Buscar

AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL DE IDOSOS PORTADORES DE ALZHEIMER

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 102 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 102 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 102 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Continue navegando


Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE - UNESC 
 
CURSO DE NUTRIÇÃO 
 
 
 
 
 
 
DANIELA PREIS JUVÊNCIO 
 
 
 
 
 
AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL DE IDOSOS 
PORTADORES DE ALZHEIMER 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CRICIÚMA, NOVEMBRO 2009
 
2 
 
 
 
DANIELA PREIS JUVÊNCIO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL DE IDOSOS 
PORTADORES DE ALZHEIMER 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado 
para obtenção do grau de Nutricionista no curso 
de Nutrição da Universidade do Extremo Sul 
Catarinense, UNESC. 
 
Orientador (a): Prof.ª MSc. Luciane Maria Daltoé 
 
 
 
 
 
 
 
CRICIÚMA, NOVEMBRO 2009 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 
 
 
 
 
4 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Este trabalho é dedicado a todas as 
pessoas que eu amo e confio: minha família 
e meus amigos. 
 
 
5 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
 
Agradeço primeiramente a Deus por guiar e iluminar meus caminhos e me 
dar forças para conquistar mais um objetivo em minha vida. 
Ao meu pai Dejair e minha mãe Renate por me apoiarem e entenderem 
todo meu nervosismo nesses últimos tempos. 
A melhor avó do mundo, Hilza, que entendeu porque nesses últimos 
tempos eu não a visitava com frequência. 
A tia Tinha, Re e Manú que tenho certeza que sentiram minha falta na 
internet e de ir aos finais de semana visitá-las. Principalmente a Manú que entendeu 
minha ausência em nossas parcerias e também por estar sempre ao meu lado em 
todos os momentos da minha vida. 
Ao Arthur e Eduarda, por entenderem que a tia Dani não aparecia mais 
para brincar e assistir os backyardigans comendo pipoca de chocolate. 
Aos colegas da faculdade, que deram ideias e incentivos na procura de 
“um tema perfeito”, até a obtenção do mesmo. E principalmente a “galera do fundão” 
(Narel, Bruna e Sá) que estavam presentes em todos os momentos dessa 
caminhada. E aos “migus” (Fran, Carol, Cheila, Amandinha, Andry, Bruno e Edimar), 
que, juntamente com o fundão, foram fundamentais nas gargalhadas em momentos 
de descontração, festas e viagens. 
Aos funcionários da biblioteca (Franck, Gui, Seco e Tiago), por terem 
paciência em me aturar quase todos os dias na biblioteca a procura de livros e 
artigos e me receberem muito bem. 
A minha orientadora Luciane, por me incentivar e orientar com muita 
paciência e dedicação e acreditar na realização desse trabalho. 
Aos portadores de Alzheimer juntamente com seus cuidadores que 
participaram e apoiaram a pesquisa, tendo paciência e boa vontade para responder 
os questionários. 
Ao Renan e ao Gustavo por aceitarem participar da banca examinadora. 
E a todas as outras pessoas (amigos e demais familiares) que de alguma 
forma contribuíram para realização desse trabalho. Obrigada a todos. 
 
 
 
6 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
"A memória guardará o que valer a pena. A 
memória sabe de mim mais que eu; e ela 
não perde o que merece ser salvo" 
(Eduardo Galeano). 
 
 
7 
 
 
 
RESUMO 
 
 
O aumento da expectativa de vida reflete diretamente na manutenção da saúde do 
idoso e na preservação de sua permanência junto à família. As demências estão 
aumentando cada vez mais e a doença de Alzheimer é a principal delas. O objetivo 
do presente estudo foi avaliar o estado nutricional de portadores de Alzheimer 
atendidos em um consultório geriátrico. Participaram do estudo 10 idosos de ambos 
os sexos, diagnosticados com Doença de Alzheimer (mini teste de exame do estado 
mental e o teste do relógio). Todos os pacientes foram avaliados em relação aos 
hábitos alimentares, composição de macronutrientes e micronutrientes e análise dos 
dados antropométricos. Foi verificado o grau de demência dos portadores e escala 
de vida diária. Para a análise estatística foi utilizado o teste t de student. Do total, 
70% eram do sexo feminino. A média de idade do grupo foi de 80,5 anos, 
exclusivamente de raça branca. Houve predominância de demência moderada 
(50%) e dependência total nas atividades de vida diárias (50%). Com base na 
avaliação do estado nutricional, os idosos encontraram-se eutróficos. Na análise do 
inquérito alimentar, o consumo médio de energia e de macronutrientes dos idosos 
do sexo masculino foi de 2191,7kcal, distribuídos em 57,4 % para carboidratos, 18,5 
% para proteínas e 24% para lipídeos, enquanto no sexo feminino foi de 1530,4kcal, 
distribuídos em 62,3 % para carboidratos, 18,2 % para proteínas e 21% para lipídeos 
com diferença estatisticamente significativa para proteína. Concluiu-se que é 
fundamental um acompanhamento multiprofissional para minimizar os sintomas e o 
avanço da doença, sendo que o papel do nutricionista é de avaliar detalhadamente o 
estado nutricional dos portadores de Alzheimer, a fim de contribuir na adequação do 
peso corporal, estabilidade imunológica, estado nutricional satisfatório e da 
qualidade de vida do idoso. 
 
 
Palavra- chaves: Estado nutricional, Idoso, Doença de Alzheimer 
 
 
8 
 
 
 
LISTA DE ILUSTRAÇÃO 
 
 
Figura 1 – Classificação da amostra de acordo com sexo ...................................... 47 
Figura 2 – Classificação da amostra quanto à moradia .......................................... 48 
Figura 3 – Classificação da amostra quanto à moradia .......................................... 49 
Figura 4 – Classificação do IMC dos participantes da pesquisa ............................. 55 
Figura 5 – Relação dos medicamentos utilizados pela amostra estudada.............. 57 
Figura 6 – Classificação quanto à associação de doenças crônicas com 
Alzheimer................................................................................................................... 58 
 
 
 
 
9 
 
 
 
LISTA DE TABELAS 
 
 
Tabela 1 – Classificação de risco de complicações metabólicas, segundo a 
circunferência da cintura isolada............................................................................... 42 
Tabela 2 – Classificação da circunferência do braço, prega cutânea tricipital e 
circunferência muscular do braço para mulheres com 60 anos ou mais, avaliadas no 
Third National Hearth and Nutricion Examination Survery – NHANES (1988 – 1994). 
................................................................................................................................... 43 
Tabela 3 – Classificação da circunferência do braço, prega cutânea tricipital e 
circunferência muscular do braço para homens com 60 anos ou mais, avaliadas no 
Third National Hearth and Nutricion Examination Survery – NHANES (1988 – 1994). 
...................................................................................................................................44 
Tabela 4 – Classificação da área muscular do braço segundo idade e sexo...........44 
Tabela 5 – Classificação da prega cutânea subescapular, segundo sexo e idade..45 
Tabela 6 – Classificação do estado nutricional do idoso segundo IMC.................... 45 
Tabela 7 – Classificação do estágio da doença segundo sexo ............................... 50 
Tabela 8 – Consumo alimentar de energia e macronutrientes obtidos pelo 
recordatório 24 horas ............................................................................................... 52 
Tabela 9 – Consumo alimentar de micronutrientes obtidos pelo recordatório 
alimentar de um dia habitual ....................................................................................53 
Tabela 10 – Distribuição da frequencia do consumo alimentar ............................... 54 
Tabela 11 – Principais características antropométricas dos participantes do estudo 
..................................................................................................................................56 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10 
 
 
 
LISTA ABREVIATURAS 
 
 
Ach - Acetilcolina 
AF – Atividade Física 
AJ – Altura do Joelho 
AMB – Área Muscular do Braço 
ATP – Adenosina Trifosfato 
AVC – Acidente Vacular Cerebral 
AVD – Atividade de Vida Diária 
CB – Circunferência do Braço 
CDR - Clinical Dementia Rating 
CM – Centímetros 
CMB – Circunferência Muscular do Braço 
CP – Circunferência da Panturrilha 
DA – Doença de Alzheimer 
DM2 – Diabetes Mellitus tipo 2 
DRI – Dietary Reference Intakes 
E - Estatura 
FAO - Food and Agriculture Organization 
G- gramas 
I – Idade 
IBGE – Instituito Brasileiro de Geografia e Estatística 
IMC – Índice de Massa Corporal 
Kg – quilogramas 
LDL – Low Density Lipoprtein 
LRP-1 – Lipoprotein receptor-related protein 1 
OMS – Organização Mundial da Saude 
ONU – Organização das Nações Unidades 
M² - metros quadrados 
Mg – Miligramas 
Mm – Milímetros 
NET – Necessidades Energéticas Totais 
 
 
11 
 
 
 
NHANES - National Hearth and Nutricion Examination Survery 
P - Peso 
PCSe –Prega Cutânea Subescapular 
PCT – Prega Cutânea Triciptal 
RDA – Recommended Dietary Allowance 
SPSS - Statistical Package for the Social Science 
SRA – Sistema Renina-Angiotensina 
TMB – Taxa Metabólica Basal 
µg – Micrograma 
VET – Valor Energético Total 
 
 
 
12 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 15 
2. OBJETIVOS .......................................................................................................... 17 
2.1 OBJETIVO GERAL ................................................................................................... 17 
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ........................................................................................ 17 
3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................ 18 
3.1 ALZHEIMER ............................................................................................................ 19 
3.1.1 Epidemiologia ................................................................................................... 19 
3.1.2 Características Clínicas .................................................................................... 20 
3.1.3 Etiopatogenia ................................................................................................... 21 
3.1.4 Histopatologia ................................................................................................... 22 
3.1.5 Tratamento Medicamentoso ............................................................................. 22 
3.1.6 Tratamento Dietoterápico ................................................................................. 23 
3.1.6.1 Avaliação Nutricional no Idoso ...................................................................... 28 
3.1.6.1.1 Avaliação Dietética ..................................................................................... 28 
3.1.6.1.1.1 Recordátorio 24 horas ............................................................................. 28 
3.1.6.1.1.2 Frequência do Consumo Alimentar ......................................................... 29 
3.1.6.1.2 Avaliação Antropométrica ........................................................................... 29 
3.1.6.1.2.1 Peso ........................................................................................................ 30 
3.1.6.1.2.2 Estatura ................................................................................................... 30 
3.1.6.1.2.3 Pregas Cutâneas ..................................................................................... 31 
3.1.6.1.2.3.1 Prega Cutânea Tricipital ....................................................................... 32 
3.1.6.1.2.3.2 Prega Cutânea Subescapular .............................................................. 32 
3.1.6.1.2.4 Circunferências........................................................................................ 33 
3.1.6.1.2.4.1 Circunferência do Braço ....................................................................... 33 
3.1.6.1.2.4.2 Circunferência da Cintura ..................................................................... 34 
3.1.6.1.2.4.3 Circunferência da Panturrilha ............................................................... 34 
3.1.6.1.2 Avaliação Bioquímica ................................................................................. 35 
3.1.6.1.3 Exames Físicos .......................................................................................... 35 
3.1.6.2 Diagnóstico Nutricional .................................................................................. 36 
3.1.6.3 Prescrição Dietética....................................................................................... 36 
 
 
13 
 
 
 
3.1.7 Cuidador ........................................................................................................... 36 
4. METODOLOGIA ................................................................................................... 38 
4.1 DELINEAMENTO DA PESQUISA ................................................................................. 38 
4.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA ......................................................................................... 38 
4.3 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO E EXCLUSÃO ...................................................................... 38 
4.4 COLETA DE DADOS E INSTRUMENTOS ...................................................................... 39 
4.4.1 Procedimentos de Coleta de dados ................................................................. 39 
4.4.1.1 Inquérito Clínico ............................................................................................ 39 
4.4.1.2 Atividades de Vida diária ............................................................................... 39 
4.4.1.3 Estágio da Doença ........................................................................................ 40 
4.4.1.4 Inquérito dietético .......................................................................................... 40 
4.4.1.5 Medidas antropométricas .............................................................................. 41 
4.4.1.6 Avaliação Nutricional ..................................................................................... 45 
4.5 ANÁLISES ESTATÍSTICAS ......................................................................................... 45 
4.6 ASPECTOS ÉTICOS ................................................................................................. 46 
4.7 LIMITAÇÕES DO ESTUDO ......................................................................................... 46 
5. RESULTADO ........................................................................................................ 47 
5.1 PERFIL DA AMOSTRA .............................................................................................. 47 
5.2 ESCALA DE ATIVIDADE DE VIDA DIÁRIA ..................................................................... 49 
5.3 ESTÁGIO DA DOENÇA ............................................................................................. 50 
5.4 AVALIAÇÃO NUTRICIONAL ....................................................................................... 50 
5.4.1 Inquérito Dietético ............................................................................................ 51 
5.4.1.1 Recordatório 24 horas ...................................................................................51 
5.4.1.2 Frequência do Consumo Alimentar ............................................................... 53 
5.4.2 Antropometria ................................................................................................... 55 
5.4.3 Medicamentos .................................................................................................. 56 
5.4.4 Doenças crônicas relacionadas ........................................................................ 57 
6. DISCUSSÃO ......................................................................................................... 59 
7. CONCLUSÃO ....................................................................................................... 64 
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 66 
APÊNDICES ............................................................................................................. 74 
APÊNDICE I - AUTORIZAÇÃO DO MÉDICO ASSISTENTE .................................................. 75 
APÊNDICE II – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO............................... 76 
 
 
14 
 
 
 
APÊNDICE III – INQUÉRITO CLÍNICO ............................................................................ 77 
APÊNDICE IV – RECORDATÓRIO ALIMENTAR ...................................................... 78 
APÊNDICE V – FREQUÊNCIA DE CONSUMO ALIMENTAR ................................................ 79 
ANEXOS ................................................................................................................... 80 
ANEXO I – ESCALA DE ATIVIDADES INSTRUMENTAIS DE VIDA DIÁRIA (ESCALA DE LAWTON) 81 
ANEXO II – AVALIAÇÃO CLÍNICA DA DEMÊNCIA - REGISTRO CLINICAL DEMENTIA RATING 
(CDR) ........................................................................................................................ 82 
ANEXO III – CARTA DO COMITÊ DE ÉTICA E PESQUISA .................................................. 102 
 
 
15 
 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
 
O aumento da expectativa de vida ao longo desse século reflete 
diretamente na manutenção da saúde do idoso e na preservação de sua 
permanência junto à família (LUZARDO, GORINI, SILVA, 2006). Perante a isso, 
estima-se que em 2025, o Brasil venha a ser o sexto país em números de idosos 
(ADACHI, FIDÉLIX, 2006), sendo que houve um aumento do número de indivíduos 
desenvolvendo doenças degenerativas (FRIDMAN et al, 2004; LEMOS, GAZZOLA, 
RAMOS, 2006). 
A doença de Alzheimer (DA) é o tipo mais comum de demência 
(CAYTON, GRAHAM, WARNER, 2000; ABREU, FORLENZA, BARROS, 2005), e é 
denominada como uma doença degenerativa e progressiva, geradora de múltiplas 
demandas e altos custos financeiros. Além disso, sua frequência aumenta com o 
envelhecimento (BRUCK, 2006), fazendo com que esses fatores representem um 
novo desafio para o poder público, instituições e profissionais de saúde, tanto em 
nível nacional, quanto mundial (LUZARDO, GORINI, SILVA, 2006). 
Sabe-se que essa doença afeta o idoso comprometendo as integridades 
física, mental e social, acarretando uma situação de dependência total para com 
cuidadores, e quase sempre realizadas em domicílio (HATA, NAKAJIMA, 
MORIGUCHI, 1998; LUZARDO, GORINI, SILVA, 2006). Mas o grau de vigília e a 
lucidez do paciente não são afetados até a doença estar muito avançada 
(LINDEBOOM, WEINSTEIN, 2004). 
Entre os fatores predisponentes de um envelhecimento favorável, a 
nutrição aparece como um dos fatores mais determinantes (NICOLA et al, 2001), 
uma vez que pacientes com Alzheimer têm dificuldades para identificar as 
sensações de fome e saciedade (MAHAN & ESCOTT-STUMP, 2002). 
Um estado nutricional inadequado pode afetar as condições gerais e de 
bem estar do paciente e influenciar na evolução da demência, e, por sua vez, esta 
pode afetar o estado nutricional devido aos transtornos neurológicos graves comuns 
que alteram os mecanismos e as capacidades cognitivas e motoras, necessárias 
para obter uma alimentação adequada (MUÑOZ, AGUDELO, LOPERA, 2006). 
 
16 
 
 
 
A terapia nutricional é descrita pela literatura como uma ferramenta 
complementar no tratamento farmacológico (ADACHI, FIDÉLIX, 2006), uma vez que 
muitos fármacos possuem ingredientes que podem interagir com os alimentos de 
várias maneiras (RÉQUIA, OLIVEIRA, 2006). 
O desafio do profissional nutricionista é de atender as recomendações 
nutricionais especiais em função de alterações biopsicossociais do envelhecimento 
aliada as características das doenças do idoso, preservando o prazer inerente à 
alimentação (ESPERANÇA, GALISA, 2008). 
Um problema nutricional mais prevalente nas diversas demências é a 
perda de peso, ocorrendo insidiosamente em todos os estágios da doença 
(MAGALDI, MORILLO, KIKUCHI, 2006), e normalmente vem acompanhada de 
desidratação que pode resultar em uma desnutrição. Esta perda de peso pode se 
manifestar antes mesmo da sintomatologia da doença e podem também estar 
relacionada ao aumento do gasto energético em razão da doença pela agitação, 
processos infecciosos, distúrbios neurológicos, etc., que levam a redução da 
ingestão de alimentos pela dificuldade de mastigar/deglutir (ALVARENGA, 2009; 
OLIVEIRA, OLIVEIRA, 2005). 
Além disso, os pacientes com demência necessitam de um aumento no 
consumo calórico devido às alterações e agitação, mas com o avanço da doença, há 
uma mudança do hábito alimentar, com aumento de carboidratos simples e a 
diminuição de proteína (SAMPAIO, SABRY, 2007; ALVARENGA, 2009). O hábito 
alimentar rico em vegetais, grãos e frutas pode prevenir muitas doenças, dentre elas 
a doença de Alzheimer (ADACHI, FIDÉLIX, 2006). 
O envelhecimento tem sido alvo de intensas e diversas pesquisas e esse 
interesse tem gerado um melhor entendimento do processo de envelhecimento, 
quebrando diversos paradigmas e preconceitos a respeito do que se entendia como 
sendo um envelhecimento “normal” (BÓS, 2007). 
Sendo assim, percebe-se a importância de um profissional nutricionista 
acompanhar esses pacientes com o intuito de avaliar o estado nutricional dos 
mesmos, para diminuir complicações e sintomas relacionados com a alimentação 
para prevenir ou retardar o avanço da doença bem como suprindo as necessidades 
nutricionais do indivíduo e melhorando sua qualidade de vida. 
 
17 
 
 
 
2. OBJETIVOS 
 
 
2.1 Objetivo Geral 
 
 
• Avaliar o estado nutricional de portadores de Alzheimer atendidos em 
um consultório geriátrico. 
 
 
2.2 Objetivos Específicos 
 
 
• Verificar o estado nutricional de portador de Alzheimer. 
• Analisar a ingestão alimentar do grupo e compará-las as 
recomendações preconizadas das DRI’s. 
• Classificar o estágio da doença de Alzheimer. 
• Identificar a prevalência de patologias associadas. 
 
 
18 
 
 
 
3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 
 
 
Desde os tempos antigos, o envelhecimento sempre foi uma apreensão 
do ser humano, sendo que a nutrição tem-se tornado cada vez mais um instrumento 
de promoção da saúde, ligada a um envelhecimento “normal ou favorável” (BÓS, 
2007). Com o aumento da expectativa de vida sobre a influência dos aspectos 
econômico, social e psicológico no processo de envelhecimento, percebe-se que a 
humanidade nunca esteve preparada para lidar com o fato de envelhecer 
(FLORENTINO, 2004). 
O envelhecer é um processo natural que acomete todas as pessoas, 
porém associadas a este processo estão às sucessivas perdas em função do 
declínio do ritmo biológico, e estas perdas estão diretamente relacionadas à forma 
de se alimentar deste idoso (FLORENTINO, 2004; FREITAS et al, 2008). 
Alterações fisiológicas e anatômicas do próprio envelhecimento têm 
repercussão na saúde e na nutrição do idoso. Essas mudanças progressivas 
incluem a redução da capacidade funcional, alterações do paladar,alterações de 
processos metabólicos do organismo e modificações da composição corporal 
(PFRIMER, FERRIOLLI, 2008). 
Outra alteração que ocorre é a queixa de dificuldade de memória 
frequente, a qual não afeta a vida social e as atividades diárias do indivíduo, e trata-
se de um déficit restrito somente à memória preservando outras áreas cognitivas 
(MANFRIM, SCHMIDT In: FREITAS et al, 2006; GRANDI, 1998). 
As patologias associadas a essas perdas cognitivas são denominadas 
como demência as quais comprometem de forma significativa a memória e também 
outras funções cognitivas, tendo destaque a doença de Alzheimer, a qual pode 
prejudicar o paciente em suas atividades diárias, desempenho social e ocupacional 
(CARAMELLI 2002; PRADO, 2008). Entretanto o número excessivo de falso-positivo 
tem sido um grave problema médico na atualidade, mas em contraste a demência 
passa despercebida em mais de 50% dos casos comprovados por autópsia, uma 
vez que sinais e sintomas precoces são atribuídos ao processo normal de 
envelhecer (MANFRIM, SCHMIDT In: FREITAS et al, 2006). 
 
19 
 
 
 
3.1 Alzheimer 
 
 
Em 1901, o médico psiquiatra e neuropatologista alemão Alois Alzheimer 
iniciou o acompanhamento do caso de uma paciente e ao fazer uma autopsia, o 
mesmo descobriu lesões nos neurônios, os quais apareciam atrofiados em vários 
locais do cérebro, cheios de placas estranhas e fibras retorcidas, enroscadas umas 
nas outras (LUZARDO, GORINI, SILVA, 2006). Durante o 37º Congresso do 
Sudoeste da Alemanha de Psiquiatria, em 1906, relata o caso da paciente e define 
como uma patologia neurológica, não reconhecida, levando a demência com déficit 
de memória, alterações de comportamento e de incapacidade para atividades 
rotineiras. Sendo assim, em 1910, Kraepelin denominou como doença de Alzheimer 
(MACHADO, 2006), recebe esse nome por ser descrita primeiramente pelo doutor 
Alois Alzheimer (GRANDI, 1998). 
A doença de Alzheimer é um distúrbio degenerativo cerebral que resulta 
em perda de memória irreversível e deterioração da personalidade (HARRIS, 2005). 
Distúrbios de memória são os principais sintomas, mas em sua maioria, o portador 
de Alzheimer encontra-se com duas ou mais áreas cognitivas debilitadas, tais como 
linguagem, função viso-espacial ou até mesmo exacerbação de sua própria 
personalidade (FREITAS et al, 2008). 
 
 
3.1.1 Epidemiologia 
 
 
Em virtude do aumento da expectativa de vida, estima-se que a 
prevalência de demência dobre a cada 5 anos de aumento da faixa etária (LOPES, 
BOTTINO, 2002). A forma mais comum de demência é a doença de Alzheimer 
(PORTO, 2006), em que sua prevalência, segundo alguns estudos, está em 1% para 
pessoas com 60 anos de idade, podendo chegar a 50% em indivíduos entre 80 e 85 
anos. Percebe-se um aumento considerável de casos relacionados com a faixa 
etária (PORTO et al, 2006; HUEB, 2008) e a maior taxa de prevalência é em 
 
20 
 
 
 
mulheres (três vezes maior) uma vez que os resultados relacionados a mortalidade 
geral é menor comparado com homens (REMIG, 2005). 
Estudos revelam que 97% dos pacientes com demência não foram 
diagnosticados corretamente nas fases iniciais do processo por serem confundidas 
com alterações normais do envelhecimento. No Brasil, estudo epidemiológico 
populacional constatou prevalência de 7,1% em indivíduos com 65 anos ou mais, 
tendo sido 4,9 a prevalência de Alzheimer (PORTO, 2006). 
 
 
3.1.2 Características Clínicas 
 
 
A doença se inicia frequentemente por volta dos 60 anos (MACHADO, 
2006), sendo que em casos de pessoas portadoras da Síndrome de Down inicia-se 
por volta de 40 e 50 anos, pois os mesmos apresentam envelhecimento prematuro 
(SERENIKI, VITAL, 2008). 
Sabe-se também que alterações patológicas idênticas às observadas na 
DA ocorrem na maioria dos pacientes com trissomia do cromossomo 21 que 
sobrevivem além dos 45 anos de idade, além de um declínio cognitivo clinicamente 
demonstrável (HUEB, 2008). 
Na fase inicial da doença, o paciente apresenta alterações de memória 
com desorientação têmporo-espacial, confabulação e falso reconhecimento 
(CARVALHO FILHO, PAPALÉO NETTO, 2000). 
A fase intermediária é caracterizada pela deterioração mais acentuada da 
memória e por aparecimento de distúrbio de linguagem. Agitação, depressão e 
delírios. Podem ocorrer sintomas motores extrapiramidais, com alteração de postura 
e marcha (RÉQUIA, OLIVEIRA, 2006). 
A fase avançada e no estágio terminal, perde-se a capacidade total da 
realização de atividades diárias, tornando-se totalmente dependente. As alterações 
de linguagem se agravam ainda mais, perdem a capacidade de identificação motora 
e cognitiva. Com essas reduções, o paciente tende a ficar acamado, obtendo 
incontinência urinária, e fecal. Seu estado vai se agravando cada vez mais, através 
de complicações levando a septicemia (MACHADO, 2006). 
 
21 
 
 
 
A duração da DA é de difícil precisão, pois seu início é insidioso, obtendo 
queixas de memórias ou apatias, podendo ser confundido com outras condições ou 
os sintomas podem ser minimizados ou até mesmo despercebidos pelo paciente 
e/ou familiares. A importância para os sintomas é dada somente quando os mesmos 
passam a afetar as atividades diárias, tornando o início um pouco preciso (BRUCKI, 
2006). 
O comprometimento progressivo da cognição e das habilidades na 
realização das atividades de vida diárias (AVD), bem como alterações 
comportamentais e o afastamento do convívio social revelam, gradativamente, 
características da perda progressiva da autonomia, aumento da vulnerabilidade às 
comorbidades até sua dependência total em todos os aspectos (SOUZA, CHAVES, 
2006). 
 
 
3.1.3 Etiopatogenia 
 
 
O fator genético, a toxicidade a agentes infecciosos, ao alumínio, a 
radicais livres de oxigênio, a aminoácidos neurotóxicos e a ocorrência de danos em 
microtúbulos e proteínas associadas são agentes relacionados com a etiopatogenia 
da doença de Alzheimer, sendo que o fator genético é atualmente considerado como 
o preponderante (SERENIKI, VITAL, 2008; RÉQUIA, OLIVEIRA, 2006). 
Deve-se salientar que esses agentes podem atuar por dano direto no 
material genético, gerando mutação somática nos tecidos (SMITH, 1999) e seu 
diagnóstico etiológico depende de fatores como o tempo de evolução em anos e a 
ordem em que as funções cognitivas vão sendo perdidas (HUEB, 2008). 
A DA se estabelece pelo acúmulo de eventos genéticos e ambientais, os 
quais contribuem com pequenos efeitos que, em conjunto, resultam no 
estabelecimento da doença diferenciando o grau de severidade (SERENIKI, VITAL, 
2008). 
 
 
 
22 
 
 
 
3.1.4 Histopatologia 
 
 
A doença de Alzheimer caracteriza-se pela maciça perda sináptica e pela 
morte neuronal observada nas regiões cerebrais responsáveis pelas funções 
cognitivas, incluindo o córtex cerebral, o hipocampo, o córtex entorrinal e o estriado 
ventral (SELKOE, 2001). 
A degeneração neuronal deve-se pelo acúmulo de placas senis no 
interstício interneuronal e por novelos neurofibrilares no citoplasma celular (BUEB, 
2008). Tem-se também um acúmulo da proteína β-amilóide nas placas senis e da 
microtubulina tau nos novelos neurofibrilares e acredita-se que a concentração das 
placas senis esteja relacionada com grau de demência e é frequente ocorrer 
transtornos da transmissão da acetilcolina e acetiltransferase em indivíduos com 
Alzheimer (KATZMAN, 1986). 
Sabe-se também que a base histológica da doença se explica pela 
depleção da acetilcolina (Ach), redução da colina-acetiltransferase e dos receptores 
nicotínicos da Ach. Essa redução ocorre na fenda sináptica dos neurônios corticais e 
também envolvem outros neurotransmissores, tais como serotinona, noradrenalina e 
dopamina (HUEB, 2008) 
Atualmente, o diagnósticodefinitivo só pode ser feito por exames 
histopatológicos do tecido cerebral, sendo assim, usualmente trabalha-se com 
diagnóstico de probabilidade (exame clínico, testes relacionados com a memória, 
exame macroscópico do cérebro e microscopia eletrônica) (MANFRIM, SCHMIDT In: 
FREITAS et al, 2006). 
 
 
3.1.5 Tratamento Medicamentoso 
 
 
O tratamento medicamentoso da DA envolve estratégias farmacológicas 
que se limitam a um retardo na evolução natural da doença, permitindo apenas uma 
melhora temporária do estado funcional do paciente (RÉQUIA, OLIVEIRA, 2006) e 
 
23 
 
 
 
baseia-se na inibição da enzima acetilcolinesterase, responsável pela destruição do 
neurotransmissor acetilcolina na fenda sináptica (HUEB, 2008). 
Os medicamentos utilizados por pacientes de Alzheimer podem ser 
classificados em dois grupos: os anticolinesterásicos e outros medicamentos. Os 
anticolinesterásicos são medicamentos relacionados à diminuição do avanço dos 
sintomas cognitivos. Os outros medicamentos atuam paralelamente no tratamento 
da DA, visando uma melhora em doenças e alterações gerais no processo de 
envelhecimento (BRASIL, 2006; BRUCKI, 2006). 
Embora existam medicamentos disponíveis para o manejo da doença, até 
o momento, nenhum deles é capaz de bloquear ou reverter sua progressão 
(SOUZA, CHAVES, 2006). 
 
 
3.1.6 Tratamento Dietoterápico 
 
 
É necessário avaliar o estado nutricional e as co-morbidades existentes 
para se indicar as necessidades diárias de cada indivíduo (GONSALES et al, 2005). 
Sabe-se que a dieta é um dos fatores extrínsecos que influencia no 
desenvolvimento de Alzheimer (ADACHI, FIDÉLIX, 2006). O foco do tratamento 
dietoterápico é o indivíduo, com todas suas necessidades orgânicas, e ainda as 
exigências de seu estado patológico, agravadas pela alteração provável e 
compreensível de seu estado nutricional (BARIONI, BRANCO, SOARES, 2008). 
A quantidade de calorias diárias necessárias para os seres vivos depende 
da taxa metabólica basal (TMB) a qual representa a quantidade mínima de energia 
dispendida para manter os processos corpóreos vitais (AVESANI, SANTOS, 
CUPPARI, 2005). Ela pode ser medida por calorimetria direta ou indireta, as quais 
avaliam diretamente o calor corpóreo produzido ou através de cálculos de oxigênio e 
gás carbônico, respectivamente. A partir disso pode ser calcular as necessidades 
energéticas totais (NET), que engloba a TMB e fator de atividade física (AF). A 
atividade física compreende qualquer movimento corporal resultante de um gasto 
energético acima dos níveis de repouso (MELO et al, 2009). 
 
24 
 
 
 
Para calcular a necessidade calórica diária que um indivíduo pode 
consumir, usa-se uma estimativa do gasto de energia que incorpora idade, peso, 
altura, sexo e nível de atividade física (FRARY, JOHNSON, 2005). Essa energia 
pode ser calculada pela Fórmula de Harris e Benedict (1919), em que P = Peso; E = 
estatuta e I = idade: 
 
Homens = 66,5 + (13,8 x P) + (5 x E) – (6,8 x I) 
 
Mulheres = 655,1 + (9,5 xP) + (1,8 x E) – (4,7 x I) 
 
Pode-se também utilizar a fórmula recomendada pela FAO/OMS/ONU 
(1985), em que as calorias são calculadas de acordo com a faixa etária, sendo que 
para pessoas com idade maior ou igual a 60 anos utiliza-se as seguintes formulas, 
onde P indica peso: 
 
Homem = 13,5 x P + 487 
 
Mulher = 10,5 x P + 596 
 
Nesta fórmula deve-se levar em consideração a classificação referente a 
atividade física, podendo ser classificada como leve, moderada ou intensa, sendo 
que a classificação dos nível de atividade física para idoso ainda não é estabelecida 
(PFRIMER, FERRIOLLI, 2008) 
Além disso, existem as ingestões dietéticas de referências – DRIs (dietary 
reference intakes) cujos valores de referência de ingestão de nutrientes são 
estabelecidos para indivíduos saudáveis, constituindo uma extensão dos periódicos 
da ingestão dietética recomendada – RDA (recommended dietary allowance) 
(AVESANI, SANTOS, CUPPARI, 2005). 
Tratando-se de macronutrientes, segundo a OMS (2002), são 
recomendados de 0,8 a 1,0g de proteína por quilo de peso, e, a RDA de proteína é 
de 56g para homens e 46g para mulheres. Esses valores são estabelecidos para 
idosos saudáveis, sendo que em caso de altercações funcionais, a dieta deve ser 
prescrita de acordo com a recomendação da(s) patologia(s) associada(s) 
 
25 
 
 
 
(PFRIMER, FERRIOLLI, 2008). O consumo protéico adequado esta relacionado com 
o equilíbrio do balanço de nitrogênio e, principalmente, diminuindo o desgaste do 
tecido muscular magro, observado no avanço da idade (FRANK et al, 2004). 
As quantidades de gorduras são as mesmas recomendadas para 
indivíduos saudáveis, estando entre 25 a 30% do valor energético total (VET), 
levando em consideração as quantidades de ácidos graxos presentes. (PFRIMER, 
FERRIOLLI, 2008). Deve-se atentar para que os ácidos graxos saturados não 
ultrapassem 10% do VET, os poliinsaturados estejam entre 3 a 7% do VET e o 
colesterol dietético fique menor que 300mg/dia (ESPERANÇA, GALISA, 2008) 
Os carboidratos devem estar entre 55 a 60% do VET, verificando a 
quantidade de carboidratos simples, como a glicose e sacarose, que deverão 
representar somente 10% do total de carboidrato da dieta (GONSALES et al, 2005). 
Entre os alimentos com grande quantidade de carboidratos complexos, destacam-se 
as frutas, verduras e cereais integrais cujos aportes energéticos fornecem fibras, 
ferro e outros minerais, além de importantes vitaminas (FRANK et al, 2004). 
 Recomenda-se de 25 a 30g/dia de fibras alimentares (FRANK et al, 
2004), uma vez que a constipação em idosos é comum pelo fato de os mesmos 
apresentarem dificuldades físicas para evacuar por falta de prensa abdominal, por 
exemplo, ou por muitos se encontrarem acamados (GONSALES et al, 2005). É 
importante ressaltar o consumo simultâneo de líquidos para que as fibras possam 
exercer suas funções (ESPERANÇA, GALISA, 2008). 
As vitaminas e minerais estão presentes em frutas, verduras e legumes, 
garantindo assim a ingestão adequada de micronutrientes, uma vez que a população 
idosa está mais propensa a desenvolver carências de algumas vitaminas e minerais, 
porém isso não justifica o indiscriminado uso de suplementos sendo que o indivíduo 
deve ser avaliando individualmente para ter uma indicação de suplementos quando 
necessário (GONSALES et al, 2008). 
A vitamina A apresenta importante efeito antioxidante, pois diminui o risco 
de doenças crônico-degenerativas (ESPERANÇA, GALISA, 2008). Sua 
recomendação é de 900µg para homens e 700µg para mulheres, sendo que valores 
acima de 3000µg não são recomendados, pois o excesso desta vitamina pode estar 
associado a risco de fraturas (PFREMER, FERIOLLI, 2008), e pode ser encontrada 
 
26 
 
 
 
em leites, gema do ovo, pimentao vermelho, goiaba vermelha, cenoura, vagem, 
carne de frango, etc (PHILIPPI, 2008). 
Outro antioxidante importante é a vitamina E, pois pesquisas vêm 
demonstrando benefícios deste nutriente no sistema imunológico, na integridade e 
na manutenção dos tecidos oculares, glândulas mamárias, musculatura de vasos 
sanguíneos e cardíacos. Segunda o RDA, a ingestão diária de vitamina E é de 15mg 
para ambos os sexos não ultrapassando 1000mg/dia (ESPERANÇA, GALISA, 
2008). Suas fontes alimentares são: óleos vegetais, gérmem de trigo e vegetais de 
folhas verdes (FRANCO, 2007). 
A baixa ingestão de ferro pode desencadear anemia e com isso resulta 
em manifestações clínicas comumente relacionadas, como fraqueza, cansaço, 
astenia, descompensação do aparelho cardiovascular, principalmente no vigor de 
esforços físicos pequenos. A baixa biodisponibilidade de ferro férrico pode ser 
revertida através do uso simultâneo de alimentos fontes de vitamina C, pois a 
estabilidade e solubilidade do complexoascorbato-férrico melhoram a eficiência na 
quantidade absorvida e no aproveitamento do ferro pelo organismo (FRANK, 
SOARES, FERNANDES, 2004). É facilmente alcançada à recomendação para 
vitamina C, desde que os alimentos fontes sejam consumidos diariamente. A RDA 
preconiza 90mg para homens e 75mg para mulheres, sendo que em situação de 
hospitalização, é possível que haja risco de deficiência da mesma além de sua 
biodisponibilidade ser prejudicada pelo tabagismo (PFREMER, FERIOLLI, 2008). 
Pode-se encontrar ferro em: feijão, carnes vermelhas, beterraba, couve etc., sendo 
que vitamina C pode ser encontrada em cenoura, laranja, maracujá, limão, abaxaci, 
etc. (PHILIPPI, 2008). 
Se tratando de vitaminas do complexo B, as importantes para população 
idosa e portadores de Alzheimer são: B6, B9(folato) e B12. A redução da acidez no 
estômago e consequentemente o aumento do pH gástrico pode impedir a absorção 
de acido fólico afetando diretamente a secreção do fator intrínseco e a captação 
orgânica de B12. Além disso, estudos indicam que o aparecimento de desordens 
neuropsiquiátricas seja decorrente da inadequação ou deficiência de vitamina B12, 
mesmo tendo ausência de anemia. As recomendações para essas vitaminas são de 
1,7mg para homens e 1,5mg para mulheres para vitamina B6; 2,4µg para ambos os 
sexos para vitamina B12 e 400µg para ambos os sexos para ácido fólico. Essas 
 
27 
 
 
 
recomendações são de acordo com a DRI, 1998 (ESPERANÇA, GALISA, 2008). As 
vitaminas do complexo B são encontradas em carnes vermelhas, e alimentos de 
origem animal (FRANCO, 2007). 
O declínio da massa óssea devido a idade está relacionado ao maior risco 
de prevalência de osteoporose. Sendo assim, surge a necessidade de maior 
ingestão de cálcio (GONSALES et al 2005). Do total de cálcio no organismo, cerca 
de 99% encontra-se no tecido ósseo e o restante em membranas e líquidos 
extracelulares. A regulação do cálcio tem participação da vitamina D, sendo que esta 
torna-se ativa no organismo pela conversão da substância 7-desidrocolesterol, pela 
incidência de raios solares, e encontrada na pele e hidroxilada nos carbonos 1 e 25 
nos tecidos hepático e renal, respectivamente (FRANK, SOARES, 2004). A ingestão 
recomendada de cálcio, para indivíduos saudáveis, é de 1200mg para homens e 
mulheres (PFRIMER, FERRIOLI, 2008). Leites e derivados contém fontes 
significativas de cálcio, sendo que vitamina D pode ser encontrada em peixes de 
água doce e sementes (FRANCO, 2007). 
A deficiência de zinco é comum em idosos, e assim pode haver redução 
do apetite, amortecer o sentido do paladar e consequentemente diminuindo a 
ingestão alimentar agravado o estado de carência de zinco (ESPERANÇA, GALISA, 
2008). Numerosos estudos demonstram uma melhora significativa na resposta 
imunológica em idosos saudáveis pela suplementação de zinco sendo que o 
significado clínico do emprego de nutrientes nas mudanças fisiológicas foram 
questionados. A recomendação pela DRI, é de 11mg para homens e 8mg para 
mulheres (PFRIMER, FERRIOLLI, 2008). Sendo que esse mineral pode ser 
encontrado em carnes, gérmem de trigo, cereais e iogurtes enriquecidos (FRANCO, 
2007). 
Já o magnésio é o segundo cátion mais abundante no corpo e sua função 
é de estabilizar a estrutura do ATP nas reações enzimáticas dependentes de 
Adenosina Trifosfato (ATP). Além disso, o magnésio desempenha papel na 
transmissão e atividade neuromuscular, trabalhando em conjunto e contra os efeitos 
do cálcio, dependendo do sistema envolvido. As recomendações de magnésio, de 
acordo com a RDA, é de 420mg/dia para homens e 320mg/dia para mulheres 
(ANDERSON, 2005). Seus alimentos fontes são: soja, leguminosas, carnes, cereais 
e pães integrais (PHILIPPI, 2008). Estudos indicam que o consumo de magnésio na 
 
28 
 
 
 
dieta brasileira varia de 122 a 313mg/dia, sendo considerado baixo, principamente 
entre os adolescentes (MAFRA, COZZOLINO, 2007). 
 
 
3.1.6.1 Avaliação Nutricional no Idoso 
 
 
A avaliação do estado nutricional do idoso deve incluir avaliação dietética, 
antropometria, exames físicos, avaliação bioquímica, com isto se tem um diagnóstico 
nutricional e a prescrição dietética. São necessários cuidados específicos para essa 
faixa etária (PFRIMER, FERRIOLLI, 2008). 
 
 
3.1.6.1.1 Avaliação Dietética 
 
 
A avaliação dietética é um importante parâmetro de avaliação nutricional 
que permite a análise do estado nutricional do indivíduo, juntamente com parâmetros 
antropométricos, bioquímicos e clínicos (AQUINO, EGASHIRA, PHILIPPI, 2009). 
É fundamental avaliar o estado nutricional, pois permite a identificação de 
deficiências de macro e micronutrientes, além do conhecimento de hábitos 
alimentares individuais. A partir disso, pode-se elaborar a prescrição dietoterápica 
(FONTANIVE, PAULA, PERES, 2007). 
É baseado em perguntas que consistem avaliar todos os padrões 
alimentares, podendo utilizar métodos como: recordátorio alimentar de 24 horas e 
frequência do consumo alimentar (NAJAS, SACHS, 2000). 
 
 
3.1.6.1.1.1 Recordátorio 24 horas 
 
 
O recordatório 24 horas consiste em perguntas para em que o 
entrevistado (ou responsável) descreve a ingestão dos alimentos e bebidas 
 
29 
 
 
 
consumidas nas últimas 24 horas ou do dia anterior (CIOCK, 2004). As quantidades 
consumidas são estimadas em medidas caseiras, unidades ou porções. 
(KAMIMURA et al, 2005). 
As vantagens para a utilização deste método são: baixo custo, rápido e 
prático, não provoca alteração do consumo e facilita (ou não) a recordação recente 
do consumo (FRISBERG, MARTINI, SLATER, 2005). 
Com relação às limitações, o indivíduo pode subestimar ou superestimar 
o consumo dos alimentos, o dia anterior pode ter sido atípico e não forneça dados 
quantitativos precisos sobre a ingestão de nutrientes (FAGIOLI, 2008). 
 
 
3.1.6.1.1.2 Frequência do Consumo Alimentar 
 
A frequência do consumo alimentar baseia-se em uma lista de 
alimentos/preparações previamente definidas, para os quais o entrevistado indica a 
frequência do consumo em um determinado período de tempo (EGASHIRA, 
AQUINO, PHILIPPI, 2009). Sendo assim, a quantidade ingerida não é descrita, 
analisando apenas se o entrevistado consome ou não o alimento e com que 
frequência (FAGIOLI, 2008). 
As vantagens desse método são: baixo custo, rápido e prático, pode ser 
auto-aplicado caracteriza uma dieta habitual e gera resultados padronizados 
(FRISBERG, MARTINI, SLATER, 2005). 
As limitações estão relacionadas com a memória do indivíduo, não se 
sabe o momento (hora ou circunstância) em que o alimento foi consumido e não 
fornece informações sobre quantidade consumida (KAMIMURA et al, 2005). 
 
 
3.1.6.1.2 Avaliação Antropométrica 
 
 
Os parâmetros antropométricos consistem nas medidas do tamanho 
corporal e de suas proporções (PEREIRA, 2005). Trata-se de um dos indicadores 
diretos do estado nutricional, sendo que as medidas mais utilizadas são: o peso, a 
 
30 
 
 
 
estatura, as pregas cutâneas (bicipital, tricipital, subescapular e supra-ilíaca), e as 
circunferências (braço, cintura, quadril e abdome) (KAMIMURA et al, 2005). 
 
 
3.1.6.1.2.1 Peso 
 
 
O peso representa a soma de todos os componentes corporais, e assim 
reflete o equilíbrio energético-protéico do indivíduo (CABISTANI, 2007). O peso 
aumenta com a idade e atinge seu máximo aos 45 e 50 anos para homens e 
mulheres, respectivamente. A estabilização ocorre até os 65 anos, ocorrendo, então 
uma queda progressiva (MAGNONI, CUKIER, OLIVEIRA, 2005). 
Para realização dessa medida, o indivíduo deve estar utilizando a menor 
quantidade de roupa possível, estar sem sapatos, deve se posicionar no centro da 
base de uma balança plataforma ou eletrônica calibrada (FREITAS et a,l 2006).Na impossibilidade de obter o peso do idoso, deve-se estimar o peso 
através da fórmula proposta por Chumlea, (1988) (COELHO, AMORIM, 2007). Esta 
equação apresenta limitações devido à quantidade de medidas utilizadas, tais como: 
circunferência da panturrilha (CP), altura do joelho (AJ), circunferência do braço (CB) 
e prega cutânea subescapular (PCSe) (CABISTANI, 2007). A equação encontra-se a 
seguir: 
 
Homens = [(0,98 x CP) + (1,16 x AJ) + (1,73 x CB) + (0,37 x PCSe) – 
81,69] 
Mulheres = [(1,27 x CP) + (0,87 x AJ) + (0,98 x CB) + (0,4 x PCSe) – 
62,35] 
 
 
3.1.6.1.2.2 Estatura 
 
 
A estatura mantém-se praticamente inalterada até os 40 anos de idade e, 
a partir daí, há evidências de redução de cerca de 1 a 2,5cm por década, sendo 
 
31 
 
 
 
mais acentuada nas idades avançadas (COELHO, PEREIRA, COELHO, 2004). A 
aferição da estatura é extremamente difícil em idosos porque, muitas vezes, eles 
não conseguem ficar eretos para a medição devido às alterações anatômicas 
associadas à idade (PEREIRA, 2006; CABISTANI, 2007). 
Com o auxílio de um estadiômetro com aferição em centímetros, deve-se 
orientar o idoso para posicionar-se em pé, descalço, sem objetos na cabeça, os pés 
juntos, os braços ao longo do corpo, com a cabeça erguida e mantendo-se o mais 
ereto possível (NAJAS, NEBULONI, 2005; CASBITANI, 2007). A leitura deve ser 
feita quando a haste da escala encostar a cabeça e o indivíduo estiver no máximo 
de sua inspiração (NAJAS, PEREIRA, et al, 2006). 
Após a obtenção da estatura juntamente com o valor obtido do peso 
corpóreo, pode-se avaliar o índice de massa corporal (IMC) o qual é obtido pelo 
peso (em quilogramas) dividido pela estatura (em metros) ao quadrado (NAJAS, 
NEBULONI, 2005). Para a classificação do estado nutricional segundo o IMC, 
utilizam-se os critérios propostos por Lipschitz, que preconiza valores menores que 
22 kg/m², de 22 a 27 kg/m² e valores maiores que 27 kg/m², significando 
desnutrição, eutrofia e obesidade, respectivamente (PFRIMER, FERRIOLLI, 2008; 
CABISTANI, 2007). 
 
 
3.1.6.1.2.3 Pregas Cutâneas 
 
 
Embora ocorra a redistribuição da localização de gordura subcutânea nos 
idosos, as pregas tricipital e subescapular correlacionam-se significativamente com a 
quantidade total de gordura subcutânea do corpo (COELHO, PEREIRA, COELHO, 
2004). Deve-se ter cuidado no momento da medição das pregas, pois, uma vez que 
a redistribuição de gordura corporal, a elasticidade bem como a dificuldade de 
separação do tecido adiposo do tecido muscular pode-se obter valores errôneos 
(PEREIRA, 2005; CABISTANI, 2007; VITOLO, 2008). 
 
 
 
32 
 
 
 
3.1.6.1.2.3.1 Prega Cutânea Tricipital 
 
 
A prega cutânea tricipital é uma medida utilizada como indicador de 
reserva calórica, realizada no braço sobre o músculo tríceps (NAJAS, NEBULONI, 
2005), cujo local é mais frequentemente utilizado para o idoso, pois se considera 
que seja o mais representativo da camada subcutânea de gordura nessa população 
(COELHO, AMORIM, 2007). 
A aferição é feita sobre o músculo tríceps, sendo que o ponto exato de 
medição é o ponto médio entre o acrômio e o olécrano, em que essa medição é feita 
com auxílio de uma fita métrica. Após a obtenção do ponto médio, o idoso com os 
braços relaxados ao longo do corpo, separa-se a prega cutânea do braço, 
desprendendo-a do tecido muscular, e assim, utiliza-se o adipômetro para aferição 
da prega cutânea em um ângulo reto (COELHO, PEREIRA, COELHO, 2004; NAJAS, 
NEBULONI, 2005; CABISTANI, 2007). Sendo que o valor obtido deve ser 
classificado de acordo com valores sugeridos por NHANES III, 1994. 
 
 
3.1.6.1.2.3.2 Prega Cutânea Subescapular 
 
 
A prega cutânea subescapular se correlaciona com estado nutricional e 
em combinação com outras pregas é importante medida para estimativa do tecido 
adiposo subcutâneo do idoso (COELHO, AMORIM, 2007; NAJAS, PEREIRA, 2006). 
Essa medida é aferida a dois centímetros abaixo do ângulo inferior da 
escapula. Após a demarcação do ponto anatômico, o indivíduo deve ficar com os 
braços distendidos ao longo do corpo e os ombros relaxados para aferição com o 
adipômetro, a qual é feita em direção diagonal a escapula (NAJAS, NEBULONI, 
2005; CASBITANI, 2007). 
Os valores obtidos devem ser relacionados com os valores propostos por 
Chumlea, 1987. 
 
 
 
33 
 
 
 
3.1.6.1.2.4 Circunferências 
 
 
As circunferências servem como uma medida alternativa para a 
qualificação e localização da gordura corporal. Está recomendação baseia-se no fato 
de essas circunferências estimarem parcialmente a quantidade de gordura e 
representarem a localização deste tecido (COELHO, PEREIRA, COELHO, 2004). 
Com o envelhecimento, há tendência a maior distribuição central de tecido adiposo, 
perda de tecido muscular e diminuição da água corporal central (VITOLO, 2008). 
 
 
3.1.6.1.2.4.1 Circunferência do Braço 
 
É uma medida que representa a soma das áreas constituídas pelos 
tecidos ósseo, muscular e gorduroso do braço (KAMIMURA et al, 2005). 
Para sua obtenção, o braço a ser avaliado deve ser flexionado em um 
ângulo de 90º, em direção ao tórax e, com uma fita métrica flexível, mede-se a 
distância entre o acrômio e o olécrano para obtenção do ponto médio. Após esta 
localização, o indivíduo deve deixar o braço relaxado e estendido ao lado do corpo e 
assim, com a fita métrica, deve-se circundar o braço no ponto marcado, evitando 
compressão da pele ou folga (NAJAS, PEREIRA, 2006; COELHO, AMORIM, 2007). 
A partir da CB, utilizando-se também a prega cutânea tricipital, se obtêm a 
circunferência muscular do braço (CMB), a qual representa a reserva de tecido 
muscular sem desconsiderar a massa óssea. Esse dado pode ser obtido através da 
fórmula (KAMIMURA et al, 2005): 
 
CMB (cm) = CB (cm) – π x [PCT (mm) ÷ 10] 
 
Além desse dado, podem-se obter parâmetros da área muscular do braço 
(AMB) (COELHO, AMORIM, 2007), a qual avalia o compartimento muscular 
descontando a massa óssea, refletindo melhor o comportamento do tecido muscular 
do que a CMB (DUARTE, CASTELLANI, 2002). Pode-se obter essa informação 
através da fórmula: 
 
34 
 
 
 
Homens � AMB (cm²) = [CB (cm) – π x PCT (mm) ÷ 10]² - 10 
 4 π 
Mulheres � AMB (cm²) = [CB (cm) – π x PCT (mm) ÷ 10]² – 6,5 
 4 π 
 
Os resultados encontrados para CB e CMB devem ser avaliados de 
acordo com valores de referência de NHANES III, 1994 e para AMB deve-se 
compará-los com valores referentes à CHUMLEA, 1987. 
 
 
3.1.6.1.2.4.2 Circunferência da Cintura 
 
Estudos recentes indicam que a medida isolada da circunferência da 
cintura correlaciona-se com o IMC e parece predizer melhor o tecido adiposo 
visceral que a Relação Cintura-Quadril (KAMIMURA et al, 2005). Mas deve-se ter 
cautela na utilização desse parâmetro, uma vez que ainda não exista classificação 
específica para população idosa e por isso utilizam-se valores para adultos 
preconizados pela OMS, em que valores maiores ou iguais a 80 cm e 94 cm 
correspondem a risco elevado de problemas cardíacos para mulheres e homens, 
respectivamente (PEREIRA, 2005). 
A medição deve ser realizada com o indivíduo em pé, e a fita métrica 
deve circundar o indivíduo no ponto médio entre a última costela e a crista ilíaca ou 
aproximadamente 2 cm da cicatriz umbilical (KAMIMURA et al, 2005; PEREIRA, 
2005). 
 
 
3.1.6.1.2.4.3 Circunferência da Panturrilha 
 
 
De acordo com a OMS, a circunferência da panturrilha fornece medidas 
mais sensíveis da massa muscular nos idosos, sendo superior à circunferência do 
braço. Essa medida indica alterações, que ocorrem com a idade e com a diminuição 
das atividades, na massa magra (NAJAS, NEBULONI, 2005). 
 
35 
 
 
 
A medição é realizada com ojoelho dobrado em um ângulo de 90º e a fita 
métrica inextensível e flexível deve estar posicionada na maior protuberância entre 
joelho e tornozelo (CABISTANI, 2007). Segundo a OMS, valores inferiores a 31 cm 
indicam perda de massa muscular (NAJAS, PEREIRA, 2006). 
 
 
3.1.6.1.2 Avaliação Bioquímica 
 
 
A avaliação bioquímica pode detectar problemas nutricionais não 
observados durante a avaliação antropométrica ou avaliação clínica (COELHO, 
AMORIM, 2007). O acompanhamento desses parâmetros possibilita não apenas a 
detecção de alterações, mas também as mudanças decorrentes da intervenção 
dietoterápica (MOULIN, 2007). Assim, para auxiliar na identificação precoce de 
alterações nutricionais, os valores encontrados não devem, de modo algum, ser 
utilizados isoladamente para obter um diagnóstico nutricional (KAMIMURA et al, 
2005). 
Pode-se avaliar a glicemia, a albumina, marcadores do metabolismo do 
ferro (transferrina e ferritina), o hematócrito, a hemoglobina, a contagem total de 
linfócitos, o colesterol e suas frações além da vitamina B12 e ácido fólico (PFRIMER, 
FERRIOLLI, 2008). 
 
 
3.1.6.1.3 Exames Físicos 
 
 
Exames físicos englobam a observação de diversos tecidos e sistemas 
(BORGES et al, 2007), tais como; tecido subcutâneo e muscular, sinais sugestivos 
de hipoalbuminemia, como edema e ascite, e alterações da pela, mucosa, cabelos e 
unhas para detectar sinais e sintomas de carências nutricionais (KAMIMURA et al, 
2005). 
Esses exames podem ser descritos como normal ou alterado, sendo que 
essas alterações podem ser leves, moderadas ou graves (JEEJEEBHOY, KEITH, 
 
36 
 
 
 
2007). E mesmo as classificações serem iguais de adultos, deve-se ter cuidado com 
relação para não confundir carência nutricional com sinais de alterações fisiológicas 
decorrentes do processo de envelhecimento (PFRIMER, FERRIOLLI, 2008). 
 
 
3.1.6.2 Diagnóstico Nutricional 
 
 
O diagnóstico nutricional possibilita a identificação do problema, sua 
possível causa e a análise dos recursos disponíveis necessários à realização de 
uma intervenção nutricional. Um bom diagnóstico é condição indispensável para 
avaliar a evolução do paciente (ESPERANÇA, SÁ, 2008). 
 
 
3.1.6.3 Prescrição Dietética 
 
 
A partir do diagnóstico nutricional, faz-se uma prescrição dietética mais 
efetiva na busca de melhores condições para a adequação de novos hábitos. Sendo 
assim, as orientações devem ser dadas de acordo com a capacidade de 
compreensão juntamente com a quantidade de informação (PFRIMER, FERRIOLLI, 
2008). 
 
 
3.1.7 Cuidador 
 
 
O cuidador é a pessoa direta e principalmente responsável pelos 
cuidados físicos, psicológicos e sociais do paciente. Sendo que um bom cuidador 
deve reunir maturidade e equilíbrio, autocontrole de impulsos e sentimentos além de 
ser observador e respeitoso (GRANDI, 1998). 
O convívio com portadores de Alzheimer pode requerer alterações 
significativas no cotidiano familiar, pois o cuidador pode constituir-se numa tarefa 
 
37 
 
 
 
desgastante, podendo se estender por um longo período (LEMOS, GAZZOLA, 
RAMOS, 2006). 
Programas e apoio aos cuidadores são extremamente importantes, pois 
proporcionam um entendimento da situação, oferecendo maneiras diferentes de 
abordagem (BRUCKI, 2006). 
 
38 
 
 
 
4. METODOLOGIA 
 
 
4.1 Delineamento da Pesquisa 
 
 
Está pesquisa é classificada quanto a sua natureza como aplicada, 
descritiva, com uma abordagem qualitativa e quantitativa em um período de tempo 
caracterizado como transversal. 
 
 
4.2 População e amostra 
 
 
A amostra escolhida foi referente a 10 portadores de Alzheimer 
frequentantes de uma clínica geriátrica na cidade de Criciúma. Sendo que o 
diagnóstico de Alzheimer foi feito a partir de uma avaliação clínica e a realização de 
testes tais como: mini teste de exame do estado mental (Fosltein et al, 1975) e o 
teste do relógio (Sunderland et al, 1989), confirmados por ressonância magnética e 
tomografia computadorizada. A amostra foi selecionada por conveniência e por 
voluntariedade dos participantes do grupo que se disponibilizaram a participar da 
pesquisa. 
 
 
4.3 Critérios de inclusão e exclusão 
 
 
Foram incluídas na pesquisa pessoas diagnosticadas portadoras de 
Alzheimer (através de uma avaliação clínica e aplicação do mini exame do estado 
mental e o teste do relógio), que tinham idade maior ou igual a 60 anos e que 
estiveram interessados em participar da pesquisa. 
Foram excluídas pessoas que não tinham diagnóstico de Alzheimer, que 
tinham idade inferior a 60 anos e/ou que não aceitaram participar da pesquisa. 
 
39 
 
 
 
4.4 Coleta de Dados e Instrumentos 
 
 
Para a coleta de dados foram realizadas entrevistas pela pesquisadora 
aos indivíduos portadores de Alzheimer, quando na impossibilidade de responder foi 
questionado aos cuidadores. As entrevistas incluíram a coleta de informações sócio 
demográficas e a aplicação de questionário de atividades de vida diária (AVD), 
inquérito clínico, bem como avaliações dietéticas e antropométricas. 
 
 
4.4.1 Procedimentos de Coleta de dados 
 
 
A coleta de dados foi feita pela pesquisadora aonde a mesma foi à clínica 
geriátrica frequentada pelo cuidador e o portador de Alzheimer. Após a autorização 
do médico assistente dos portadores de Alzheimer (Apêndice I) foi iniciado a coleta 
de dados a partir da assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido 
(Apêndice II) que foi assinado antes da realização da entrevista. 
 
 
4.4.1.1 Inquérito Clínico 
 
 
O inquérito clínico (Apêndice III) foi desenvolvido com o objetivo de 
descrever e obter mais características de cada indivíduo que participaram da 
pesquisa. O inquérito clínico foi composto por perguntas que foram respondidas 
pelos entrevistados, perguntas de ordem pessoal. Estas informações facilitaram a 
identificação do indivíduo. 
 
 
4.4.1.2 Atividades de Vida diária 
 
 
 
40 
 
 
 
Foi aplicada a Escala de Atividades Instrumentais de Vida Diária (Escala 
de Lawton), onde se pode avaliar o indivíduo quanto a sua dependência. (Anexo I) 
 
 
4.4.1.3 Estágio da Doença 
 
 
Para a classificação do estágio da doença foi utilizado Clinical Dementia 
Rating (CDR), onde se pode classificar como saudável, demência questionável, 
demência leve, demência moderada e demência grave (Anexo II). 
 
 
4.4.1.4 Inquérito dietético 
 
 
O inquérito alimentar, objetiva criar bases metodológicas para a 
investigação epidemiológica nutricional e verificar a adequação da ingestão de 
alimentos e nutrientes na população. Para essa investigação foi utilizado o 
Recordatório alimentar de um dia habitual (Apêndice IV) e um questionário de 
frequência de consumo alimentar (Apêndice V). 
O questionário do recordatório alimentar de um dia habitual foi preenchido 
em uma única via. Este questionário teve por objetivo questionar os alimentos 
normalmente ingeridos em cada refeição ao longo de 24 horas. Questionou-se o 
entrevistado sobre horário, local, alimentos e medidas caseiras. Para facilitar a 
identificação das medidas caseiras, foi utilizado um álbum seriado, no qual 
constaram figuras de alimentos. 
No questionário de frequência de consumo alimentar, os alimentos foram 
distribuídos em 9 grupos. Neste, foi questionado a frequência de utilização destes 
alimentos que pode ser: diária, 4 a 6 vezes por semana, 2 a 3 vezes por semana, 1 
vez por semana ou nunca. 
Após a obtenção dos dados do inquérito dietético, as medidas foram 
convertidas em gramas e mililitros para a análise quantitativa dos nutrientes 
ingeridos através do software “Diet Win profissional 2008". 
 
41 
 
 
 
Os macronutrientes(carboidrato, lipídeo e proteína) foram avaliados 
quanto a ingestão em gramas e em porcentagem, ambos do valor diário. E os 
micronutrientes avaliados foram fibras, cálcio, ferro, zinco, magnésio, folato, vitamina 
A, C, D, E, B6 e B12. 
 
 
4.4.1.5 Medidas antropométricas 
 
 
A obtenção do peso corporal foi feita através de uma balança de precisão, 
digital, medida em quilogramas, em que a pessoa se posicionou em pé no centro da 
balança descalço e com roupas leves. No caso de limitações patológicas, foi 
utilizado valores estimados através da fórmula proposta por Chumlea, (1985), em 
que se utiliza valores da circunferência do braço (CB), circunferência da panturrilha 
(CP), prega cutânea subescapular (PCSe), e altura do joelho (AJ). Estes dados são 
colocados na fórmula a seguir de acordo com gênero: 
 
Homens = [(0,98 x CP) + (1,16 x AJ) + (1,73 x CB) + (0,37 x PCSe) – 
81,69] 
Mulheres = [(1,27 x CP) + (0,87 x AJ) + (0,98 x CB) + (0,4 x PCSe) – 
62,35] 
 
Para obtenção de valores para estatura, foi utilizado estadiômetro com 
medidas em centímetros. A aferição foi feita com a pessoa em pé, descalço, com os 
calcanhares juntos, costas e cabeça eretas e os braços estendidos ao lado do corpo. 
Na impossibilidade de obter essa medida, foi utilizado valores estimados através da 
fórmula proposta por Chumlea, (1985). 
 
Homens: Altura (cm) = 64,19 – (0,04 x idade em anos) + (2,02 x altura do 
joelho em cm) 
 
Mulheres: Altura (cm) = 84,88 – (0,24 x idade em anos) + (1,83 x altura do 
joelho em cm) 
 
42 
 
 
 
 
A altura do joelho (realizou-se a medida com o paciente em posição 
supina, formando um ângulo de 90º entre o joelho e o tornozelo). A régua, tipo 
estadiômetro infantil, teve a base colocada no calcanhar e a haste estendida até a 
base da cabeça da fíbula. 
A classificação para circunferência da cintura foi realizado através da 
obtenção do valor da medida da circunferência da cintura, a qual foi realizada com a 
pessoa em pé e com auxílio de uma fita métrica, circundou-se o indivíduo no ponto 
médio entre a última costela e a crista ilíaca. Esses parâmetros foram classificados 
de acordo com os pontos de cortes proposto pela OMS. 
 
Tabela 1 - Classificação de risco de complicações metabólicas, segundo a 
circunferência da cintura isolada 
Gênero Risco elevado Risco muito elevado 
Homem ≥ 94 cm ≥ 102 cm 
Mulher ≥ 80 cm ≥ 88 cm 
 Fonte: OMS, 1998 in CUPPARI, 2005; BUSNELLO, 2007. 
 
A medida da panturrilha que é bom indicador das modificações que 
ocorrem na massa magra com o envelhecimento foi medida com auxílio de uma fita 
métrica posicionada na maior circunferência da panturrilha, entre o joelho e o 
tornozelo, sendo que os joelhos estavam dobrados em um ângulo de 90º. A 
classificação foi feita com o que a OMS preconiza. Valores inferiores a 31 cm 
indicam perda de massa muscular 
Já a circunferência do braço foi feita no ponto médio entre o acrômio e o 
olécrano da ulna (o ponto médio foi obtido com o braço flexionado em um ângulo de 
90º), e após, com o braço relaxado, se obteve o resultado com auxílio de uma fita 
métrica. 
Com relação às pregas cutâneas, foi mensurada prega cutânea tricipital e 
subescapular para avaliação das reservas calóricas e, a prega cutânea tricipital 
juntamente com a circunferência do braço se obteve valores para avaliar a 
circunferência muscular do braço e área muscular do braço. Esses dados foram 
classificados de acordo com Chumlea, 1987 e NHANES III, 1994. A aferição da 
 
43 
 
 
 
prega cutânea tricipital foi feita sobre o músculo tríceps e utilizado o mesmo ponto 
médio utilizado para aferir circunferência do braço. Após obtenção do ponto médio, 
com o braço relaxado e solto ao longo do corpo, separou-se levemente a prega do 
braço, desprendendo-a do tecido muscular e assim, aplicou-se o adipômetro para 
aferição da prega. Para a prega cutânea subescapular, a aferição foi feita a 2 
centímetros abaixo do ângulo inferior da escápula e assim pegou-se a prega em 
direção diagonal a escápula, separando-a do tecido muscular e aplicou-se o 
adipômetro. 
 
Tabela 2 - Classificação da circunferência do braço, prega cutânea tricipital e 
circunferência muscular do braço para mulheres com 60 anos ou mais, avaliadas no 
Third National Health and Nutricion Examination Survery – NHANES III (1988-1994) 
Valores e grupos 
de idade Percentis 
10 15 25 50 75 85 90 
CB (cm) 
60 – 69 26,2 26,9 28,3 31,2 34,3 36,5 38,3 
70 – 79 25,4 26,1 27,4 30,1 33,1 35,1 36,7 
80 + 23 23,8 25,5 28,4 31,5 33,2 34 
PCT (mm) 
60 – 69 14,5 15,9 18,2 24,1 29,7 32,9 34,9 
70 – 79 12,5 14 16,4 21,8 27,7 30,6 32,1 
80 + 9,3 11,1 13,1 18,1 23,3 26,4 28,9 
CMB (cm) 
60 – 69 20,6 21,1 21,9 23,5 25,4 26,6 27,4 
70 – 79 20,3 20,8 21,6 23 24,8 26,3 27 
80 + 19,3 20 20,9 22,6 24,5 25,4 26 
Fonte: NHANES III, 1994 in BUSNELLO, 2007. 
 
44 
 
 
 
Tabela 3 - Classificação da circunferência do braço, prega cutânea tricipital e 
circunferência muscular do braço para homens com 60 anos ou mais, avaliadas no 
Third National Health and Nutricion Examination Survery – NHANES III (1988-1994) 
Valores e grupos 
de idade Percentis 
10 15 25 50 75 85 90 
CB (cm) 
60 – 69 28,4 29,2 30,6 32,7 35,2 36,2 37 
70 – 79 27,5 28,2 29,3 31,3 33,4 35,1 36,1 
80 + 25,5 26,2 27,3 29,5 31,5 32,6 33,3 
PCT (mm) 
60 – 69 7,7 8,5 10,1 12,7 17,1 20,2 23,1 
70 – 79 7,3 7,8 9 12,4 16 18,8 20,6 
80 + 6,6 7,6 8,7 11,2 13,8 16,2 18 
CMB (cm) 
60 – 69 24,9 25,6 26,7 28,4 30 30,9 31,4 
70 – 79 24,4 24,8 25,6 27,2 28,9 30 30,5 
80 + 22,6 23,2 24 25,7 27,5 28,2 28,8 
Fonte: NHANES III, 1994 in BUSNELLO, 2007. 
 
Tabela 4 - Classificação da área muscular do braço segundo idade e sexo 
Percentis 
Homens Mulheres 
Idade (anos) 5 50 95 5 50 95 
65 43,2 59,4 77,1 33,5 44,5 66,4 
70 41,4 57,7 75,3 33 44,1 65,9 
75 39,6 55,9 73,5 32,6 43,6 65,5 
80 37,8 54,1 71,7 32,2 43,2 65,1 
85 36 52,3 69,9 31,8 42,8 64,7 
90 34,3 50,5 68,2 31,3 42,4 64,2 
Fonte: Chumlea, 1987 in Duarte, 2007. 
 
 
Tabela 5 - Classificação da prega cutânea subescapular, segundo sexo e idade 
 
45 
 
 
 
Percentis 
Homens Mulheres 
Idade (anos) 5 50 95 5 50 95 
65 11,2 20 35,7 8,5 16,4 33,1 
70 9,4 18,2 34 7,9 15,8 32,5 
75 7,7 16,4 32,2 7,3 15,2 31,9 
80 5,9 14,7 30,4 6,7 14,6 31,3 
Fonte: Chumlea, 1984 in Duarte, 2007. 
 
 
4.4.1.6 Avaliação Nutricional 
 
 
O Índice de Massa Corporal (IMC) foi calculado através da relação entre 
peso corporal total, em quilogramas, e estatura, em metros ao quadrado, 
anteriormente citado. A avaliação do estado nutricional foi realizada por meio do 
IMC, utilizando-se os pontos de corte para idosos propostos por Lipschitz. 
 
Tabela 6 - Classificação do estado nutricional do idoso, segundo o IMC 
IMC (kg / m2) Classificação 
< 22 Magreza 
22 – 27 Eutrofia 
> 27 Excesso de peso 
Fonte: Adaptado de LIPSCHITZ, 1994. 
 
 
4.5 Análises Estatísticas 
 
 
Os dados foram obtidos após a aplicação dos instrumentos de coletas de 
dados a cada indivíduo entrevistado, e no final do período de pesquisa, todos os 
resultados foram tabulados e analisados, e foram realizadas as análises estatísticas 
necessárias. 
 
46 
 
 
 
Para a análise dos dados descritivos, os resultados foram expressos 
como média, desvio padrão e porcentagens utilizando o aplicativo Excel 2003 e 
apresentados por meio de tabelas, de acordo com as variáveis. A análise estatística 
foi realizada pelo software Statistical Package for the Social Science (SPSS) versão 
9.0 para Windows através da análise de variância seguida pela aplicação do teste t 
de student com nível de significância p ≤ 0,05. 
 
 
4.6 Aspectos Éticos 
 
 
Por envolver seres humanos o projeto de pesquisa número194/2009 
(Anexo III) foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UNESC - 
Universidade do Extremo Sul Catarinense sendo que, para as pessoas que 
desejaram participar e autorizar o delineamento da pesquisa, as mesmas tiveram 
que assinar o termo de consentimento livre e esclarecido. 
 
 
4.7 Limitações do Estudo 
 
 
Por se tratar de um grupo específico de pessoas com Alzheimer, os 
resultados obtidos na presente pesquisa não podem ser generalizados, pois os 
resultados que foram encontrados através do recordatório 24 horas podem ter 
sofrido alteração uma vez que a pessoa pode superestimar ou omitir as quantidades 
e alimentos consumidos. 
 
 
47 
 
 
 
5. RESULTADO 
 
 
A clínica geriátrica de Criciúma atende idosos com 60 anos de idade ou 
mais os quais possuem patologias diversas, sendo que 10 pacientes foram 
diagnosticados portadores de Alzheimer através de uma avaliação clínica, mini teste 
de exame do estado metal, teste do relógio além de ressonância magnética e 
tomografia computadorizada para obter a confirmação. 
 
 
5.1 Perfil da Amostra 
 
 
A amostra escolhida foi referente a 10 portadores de Alzheimer, tendo 
média de idade de 80,5 anos (± 7,77 anos), exclusivamente de raça branca e com 
predominância do sexo feminino como mostra a figura 1. 
 
Figura 1 – Classificação da amostra de acordo com sexo. 
 
 
 
48 
 
 
 
Quanto ao nível de escolaridade, houve predominância de ensino 
fundamental incompleto, seguido de ensino fundamental completo. Dados referentes 
a escolaridade estão descritos na figura 2. 
 
 Figura 2 – Classificação da amostra quanto a grau de instituição. 
 
 
Verificando a profissão dos portadores de Alzheimer, prevaleceu a 
profissão dona de casa (50%). Oitenta por cento eram aposentadas e 20% eram 
pensionistas. 
Em relação aos hábitos diários dos participantes da pesquisa, em se 
tratando de tabagismo e etilismo, houve negação de 100% da amostra, sendo que 
desta, 10% relatou ser ex-fumante e parou por motivos de saúde há algum tempo. 
A figura 3 mostra quanto ao local de moradia dos idosos portadores de 
Alzheimer. Essa classificação foi feita com relação a residir em sua própria casa ou 
em instituição para idosos. 
 
 
 
 
 
 
 
49 
 
 
 
Figura 3 – Classificação da amostra quanto à moradia. 
 
 
De acordo com a figura acima, observa-se que 60% da amostra residem 
em sua própria casa. Através de perguntas feitas aos funcionários das instituições, 
os mesmos alegam que os familiares visitam os idosos raramente. 
Analisando os cuidadores, eram exclusivamente mulheres, as quais eram 
cônjuges (20%), filhas (30%) ou profissionais contratados sem laço de parentesco 
(50%). Dos idosos que tinham como cuidadores profissionais contratados, 4 
residiam em instituições e 1 residia em sua própria casa e esta tinha o cuidador 
somente no período matutino. 
 
 
5.2 Escala de Atividade de Vida Diária 
 
 
A escala de atividade de vida diária foi baseada nas respostas de 7 
perguntas relacionado com o cotidiano e assim pode-se classificar quanto à 
dependência de cada idoso. Cada pergunta era composta por 3 alternativas cuja 
classificação era relacionada com independência, dependência parcial e 
dependência total. A partir disso pode-se observar que 50% dependiam totalmente 
do cuidador, 30% dependiam parcialmente do cuidador, tendo auxílio em tarefas 
 
50 
 
 
 
pesadas, viagens, questões financeiras, etc., e 20% eram independentes, 
conseguindo fazer suas tarefas diárias sem qualquer ajuda. 
 
 
5.3 Estágio da Doença 
 
 
Após a aplicação da avaliação clínica da demência (CDR), observou-se 
que houve preponderância de demência moderada (50%), seguido de demência 
leve (30%) e demência grave (20%), como mostra a tabela 7. 
 
Tabela 7 – Classificação do estágio da doença segundo sexo. 
Grau de demência 
 n (%) 
Masculino 
(n=3) 
Feminino 
(n=7) 
Total 
(n=10) 
Demência leve 1 (10) 2 (20) 3 (30) 
Demência moderada 2 (20) 3 (30) 5 (50) 
Demência grave 0 (0) 2 (20) 2 (20) 
Fonte: dados da pesquisa 
 
Percebe-se que em ambos os gêneros há predominância de demência 
moderada. Comparando a evolução da doença com o passatempo de cada idoso, 
observou-se que os idosos que tinham hábito da leitura apresentaram demência leve 
ou moderada. 
 
 
5.4 Avaliação Nutricional 
 
 
Para a avaliação nutricional, foram utilizados inquéritos dietéticos, 
inquéritos alimentares e parâmetros antropométricos. 
 
 
 
51 
 
 
 
5.4.1 Inquérito Dietético 
 
 
No inquérito dietético perguntou-se quanto à quantidade de refeições 
realizadas pelos portadores de Alzheimer. O número de refeições variou de 4 a 7 
refeições/dia, sendo que predominou 6 refeições/dia com 60% da amostra, seguido 
de 7 refeições/dia com 20% e 4 e 5 refeições/dia com 10% cada. 
Referindo-se ao hábito intestinal dos idosos, 40% eram constipados. O 
restante da amostra mencionaram terem sido encaminhados para um profissional 
nutricionista para normalizar o hábito intestinal. 
A alergia alimentar foi mencionada em 10% da população. Com relação a 
ingestão hídrica, 40% dos participantes ingerem de 1 litro a 1,5 litros de líquidos 
diariamente. 
 
 
5.4.1.1 Recordatório 24 horas 
 
 
Com base na ingestão média de nutrientes através da avaliação da 
ingestão alimentar de 24 horas, foram calculados os valores de energia, 
macronutrientes e micronutrientes para ambos os gêneros. 
A ingestão diária de energia e nutrientes dos participantes da pesquisa 
encontra-se descrita na tabela 8. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
52 
 
 
 
Tabela 8 – Consumo alimentar de energia e macronutrientes obtido pelo 
Recordatório 24 horas 
Energia e Macronutrientes 
Média / +DP 
Homens 
(n = 3) 
Mulheres 
(n = 7) 
Total 
(n = 10) 
Energia (kcal) 
Carboidrato 
 Valor absoluto (g) 
 Percentual do VET (%) 
Proteína 
 Valor absoluto (g) 
 Percentual do VET (%) 
Lipídio 
 Valor absoluto (g) 
 Percentual do VET (%) 
2191,72(±75,95) 
 
312,68(±14,10) 
57,49(±2,68) 
 
100,99(±23,23) 
18,46(±4,48) 
 
58,71(±12,03) 
24,03(±4,15) 
1530,40(±359,64) 
 
237,36(±55,95) 
62,31(±6,80) 
 
68,33(±16,84) 
18,15(±2,49) 
 
34,19(±18,20) 
21,05(±7,45) 
1728,80(±435,38) 
 
259,96(±58,77) 
60,86(±6,15) 
 
78,12(23,62) 
18,26(±2,99) 
 
41,55(±19,83) 
22,04(±6,42) 
Fonte: dados da pesquisa 
 
Percebe-se que a ingestão de proteína e lipídeo ficou fora dos valores 
recomendados para ambos os sexos, estando acima e abaixo respectivamente. Isso 
se dá pela alta ingestão de alimentos fontes de proteínas e frituras. Houve 
significância estatística (p<0,05) para todas as recomendações, exceto para proteína 
em gramas. 
A ingestão diária de micronutrientes no grupo estudado encontra-se 
descrita na tabela 9. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
53 
 
 
 
Tabela 9 – Consumo alimentar de micronutrientes obtidos pelo Recordatório 
alimentar de um dia habitual 
Micronutrientes 
Média / +DP 
Homens 
(n = 3) 
Mulheres 
(n = 7) 
Total 
(n = 10) 
Fibras (g) 
Cálcio (mg) 
Ferro (mg) 
Folato (mg) 
Magnésio (mg) 
Zinco (mg) 
Vitamina B12 (mcg) 
Vitamina B6 (mg) 
Vitamina A (mg) 
Vitamina C (mg) 
Vitamina E (mg) 
Vitamina D (mcg) 
24,26(±4,89) 
1505,64(±204,11) 
11,61(±2,62) 
263,37(±164,93) 
419,70(±95,52) 
9,13(±3,16) 
8,35(±6,93) 
0,87(±0,26) 
750,61(±109,16) 
183,84(±45,12) 
18,47(±6,20) 
8,14(±1,84) 
19,71(±8,79) 
840,94(±213,35) 
6,50(±2,24) 
118,57(±102,24) 
302,66(±129,93) 
6,87(±2,48) 
2,04(±1,28) 
0,62(±0,12) 
341,07(±363,59) 
109,76(±76,30)