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Anestesiologia de grandes animais - EQUINOS

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ANESTESIOLOGIA DE GRANDES ANIMAIS
Histórico do animal;
Condição física;
Quais os medicamentos disponíveis;
Se instalações estão adequadas (para
indução e recuperação, por exemplo);
Levar em conta quais equipamentos
estarão disponíveis.
Jejum alimentar de 12 horas e hídrico de
6 horas (se o animal ficar mais de 6 horas
sem água pode ser causado um quadro
de compactação do cólon); Cavalos não
regurgitam, mas o jejum se faz
importante pois cavalo distende, começa
a produção de gases e em seguida o
animal começa a distender. Também
existe o fato de que alguns
medicamentos como a xilazina causam
redução da motilidade grastrointestinal,
por essa razão se não houve jejum e um
cuidado pré-anestésico, o animal também
pode entrar em um quadro de
compactação. Ou seja, em resumo, o
jejum está ligado com distensão de gases
e compactação pós operatória. 
Outra grande preparação para a pré-
anestesia é o exame físico do sistema
cardiorrespiratório, esse exame físico
basal irá avaliar a frequência cardíaca,
respiratória, temperatura corporal,
avaliação de mucosas, pois uma vez que
o animal foi induzido a uma anestesia, os
parâmetros desse animal precisam estar
o mais próximo do normal. Uma vez que
esses parâmetros começam a cair muito,
indica aprofundamento anestésico. 
Quanto aos exames laboratoriais, é
preciso que seja feito no mínimo um 
Considerações pré-anestésicas:
Preparação pré-anestésica: 
Na intubação orotraqueal de grandes animais,
antes de qualquer coisa é preciso lavar a boca
do paciente, pois na hora de introduzir o tubo,
se a boca estiver cheia de alimento, esse
alimento cai nos pulmões e pode desenvolver
uma infecção. 
Um ponto importante relacionado aos cavalos
no momento da anestesiologia é apertar o
cabresto. Não anestesia cavalo com cabresto
de corda, pois na recuperação ele vai levantar
incoordenado e o cabresto de corda não será
suficiente, para essa situação precisa de
cabresto de fita. 
Tópica, oral, subcutânea. intramuscular,
intravenosa (principal). epidural (anestésicos
locais, alfa 2 agonistas, opióides - pois pode ser
injetado morfina por exemplo várias vezes ao
dia sem efeito sistêmico), pulmonar
(halogenados - anestésicos inalatórios). 
hemograma. 
VIAS DE ADMINISTRAÇÃO DOS
FÁRMACOS ANESTÉSICOS:
TROMBOFLEBITE: Há medicamentos que
causam prejuízo muito grande para a veia se
aplicado perivascular, um deles é o éter
gliceril guaiacol (EGG) que, se aplicado fora
da veia, causa necrose. Com isso pode
ocorrer uma obstrução por trombose, por
exemplo, e o retorno venoso fica
comprometido, mas o arterial permanece
normal. Ou seja, artéria carótida manda
sangue e esse sangue não retorna (aumenta
pressão hidrostática que causa edema). Esse
animais começam a ter edema de cabeça e
de cavidade nasal, morre por asfixia. Por essa
razão a punção venosa é de extrema
importância. 
MEDICAÇÃO PRÉ-ANESTÉSICA: 
Após paciente preparado, dá-se início ao MPA. É o
caso dos anticolinérgicos (atropina, glicopirrolato) 
que não são recomendados para cavalos pois
diminui a motilidade intestinal. O
anticolinérgico - glicopirrolato - possui menos
efeitos colaterais e pode ser utilizado. As
fenotiazinas são utilizadas, mas como
tranquilizantes (acepromazina), pois são que
medicamentos que diminuem a ansiedade
sem redução da atividade motora. Durante
os tranquilizante o animal fica em pé, ou seja,
não interfere na consciência dele. 
O acepram é o primeiro fármaco que pode
ser aplicado no MPA em campo. Pode ser
utilizado em castrações, ferrajamento,
viagens. O problema desse medicamento
está ligado ao seu bloqueio de receptores
alfa adrenérgicos causando hipotensão. Ou
seja, em casos de animais com anemia,
desidratação, eu não posso utilizar
acepram. Outro efeito colateral descrito
nesses animais é o prolapso peniano, e se o
animal é inteiro e ocorre essa exposição, há
grandes chances de não voltar sendo
necessário a amputação do aparelho genital,
por isso NÃO pode ser utilizado em cavalos
inteiros. DOSE: 0,03 mg/kg IV ou 0,05 mg/kg
IM. No máximo 30 mg. 
Em relação aos medicamentos do Alfa 2
agonistas (xilazina, detomidina, romifidina):
São agentes sedativos com rápido início de
ação que proporciona analgesia visceral
(em uma sutura por exemplo, não é o
indicado) e relaxamento muscular. Reduzem
frequência cardíaca e débito cardíaco (DC).
Pode interferir na pressão arterial mas de
forma distinta do acepram. 
Doses: 0,5 a 1,1 mg/kg IV (xilazina)
 10 a 30 ug/kg IV (detomidina)
 40 a 120 ug/kg IV (romidifina)
A xilazina possui duração de até 40 minutos e
a detomidina de até 1 hora. 
Barbitúricos: tiopental (hoje é utilizado apenas
em casos como eutanásia);
Não barbitúricos (mais comuns): propofol
(problema aqui será o volume, pois as doses
são muito altas, apesar de ser um bom
fármaco), cetamina (não pode ser utilizada
isolada pois causa catalepsia. Por isso é muito
associada ao diazepam e midazolam, pois do
contrário, causam ataxia), etomidato, EGG,
tiletamina (análogo de diazepam e quetamina/
zolazepam (análogo de midazolam e
quetamina). 
Sobre os benzodiazepénicos (diazepam e
midazolam) - que são agentes ansiolíticos - podem
causar muita ataxia, fazendo que o animal caia
consciente, por isso esses dois fármacos não são
utilizados em animais adultos durante MPA, apenas
em potros, pois, ocorrendo ataxia ele pode
permanecer em decúbito.
DOSES: 0,1 A 0,25 mg/kg IV
Normalmente se associa dizepam + quetamina e
midazolam + quetamina. 
Quanto aos opióides (Morfina, meperidina,
butorfanol, buprenorfina), são boas opções de MPA
quando associados a acepram e xilazina, pois
potencializa sua ação além de oferecer analgesia
(tanto visceral quanto somática). Essa associação
causa neroleptoanalgesia - quadro de tranquilização
com analgesia. Importante ressaltar do cuidado
com a morfina, pois reduz motilidade intestinal. 
LEMBRAR QUE ATÉ O MOMENTO O PACIENTE
ADULTO AINDA NÃO ESTARÁ EM DECÚBITO. 
INDUÇÃO ANESTÉSICA:
Após o animal estar preparado + MPA (exemplo:
xilazina. Animal abaixou a cabeça, abriu quadril
latero de sustentação, FC caiu um pouco...) + agora
indução. 
Fármacos mais utilizados na indução em cavalos: 
 
Barbitúricos (tiopental 5%): Seus efeitos estão
relacionados ao sistema cardiorespiratório pois
diminui inotropismo, ou seja, diminui a força de
contração do coração, consequentemente ele diminui
PA, PVC (pressão venosa central). Também está ligado
ao sistema respiratório, pois causa depressão bulbar
(animal pode ter apnéia). Esse medicamento tem
efeito cumulativo, se acumulando no tecido adiposo,
por essa razão paciente acima do peso não é
recomendável esse medicamento. Quando mais
acima do peso, mais o medicamento fica circulante e
mais difícil sua recuperação.
Não barbitúricos (propofol): Suas desvantagens
estão ligadas ao sistema cardiovascular, que diminui o
inotropismo, reduz PA e contratilidade do miocárdio;
sistema respiratório, que causa depressão bulbar e
reduz a frequência e depressão respiratória dose-
dependente. Não possui efeito cumulativo e sua doce
é de 2 a 5 mg/kg IV (aqui vemos como que a dose do
propofol é muito alta quando somada ao peso).
Ketamina: possui analgesia somática e visceral,
estimula o SNC, ação inotrópico e cronotrópico
positivo (aumenta força e frequência) aumentando
assim a PA e o DC, por isso pode ser utilizado em
animais desidratados, por exemplo. Mantém os
reflexos protetores do indivíduo, aumenta secreção e
tônus muscular e pode ter movimentos involuntários.
O problema muito comum comentado acima é a
catalepsia, por isso não pode ser aplicada sozinha. 
ÉTER GLICERIL GUAIACOL (EGG): relaxmente
muscular de ação central (duração de 10 a 20
minutos), possui bom relaxamento. Pouco altera a
função respiratória, causa relaxamento dos músculos
laríngeos e faríngeos, facilitando assim a intubação e a
indução. O maior problema desse medicamento é
que se for feito fora da veia, causa bastante necrose
(lesão extravascular). Por isso, para usar EGG em um
cavalo, precisa usar cateter e confirmar se realmente
está na veia. O pHdesse medicamento é muito
alcalino, e por essa razão ocorre essas lesões. Caso
seja ejetado fora da veia, o indicado é depositar soro
ao redor de onde há acúmulo do medicamento.
DOSES: 50 a 100 mg/kg IV rápida e solução de 5 a 10%. 
INTUBAÇÃO ENDOTRAQUEAL:
Recapitulando.... 
1) Preparo do paciente - exame basal, lavou boca,
amarrou cabresto de fita; 
2) Fazer MPA (exemplo: cavalo com histórico de
desidratação e vai entrar para cirurgia de cólica -
primeiro a sair da lista: acepromazina; se for
garanhão: também não se utilizada acepromazina;
Pode ser utilizado a xilazina, por exemplo. Após, posso
induzir com ketamina + midazolam por exemplo. 
A diferença da intubação do cavalo é que não precisa
de um laringoscópio, apenas de um abridor de boca.
Aqui se lubrifica a sonda com lidocaína gel e é preciso
que o animal esteja com a cabeça totalmente
distendida para que o tubo entre com facilidade. É no
momento da inspiração que se entra com o tudo, com
a língua lateralizada. 
MANUTENÇÃO - CONDUÇÃO A MESA CIRÚRGICA: 
Uma vez que o paciente foi induzido, quanto tempo
terei para fazer um procedimento? 15 minutos. Para
isso que há a manutenção anestésica, que pode ser
feita via inalatória ou anestesia total intravenosa. Não é
aconselhável durante a manutenção pequenas doses
de ketamina pois animal pode voltar muito excitado. A
manutenção. 
**fármaco halogenados serão utilizados então na fase
de manutenção!!
** O principal problema da maioria do fármacos
inalatórios é que eles causam depressão dose
independente. Ou seja, todo anestésico inalatório
causa depressão no sistema cardiovascular. 
Halotano: caiu em desuso. 
Por isso, quanto mais você necessitar do uso de
anestésico inalatório, maiores as chances de se causar
depressão cardiovascular e respiratório, e por essa
razão não dá para depender somente dela como
recurso analgésico. 
Halotano: caiu em desuso. Sensibiliza o miocárdio às
catecolaminas (adrenalina, norepinefrina). Diminui
frequência respiratória, além de aumentar PaCO2. 
CAM (0,87%) quanto maior o CAM, menor a potência
Coef. de solubilidade sangue gás (2,5) - o fármaco uma
vez inalado, ele precisa passar 
Meios que ajudam na manutenção sem que precisa
aprofundar o tempo todo: bloqueio local, opióide
durante a anestesia inalatória.
Isofluorano: efeitos cardiovasculares similares ao
halotano, porém com maior margem de segurança,
não sensibiliza o miocárdio às catecolaminas; quanto
ao respiratório, também possui depressão dose-
dependente. E quanto a vantagens: indução e
recuperação anestésica mais rápida (animal pode ter
recuperação agitada, mas ele não tem condições, para
isso se faz pequenas doses de xilazina para ele
acalmar até que elimine o anestésico inalatório através
da respiração). Aqui também precisa ter cuidado com
a aprofundação, pois animal pode entrar em apneia. 
CAM (1,31 V%)
Coef. Solub. (1,46) - animal volta da anestesia rápido; 
Sevoflurano: efeitos cardiovasculares semelhantes ao
isoflurano (redução de FA, FC, DC); depressão dose-
dependente quanto a efeitos respiratórios e aumento
da PaCO2 (acidose respiratória). Sua vantagem é que a
indução e recuperação é rápida.
CAM (2,31 V%)
Coef. Solub. (0,68)
Desfluorano: Efeitos cardiovasculares similares ao
isoflurano; também causa depressão-dose
dependente; diminui discretamente a frequência
respiratória e é irritador de mucosas, por isso é bom
evitar indução direta.
TIVA - Triple Drip
Também possui recuperação rápida e suve (entre 10-
25 minutos) e sua desvantagem é o custo do
vaporizador.
CAM (7,6 V%)
Coef. Solub. (0,42). 
CONTINUAÇÃO DA MANUTENÇÃO ANESTÉSICA...
Suponhamos que o procedimento será no campo e
com isso não terei suporte para anestesia inalatória.
Por essa razão temos agora a anestesia total
intravenosa. Sendo assim a TIVA entra como
manutenção (no lugar da inalatória). 
- 500 ml de solução (glicose)
- 50 a 100 mg/kg EGG 
- 1 mg/ml Xilazina 10%
2 mg/ml Cetamina 10%
Exemplo: Cavalo de 500kg
Quantas gramas de EGG preciso utilizar? 
- Primeiramente escolher qual mg de EGG vai utilizar
(50-100 mg).
Se utilizarmos 100 mg:
100 mg/kg = 100/1000 = 0,1 g/kg
0,1 x 500 kg = 50 g
Portanto um cavalo de 500 kg vai precisar de 50
gramas de EGG.
Exemplo: Cavalo de 300 kg
Se utilizamos 50 mg: 50 x 1000 = 0,05 g
0,05 x 300 = 15 g
Portanto, precisamos de 15 g de EGG. 
> Dilui o EGG em solução glicosada de 500 ml.
Completa com a bolsa de Xilazina e Cetamina. 
Xilazina: 1 mg/ml 10% 
Fórmula: 1 x 500 / 100 (do 10%) = 5 ml de xilazina
dentro da bolsa com soro glicosado e EGG.
Evitar ou minimizar possíveis complicações;
Instituir medidas corretivas (assegurar adequada
perfusão tecidual);
Permite antecipar eventos deletérios;
Instituir medidas corretivas (administrar fármacos;
instituir ventilação controlada). 
Cetamina: 2 mg/ml 10%
Fórmula: 2 x 500 / 100 (do 10%) = 10 ml de cetamina
na bolsa de infusão. 
Com esse protocolo, consegue-se fazer um
procedimento de 1h, como é o caso de uma castração,
redução de hérnia em potros, neurectomia, sutura
muito extensa, entre outros. 
Obs: Fazer a infusão de 3 gotas por segundo - vamos
conseguir manter o animal em plano por uma hora.
Essa técnica não tem uma boa analgesia, portanto é
necessário completar com bloqueio local. 
Finalidade da monitoração anestésica: 
TÉCNICAS EMPREGADAS: 
> Monitoração do SNC: plano anestésico adequado
(através do plano de Guedel - plano ideal do cavalo é
a ausência de reflexo palpebral e presença de
reflexo corneano). Se animal tem ausência de reflexo
palpebral e presença de reflexo corneano, isso indica
aprofundamento anestésico.
> Monitoração cardiovascular: Pressão arterial,
frequência cardíaca (estetoscópio), TPC.
> Monitoração sistema respiratório: frequência
respiratória, gasometria, capnometria, oximetria
(animal precisa estar saturando entre 95 a 99%. Se
paciente está com saturação de 80, 60, 70... indica que
o sistema respiratório dele não está bom. 
PRESSÃO ARTERIAL: 
Qual a pressão arterial normal de um cavalo
anestesiado? 70 mm. O cavalo precisa que a pressão
arterial dele seja constante em 70 mm, pois eles
possuem um problema muito grande - a musculatura
- quando animal está sob anestesia inalatória e ele está 
 deitado em uma superfície rígida, a pressão arterial
precisa estar de acordo pois mantendo essa pressão
em 70 mm, é possível manter uma boa perfusão
muscular, pois ao deitar, os vasos estão comprimidos
e, se ele está deitado por 4, 5 horas, com uma pressão
arterial baixa, a perfusão tecidual estará baixa. Caso
ocorra hipoperfusão muscular durante a anestesia,
ocorre lesão muscular generalizada e ele não
consegue levantar após a cirurgia. 
Vamos supor que a pressão arterial de um
determinado cavalo começou a cair para 60, 50, 40... O
que isso indica? Hipotensão. Causa comum:
aprofundamento anestésico, desidratado (por isso é
importante observar a clínica dele). 
Exemplo 1: animal anestesiado, pressão 40 mm,
reflexo palpebral ausente e reflexo corneal ausente -
aprofundamento anestésico.
Exemplo 2: animal anestesiado, pressão 40 mm,
reflexo palpebral ausente, reflexo corneal presente,
mucosa seca, exoftalmia, TPC baixo - desidratação.
Nesse exemplo, é preciso fluidoterapia (pressão
arterial sobe). 
Exemplo 3: animal anestesiado, pressão subiu para
80, 90, 100, 120... animal está sentindo dor (coração
"batendo" mais rápido). Indica superficialização de
plano anestésico. 
HIPOTENSÃO: 
Pressão arterial pode estar baixa então por:
desidratação, hipovolemia (hemorragia),
aprofundamento anestésico (os anestésicos
inalatórios causam depressão cardiovascular -
diminuem débito cardíaco, força do coração, dessa
forma a pressão cai). 
Em casos de aprofundamento: superficializa; 
Animal entrou desidratado: reponho volume através
de fluído;
Além disso, entra com dobutamina 0,5 a 5 ug/kg/min
que é um medicamento ionotrópico positivo
(aumenta força de contração do coração). Se aumenta
força - aumenta débito cardíaco - aumenta pressão
arterial; 
Ausência de nistagmo (indivíduo consciente não
apresentanistagmo, por isso animal que está
querendo levantar mas está fazendo movimento
lateral do globo ocular, demonstra que animal
ainda não recuperou a consciência total, ou seja,
ele não está em boas condições de levantar);
Força muscular (cavalos precisam de muita força
muscular para levantar, caso perceba que o
animal não tem força nenhum para levantar,
pode dar algum problema); 
Movimentação de membros (o cavalo
demonstra que quer levantar, que tem força
suficiente para ficar em estação);
Forma assistida por cordas (amarrar corda na
cauda e no cabresto para evitar que ocorra
acidentes. Quando ele estiver se levantando,
seguramos a corda para evitar que ele caia);
Sonda nasal (é preferível que os cavalos estejam
com sonda nasal, pois esses animais quando
mantidos em decúbito dorsal, podem estar
sujeitos a edema na face e quando é retirado o
tubo traqueal, ele não consegue respirar devido a
cavidade nasal que está edemaciada. Animal
pode morrer na recuperação por asfixia. Por isso
tira tubo traqueal e mantém sonda nasal.
Lembrar que cavalo só respira pelo nariz, nunca
pela boca;
Capacete (evita traumas na recuperação);
Recuperação na piscina (não é muito utilizado
no Brasil);
RECUPERAÇÃO:MONITORIZAÇÃO DO SNC: 
- Plano adequado: ausência de reflexo palpebral e e
presença de reflexo corneal, ausência de nistagmo
(movimento lateral do globo ocular - quando paciente
apresenta nistagmo indica que plano está superficial),
posição do globo ocular é centralizado, alguns animais
apresentam lacrimejamento, midríase ausente (indica
aprofundamento anestésico). 
POSICIONAMENTO NA MESA: 
- Membros não podem ficar cruzados (evitar
isquemia), pois cavalo pode ter lesão - lembrar do
porte muscular dessa espécie - . No campo, para evitar
o cruzamento, pode pegar um saco de capim e por
entre uma perna e outra. O tronco do animal não
deve ficar torto (caso a posição seja decúbito ventral). 
RECUPERAÇÃO ANESTÉSICA: 
Miopatia pós-anestésica: ocorre quando a pressão
arterial é mantida abaixo de 70 mm e quando animal
é mantido em decúbito em local inadequado (pois
pode haver compressão muscular, compressão
nervosa e animal pode não levantar). Também pode
ocorrer por anestesia prolongada - 3 horas ou mais -. É
a principal afecção pós-anestésica.
Sinais clínicos da miopatia pós-anestésica:
fasciculações (espasmos musculares) e rigidez
musculares; dificuldade de levantar. 
Obs: no campo há veterinários que anestesiam na
grama por parecer ser mais confortável, mas para um
animal de 300 kg a grama permanece sendo um local
desconfortável e inadequado. 
Anestesia epidural: 
REINTRODUÇÃO DE ALIMENTO 
- Após anestesia não se pode encher o cocho do
cavalo mesmo em em procedimentos mais simples,
pois, se usa uma xilazina por exemplo, diminui a
motilidade do cavalo, esse animal vai comer
compulsivamente. O problema é que o animal estará
sob efeito de alfa 2 (diminui motilidade), no pós
operatório vai acontecer cólica, principalmente
compactação. 
- Primeiro dia não se pode dar ração, o ideal é dar
ponta de capim e feno molhado apenas após 4 - 6
horas pós procedimento. Importante monitorar
movimentos intestinais. 
ANESTESIAS LOCAIS: 
Indicações: correção de posicionamento fetal,
amputação de cauda, cirurgias que envolvam (anus,
períneo e vulva), suturas de feridas, prolapso de reto
ou vagina;
Anatomia: feito entre a Co1 e a Co2. Em animais
magros é no processo espinhoso dorsal da 1ª e 2ª
vértebra coccígenas e em animais pesados é 5 cm
cranial ao início dos pelos da cauda. 
Confirmação: teste da gota pendente (se realmente
estiver em local correto, ao colocar uma gota de
anestésico na ponta da agulha, a gota será aspirada
devido a pressão negativa). Também se confirma
através da ausência de resistência à aplicação, que
devido a pressão negativa não terá resistência ao
aplica o anestésico. 
Anestésico mais comum utilizado: Lidocaína 2%
com ou sem vasoconstritor. Início da analgesia é de 20
minutos e a duração é entre 35 a 50 minutos. 
IMPORTANTE!! É importante lembrar que estaremos
acessando o SNC. Por essa razão, é preciso fazer
tricotopia, antissepsia, luva estéril. É um procedimento
simples, mas o risco de levar contaminação é muito
grande (principal contaminação é a meningite). 
ANESTESIA PARA ORQUIECTOMIA: 
Considerações gerais: precisa de analgesia do escroto,
dos testículos e do cordão espermático (se não
bloqueia testículo, durante castração ele retrai o
testículo). 
TÉCNICA 1: (bloqueio do cordão espermático) 
- Agulha de 5 cm, na região do cordão espermático
(injetar 20 ml de lidocaína 2% em cada cordão -
cordão ficará edemaciado). Também é preciso fazer o
bloqueio em linha na pele escrotal. 
TÉCNICA 2: (bloqueio intratesticular)
- Agulha 12 - 15 cm introduzida no testículo
direcionada para o cordão espermático (injetar 20 a 25
ml de lidocaína 2%). Com isso haverá sensibilização de
toda a área. 
Dose da lidocaína: 7mg/kg sem vaso dilatador e
9mg/kg com vasodilatador. 
 
Importante!! Anestésico local tem dose tóxica. Se a
lidocaína for aplicada em sobredose vai ter um efeito
tóxico e o animal vai apresentar sinais neurológicos
(comum convulsão) e posteriormente morte. 
Exemplo: MIni horse de 40 kg (sem vasodilatador) 
7 x 40 / 20 = 14 ml (passou disso vai causar intoxicação) 
Obs: anestesia local não é efetiva em casos de animais
com ferida crônica (processo inflamatório), devido ao
pH ácido. A anestesia local não é efetiva em local de pH
ácido. Nesses casos é importante afastar o bloqueio. 
CASOS CLÍNICOS: 
Caso 1: Ferida abaixo do osso frontal com alguns dias
de evolução e que precisa ser debridada. 
- Faz boqueio infiltrativo subcutâneo ao redor da lesão.
Importante ressaltar que nesse animal o bloqueio não
pegada devido a inflamação. Como dito
anteriormente é preciso afastar o bloqueio nesses
casos. Só o bloqueio local não será suficiente. 
- Se em um procedimento como esse eu escolho
Xilazina, por exemplo e passou o tempo de duração e
eu ainda estou no procedimento, ao aplicar xilazina
novamente eu preciso aplicar apenas a metade da
dose já dada. Nesse caso a detomidina se mostra
bem eficiente pelo seu tempo de duração.
Caso 2: Cavalo enrolou a perna em arame liso e
seccionou os tendões flexores.
- Bloqueio infiltrativo em anel, ao redor de todo o
membro que irá bloquear as terminações nervosas.
Pode ser feito sedação para manter o animal em pé
(não utilizar acepromazina pois animal perdeu grande
quantidade de sangue - lembrar da hipotensão). 
Bloqueio do nervo infra-orbitário:
Bloqueio do nervo supra-orbitário:
BLOQUEIOS DE CABEÇA: 
- Emerge do forame infra-orbitário;
- Encoberto pelo músculo elevador nasolabial;
- Emite ramos (dentes pré-molares, caninos, incisivos
superiores);
- Anestesia no lábio superior, narina, teto da cavidade
nasal, pele até o forame infraorbital. 
Obs: se eu sei que a anestesia dese nervo,
dessensibiliza toda a face lateral do focinho do animal.
Por isso, se um animal tiver lesão neste local podemos
apenas fazer um alfa 2 (xilazina) e o bloqueio local que
conseguiremos suturar com o animal em pé. 
TÉCNICA: Localizar o bordo ósseo do forame, fazer
anti-sepsia do local, afastar músculo elevador superior
do lábio, posicionar agulhar no interior do forame
(injetar 5,0 ml lidocaína 2%. Usar agulha 25x7). 
Emerge do forame supra-orbitário. Anestesia da
pálpebra superior exceto cantos medial e lateral. 
Importante: a lidocaína com vasodilatador não pode
ser utilizada em extremidades, pois locais de
extremidade (ponta de cauda, focinho, dígitos, orelha)
a vascularização é fina e quanto mais vasoconstrição,
mais isquemia e necrose. 
TÉCNICA: Palpar forame supra-orbitário (localizado 5 a
7 cm acima do canto medial e 1 a 2 cm de
profundidade). Fazer anti-sepsia local e injetar 5,0 ml
de lidocaína 2% (agulha 25x7, 2ml no forame; 1ml a
medida que se retira a agulha; 2 ml subcutaneamente
sobre o forame. 
Diferença entre lidocaína com e sem vasoconstritor:
Lidocaína com vasoconstritor: menor absorção
sistêmica do anestésico e por consequênciaterá um
período maior de ação (dobro da sem vasoconstritor);
Lidocaína sem vasoconstritor: duração anestésica
menor. 
Caso 3: 
- Bloqueio local não seria efetivo pois seriam
necessárias muitas doses. Aqui pode ser feito uma
neuroleptoanalgesia (que é associar um sedativo +
opióde - como é o caso da acepromazina +
meperidina). Tem efeito tranquilizante e o animal não
sente dor por causa do opióide. Vantagens dessa
associação: potencializa efeito de sedação e analgesia.

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