediária; 
 Ação longa: 2 a 4h; 
 Pode associar com Lidocaína; 
 Dose máxima: 2 mg/Kg. 
 
4. ROPIVACAÍNA 
 Menos potente que a Bupivacaína; 
 Latência intermediária; 
 Tempo de ação de 2 a 4h; 
 Baixo potencial cardiotóxico; 
 Bloqueio motor menos pronunciado que a Bupivacaína; 
 Dose máxima: 3 mg/Kg. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AULA PRÁTICA: NEWTON 
 ANESTESIA EPIDURAL: 
Referência anatômica são as asas do ílio. Coloca-se o polegar e o dedo médio em casa asa, e onde o 
indicados cair é o espaço entre a 7ª vertebra lombar (L7) e a primeira vértebra sacral (S1). Tem um grande 
espaço livre entre essas vértebras, maior do que entre as lombares ou entre as sacrais. Não tem risco de 
lesar a medula espinhal nesse local, pois só tem cauda equina. 
É importante colocar o animal na posição ideal, para aumentar o espaço entre as vértebras. E nesse 
caso, o mais ideal é a posição de Pirâmide ou Esfinge. 
Não é aconselhável deixar o animal em decúbito lateral, pois assim o anestésico só vai para um lado da 
medula, enquanto ele deve ir igualmente para ambos os lados. Além disso, a maior abertura do canal é 
com o animal com o tórax na mesa, o abdômen para fora e puxando as patas para baixo desta, no entanto, 
é uma posição muito desconfortável. 
Antes de realizar a Anestesia Epidural, deve-se fazer uma boa assepsia do local, e também é necessário 
fazer um botão anestésico na musculatura antes de inserir a agulha, normalmente é feito com Lidocaína, 
para que o animal não sinta dor ao colocar a Agulha de Tuohy. 
A agulha usada é conhecida como AGULHA DE TUOHY, e deve ter ponta arredondada e com pouco 
corte, pois se tocar em alguma ponta óssea ela desliza e não fica presa, além disso, deve ser usada uma 
única vez. Essa agulha é difícil de passar pela pele, por ter a ponta arredondada. Ela passa pela derme, 
músculo e chega ao ligamento amarelo, quando se sente a sensação desse rompendo. A agulha fica firme 
nesse local, pois o ligamento segura a agulha. 
Para saber se está no local correto, deve-se retirar o mandril e colocar uma gota de anestésico, a qual 
deve fluir para dentro sem resistência alguma. Quando retira-se o mandril, pode-se ouvir um barulho de 
sucção também. 
Após a aplicação do anestésico, a cauda do animal fica imóvel e caída. Se for necessário reaplicar 
muitas vezes o anestésico, deve-se usar um cateter, colocando-o por dentro da agulha. E não deve tentar 
retirar o cateter sem tirar a agulha, pois a ponta dela pode rasgar o cateter e ele fica dentro do animal, só 
podendo retirar por meio de procedimento cirúrgico. Ou seja, deve segurar o cateter e ir empurrando a 
agulha para cima devagar, e quando a ponta aparecer, segurar o cateter em baixo e puxar a agulha. 
Nessa técnica se obtém a dessensibilização do umbigo para baixo, sendo bom para qualquer cirurgia 
ortopédica, ou no pênis, bexiga, vulva e causa. Além disso, o animal sai com menos dos da cirurgia. 
Em castrações, o animal pode sentir quando pinçar os pedículos, por isso, é aconselhado fazer 
Lidocaína direto quando abrir ou passar um cateter até a primeira vértebra lombar. 
Para cesária é muito bom, pois não deprime o feto e a mãe permanece acordada, podendo estimular os 
neonatos através de lambidas. 
A Lidocaína começa a agir mais rápido (menor latência), mas também tem menor duração. Por isso, 
normalmente se associa com Bupivacaína, porque ela dura mais tempo e tem maior latência. 
Não dar para animais hipotensos, pois os anestésicos locais causam vasodilatação, gerando mais 
hipotensão. Não é aconselhável dar para animais com alta pressão intracraniana, com distúrbios de 
coagulação (pois pode furar o vaso e gerar hemorragia), em animais com sepse ou lesão de pele muito suja 
(pois pode dar meningite e contaminar o animal), e também não administrar em animais com anomalias 
óssea. 
A associação com Opióides reduz os efeitos sistêmicos e prolonga o efeito do anestésico. No entanto, 
não se deve fazer com Morfina, pois causa prurido e retenção urinária. 
 
 
TÉCNICAS DE ANESTESIA LOCAL 
 
- TÓPICA: 
  Aplicada diretamente na superfície local (tecidual); 
  Efetiva em mucosas e soluções de continuidade na pele; 
- Usos: 
 Não usar em pele íntegra; 
  Bom para cirurgias de olho, córnea, conjuntiva, etc. 
 
 EMLA: 
 Pomada ou creme de composição de Lidocaína e Tetracaína; 
 Aplicada na pele íntegra; 
 Usada para punção venosa e debridamento, principalmente em animais de pele fina, como AVES. 
 
* SEMPRE lembrar de fazer uma boa ASSEPSIA e botões anestésicos de Lidocaína na musculatura do local. 
 
 INFILTRATIVA: 
 Administrada por injeção direta na área cirúrgica; 
 Menos eficaz em áreas fibrosas (cicatriz), gordurosas, com edema ou hemorragia, e áreas 
inflamadas; 
 Evitar injeção intravascular (IV); 
 Não usar vasoconstritor em extremidades (ponta de orelha, casco, cabeça de pênis). 
 
1. “L” INVERTIDO 
 Muito usado para Labarotomia, Ruminostomia e Cesária em Ruminantes; 
 Deve ser aplicado no subcutâneo e na musculatura; 
 Toda a inervação do flanco fica bloqueada; 
 Faz incisão no meio do “L”; 
 Existem inervações colaterais na área(ramos de nervos torácicos), faz em “T” (que é mais 
efetivo), anestesiando nervo torácico lateral; 
 Bloqueia nervo lombar e costoabdominal; 
 Primeiro fazer assepsia da região paralombar esquerda, e pequenos botões anestésicos de 
Lidocaína, nos locais em que serão introduzidas as agulhas. Nessa técnica, deve-se localizar 
anatomicamente a 13ª costela e os processos transversos das vértebras lombares L1, L2, L3 e 
L4. Em seguida, introduz-se a agulha na altura do último nervo torácico entre T13 e L1, 
ligeiramente cranial ao primeiro processo transverso, injetar anestésico local (normalmente, 
Lidocaína a 2% com vasoconstritor) e, simultaneamente, retira-se a agulha, fazer esse 
procedimento no subcutâneo e na região muscular. Repete-se esse processo introduzindo-se a 
agulha em L1 indo em direção a L2, L3 e L4. Portanto, o anestésico local é injetado de maneira a 
formar duas linhas convergentes, sendo uma paralela à borda dorso-causal da última costela e 
a outro paralela à borda ventrolateral dos processos transversos lombares; 
 Somente anestesiar até L3 e L4, para que o animal permaneça em pé. 
 
 
 
2. ANESTESIA PARA MASTITE 
Faz um quadrado no teto. 
 
 Local de anestesia 
 
  TETO 
 
 
 
 Local de anestesia 
 
 
3. ANESTESIA PARAMAMÁRIA 
Faz o “L” invertido na parte de cima do teto. 
 
4. ANESTESIA PARA RETIRADA DE CISTO 
Não altera BIÓPSIA 
 
 Locais de anestesia 
 
 PELE 
 
 Cisto 
 
 
 
 
5. ANESTESIA PARA CESÁRIA 
Usada para Cesária em Ruminantes, normalmente. 
 
 
 
 
 
 
 Locais de Anestesia 
 
 
6. ANESTESIA PARA REMOÇÃO DE TESTÍCULOS (ou ORQUIECTOMIA) 
Fazer injeção de anestesia intratesticular, que sobe para o cordão testicular (ou espermático). Ou fazer 
diretamente no cordão espermático, que é bom se o animal estiver acordado (sem anestesia geral). 
Cuidado para não atingir o epidídimo. 
 
 
 
7. ANESTESIA PERINEURAL PROVA 
Administrar anestésico ao redor do nervo, por isso, busca-se a raiz nervosa para se anestesiar. Se 
anestesia os nervos que se originam das raízes nervosas das vértebras lombares. 
Essa anestesia é feita próxima às raízes nervosas, pode ser feita entre as vértebras torácicas e até a 3ª 
vértebra lombar, para evitar que o animal caia. Lembrar de puxar o êmbolo da seringa sempre que 
introduzir a agulha, pois se vier ar significa que está na cavidade abdominal. 
Para anestesiar o flanco do animal, aplicar nos espaços T13-L1, L1-L2 e L2-L3, para não derrubar o 
animal. Se fizer L3-L4 o animal cai. 
A agulha deve estar em 90º com a coluna vertebral (no processo espinhoso) ou em 90º com o processo 
transverso da coluna vertebral. 
Exemplo: para um cirurgia PARAVERTEBRAL CAUDAL anestesiar as raízes nervosas das vértebras 
lombares. 
 
 
8. ANESTESIA REGIONAL DE CABEÇA 
 
 INFRAORBITAL: anestesia do nervo Infraorbital, que bloqueia uma porção maior, pois anestesia 
narina, dentes (todos de cima, menos o último), palato (duro e mole), gengiva e lábio. 
 MANDIBULAR: anestesia nervo Madibular, que inerva os dentes de baixo (mandíbula). Coloca 
agulha atrás da mandíbula dos pacientes, ou dentro da boca também. 
 MENTAL: anestesia nervo Mentoniano, que inerva dentes da frente na mandíbula (incisivos e 
caninos). 
A agulha deve ser sempre o mais fino possível, e não introduzia a agulha no forame, pois nesse passar 
nervo e vaso sanguíneo, então, sempre colocar perto da entrada desse. E a agulha sempre deve estar na 
posição crânio-caudal. 
Na veterinária, sempre faz quando o animal está sob anestesia geral (e entubado), pois com o animal 
acordado não se consegue fazer. 
8.1 BLOQUEIO RETROBULBAR 
Anestésico é depositado na órbita ocular, inserindo a agulha na lateral do olho ou dorsal ao olho 
(aplicar o líquido atrás do globo). Não é aconselhável colocar medial ao olho em cães, pois esses tem 3ª 
pálpebra, por isso coloca-se dorsal ao olho. E injetar, no máximo, de 1 a 2 ml de Lidocaína a 2%. 
Essa anestesia facilita a manipulação do olho. É usada para cirurgias para enucleação, e alguns usam 
também para cirurgia de catarata (bloqueando a musculatura, o que impede que o olho se mexa, além de 
ter uma leva protusão do olho devido ao acumulo de líquido atrás dele). 
Tomar muito cuidado para não perfurar o globo ocular. 
8.2 DESCORNA 
Bloqueio do Ramo Cornual do Nervo Zigomático Temporal, associado ao bloqueio do subcutâneo ao 
redor de todo o chifre. 
8.3 ANTESTESIA EM OLHO DE EQUINOS E BOVINOS 
Bloqueio do Nervo Auriculopalpebral, que é o nervo motor responsável pelo animal piscar o olho, e do 
Nervo Supraorbital, que é um nervo sensitivo em volta do olho todo no subcutâneo. 
8.4 BLOQUEIO DE CÓRNEA 
Sempre usar um colírio tópico, porque anestesiar nervos em volta não retira a sensibilidade da córnea. 
 
9. ANESTESIAS REGIONAIS DOS MEMBROS 
9.1 BLOQUEIO DO PLEXO BRAQUIAL 
Bloqueia região abaixo do meio do úmero. Usada para amputação do membro na altura da articulação 
escápulo-umeral. Palpa na articulação e tenta sentir o pulso (artéria passa junto com os nervos), e injeta o 
anestésico nesse local. Existe um máquina que é estimuladora de nervos periférico, que ajuda a saber onde 
é o local certo. 
9.2 ANESTESIA INTRAVENOSA DE BIER 
Fazer sempre a assepsia do membro do animal e da tricotomia do local. Em seguida, colocar uma 
cânula de agulha intravenosa na veia distal do membro. E fazer um GARROTE, ou torniquete, no membro 
no animal. Sempre fazer a drenagem do membro. 
Aplicar a solução anestésica em um vaso abaixo do GARROTE, para que possa se difundir abaixo dele. 
Não deixar o garrote por muito tempo, no máximo 40 minutos, pois pode ter necrose de membros. E 
nunca associar com vasoconstritor também. 
Em grandes animais, é muito usada para limpeza de casco. E para procedimento rápidos e semples, em 
geral. 
Em CÃES, usar bandagem ou compressa abaixo e antes do torniquete, para tentar diminuir a dor por 
compressão nervosa. Drenar um pouco de sangue também. Nesses animais é usado em amputações de 
falange e em retiradas de tumores ou massas. 
Sempre tirar devagar o torniquete, para não espalhar o fármaco sistêmica e rapidamente. E vai 
demorar de 5 a 15 minutos para a sensibilidade do membro retornar. 
9.3 BLOQUEIO DOS NERVOS INTERCOSTAIS 
Usado para abertura do tórax e fratura de costela (promove ANALGESIA). 
O acesso é pela borda dorsal das costelas, junto às veias e artérias intercostais. E sempre bloquear dois 
espaços intercostais, um para frente e outro para trás da região que irá fazer a incisão. Fazer próximo a 
coluna vertebral (raiz do nervo). Pode colocar um cateter subcutâneo e usar para analgesia pós-operatória 
(fazer furos no canal para que o anestésico possa se espalhar). 
 
 
10. ANESTESIA EPIDURAL 
É feita uma injeção entre o canal vertebral e a dura-máter (espaço epidural). 
Em CÃES, GATOS e PEQUENOS RUMINANTES, é feita no espaço lombossacral (com 1ml) para anestesiar 
fêmur, bacia, bexiga, etc (anestesia do umbigo para baixo). 
Em BOVINOS e EQUINOS, é feita no espaço sacrococcígeo ou entre a 1ª e 2ª vértebra coccígea (5 a 7ml 
de Lidocaína a 2%, acima disso pode ocorrer ataxia), que pode derrubar o animal se der muito anestésico. 
Se fizer no espaço lombossacral o animal irá cair, pois atinge a inervação motora do membro. Bloqueia 
inervação de causa, ânus, períneo, vulva, etc. O animal fica com relaxamento anal e menos sensibilidade. 
Sempre palpar as asas do ílio, e encontrar o espaço entre a 7ª vértebra lombar e o sacro. Aplicar no 
espaço Epidural, ou seja, entre a vértebra e a dura-máter, e esseespaço apresenta PRESSÃO NEGATIVA. 
Faz-se então o teste da gota pendente, se essa for sugada é que está no local correto. Já o espaço 
subaracnóide, tem pressão positiva e, com isso, o líquor volta na agulha e pinga. 
Perfura o ligamento amarelo, o qual parece ser arenoso, deve-se passar por ele para chegar a Epidural. 
Associar Lidocaína + Bupivacaína, pois a primeira tem menor latência (início rápido) e curta duração, e a 
segunda tem maior latência e longa duração. Portanto, a anestesia é imediata e de até 4 horas de duração. 
E além do anestésico, sempre usar algum fármaco para analgesia, como Morfina, Tramadol e Xilazina. 
 Indicações: cirurgias de regiões caudais ao umbigo em pequenos animais, e cirurgias da região 
perineal em grandes animais. 
 Contra-Indicações em casos de: 
Infecções no local da punção (técnica deve ser SEMPRE ASSÉPTICA para não levar bactérias para 
dentro e gerar um Meningite); 
Distúrbios de coagulação (quando se acerta algum vaso sanguíneo, causando uma hemorragia); 
Trauma ou fraturas na área a ser puncionada, como fraturas de bacia, por exemplo, pois nesses 
casos perde-se o referencial anatômico; 
Hipovolemia e, consequente, hipotensão arterial, que pode levar ao CHOQUE por falta de perfusão 
sanguínea. 
 Principais complicações: 
Trauma na medula; 
Irritação, inflamação e fibrose; 
Retenção urinária (quando se usa Morfina); 
Infecção; 
Em DOSES ALTAS: hipotensão, depressão respiratória, arritmias e convulsões. 
 Posições: 
Posição de Esfinge (mais usada); 
Decúbito lateral com pernas puxadas; 
Decúbito esternal com membro posterior puxado para frente por baixo da mesa. 
* Em casos de EUTANÁSIA, associar anestesia geral com anestesia local da subaracnóide do forame magno, 
para gerar depressão do bulbo respiratório. 
 
 
 
 
 
 
 
AULA PRÁTICA: ANDRÉ 
 
 ANESTESIA EPIDURAL: 
- VANTAGENS: o anestésico cai direto na medula espinhal, que é o local de modulação da dor. Com isso, 
consegue evitar que a dor chegue ao cérebro. E a dose é 10 vezes menor do que a aplicação sistêmica, 
resultando em MENOS EFEITOS COLATERAIS. 
- TÉCNICA: 
Fazer uma eficaz assepsia do local, para não levar agentes para dentro da meninge. E também fazer 
um botão anestésico na musculatura, para reduzir a dor da entrada da agulha de Tuohy. Usar Lidocaína 
para bloquear as raízes nervosas por meio do bloqueio da bomba de Na/K. Aplicando o anestésico no 
espaço sacrococcígeo (entre L7 e C1) ou intercocígeo (entre C1 e C2, que é o maior espaço entre as 
vértebras). É feito um bloqueio sensitivo e até motor da região perineal do animal, podendo fazer a cirurgia 
com o animal em pé. 
Pode ir apalpando as vértebras enquanto levanta e abaixa a cauda do animal, até encontrar o 
espaço. Normalmente, faz no espaço intercoccígeo, pois no espaço lombossacro ainda tem medula 
espinhal em equinos (acaba no meio do sacro), o que aumenta o risco de lesionar, atingindo L3 e acertando 
os nervos motores dos membros posteriores. 
- É com para procedimento obstétricos. 
- O anestésico é injetado dentro do canal, e espera-se que esse saia pelos forames. Diferente do 
procedimento Paravertebral, que se injeta ao lado da medula e espera que entre pelos forames. 
- Observar se a anestesia local tem efeito através do tônus da causa, reflexo protetor do ânus e vulva, 
sensibilidade do músculo semi-tendinoso. 
- Sempre usar a agulha de Tuohy, que não tem ponta e tem mandril, que impede que se leve fragmento do 
tecido para dentro do canal, obstruindo a agulha. 
- Deve-se injetar a Lidocaína lentamente, e ela tem latência muito curta (5 a 10 minutos em equinos). 
 
 ANESTESIA EM “L” INVERTIDO: igual foi descrito na aula. 
Houve um bloqueio profundo de toda a fossa paralombar, em todos os nervos dessa região. É 
usada em procedimentos de ruminotomia, cesária e laparotomia, e não bloqueiam os nervos que inervam 
os membros, permitindo que o animal permaneça em pé. 
 
 ANESTESIA PERINEURAL: foi feita a anestesia Paravertebral, semelhante ao que foi descrito antes. 
Na rotina faz “L” invertida associada com a Paravertebral, porque uma técnica irá complementar a 
outra, pois a dor da incisão é muito grande no rúmen, que é rico em fibras do tipo C. 
 Bloqueia-se perto das raízes nervosas até L3, anestesiando o flanco do animal. Não faz-se o 
bloqueio de L3-L4, pois isso derrubaria o animal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BLOQUEADORES NEUROMUSCULARES 
 
- Definição: são fármacos, que por diferentes mecanismos de ação, impedem a transmissão do impulso 
nervoso gerado pelo terminal motor colinérgico até a fibra MUSCULAR ESQUELÉTICA. 
- Sinônimos: Miorrelaxantes, Paralisantes Musculares, Antagonistas Nicotínicos e Curares. Todos paralisam 
o músculo. 
- Indicações: 
 Empregados como adjuvantes dos Anestésicos Gerais, para promover relaxamento muscular em 
procedimentos ortopédicos, torácicos, oftálmicos (centraliza o globo ocular), abdominais e de coluna 
vertebral. Além de gerar uma ventilação controlada. 
 
- NÃO CAUSAM EFEITO ANESTÉSICO, ANALGÉSICO OU HIPNÓTICO. Não tem NENHUM efeito sobre o SNC, 
e muito menor perda da consciência. 
 
- Fisiologia: 
 A Ach pré-sináptica é um neurotransmissor que se liga no receptor Nicotínico da musculatura, 
induzindo contrações musculares. 
 
- Classificação: 
  DESPOLARIZANTES (NÃO-COMPETITIVOS): 
 Se ligam em receptores Nicotínicos da placa motora, determinando uma despolarização 
sustentada, ou seja, eles se ligam e tem uma atividade intrínseca. São não-competitivos com os receptores 
Nicotínicos, e não são degradados pela Acetilcolinesterase. 
 FASE 1: paralisia flácida por despolarização persistente da musculatura; 
 FASE 2: dessensibilização dos receptores nicotínicos (se a Ach se ligar ele não despolariza), em 
casos de sobredoses, infusão contínua ou reaplicações por longo período (não terá mais paralisia 
flácida). 
  NÃO-DESPOLARIZANTES (COMPETITIVOS): 
 Competem pelo receptor nicotínico com a Ach, causando bloqueio neuromuscular porque a Ach 
não está se ligando aos receptores. Ou seja, bloqueiam competitivamente os receptores nicotínicos. Não 
ativam esses receptores e não há atividade intrínseca. 
 Possuem REVERSOR! 
 
- Sequência de Bloqueio Neuromuscular: o bloqueio dos músculos depende da dose. 
1º: MÚSCULOS DE EXTREMIDADE: cabeça e cauda em geral (focinho, olhos, etc); 
2º: PARTE DISTAL DE MEMBROS E PESCOÇO; 
3º: REGIÃO PROXIMAL DOS MEMBROS TORÁCICOS E PÉLVICOS; 
4º: EPIGLOTE E GLOTE: para entubar o animal; 
5º: MUSCULATURA ABDOMINAL; 
6º: MUSCULATURA INTERCOSTAL; 
7º: DIAFRAGMA (só bloqueia se utilizar a dose máxima dos fármacos, é o último músculo a bloquear). 
* Para RETORNO a ordem é inversa, o primeiro a voltar é a contração do diafragma. 
 
 
 
 FÁRMACOS DESPOLARIZANTES: 
 
1. SUCCINILCOLINA 
 Usado em INTUBAÇÃO OROTRAQUEAL; 
 Cães: duração 10 a 20 minutos; 
 Gatos: duração de 2 a 3 minutos; 
 Metabolismo plasmático e excreção renal; 
 Bradicardia devido ao efeito muscarínicos (se liga um pouco em muscarínicos); 
 Aumento da Pressão Intra-ocular (não é usado em cirurgia de catarata); 
 Hipermotilidade intestinal, salivação e micção (efeitos muscarínicos); 
 Sinergismo com o Halotano. 
 
 
 FÁRMACOS NÃO-DESPOLARIZANTES: 
 
1. PANCURÔNIO 
 Efeito anti-muscarínico (causa ligeira TAQUICARDIA); 
 Bloqueia receptores Nicotínicos, impedindo que a Ach se ligue (não causa afeito); 
 Também bloqueia um pouco dos receptores Muscarínicos (antagoniza, por isso causa leve Taquicardia); 
 90% é eliminado pelos RINS, por isso é desaconselhável para Nefropatas, que terão o aumento do 
tempo e efeito; 
 30% é metabolizadopelo FÍGADO; 
 Tem 40 a 60 minutos de bloqueio; 
 Pequenos animais: 0,05 a 0,1 mg/Kg. 
 
2. VECURÔNIO 
 Primeiro bloqueador neuromuscular livre de efeitos cardiovasculares (como Taquicardia); 
 Remoção de um grupo metil do Pancurônio; 
 Gera 30 minutos de bloqueio; 
 Latência curta (5 minutos); 
 Principal via de excreção é HEPÁTICA, por meio da BILE. A biotransformação é desprezível; 
 Liofilizados: utilizar em 24h após a diluição; 
 Dose CÃES: 0,05 a 0,1 mg/Kg; 
 Dose GATOS: 0,03 mg/Kg. 
 
3. ROCURÔNIO 
 Derivado do Vecurônio com menor potência; 
 Menor latência que o Vecurônio; 
 Usado para INTUBAÇÃO OROTRAQUEAL; 
 Gera 30 minutos de bloqueio; 
 Ausência de efeitos cardiovasculares e liberação de histamina (reação anafilática); 
 Maior parte eliminada pela BILE. 
 
 
 
4. ATRACURÔNIO 
 Gera 30 minutos de bloqueio; 
 Aplicado por Infusão Contínua (não tem efeito cumulativo); 
 Bom para Hepatopatas e Nefropatas, pois tem Metaboismo de Hoffman; 
 Sempre manter refrigerado; 
 Promove liberação de histamina (doses maiores que 2 mg/Kg); 
 Metabolismo de Hoffman (temperatura e pH): Não requer atividade enzimática, quando se injeta o 
fármaco, esse altera o pH e temperatura e é metabolizado; 
 Se o animal está em HIPOTERMIA, aumenta o tempo de Latência. Já se ele está em HIPERTERMIA, o 
efeito termina mais rápido (menor duração); 
 Metabolismo não depende das vias metabólicas, mas sim da TEMPERATURA. 
 
* TRAIN-OF-FOUR: estimulador de nervo periférico, que faz estímulo elétrico na musculatura e espera-se 
que o animal faça contração. Dá 4 estímulos elétricos, é uma forma de saber se o animal está bloqueado. 
 Se 70 a 80% da musculatura está bloqueada, faz o 1º estímulo (mais forte) e vai diminuindo a 
intensidade dos outros. 
 Se 80 a 95% da musculatura está bloqueada, os primeiros estímulos são fracos e os últimos não 
mostram contração. 
 O ideal quando se aplica os Bloqueadores Neuromusculares é que não haja nenhuma contração. 
 Quando se aplica, deixa o animal no aparelho e sabe se precisa ou não aprofundar, e também sabe 
quando começa a fazer movimentos. 
 
 
 REVERSÃO DE BLOQUEADORES NEUROMUSCULARES NÃO-DESPOLARIZANTES: PROVA 
 
1. ANTICOLINESTERÁSICO: NEOSTIGMINA 
 Inibe a enzima Acetilcolinesterase, que degrada a Ach. Se não degrada mais, ocorre o AUMENTO DA 
CONCENTRAÇÃO de Ach na fenda pré-sinaptica; 
 DOSE: 0,02 a 0,04 mg/Kg, IV. 
 
2. ANTICOLINÉRGICO: ATROPINA 
 Inibe os efeitos da Ach em receptores muscarínicos (bloqueia receptor Muscarínico e reduz os efeitos 
do SNSimpático); 
 Normalmente associa a Neostigmina e a Atropina, pois essa última aumenta a latência (deve ser feita 
antes); 
 Só faz em CÃES. NUNCA FAZER ATROPINA EM CAVALOS! 
 DOSE: 0,02 mg/Kg IV. 
 
* Quando se ASSOCIA OS REVERSORES, ocorre o bloqueio do receptor muscarínicos, e a Ach só se liga ao 
receptor Nicotínico, causando contração muscular novamente. A Ach deveria se ligar em ambos receptores, 
se não desse a Atropina junto. 
 
* Não funciona para reversão da fase 1 de agentes despolarizantes, pois não funciona para bloqueadores 
neuromusculares despolarizantes (não-competitivos). 
 
 
 MIORRELAXANTES DE AÇÃO CENTRAL: 
1. EEG: ÉTER GLICERIL-GUAIACÓLICO 
 Ação no SNC, mas seu mecanismo de ação é DESCONHECIDO; 
 Utilizado apenas em EQUINOS, pois nas outras espécies tem maiores chances de causar hemólise; 
 Em equinos não causa tanta hemólise intravascular. Se ocorrer, poderá ser visto através da hematúria, 
pois as hemácias começam a ser filtradas no glomérulo e saem na urina; 
 Não bloqueia os MÚSCULOS INTERCOSTAIS e o DIAFRAGMA, ou seja, promovem a manutenção da 
ventilação espontânea; 
 Muito utilizados como adjuvante na indução anestésica ou TIVA (anestesia total IV); 
 Usado em anestesia a campo em equinos; 
 Necrose extravascular, por isso deve ser administrado exclusivamente por via IV e rapidamente 
(administração sob pressão); 
 Deve ser administrado da forma mais rápida possível (tomar MUITO CUIDADO para não administrar 
subcutâneo, para não necrosar toda a pele, pois se espalha muito rápido); 
 Diluir em solução glicosada fisiológica a 5%; 
 Não utilizar maiores concentrações que 10%; 
 Causa Hipotensão Arterial até 70 minutos depois da administração (por isso induz com Cetamina e 
Benzodiazepínico); 
 Associar: CETAMINA + EGG + DIAZEPAM (ou MIDAZOLAM) 
 Não faz EGG em cavalo com cólica, sepse e hipotensão. Só faz em equino que não tem perigo de ficar 
hipotenso; 
 30 a 45 minutos de decúbito. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AULA PRÁTICA: NEWTON 
 
 ANESTESIA LOCAL: 
- Usa anestesia local para não deixar o animal muito profundo na anestesia geral (sempre vai usar a geral 
junto com a local); 
- Geralmente são animais idosos que fazem limpeza de tártaro, por isso, nunca aprofundar a anestesia. 
- ANESTESIA TÓPICA: 
 No olho, por exemplo, faz anestesia local com colírio (Tetracaína), que é bom para qualquer 
procedimento; 
 Na pele, usa-se pomada de Lidocaína + Prilocaína, para realizar procedimentos de punção venosa, 
debridamento, punção arterial, tatuagem, depilação, etc; 
 Para entubação de gatos, usa-se spray de Lidocaína. 
- ANESTESIA INFILTRATIVA: 
 NÓDULOS: usa-se anestésicos locais em volta do nódulo, dá para fazer sem anestésico geral se o animal 
estiver bem sedado, e se houver bloqueio em toda a área que vai ser retirada. Faz-se biópsia e cirurgias 
simples; 
 Pode usar anestésicos locais para dar analgesia imediata pós-operatória, bloqueando realmente a dor 
naquele local. 
- ANESTESIA POR TUMESCÊNCIA: 
 Usada em obstetrícia e mastectomia (que é uma cirurgia que dói demais). 
Em um frasco de soro, coloca-se 20ml de Lidocaína + 0,25ml de Adrenalina. Injeta 15ml/Kg tracionando 
as mamas e aplicando por todo o percurso que será feito a cirurgia. Gera anestesia local e redução do 
sangramento (por causa da Adrenalina que é vasoconstritor); 
 Cuidado para não fazer intravascular (dentro do vaso) em tumores que são bem vascularizados. 
- CABEÇA: 
 INFRAORBITÁRIO: anestesia toda a parte rostral da maxila (narina, lábio superior, etc). Fazer de ambos 
os lados, acima do 3º pré-molar (dá para palpar), de 0,3 a 3ml dependendo do tamanho do paciente. 
 METONIANO: anestesia pequena parte rostral da mandíbula (do canino para frente). Usa em cães com 
problema na sínfise. Fazer a anestesia na “prega” do lábio dos cães, caudal ao canino e fazer bilateral. 
 MANDIBULAR: usada para extração de dente e fraturas. Palpar dentro da boca do animal, fica na parte 
que forma um arco, e injetar por dentro da boca ou pela lateral externa da mandíbula (por baixo com o 
dedo dentro da boca para ajudar a guiar). 
- OLHO: 
 RETROBULBAR: introduzir a agulha até quase atrás do olho (perto do cone ocular), e também inserir na 
lateral ou dorsal ao olho. Tomar cuidado para não atingir o nervo, e injetar um pequeno volume. 
 PERIBULBAR: mais superficial. Precisa de maior volume (2ml). Injeta nos músculos ao redor do olho. 
- PLEXO BRAQUIAL: 
 Tem que ir avaliando se todas as inervações foram bloqueadas (vem raízes de muitos lugares); 
 Levantar a pata e encontrar a articulação úmero-escapular, sentindo crânio-caudal e vai injetando e 
retirando a agulha; 
 Levanta membro, palpa artéria e injeta próximo a ela para atingir T1 e T2. 
- ANALGESIA INTERPLEURAL: 
 Analgesia para cirurgia de tórax que doem muito. Entra com a agulha até atingir a costela, e volta um 
pouco. Precisa fazer 2 costelas para frente e 2 costelas para trás onde será feita a cirurgia.