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ANESTESIOLOGIA DE GRANDES ANIMAIS Histórico do animal; Condição física; Quais os medicamentos disponíveis; Se instalações estão adequadas (para indução e recuperação, por exemplo); Levar em conta quais equipamentos estarão disponíveis. Jejum alimentar de 12 horas e hídrico de 6 horas (se o animal ficar mais de 6 horas sem água pode ser causado um quadro de compactação do cólon); Cavalos não regurgitam, mas o jejum se faz importante pois cavalo distende, começa a produção de gases e em seguida o animal começa a distender. Também existe o fato de que alguns medicamentos como a xilazina causam redução da motilidade grastrointestinal, por essa razão se não houve jejum e um cuidado pré-anestésico, o animal também pode entrar em um quadro de compactação. Ou seja, em resumo, o jejum está ligado com distensão de gases e compactação pós operatória. Outra grande preparação para a pré- anestesia é o exame físico do sistema cardiorrespiratório, esse exame físico basal irá avaliar a frequência cardíaca, respiratória, temperatura corporal, avaliação de mucosas, pois uma vez que o animal foi induzido a uma anestesia, os parâmetros desse animal precisam estar o mais próximo do normal. Uma vez que esses parâmetros começam a cair muito, indica aprofundamento anestésico. Quanto aos exames laboratoriais, é preciso que seja feito no mínimo um Considerações pré-anestésicas: Preparação pré-anestésica: Na intubação orotraqueal de grandes animais, antes de qualquer coisa é preciso lavar a boca do paciente, pois na hora de introduzir o tubo, se a boca estiver cheia de alimento, esse alimento cai nos pulmões e pode desenvolver uma infecção. Um ponto importante relacionado aos cavalos no momento da anestesiologia é apertar o cabresto. Não anestesia cavalo com cabresto de corda, pois na recuperação ele vai levantar incoordenado e o cabresto de corda não será suficiente, para essa situação precisa de cabresto de fita. Tópica, oral, subcutânea. intramuscular, intravenosa (principal). epidural (anestésicos locais, alfa 2 agonistas, opióides - pois pode ser injetado morfina por exemplo várias vezes ao dia sem efeito sistêmico), pulmonar (halogenados - anestésicos inalatórios). hemograma. VIAS DE ADMINISTRAÇÃO DOS FÁRMACOS ANESTÉSICOS: TROMBOFLEBITE: Há medicamentos que causam prejuízo muito grande para a veia se aplicado perivascular, um deles é o éter gliceril guaiacol (EGG) que, se aplicado fora da veia, causa necrose. Com isso pode ocorrer uma obstrução por trombose, por exemplo, e o retorno venoso fica comprometido, mas o arterial permanece normal. Ou seja, artéria carótida manda sangue e esse sangue não retorna (aumenta pressão hidrostática que causa edema). Esse animais começam a ter edema de cabeça e de cavidade nasal, morre por asfixia. Por essa razão a punção venosa é de extrema importância. MEDICAÇÃO PRÉ-ANESTÉSICA: Após paciente preparado, dá-se início ao MPA. É o caso dos anticolinérgicos (atropina, glicopirrolato) que não são recomendados para cavalos pois diminui a motilidade intestinal. O anticolinérgico - glicopirrolato - possui menos efeitos colaterais e pode ser utilizado. As fenotiazinas são utilizadas, mas como tranquilizantes (acepromazina), pois são que medicamentos que diminuem a ansiedade sem redução da atividade motora. Durante os tranquilizante o animal fica em pé, ou seja, não interfere na consciência dele. O acepram é o primeiro fármaco que pode ser aplicado no MPA em campo. Pode ser utilizado em castrações, ferrajamento, viagens. O problema desse medicamento está ligado ao seu bloqueio de receptores alfa adrenérgicos causando hipotensão. Ou seja, em casos de animais com anemia, desidratação, eu não posso utilizar acepram. Outro efeito colateral descrito nesses animais é o prolapso peniano, e se o animal é inteiro e ocorre essa exposição, há grandes chances de não voltar sendo necessário a amputação do aparelho genital, por isso NÃO pode ser utilizado em cavalos inteiros. DOSE: 0,03 mg/kg IV ou 0,05 mg/kg IM. No máximo 30 mg. Em relação aos medicamentos do Alfa 2 agonistas (xilazina, detomidina, romifidina): São agentes sedativos com rápido início de ação que proporciona analgesia visceral (em uma sutura por exemplo, não é o indicado) e relaxamento muscular. Reduzem frequência cardíaca e débito cardíaco (DC). Pode interferir na pressão arterial mas de forma distinta do acepram. Doses: 0,5 a 1,1 mg/kg IV (xilazina) 10 a 30 ug/kg IV (detomidina) 40 a 120 ug/kg IV (romidifina) A xilazina possui duração de até 40 minutos e a detomidina de até 1 hora. Barbitúricos: tiopental (hoje é utilizado apenas em casos como eutanásia); Não barbitúricos (mais comuns): propofol (problema aqui será o volume, pois as doses são muito altas, apesar de ser um bom fármaco), cetamina (não pode ser utilizada isolada pois causa catalepsia. Por isso é muito associada ao diazepam e midazolam, pois do contrário, causam ataxia), etomidato, EGG, tiletamina (análogo de diazepam e quetamina/ zolazepam (análogo de midazolam e quetamina). Sobre os benzodiazepénicos (diazepam e midazolam) - que são agentes ansiolíticos - podem causar muita ataxia, fazendo que o animal caia consciente, por isso esses dois fármacos não são utilizados em animais adultos durante MPA, apenas em potros, pois, ocorrendo ataxia ele pode permanecer em decúbito. DOSES: 0,1 A 0,25 mg/kg IV Normalmente se associa dizepam + quetamina e midazolam + quetamina. Quanto aos opióides (Morfina, meperidina, butorfanol, buprenorfina), são boas opções de MPA quando associados a acepram e xilazina, pois potencializa sua ação além de oferecer analgesia (tanto visceral quanto somática). Essa associação causa neroleptoanalgesia - quadro de tranquilização com analgesia. Importante ressaltar do cuidado com a morfina, pois reduz motilidade intestinal. LEMBRAR QUE ATÉ O MOMENTO O PACIENTE ADULTO AINDA NÃO ESTARÁ EM DECÚBITO. INDUÇÃO ANESTÉSICA: Após o animal estar preparado + MPA (exemplo: xilazina. Animal abaixou a cabeça, abriu quadril latero de sustentação, FC caiu um pouco...) + agora indução. Fármacos mais utilizados na indução em cavalos: Barbitúricos (tiopental 5%): Seus efeitos estão relacionados ao sistema cardiorespiratório pois diminui inotropismo, ou seja, diminui a força de contração do coração, consequentemente ele diminui PA, PVC (pressão venosa central). Também está ligado ao sistema respiratório, pois causa depressão bulbar (animal pode ter apnéia). Esse medicamento tem efeito cumulativo, se acumulando no tecido adiposo, por essa razão paciente acima do peso não é recomendável esse medicamento. Quando mais acima do peso, mais o medicamento fica circulante e mais difícil sua recuperação. Não barbitúricos (propofol): Suas desvantagens estão ligadas ao sistema cardiovascular, que diminui o inotropismo, reduz PA e contratilidade do miocárdio; sistema respiratório, que causa depressão bulbar e reduz a frequência e depressão respiratória dose- dependente. Não possui efeito cumulativo e sua doce é de 2 a 5 mg/kg IV (aqui vemos como que a dose do propofol é muito alta quando somada ao peso). Ketamina: possui analgesia somática e visceral, estimula o SNC, ação inotrópico e cronotrópico positivo (aumenta força e frequência) aumentando assim a PA e o DC, por isso pode ser utilizado em animais desidratados, por exemplo. Mantém os reflexos protetores do indivíduo, aumenta secreção e tônus muscular e pode ter movimentos involuntários. O problema muito comum comentado acima é a catalepsia, por isso não pode ser aplicada sozinha. ÉTER GLICERIL GUAIACOL (EGG): relaxmente muscular de ação central (duração de 10 a 20 minutos), possui bom relaxamento. Pouco altera a função respiratória, causa relaxamento dos músculos laríngeos e faríngeos, facilitando assim a intubação e a indução. O maior problema desse medicamento é que se for feito fora da veia, causa bastante necrose (lesão extravascular). Por isso, para usar EGG em um cavalo, precisa usar cateter e confirmar se realmente está na veia. O pHdesse medicamento é muito alcalino, e por essa razão ocorre essas lesões. Caso seja ejetado fora da veia, o indicado é depositar soro ao redor de onde há acúmulo do medicamento. DOSES: 50 a 100 mg/kg IV rápida e solução de 5 a 10%. INTUBAÇÃO ENDOTRAQUEAL: Recapitulando.... 1) Preparo do paciente - exame basal, lavou boca, amarrou cabresto de fita; 2) Fazer MPA (exemplo: cavalo com histórico de desidratação e vai entrar para cirurgia de cólica - primeiro a sair da lista: acepromazina; se for garanhão: também não se utilizada acepromazina; Pode ser utilizado a xilazina, por exemplo. Após, posso induzir com ketamina + midazolam por exemplo. A diferença da intubação do cavalo é que não precisa de um laringoscópio, apenas de um abridor de boca. Aqui se lubrifica a sonda com lidocaína gel e é preciso que o animal esteja com a cabeça totalmente distendida para que o tubo entre com facilidade. É no momento da inspiração que se entra com o tudo, com a língua lateralizada. MANUTENÇÃO - CONDUÇÃO A MESA CIRÚRGICA: Uma vez que o paciente foi induzido, quanto tempo terei para fazer um procedimento? 15 minutos. Para isso que há a manutenção anestésica, que pode ser feita via inalatória ou anestesia total intravenosa. Não é aconselhável durante a manutenção pequenas doses de ketamina pois animal pode voltar muito excitado. A manutenção. **fármaco halogenados serão utilizados então na fase de manutenção!! ** O principal problema da maioria do fármacos inalatórios é que eles causam depressão dose independente. Ou seja, todo anestésico inalatório causa depressão no sistema cardiovascular. Halotano: caiu em desuso. Por isso, quanto mais você necessitar do uso de anestésico inalatório, maiores as chances de se causar depressão cardiovascular e respiratório, e por essa razão não dá para depender somente dela como recurso analgésico. Halotano: caiu em desuso. Sensibiliza o miocárdio às catecolaminas (adrenalina, norepinefrina). Diminui frequência respiratória, além de aumentar PaCO2. CAM (0,87%) quanto maior o CAM, menor a potência Coef. de solubilidade sangue gás (2,5) - o fármaco uma vez inalado, ele precisa passar Meios que ajudam na manutenção sem que precisa aprofundar o tempo todo: bloqueio local, opióide durante a anestesia inalatória. Isofluorano: efeitos cardiovasculares similares ao halotano, porém com maior margem de segurança, não sensibiliza o miocárdio às catecolaminas; quanto ao respiratório, também possui depressão dose- dependente. E quanto a vantagens: indução e recuperação anestésica mais rápida (animal pode ter recuperação agitada, mas ele não tem condições, para isso se faz pequenas doses de xilazina para ele acalmar até que elimine o anestésico inalatório através da respiração). Aqui também precisa ter cuidado com a aprofundação, pois animal pode entrar em apneia. CAM (1,31 V%) Coef. Solub. (1,46) - animal volta da anestesia rápido; Sevoflurano: efeitos cardiovasculares semelhantes ao isoflurano (redução de FA, FC, DC); depressão dose- dependente quanto a efeitos respiratórios e aumento da PaCO2 (acidose respiratória). Sua vantagem é que a indução e recuperação é rápida. CAM (2,31 V%) Coef. Solub. (0,68) Desfluorano: Efeitos cardiovasculares similares ao isoflurano; também causa depressão-dose dependente; diminui discretamente a frequência respiratória e é irritador de mucosas, por isso é bom evitar indução direta. TIVA - Triple Drip Também possui recuperação rápida e suve (entre 10- 25 minutos) e sua desvantagem é o custo do vaporizador. CAM (7,6 V%) Coef. Solub. (0,42). CONTINUAÇÃO DA MANUTENÇÃO ANESTÉSICA... Suponhamos que o procedimento será no campo e com isso não terei suporte para anestesia inalatória. Por essa razão temos agora a anestesia total intravenosa. Sendo assim a TIVA entra como manutenção (no lugar da inalatória). - 500 ml de solução (glicose) - 50 a 100 mg/kg EGG - 1 mg/ml Xilazina 10% 2 mg/ml Cetamina 10% Exemplo: Cavalo de 500kg Quantas gramas de EGG preciso utilizar? - Primeiramente escolher qual mg de EGG vai utilizar (50-100 mg). Se utilizarmos 100 mg: 100 mg/kg = 100/1000 = 0,1 g/kg 0,1 x 500 kg = 50 g Portanto um cavalo de 500 kg vai precisar de 50 gramas de EGG. Exemplo: Cavalo de 300 kg Se utilizamos 50 mg: 50 x 1000 = 0,05 g 0,05 x 300 = 15 g Portanto, precisamos de 15 g de EGG. > Dilui o EGG em solução glicosada de 500 ml. Completa com a bolsa de Xilazina e Cetamina. Xilazina: 1 mg/ml 10% Fórmula: 1 x 500 / 100 (do 10%) = 5 ml de xilazina dentro da bolsa com soro glicosado e EGG. Evitar ou minimizar possíveis complicações; Instituir medidas corretivas (assegurar adequada perfusão tecidual); Permite antecipar eventos deletérios; Instituir medidas corretivas (administrar fármacos; instituir ventilação controlada). Cetamina: 2 mg/ml 10% Fórmula: 2 x 500 / 100 (do 10%) = 10 ml de cetamina na bolsa de infusão. Com esse protocolo, consegue-se fazer um procedimento de 1h, como é o caso de uma castração, redução de hérnia em potros, neurectomia, sutura muito extensa, entre outros. Obs: Fazer a infusão de 3 gotas por segundo - vamos conseguir manter o animal em plano por uma hora. Essa técnica não tem uma boa analgesia, portanto é necessário completar com bloqueio local. Finalidade da monitoração anestésica: TÉCNICAS EMPREGADAS: > Monitoração do SNC: plano anestésico adequado (através do plano de Guedel - plano ideal do cavalo é a ausência de reflexo palpebral e presença de reflexo corneano). Se animal tem ausência de reflexo palpebral e presença de reflexo corneano, isso indica aprofundamento anestésico. > Monitoração cardiovascular: Pressão arterial, frequência cardíaca (estetoscópio), TPC. > Monitoração sistema respiratório: frequência respiratória, gasometria, capnometria, oximetria (animal precisa estar saturando entre 95 a 99%. Se paciente está com saturação de 80, 60, 70... indica que o sistema respiratório dele não está bom. PRESSÃO ARTERIAL: Qual a pressão arterial normal de um cavalo anestesiado? 70 mm. O cavalo precisa que a pressão arterial dele seja constante em 70 mm, pois eles possuem um problema muito grande - a musculatura - quando animal está sob anestesia inalatória e ele está deitado em uma superfície rígida, a pressão arterial precisa estar de acordo pois mantendo essa pressão em 70 mm, é possível manter uma boa perfusão muscular, pois ao deitar, os vasos estão comprimidos e, se ele está deitado por 4, 5 horas, com uma pressão arterial baixa, a perfusão tecidual estará baixa. Caso ocorra hipoperfusão muscular durante a anestesia, ocorre lesão muscular generalizada e ele não consegue levantar após a cirurgia. Vamos supor que a pressão arterial de um determinado cavalo começou a cair para 60, 50, 40... O que isso indica? Hipotensão. Causa comum: aprofundamento anestésico, desidratado (por isso é importante observar a clínica dele). Exemplo 1: animal anestesiado, pressão 40 mm, reflexo palpebral ausente e reflexo corneal ausente - aprofundamento anestésico. Exemplo 2: animal anestesiado, pressão 40 mm, reflexo palpebral ausente, reflexo corneal presente, mucosa seca, exoftalmia, TPC baixo - desidratação. Nesse exemplo, é preciso fluidoterapia (pressão arterial sobe). Exemplo 3: animal anestesiado, pressão subiu para 80, 90, 100, 120... animal está sentindo dor (coração "batendo" mais rápido). Indica superficialização de plano anestésico. HIPOTENSÃO: Pressão arterial pode estar baixa então por: desidratação, hipovolemia (hemorragia), aprofundamento anestésico (os anestésicos inalatórios causam depressão cardiovascular - diminuem débito cardíaco, força do coração, dessa forma a pressão cai). Em casos de aprofundamento: superficializa; Animal entrou desidratado: reponho volume através de fluído; Além disso, entra com dobutamina 0,5 a 5 ug/kg/min que é um medicamento ionotrópico positivo (aumenta força de contração do coração). Se aumenta força - aumenta débito cardíaco - aumenta pressão arterial; Ausência de nistagmo (indivíduo consciente não apresentanistagmo, por isso animal que está querendo levantar mas está fazendo movimento lateral do globo ocular, demonstra que animal ainda não recuperou a consciência total, ou seja, ele não está em boas condições de levantar); Força muscular (cavalos precisam de muita força muscular para levantar, caso perceba que o animal não tem força nenhum para levantar, pode dar algum problema); Movimentação de membros (o cavalo demonstra que quer levantar, que tem força suficiente para ficar em estação); Forma assistida por cordas (amarrar corda na cauda e no cabresto para evitar que ocorra acidentes. Quando ele estiver se levantando, seguramos a corda para evitar que ele caia); Sonda nasal (é preferível que os cavalos estejam com sonda nasal, pois esses animais quando mantidos em decúbito dorsal, podem estar sujeitos a edema na face e quando é retirado o tubo traqueal, ele não consegue respirar devido a cavidade nasal que está edemaciada. Animal pode morrer na recuperação por asfixia. Por isso tira tubo traqueal e mantém sonda nasal. Lembrar que cavalo só respira pelo nariz, nunca pela boca; Capacete (evita traumas na recuperação); Recuperação na piscina (não é muito utilizado no Brasil); RECUPERAÇÃO:MONITORIZAÇÃO DO SNC: - Plano adequado: ausência de reflexo palpebral e e presença de reflexo corneal, ausência de nistagmo (movimento lateral do globo ocular - quando paciente apresenta nistagmo indica que plano está superficial), posição do globo ocular é centralizado, alguns animais apresentam lacrimejamento, midríase ausente (indica aprofundamento anestésico). POSICIONAMENTO NA MESA: - Membros não podem ficar cruzados (evitar isquemia), pois cavalo pode ter lesão - lembrar do porte muscular dessa espécie - . No campo, para evitar o cruzamento, pode pegar um saco de capim e por entre uma perna e outra. O tronco do animal não deve ficar torto (caso a posição seja decúbito ventral). RECUPERAÇÃO ANESTÉSICA: Miopatia pós-anestésica: ocorre quando a pressão arterial é mantida abaixo de 70 mm e quando animal é mantido em decúbito em local inadequado (pois pode haver compressão muscular, compressão nervosa e animal pode não levantar). Também pode ocorrer por anestesia prolongada - 3 horas ou mais -. É a principal afecção pós-anestésica. Sinais clínicos da miopatia pós-anestésica: fasciculações (espasmos musculares) e rigidez musculares; dificuldade de levantar. Obs: no campo há veterinários que anestesiam na grama por parecer ser mais confortável, mas para um animal de 300 kg a grama permanece sendo um local desconfortável e inadequado. Anestesia epidural: REINTRODUÇÃO DE ALIMENTO - Após anestesia não se pode encher o cocho do cavalo mesmo em em procedimentos mais simples, pois, se usa uma xilazina por exemplo, diminui a motilidade do cavalo, esse animal vai comer compulsivamente. O problema é que o animal estará sob efeito de alfa 2 (diminui motilidade), no pós operatório vai acontecer cólica, principalmente compactação. - Primeiro dia não se pode dar ração, o ideal é dar ponta de capim e feno molhado apenas após 4 - 6 horas pós procedimento. Importante monitorar movimentos intestinais. ANESTESIAS LOCAIS: Indicações: correção de posicionamento fetal, amputação de cauda, cirurgias que envolvam (anus, períneo e vulva), suturas de feridas, prolapso de reto ou vagina; Anatomia: feito entre a Co1 e a Co2. Em animais magros é no processo espinhoso dorsal da 1ª e 2ª vértebra coccígenas e em animais pesados é 5 cm cranial ao início dos pelos da cauda. Confirmação: teste da gota pendente (se realmente estiver em local correto, ao colocar uma gota de anestésico na ponta da agulha, a gota será aspirada devido a pressão negativa). Também se confirma através da ausência de resistência à aplicação, que devido a pressão negativa não terá resistência ao aplica o anestésico. Anestésico mais comum utilizado: Lidocaína 2% com ou sem vasoconstritor. Início da analgesia é de 20 minutos e a duração é entre 35 a 50 minutos. IMPORTANTE!! É importante lembrar que estaremos acessando o SNC. Por essa razão, é preciso fazer tricotopia, antissepsia, luva estéril. É um procedimento simples, mas o risco de levar contaminação é muito grande (principal contaminação é a meningite). ANESTESIA PARA ORQUIECTOMIA: Considerações gerais: precisa de analgesia do escroto, dos testículos e do cordão espermático (se não bloqueia testículo, durante castração ele retrai o testículo). TÉCNICA 1: (bloqueio do cordão espermático) - Agulha de 5 cm, na região do cordão espermático (injetar 20 ml de lidocaína 2% em cada cordão - cordão ficará edemaciado). Também é preciso fazer o bloqueio em linha na pele escrotal. TÉCNICA 2: (bloqueio intratesticular) - Agulha 12 - 15 cm introduzida no testículo direcionada para o cordão espermático (injetar 20 a 25 ml de lidocaína 2%). Com isso haverá sensibilização de toda a área. Dose da lidocaína: 7mg/kg sem vaso dilatador e 9mg/kg com vasodilatador. Importante!! Anestésico local tem dose tóxica. Se a lidocaína for aplicada em sobredose vai ter um efeito tóxico e o animal vai apresentar sinais neurológicos (comum convulsão) e posteriormente morte. Exemplo: MIni horse de 40 kg (sem vasodilatador) 7 x 40 / 20 = 14 ml (passou disso vai causar intoxicação) Obs: anestesia local não é efetiva em casos de animais com ferida crônica (processo inflamatório), devido ao pH ácido. A anestesia local não é efetiva em local de pH ácido. Nesses casos é importante afastar o bloqueio. CASOS CLÍNICOS: Caso 1: Ferida abaixo do osso frontal com alguns dias de evolução e que precisa ser debridada. - Faz boqueio infiltrativo subcutâneo ao redor da lesão. Importante ressaltar que nesse animal o bloqueio não pegada devido a inflamação. Como dito anteriormente é preciso afastar o bloqueio nesses casos. Só o bloqueio local não será suficiente. - Se em um procedimento como esse eu escolho Xilazina, por exemplo e passou o tempo de duração e eu ainda estou no procedimento, ao aplicar xilazina novamente eu preciso aplicar apenas a metade da dose já dada. Nesse caso a detomidina se mostra bem eficiente pelo seu tempo de duração. Caso 2: Cavalo enrolou a perna em arame liso e seccionou os tendões flexores. - Bloqueio infiltrativo em anel, ao redor de todo o membro que irá bloquear as terminações nervosas. Pode ser feito sedação para manter o animal em pé (não utilizar acepromazina pois animal perdeu grande quantidade de sangue - lembrar da hipotensão). Bloqueio do nervo infra-orbitário: Bloqueio do nervo supra-orbitário: BLOQUEIOS DE CABEÇA: - Emerge do forame infra-orbitário; - Encoberto pelo músculo elevador nasolabial; - Emite ramos (dentes pré-molares, caninos, incisivos superiores); - Anestesia no lábio superior, narina, teto da cavidade nasal, pele até o forame infraorbital. Obs: se eu sei que a anestesia dese nervo, dessensibiliza toda a face lateral do focinho do animal. Por isso, se um animal tiver lesão neste local podemos apenas fazer um alfa 2 (xilazina) e o bloqueio local que conseguiremos suturar com o animal em pé. TÉCNICA: Localizar o bordo ósseo do forame, fazer anti-sepsia do local, afastar músculo elevador superior do lábio, posicionar agulhar no interior do forame (injetar 5,0 ml lidocaína 2%. Usar agulha 25x7). Emerge do forame supra-orbitário. Anestesia da pálpebra superior exceto cantos medial e lateral. Importante: a lidocaína com vasodilatador não pode ser utilizada em extremidades, pois locais de extremidade (ponta de cauda, focinho, dígitos, orelha) a vascularização é fina e quanto mais vasoconstrição, mais isquemia e necrose. TÉCNICA: Palpar forame supra-orbitário (localizado 5 a 7 cm acima do canto medial e 1 a 2 cm de profundidade). Fazer anti-sepsia local e injetar 5,0 ml de lidocaína 2% (agulha 25x7, 2ml no forame; 1ml a medida que se retira a agulha; 2 ml subcutaneamente sobre o forame. Diferença entre lidocaína com e sem vasoconstritor: Lidocaína com vasoconstritor: menor absorção sistêmica do anestésico e por consequênciaterá um período maior de ação (dobro da sem vasoconstritor); Lidocaína sem vasoconstritor: duração anestésica menor. Caso 3: - Bloqueio local não seria efetivo pois seriam necessárias muitas doses. Aqui pode ser feito uma neuroleptoanalgesia (que é associar um sedativo + opióde - como é o caso da acepromazina + meperidina). Tem efeito tranquilizante e o animal não sente dor por causa do opióide. Vantagens dessa associação: potencializa efeito de sedação e analgesia.
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