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Prática de ensino em educação infantil - apostila 1 - Estagio curricular supervisionado

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Prévia do material em texto

Prática de Ensino em 
Educação Infantil
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Profa Dra. Julia de Cassia Pereira do Nascimento
Revisão Textual:
Profa. Ms. Selma Aparecida Cesarin
A prática de ensino e o estágio curricular supervisionado
•	 Introdução
•	 Importância	da	Prática	de	Ensino	na	Realização	do	Estágio
•	 A	Práxis	Pedagógica
•	 Situações	Vivenciadas	nos	Estágios
Organizar informações e produzir saberes a partir da observação em 
campo de estágio, que possibilitem a crítica e discussões na Disciplina 
Prática de Ensino na Educação Infantil, com propostas de ações 
alternativas aos fatos observados em campo de estágio.
OBJETIVO DE APRENDIZADO
Olá!
Seja bem vindo (a) às nossas discussões sobre Prática de Ensino em Educação 
Infantil.
Saiba que esta Disciplina tem como propósito auxiliá-lo (a) a organizar informações 
e produzir saberes a partir da observação em campo de estágio, que possibilitem 
a crítica e as discussões na Disciplina, com propostas de ações alternativas aos 
fatos observados em campo de estágio; oferecendo contato com as discussões 
mais recentes dessa área; além de proporcionar momentos de leitura – textual e 
audiovisual – e reflexão sobre os temas que serão aqui discutidos, contribuindo 
com sua formação continuada e trajetória profissional.
Esta Disciplina está organizada em quatro unidades, cujo eixo principal será a 
Prática de Ensino na Educação Infantil, com discussões sobre a Prática de Ensino 
e o Estágio Curricular Supervisionado, voltadas para a formação do professor 
de Educação Infantil, privilegiando as práticas pedagógicas necessárias para 
o trabalho neste nível de ensino. Isto é o que você encontrará nesta e nas 
próximas Unidades.
Lembre-se: você é responsável pelo seu processo de estudo. Por isso, aproveite 
ao máximo esta vivência digital!
ORIENTAÇÕES
A prática de ensino e o estágio curricular 
supervisionado
UNIDADE A	prática	de	ensino	e	o	estágio	curricular	supervisionado
Contextualização
Aprender na Educação Infantil? 
Nesta Unidade, conheça como deve ser a formação do professor de Educação 
Infantil e o papel da reflexão e do estágio nessa formação.
Você também vai ver como, neste nível de ensino, é preciso cuidar das crianças, 
mas, acima de tudo, educá-las.
“ Uma vez que 
a criança 
aprenda a apre
nder, nada 
pode estreitar 
sua mente. 
A essência do e
nsino é fazer 
da apredizagem
 contagiosa 
para que conta
gie outros”
(Marva Collins)
6
7
Introdução
Nos cursos de formação de professores, como é o caso do curso de Pedagogia, 
a grande expectativa dos alunos é a questão do aprender a ensinar. Afinal, este é o 
domínio que esperam obter para poder exercer a profissão escolhida. Isso nos leva 
a refletir sobre a importância da teoria e da prática nesse aprendizado.
Aprender a ser professor pede que se construam conhecimentos a partir do 
diálogo entre teoria e prática, ou seja, entre o que se aprende na universidade e 
o que se vivencia no momento dos estágios. Estes conhecimentos não podem vir 
somente dos livros. 
É preciso que o futuro professor, na qualidade de aluno e estagiário, esteja atento 
e descubra por meio da convivência na escola onde realiza o estágio os valores, 
a organização, o funcionamento da escola, além, também, das ações e trabalhos 
desenvolvidos pelos professores, gestores, a comunidade e os próprios alunos.
Este conhecimento construído a partir da observação deverá necessariamente 
servir de base para as reflexões a partir dos referenciais teóricos e discussões 
propiciadas na disciplina de Prática de Ensino.
A Prática de Ensino e o estágio propiciam aos alunos, mesmo àqueles que já 
exercem a docência, a construção de novos saberes e a formação da identidade 
profissional. Por esse motivo, podemos afirmar que ambos são muito importantes 
na motivação à reflexão do futuro professor. 
Importância	da	Prática	de	Ensino	na	
Realização	do	Estágio
É muito importante que o aluno, futuro professor, possa observar as práticas 
dos professores em exercício na Educação Infantil e depois possam discutir estas 
práticas na disciplina Prática de Ensino. 
Na Educação Infantil percebemos que as orientações contidas no Referencial 
Curricular Nacional para a Educação Infantil – RCNEI, além de servirem de 
parâmetros para as escolas, apontam para a importância de a criança aprender a 
expressar suas ideias e opiniões, participando ativamente de seu próprio processo 
de aprendizagem.
Desde pequena, a criança pode ser estimulada a aprender e, gradativamente, a 
selecionar, assimilar, interpretar, conferir, testar, reformular, estimar, explicar e se 
comunicar num vasto mundo de possibilidades dentro da aprendizagem. 
Nossas observações e discussões devem nos levar a refletir sobre a contribuição 
da Educação Infantil para a futura vida escolar dos alunos.
7
UNIDADE A	prática	de	ensino	e	o	estágio	curricular	supervisionado
Embora seja um tempo de muita socialização, brincadeiras e atividades, este 
período é também um tempo de aprendizagem que certamente vai colaborar 
para o desenvolvimento do processo cognitivo, afetivo e social que permeia a 
aprendizagem da criança.
Percebemos que novas propostas didáticas e pontos de vista renovados sobre o 
cotidiano das creches e pré-escolas têm levado os educadores e todos os profissionais 
envolvidos a repensarem seu trabalho junto às crianças e às famílias. 
A permanência da criança na escola de Educação Infantil deve levar à sua 
aprendizagem e deve fazer sentido para o principal interessado, que é ela mesma.
A formação do professor não pode se restringir às teorias estudadas no curso 
de formação ou somente a partir das experiências vivenciadas durante a curta 
experiência do estágio. No entanto, é na observação do professor em sala de aula 
que o aluno tem contato direto com a realidade do trabalho docente, podendo 
refletir melhor sobre as competências e habilidades que precisamos conseguir para 
assumir a profissão de educadores. 
Desta forma, podemos avaliar a importância do estágio para o desenvolvimento 
profissional, focando na interação ocorrida na disciplina de Prática de Ensino, na 
qual ocorrem discussões, troca de saberes e um processo contínuo e necessário de 
reflexão crítica acerca das práticas e reconstruções pessoais. Sob essa perspectiva, 
o estágio e a Prática de Ensino surgem como uma oportunidade, entre tantas que 
surgirão para o desenvolvimento e crescimento do professor. 
Por esse motivo, a disciplina Prática de Ensino é tão importante para o aluno 
e futuro professor. É o momento em sua formação no qual poderá confrontar a 
teoria aprendida na Universidade com a prática vivenciada nos estágios.
Esta constante observação da ação do professor em sala de aula, reflexão sobre 
essa ação em relação às teorias estudadas, construção de novas ações e novas 
reflexões é um ciclo de ação-reflexão-ação, que os teóricos chamam de práxis 
pedagógica.
A	Práxis	Pedagógica
Pinto e Fontana (2002) consideram que o Estágio e a Prática de Ensino convergem 
para os saberes, histórias de vida e experiências, tanto individuais quanto coletivas. 
Ressaltam, também, que por meio das atividades e discussões propiciadas na 
Disciplina de Prática de Ensino, o trabalho realizado na escola e a produção de 
conhecimento permitem mostrar que as ideias e os ideais de professores da escola 
de educação básica, professores da universidade e alunos estagiários se encontram 
e em alguns momentos se confrontam, em suas reflexões e ações.
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9
Vamos, então, refletir um pouco sobre o conceito de práxis.
A prática está inserida na execução de qualquer tarefa, e com a profissão de 
professor não é diferente, pois ele utiliza prática e métodos no desenvolvimento de 
suas aulas, no processo de ensino. O trabalho do professor é, portanto,ao mesmo 
tempo prática e ação. 
A prática mostra-se como uma atividade sistemática que se constrói a partir da 
cultura da escola. Seu objetivo é permitir a construção do conhecimento, nas aulas, em 
projetos ou atividades que são desenvolvidas tanto pelo professor quanto pela escola.
Com relação à ação, está mais ligada à subjetividade do professor, às suas 
próprias iniciativas, sendo essencial para o processo reflexivo sobre a prática.
Vemos, então, que é preciso que o professor reflita para construir a prática 
necessária para o ensino na sala de aula, a fim de que essa prática leve à 
aprendizagem. Colocando-a em ação, o professor poderá analisar por meio da 
reflexão se esta prática atende aos seus objetivos.
Portanto, por meio de um processo contínuo de reflexão-ação-reflexão, surge o 
que chamamos de práxis docente. A práxis permite que professor se torne sujeito do 
processo, vez que não mais se prende apenas aos conteúdos abordados pelo currículo, 
mas, sim, se transforma em agente de mudanças, utilizando seu senso crítico e reflexão 
para atender às necessidades que os alunos mostram durante a ação.
Com isso, o professor pode, por meio da reflexão sobre a própria prática, 
pesquisar seu trabalho e ressignificá-lo para que haja mais qualidade em seu 
desenvolvimento e aplicação. 
É importante destacar que certamente muitos alunos, ao realizar o estágio, 
defrontam-se com professores acomodados em uma prática que é reproduzida há 
tempos, reproduzindo as ações em sala de aula, que contraria o conceito de práxis 
aqui descrito.
Na verdade, o que se espera de um bom professor é que lute para ultrapassar 
as barreiras de uma prática pré-estabelecida, buscando métodos diferenciados, que 
tragam a reflexão como forma de compreender a realidade, na construção de um 
diálogo pedagógico que leve à crítica e à reflexão. 
No entender de Freire, o homem não pode ser entendido fora de suas relações com o mundo, 
de vez que é um “ ser-em-situação”, é também um ser do trabalho e da transformação do 
mundo. O homem é um ser da “práxis”: da ação e da reflexão. 
Fonte: http://player.slideplayer.com.br/4/1566410/.
Ex
pl
or
Leia mais em :
FREIRE, Paulo. Pedagogia	da	autonomia. 8ª.ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1998.
Ex
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or
9
UNIDADE A	prática	de	ensino	e	o	estágio	curricular	supervisionado
Situações	Vivenciadas	nos	Estágios
Quando o aluno de Pedagogia está na Universidade, no processo de formação 
profissional, espera-se que a qualidade de sua formação relacione-se ao 
favorecimento da articulação entre a teoria disponibilizada e discutida nas aulas 
da graduação e as práticas sociais vivenciadas na realização do estágio, para que 
o mesmo aprenda a refletir e agir, a partir da apropriação que faz da teoria e da 
prática, o que vai permitir a realização da práxis pedagógica ou educativa. 
Discutir o estágio e a Prática de Ensino na formação do professor é importante 
na medida em que nesse tipo de atividade os alunos poderão vivenciar situações em 
seu futuro local de trabalho. 
Conforme destaca Curi (2011), a formação do professor se inicia antes mesmo 
de o aluno frequentar o curso de graduação:
O professor é o único profissional que vai trabalhar no mesmo ambiente 
em que foi formado; por esse motivo carrega marcas de toda a sua vivência 
naquele ambiente, incluindo de seus professores (bons ou ruins). Muitas 
vezes, ele se espelha em situações vivenciadas na sua formação anterior ao 
curso de Graduação. Cada professor possui uma experiência própria de 
situações de aprendizagem ou de dificuldades (...) aspectos individuais (...) 
constitutivos de sua formação, ou seja, os conhecimentos dos professores 
são provenientes de várias fontes e construídos em tempos diferentes. 
(CURI,2011,p.78).
É preciso, então, vivenciar e entender o estágio como uma oportunidade de agir 
e refletir, na constituição da práxis, que certamente oferecerá ao futuro professor 
uma formação mais completa e contextualizada, possibilitando o desenvolvimento 
de competências pedagógicas e sua inserção no mundo do trabalho. 
Por este motivo, é importante que o futuro professor, ao realizar o estágio na 
Educação Infantil, direcione seu olhar para a prática pedagógica do professor 
que acompanha, para que possa adquirir a prática profissional e a competência 
pedagógica necessárias à formação de sua postura e identidade docentes.
É preciso, também, que o aluno observe alguns focos importantes do trabalho 
com Educação Infantil. Estes focos baseiam-se nas orientações contidas nos RCNEI 
e que devem nortear o trabalho destes profissionais.
São eles:
•	 O cuidar;
•	 Música;
•	 A contação de histórias;
•	 Artes Visuais;
•	 História, Geografia e Ciências;
•	 Iniciação à Alfabetização e Letramento;
•	 Iniciação ao numeramento e ao pensamento geométrico;
•	 O papel de cada espaço físico no desenvolvimento das crianças;
•	 Jogos e Brincadeiras;
•	 Inclusão.
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Nesta Unidade, vamos abordar um ponto muito discutido pelos profissinais da 
Educação, que é a questão do binômio cuidar e educar. 
Qual deve ser o foco principal na educação infantil?
Cuidar?	 Educar?
O	CUIDAR	
Nossa história da Educação nos mostra que a Educação Infantil foi construída 
com base em características assistencialistas. 
Aranha (2000) destaca que as crianças eram levadas à escola para que pudessem 
receber cuidados e disciplina por parte dos adultos. 
Conforme o tempo passou, o progresso se instalou na sociedade e tais mudanças 
influenciaram na concepção das escolas de Educação Infantil, passando a focar seu 
trabalho com as crianças tanto no educar quanto no cuidar, de forma alternada. 
No transcorrer de nossa história, verificamos que cuidar e educar se apresentavam 
sempre de forma antagônica, nunca de forma complementar. 
Importante!
A mudança no caráter de atendimento às crianças na Educação Infantil ocorreu pelas conquistas 
na	Lei	de	Diretrizes	e	Bases	da	Educação	Nacional	–	Lei	9394/96	(http://goo.gl/hvB4b);
E no	 Estatuto	 da	 Criança	 e	 do	 Adolescente	 –	 Lei	 8069/90	 (http://goo.gl/XE9ht), que 
conferiram às crianças direitos de cidadãs. Acesse os links para ler e saber como essas 
mudanças ocorreram.
Você Sabia?
Atualmente, atendendo às mudanças na legislação e às novas teorias 
educacionais, superou-se este trabalho assistencialista, e os conceitos de educar e 
cuidar apresentam-se como pontos complementares. 
Porém, modificar essa concepção de educação assistencialista não diz 
respeito somente ao cumprimento da Legislação. Essa modificação legal deve 
vir acompanhada de mudança de postura e conhecimento das especificidades da 
educação infantil e das concepções sobre a infância, do papel da família, da escola 
e do Estado, diante de crianças pequenas. 
Hoje, a maioria das instituições de Educação Infantil, pautadas na LDB e no 
RCNEI, tem os seus objetivos diretamente centrados no cuidar e educar. Por isso, 
é preciso entender claramente os conceitos envolvidos nestes dois aspectos. Se 
quisermos acolher nossas crianças de forma muito especial, cuidando e educando, 
devemos entender as diferenças entre estes dois conceitos.
Educar é um conceito relacionado às ações pedagógicas que visam a apresentar 
à criança situações e oportunidades de desenvolver suas capacidades e habilidades. 
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UNIDADE A	prática	de	ensino	e	o	estágio	curricular	supervisionado
O Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil nos diz que:
Educar significa, portanto, propiciar situações de cuidados, brincadeiras 
e aprendizagens orientadas de forma integrada e que possam contribuir 
para o desenvolvimento das capacidades infantis de relação interpessoal e 
de ser e estar com os outros em uma atitude básica de aceitação, respeito 
e confiança, e o acesso, pelas crianças, aos conhecimentos mais amplos 
da realidade social e cultural(1998 p.24).
Esta citação nos mostra que, se pretendemos educar as crianças na Educação 
Infantil, devemos sempre propiciar um ambiente de respeito e acolhida, e agir de 
forma a deixá-las livres para que se expressem, ocupem seus espaços e desenvolvam 
suas potencialidades, valores e um comportamento baseado no diálogo, e uma 
aprendizagem com maior significado. 
Educar, então, é não impor às crianças verdades já prontas, mas ajudá-las a 
encontrar e fortalecer um caminho próprio de dar significado ao mundo e a si 
mesmas, e de responder às mais diferentes situações em sua vida pessoal.
Já cuidar significa criar um ambiente que garanta o conforto da criança em 
relação ao sono, fome, sede, higiene, e também sua segurança física e mental, 
necessários à sua educação, permitindo-lhe explorar e construir os sentidos das 
coisas para sua vida e acompanhando-a enquanto se percebe e se constitui como 
sujeito.
O RCNEI destaca que, mesmo sendo parte integrante da educação infantil, o 
cuidar exige do professor conhecimentos, habilidades e recursos que facilitem a 
exploração da dimensão pedagógica desse cuidar.
O trabalho feito pelo professor, interagindo educar e cuidar, mostra uma 
concepção que aceita a criança como um ser social, histórico, inserido na cultura 
e um cidadão de direitos. 
Os professores que escolhem esta proposta constroem outras formas de atuar, 
aliando o cuidado e o atendimento às necessidades básicas da criança (alimentação, 
higiene, saúde e proteção) à Educação.
Estas ações pedagógicas são construídas por cada professor, de acordo com as 
características e necessidades de sua turma, e tem pautado os projetos e trabalhos 
de muitas escolas de Educação Infantil.
O importante para o futuro professor é observar no momento de estágio e 
refletir sobre as propostas da disciplina de Prática de Ensino sobre a visão que 
se tem da criança nas escolas de Educação Infantil, que deve ser vista como um 
ser pleno de potencialidades, pronto a ser estimulado e desenvolvido, para que 
possa ter oportunidades reais de crescimento e desenvolvimento, aprendendo, 
conhecendo e compreendendo o mundo do qual faz parte.
Se assim pensarmos e trabalharmos, a Educação Infantil servirá de base para 
o desenvolvimento das crianças, tanto na questão de conhecimento, quanto nas 
12
13
questões corporais, motoras, afetivas e emocionais. Isto fará com que se contribua 
para a formação integral de crianças saudáveis e felizes.
Na Educação Infantil, muitas vezes se confunde o educar com o cuidar, o que 
não deve ocorrer, apesar de que nesta fase as crianças precisam de cuidados 
diferenciados para garantia de sua segurança e sobrevivência.
Por esse motivo, afirmamos que o fazer pedagógico do professor precisa se 
pautar nas reais necessidades das crianças, para que possa atender à individualidade 
de cada um e às necessidades de todos. Esse conhecimento deve ser a base da ação 
educacional, permitindo que a criança cresça e construa sua própria aprendizagem.
O próprio RCNEI destaca a importância do conhecimento das necessidades 
das crianças:
O cuidado precisa considerar, principalmente, as necessidades das 
crianças, que quando observadas, ouvidas e respeitadas, podem dar 
pistas importantes sobre a qualidade do que estão recebendo. Para se 
atingir os objetivos dos cuidados com a preservação da vida e com o 
desenvolvimento das capacidades humanas, é necessário que as atitudes 
e procedimentos estejam baseadas em conhecimentos específicos sobre 
desenvolvimento biológico, emocional, e intelectual das crianças, levando 
em conta diferentes realidades sócio-culturais 
(BRASIL,1998,p.25).
Portanto, o trabalho integrado do cuidar e educar auxilia o professor no 
desenvolvimento das crianças, com base no respeito à diversidade e à realidade 
das mesmas.
Antes de tudo devemos entender a especificidade do trabalho que será realizado 
com as crianças de zero a cinco anos. É preciso ter clara a concepção que temos 
de infância, dos seus direitos, de suas identidades pessoais, de suas potencialidades 
humanas, lembrando que estas concepções precisam estar presentes em todo 
nosso fazer pedagógico. 
Refletir sobre os valores que acreditamos ser fundamentais para as crianças 
também nos leva a pensar nas práticas pedagógicas para a construção social 
destes sujeitos. 
É preciso, também, que se pense na qualidade da Educação Infantil. Nesta faixa 
etária os padrões de qualidade devem estar associados à concepção de educação 
que o professor defende, ao entendimento de que, embora pequenas as crianças 
deste nível de ensino devem ser consideradas como parte integrante de seus 
contextos sociais e ambientais, pertencentes à determinada cultura e que como tais 
devem agir e interagir por meio de diferentes linguagens, no desenvolvimento do 
conhecimento e da autonomia.
Nesse sentido, estas interações deverão ser propiciadas pelo professor, na 
criação de ambientes ligados à realidade dos alunos, que estimulem o pensar e 
o crescer. 
13
UNIDADE A	prática	de	ensino	e	o	estágio	curricular	supervisionado
As crianças precisam do apoio e incentivo dos adultos que, no caso da Escola, é 
papel desempenhado prioritariamente pelo professor.
Aliando os aspectos biológico e afetivo do cuidar com o preparo para o 
conhecimento, a vida e a cidadania do educar, o educador poderá estabelecer vínculos 
com a criança, para identificar suas necessidades e atendê-las de forma eficaz. 
“Unir	cuidados	e	conteúdos	é	oferecer	ao	mesmo	tempo	afeto	e	Educação	desde	os	
primeiros	anos	de	vida”,	Beatriz	Ferraz.	
Acesse:		http://goo.gl/9fz7E2	
e	reflita	sobre	a	afirmação	da	autora.
Ex
pl
or
O RCNEI (1998) destaca que o grande desafio encontrado na Educação Infantil 
é compreender, conhecer e reconhecer o jeito particular das crianças serem e 
estarem no mundo. 
Alguns teóricos mostram a necessidade de, neste nível de ensino, incorporarmos 
aos poucos as nossas ações com o educar e o cuidar, para que as crianças tenham 
condições de aprender em qualquer das situações apresentadas, sejam simples 
brincadeiras, sejam situações pedagógicas intencionais e planejadas. 
Os professores da Educação Infantil devem, então, equilibrar estes dois processos 
complementares e indissociáveis: educar e cuidar. 
As crianças precisam ser atendidas em suas necessidades básicas como 
alimentação, higiene e segurança. Mas, para além destes cuidados, é preciso 
atender a criança neste momento fértil de desenvolvimento, no qual ela se baseia 
nas interações e exemplos das pessoas que a cercam, nas experiências vividas, na 
cultura de seu grupo, para atribuir significados aos seus pensamentos, crescer e 
aprender. 
Nesse sentido, a criança começa a aprender a pensar por si, a desenvolver sua 
autonomia, a ser escutada, a se formar como cidadã. 
Não podemos nos esquecer, também, de que tanto a educação quanto o cuidado 
não são exclusividade do professor em sala de aula. Este trabalho envolvendo o 
educar e o cuidar precisa vir de uma ação conjunta dos educadores com os demais 
membros da equipe da instituição, como merendeiros, faxineiros, porteiros, 
coordenação, direção e os pais, pois é essencial garantir que o cuidar e o educar 
aconteçam de forma integrada.
Essas ações podem ser previstas já no planejamento educacional, chegando até 
a realização das atividades em si, em reuniões com os pais e demais membros da 
equipe. 
Podemos observar que mesmo quando estamos trocando ou alimentando uma 
criança, podemos a estar educando ou estimulando.
14
15
Portanto, podemos concluir que o cuidar e o educar devem ser trabalhados 
juntos, num equilíbrio entre ambos, porque sabemos que as crianças precisam de 
cuidados especiais, mas também são cidadãs em formação e, portanto, agentes 
ativos da sociedade onde vivemos e que construiremos.
Acesse	http://goo.gl/pdz6LI eleia	as	orientações	que	o	Referencial	Curricular	Nacional	
para	a	Educação	Infantil	oferece	no	Volume	1	–	Introdução.Ex
pl
or
Considerações	Finais
Nesta Unidade, foram desenvolvidos temas importantes para o trabalho do 
professor na Educação Infantil. 
Mostramos a importância da Prática de Ensino e das discussões presentes nesta 
Disciplina para a formação do professor, destacando sua contribuição para que as 
observações da prática pedagógica do professor propiciadas nos estágios possam 
reforçar esta formação.
Conhecemos o conceito de práxis pedagógica, ressaltando a reflexão do professor 
sobre sua ação, resultando em novas ações revistas e enriquecidas.
Nesta Unidade, foi destacado o “cuidar” como importante foco do trabalho do 
professor, em parceria com o “educar”, constituindo pontos importantíssimos no 
desenvolvimento e crescimento dos alunos.
Ser professor na Educação Infantil pede comprometimento com seus alunos e 
consigo mesmo, em ações constantes de pesquisa e aprendizagem, na constituição 
da própria prática e no crescimento de seus alunos
15
UNIDADE 
Material	Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Leitura
Brasil. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação 
Fundamental. Referencial curricular nacional para a educação infantil / 
Ministério da Educação e do Desporto, Secretaria de Educação Fundamental. 
— Brasília: MEC/SEF, 1998. 
Disponível em :
http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/volume2.pdf
http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/volume3.pdf
16
17
Referências
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda.História da Educação. 2.ed. São Paulo: 
Moderna, 2000. 
BRASIL. Lei n° 9394, de 20 de dezembro de 1996. Fixa as Diretrizes e Bases da 
Educação Nacional. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/
l9394.htm>. Acesso em: dez. 2015.
______. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. 
Referencial curricular nacional para a educação infantil / Ministério da 
Educação e do Desporto, Secretaria de Educação Fundamental. — Brasília: MEC/
SEF, 1998. Disponível em <http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/rcnei_
vol1.pdf>. Acesso em dez.2015
CURI, Edda. A formação inicial de professores para ensinar matemática: algumas 
reflexões, desafios e perspectivas. REMATEC: Revista de Matemática, Ensino e 
Cultura, Natal, ano 6, n. 9, p. 75-94, jul. 2011. 
PINTO, Ana Lúcia Guedes; FONTANA, Roseli Aparecida Cação. Trabalho Escolar 
e Produção de Conhecimentos. In: MACIEL, Lizete Shizue Bomura; SHIGUNOV, 
Neto; SHIGUNOV, Alexandre (Org.). Desatando os nós da formação docente. 
Porto Alegre: Mediação, 2002. p. 5-22.
17

Outros materiais