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* Prof.ª Luciana Barros de Lima * DEFINIÇÃO Defeitos congênitos, malformações congênitas e anomalias congênitas, são termos usados para descrever defeitos do desenvolvimento presentes na ocasião do nascimento. Congênitos vem do latim e significa nascido com. * DEFINIÇÃO São defeitos na forma, na estrutura e na função, presentes antes do nascimento em órgãos ou células ou componentes celulares, surgidos em qualquer fase do desenvolvimento, identificáveis logo ao nascer ou mesmo muito tempo depois e que levam a dano persistente e irreversível de funcionamento ou da aceitação social. * TIPOS DE MALFORMAÇÕES Existem várias classificações, a maioria baseando-se na morfologia dos órgãos comprometidos: Estruturais; Funcionais; Metabólicas; Comportamentais; Hereditárias. * TIPOS DE MALFORMAÇÕES Maiores: as que resultam em grave defeito anatômico e podem levar até a morte. Anencefalia, microcefalia, hidrocefalia, meningomielocele, espinha bífida, atresia de esôfago, hérnia diafragmática, glaucoma congênito, atresia de coanas, pé torto congênito e outros. * TIPOS DE MALFORMAÇÕES Menores: as que não tem tanta importância cirúrgica, médica ou cosmética. Ptose palpebral, estrabismo, úvula bífida, anomalias dentárias, baixa implantação de orelhas, hálux longo, hidrocele, pênis curto e curvo, artéria umbilical única, e outras. * ETIOLOGIA Dentre as causas conhecidas temos as que estão ligadas a fatores hereditários (genéticos) e as que estão ligadas as condições ambientais. 50% das causas ainda são desconhecidas. Dos outros 50%, aproximadamente 25% tem defeitos cromossomiais com base genética. Menos de 10% são atribuídos a fatores ambientais teratógenos, físicos ou químicos. * ETIOLOGIA Alterações cromossômicas : Monossomias: Síndrome de Turner. Trissomias: Síndromes (Down, Edwards, Patau,Klinefelter). Deleções: Síndrome do “cri du chat”. Genes mutantes: dominante e recessivo. * ETIOLOGIA Causas Ambientais: Infecções do feto; Doenças maternas; Irradiações; Produtos químicos; Medicamentos; Causas físicas ou mecânicas. * ESTIMATIVA DA INCIDÊNCIA DAS CAUSAS DE MALFORMAÇÕES CONGÊNITAS GRAVES CAUSAS INCIDÊNCIA % Aberrações cromossômicas 6-7 Genes mutantes 7-8 Fatores ambientais 7-10 Herança multifatorial 20-25 Etiologia desconhecida 50-60 __________________________________________ Baseado em dados de Connor e Ferguson-Smith (1987) * SÍNDROME DE TURNER Monossomia, cujas principais características são infantilismo sexual, em conseqüência da formação de ovários vestigiais, baixa estatura e pregas pterigonucais, que conferem aos portadores da doença o chamado pescoço de esfinge ou pescoço alado. A inteligência é, regra geral, normal. * SÍNDROME DE TURNER * SÍNDROME DE DOWN Primeira condição patológica que serviu para demonstrar que as aberrações cromossômicas podem determinar anomalias na espécie humana. * CARACTERÍSTICAS: Dorso do nariz achatado, língua saliente, orelhas com pequenas dobras salientes, dedos curtos; Hipotonia muscular; mãos largas e curtas com dedos curtos e grossos e sulco palmar transverso; pés largos, curtos e grossos com espaço largo entre o halux e o segundo pododactilo; Quociente intelectual baixo; Demonstram bastante ritmo e são muito alegres e afetuosos; * CARACTERÍSTICAS: Baixa estatura e a frouxidão dos ligamentos (essa última deficiência é responsável pela marcha insegura, característica de numerosos portadores da doença); Esperança de vida dos indivíduos afetados por essa anomalia é menor do que a de indivíduos normais; Até o presente, não se tem notícia de que um homem com Síndrome de Down tenha se reproduzido. O mesmo não ocorre em mulheres com essa anomalia. * INCIDÊNCIA DA SÍNDROME DE DOWN EM RECÉM-NASCIDOS Idade Materna (anos) Incidência 20-24 1:1400 25-29 1:1100 30-34 1:700 35 1:350 37 1:225 39 1:140 41 1:85 43 1:50 45+ 1:25 ____________________________________________________ Baseado em dados de Hook e Cols (1983-1988), os números foram arredondados e são aproximações. * ABERRAÇÕES CROMOSSÔMICAS ESTRUTURAIS Durante a prófase da primeira divisão meiótica, as quebras cromossômicas ocorrem com freqüência, e é normal que as partes cromossômicas fraturadas se tornem a soldar nos locais de fratura, ou que os cromossomos realizem permutas, isto é, troquem segmentos homólogos. Às vezes, porém, isso não acontece, e os segmentos resultantes das quebras cromossômicas se soldam em posição errada, ou se perdem, o que provoca alterações estruturais, que são denominadas aberrações cromossômicas estruturais. * SÍNDROME DO CRI DU CHAT Anomalia determinada por uma deficiência parcial do braço superior do cromossomo número 5. Recebe esse nome em virtude do choro típico dos pacientes afetados, o qual lembra o miado dos gatos durante o cio. Manifestações: choro típico, fraco, semelhante ao miar de gato, cabeça pequena, atraso de desenvolvimento, apresentam retardamento mental e neuromotor grave. * SÍNDROME DO MIADO DO GATO * MALFORMAÇÕES CAUSADAS POR GENES MUTANTES Uma mutação envolve a perda ou mudança na função de um gene e é qualquer alteração permanente e hereditário na sequência do DNA. Pode ser provocada por fatores ambientais (doses de radiação, produtos químicos – carcinogênicos). Exemplo: Acondroplasia * ACONDROPLASIA Características: Baixa estatura; Membros e dedos curtos; Comprimento anormal do tronco; Pernas arqueadas; Cabeça relativamente grande; Testa proeminente; Sela nasal funda. * MALFORMAÇÕES CAUSADAS POR FATORES AMBIENTAIS Apesar do embrião humano estar bem protegido no útero, certos agentes ambientais, chamados teratógenos, podem causar interrupções no desenvolvimento quando a mãe é exposta a eles. Teratógeno é qualquer agente capaz de produzir malformação congênita ou de aumentar a incidência de uma malformação em determinada população. * TERATOLOGIA É o ramo da ciência que trata de todos os aspectos do desenvolvimento pré-natal anormal, incluindo o estudo das causas e da patogênese dos defeitos congênitos. * TIPOS DE TERATÓGENOS DROGAS 1) Álcool Retardo do crescimento intra-uterino; Retardamento mental, Microcefalia; Anomalias oculares; Anormalidades das articulações; Fissuras palpebrais pequenas. * TIPOS DE TERATÓGENOS 2) Andrógenos e altas doses de progestógenos Graus variados da masculinização de fetos femininos; Genitália externa ambígua, resultando em fusão labial e hipertrofia do clitóris. 3) Cocaína Retardo do crescimento intra-uterino; Microcefalia; Infarto cerebral; Anomalias urogenitais; Distúrbios neurocomportamentais. * TIPOS DE TERATÓGENOS 4) Fenitoína Microcefalia; Retardamento mental; Ptose palpebral; Dorso do nariz largo e deprimido. PRODUTOS QUÍMICOS Metilmercúrio: Atrofia cerebral; Espasticidade; Retardamento mental. * TIPOS DE TERATÓGENOS INFECÇÕES1) Citomegalovírus Microcefalia; Atraso do desenvolvimento psíquico-motor/mental; Hidrocefalia; Paralisia cerebral; Calcificação cerebral. * TIPOS DE TERATÓGENOS 2) Varicela Lesões da pele; Anomalias neurológicas; Cataratas; Atrofia óptica; Microcefalia; Retardamento mental; Malformações esqueléticas; Anomalias urogenitais. * TIPOS DE TERATÓGENOS 3) HIV Falha do crescimento; Microcefalia; Testa proeminente em forma de caixa; Dorso nasal achatado; Lábios distendidos. * TIPOS DE TERATÓGENOS 4) Vírus da Rubéola Retardo do crescimento pós-natal; Malformações cardíacas e dos grandes vasos; Microcefalia; Surdez sensorioneural; Cataratas; Glaucoma; Retardamento mental; Hemorragia do recém-nascido. * TIPOS DE TERATÓGENOS 5) Vírus da Herpes Simples Vesículas e lesões cutâneas; Anemia hemolítica; Hidrocefalia. * HIPOTIREOIDISMO CONGÊNITO O HC pode ter uma variedade de etiologias e pode ser permanente ou transitório. Ocorre 1 em cada 4.000 nascidos vivos. Portadores da S. Down tem incidência muito mais alta das formas permanentes. Manifestações: gestação maior de 42 sem, peso maior de 4kg, fontanela posterior ampla, cianose periférica, angústia respiratória, edema, icterícia fisiológica prolongada, distensão abdominal, vômitos, hipoatividade e outros. * HIPOTIREOIDISMO CONGÊNITO Tratamento: envolve reposição do hormônio tireóideo por toda a vida. O agente de escolha é a levotiroxina sódica sintética. Prognóstico: se o tto for iniciado logo após o nascimento são possíveis o crescimento e a inteligência normais. * FENILCETONÚRIA Doença do metabolismo das proteínas, caracterizada pela incapacidade de metabolizar o aminoácido essencial a fenilalanina. Causa Genética: herdada com um traço autossômico recessivo, em que o pai e a mãe tem de fornecer um gene para a criança ser afetada. * FENILCETONÚRIA Achados Clínicos Retardo no desenvolvimento; Vômitos; Erupções e lesões eczematosas na pele; Pigmentação diminuída; Convulsões e tremores; Microcefalia; Hiperatividade e irritabilidade; Excreção de ácido fenilacético na urina. * FENILCETONÚRIA Resultados de Exames Feito com o sangue colhido do calcanhar do RN, 24h após o início da primeira alimentação. Tratamento Fórmula láctea com baixo teor de fenilalanina. Dieta especial continuada com limitação ao aporte de fenilalanina. * ABORDAGEM PRÉ-NATAL Uma anamnese sucinta e direcionada à pesquisa de risco aumentado para malformações congênitas deve ser efetuada para cada gestante no decorrer das consultas de pré-natais. Principais fatores de risco: doença materna, idade materna, antecedentes maternos, alterações da gestação atual, casamento cosanguíneo, uso de drogas. Aderir a Ultrassonografia morfológica ou estrutural fetal. * ABORDAGEM PÓS-NATAL Os RN com anomalias congênitas devem ser cuidadosamente examinados após os primeiros cuidados. O neonatologista, diante de um recém-nascido com malformação, deve descrever de modo mais completo e específico todas as anomalias, tanto maiores como menores. * CONSIDERAÇÕES FINAIS Podem existir fatores genéticos, ambientais, físicos e mecânicos interferentes na formação de um feto. Porém nem todas as malformações congênitas apresentam razões para acontecerem. Simplesmente acontecem. É muito importante que a família do portador da síndrome, tenha o maior conhecimento possível sobre sua condição, para que dessa forma o indivíduo acabe vivendo da forma mais normal possível. O ambiente familiar inclusive é a base para o bem-estar e segurança das crianças com necessidades especiais. Trata-se de condição necessária, porém nem sempre suficiente, para a inclusão na escola e na sociedade. * “Olha eu aquiiiiiii......rsrs" . Obrigada pela Atenção! * REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BORGES-OSÓRIO, M.R. Genética Humana. 2ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2001. WONG,D.L. Enfermagem Pediátrica - Elementos essenciais á intervenção efetiva. 5ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan. MARCONDES, E. Pediatria básica, geral e neonatal. 9ª ed. São Paulo: Sarvier, reimpressão 2003. http://medgen.genetics.utah.edu/photographs/diseases/high/peri086.jpg http://pt.wikipedia.org/wiki/Acondroplasia http://www.medicine.cmu.ac.th/dept/pediatrics/06-interest-cases/ic-59/acondroplasia * *
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