Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
A.A.M 1 • Introdução •Espectro Eletromagnético •Interação da luz com a matéria •Equipamento •Lei de Lambert-Beer: cálculo •Curva Analítica •O Método da Adição-padrão •Análise de Mistura de Cromóforos •Desvios da Lei de Lambert-Beer Por Andréa Mello A.A.M 2 Espectroscopia é um termo geral para a ciência que estuda a interação dos diferentes tipos de radiação com a matéria. Os métodos espectrométricos abrangem um grupo de métodos analíticos baseados na espectroscopia atômica e molecular referem-se às medidas das intensidades da radiação usando células fotoelétricas ou outros dispositivos eletrônicos. Definição A.A.M 3 Como as interações da radiação com a matéria podem ocorrer tanto em nível atômico como em nível molecular, os métodos instrumentais espectrométricos se dividem em 4 classes: • Emissão (emissão atômica) • Luminescência (fluorescência atômica e molecular, fosforescência) • Espalhamento (Raman, turbidimetria e nefelometria) • Absorção (absorção atômica e molecular) A.A.M 4 2 7 5 ,3 3 4 1 ,8 3 9 6 ,1 4 7 4 ,9 5 ABSORÇÃO ATÔMICA: O espectro é em forma de linhas finas (raias) devido aos níveis atômicos sem subníveis energéticos. ABSORÇÃO MOLECULAR: O espectro de absorção é caracterizado por bandas largas devido aos vários níveis e subníveis energéticos dos orbitais moleculares. 5 λmax A.A.M 6 Métodos espectrofotométricos de análise são baseados na medição da RADIAÇÃO ELETROMAGNÉTICA emitida ou absorvida pela substância que se deseja analisar. A Espectrofotometria se divide em : ABSORÇÃO e EMISSÃO RADIAÇÃO ELETROMAGNÉTICA: E (hv) Espaço ( Veloc.) Introdução A.A.M 7 Algumas propriedades ELETROMAGNÉTICAS da radiação devem ser descritas tratando-a como ONDAS SENOIDAIS que possuem , , P, V e A. Para explicar o fenômeno da sua ABSORÇÃO e EMISSÃO é preciso tratá-la como MATÉRIA (como um fluxo de partículas, ou pacotes de Energia, chamados FÓTONS ou QUANTA). ONDA = propagação de E = dist. Linear entre duas ondas consecutivas = V . P = frequência = no de oscilações/ seg P = período = tempo em segundos de 1 oscilação = 1/P P = 1/ = V/ A.A.M 8 ESPECTRO ELETROMAGNÉTICO 3 x 10 10 3 x 10 12 3 x 10 14 3 x 10 15 3 x 10 16 3 x 10 19 A B C DDD E F G (Hertz) Radiações Ionizantes A = ONDAS DE RÁDIO (curtas, médias e longas: AM/ TV/ FM) – 1013 a 108 nm B = MICROONDAS (e radar) - de 108 a 106 nm C = INFRAVERMELHO - de 106 a 103 nm D = LUZ VISÍVEL - de 750 a 400 nm E = ULTRAVIOLETA - de 400 a 10 nm F = RAIOS –X - de 10 a 1 nm G = RAIOS - - de 1 a menos (raios Cósmicos < 0,001 Å) A.A.M 9 Tipo de espectroscopia Faixa de comprimento de onda usual Faixa de número de onda usual, cm-1 Tipo de transição quântica Emissão de raios gama 0,005 – 1,4 Å – Nuclear Absorção, emissão, fluorescência e difração de raios-x 0,1 – 100 Å – Elétrons internos Absorção de ultravioleta de vácuo 10 – 180 nm 1x106 a 5x104 Elétrons ligados Absorção, emissão e fluorescência no UV/Visível 180 – 780 nm 5x104 a 1,3x104 Elétrons ligados Absorção no IV e espalhamento Raman 0,78 – 300 μm 1,3x104 a 33 Rotação/vibração de moléculas Absorção de microondas 0,75 – 375 mm 13 a 0,03 Rotação de moléculas A.A.M 10 As ONDAS DE RÁDIO têm BAIXA ENERGIA, portanto não são estudas em Química. MICROONDAS: têm ENERGIA suficiente para alterar o ESTADO ROTACIONAL das MOLÉCULAS. FORNO DE MICROONDAS: É uma fonte de microondas sintonizada numa FREQUÊNCIA em que as moléculas de água absorvem Energia. O ideal para penetração em água é 12,2 cm ( 1,22 x 108 nm)/ 2450 MHz. Como ocorre o aquecimento? O campo elétrico direciona (orienta) as moléc. NEUTRAS conforme suas cargas, VÁRIAS VEZES/SEG (), gerando uma alteração ROTACIONAL das moléculas (ela gira dentro do campo) que colidem com outras moléculas, gerando um atrito entre elas e com isso o aquecimento. Rotacional ~ 0,01 kJ mol-1 A.A.M 11 + - - + H H O O H H *A água pura aquece menos (numa mesma ) do que uma sol. iônica, aonde a presença de íons aumenta a rotação das moléculas. *ALIMENTOS: Ptn (-NH2 e –COOH), gordura, carboidratos, água, sais...absorvem microondas. *Microondas NÃO altera as características físico-químicas das substâncias, por exemplo: a Ptn se degrada, mas no seu ponto isoelétrico; a água evapora, mas o P.E. permanece o mesmo. *Por NÃO ser uma energia IONIZANTE, NÃO é cancerígena (não rompe ligações covalentes, nem pontes de H). A.A.M 12 INFRAVERMELHO: pode alterar o ESTADO VIBRACIONAL das LIGAÇÕES QUÍMICAS. Cada tipo de LIGAÇÃO tem seu próprio espectro de de absorção, daí ser possível identificar ESTRUTURAS MOLECULARES. LUZ VISÍVEL: provoca alterações no NÍVEL de ENERGIA dos ELÉTRONS da camada de valência. Por isso é capaz de ROMPER LIGAÇÕES QUÍMICAS mais INSTÁVEIS, e é usada na Anál. QUANT. de subs. COLORIDAS ao olho humano. ULTRAVIOLETA: ROMPEM LIGAÇÕES QUÍMICAS, por serem radiações ionizantes. Provocam ALTERAÇÕES na ESTRUTURA MOLECULAR e iniciam várias reações químicas. Vibracional ~ 1 kJ mol-1 Eletrônica ~ 100 kJ mol-1 UV-Vis A.A.M 13 RAIOS – X : ALTERAM A ENERGIA dos ELÉTRONS de camadas INTERNAS (K e L). Quanto mais interna a absorção, maior o desarranjo na molécula Com essas alterações em elétrons NÃO-LIGADOS, pode-se descobrir a COMPOSIÇÃO ATÔMICA de uma substância. O Raio- X é mais penetrante que o ultravioleta , devido a sua MENOR probabilidade de absorção (, E& ). RAIOS - : EXCITAM as CAMADAS K e L. Podem afetar o NÚCLEO ATÔMICO e provocar reações nucleares. Ex.: enriquecimento (do núcleo) de Urânio ( radioatividade) A.A.M 14 A.A.M 15 Interação da luz com a matéria Os níveis de E dos elétrons e átomos são QUANTIZADOS. Os elétrons assumem estados de E fixa e definida em cada nível e só passam de um nível energético para outro se receberem uma quantidade EXATA (QUANTIZADA) de E. Essa Energia pode ser muita alta e fazer com que o elétron saia da estrutura atômica e o átomo neutro se tona um íon. A.A.M 16 Como funciona? A radiação eletromagnética (Luz) interage com a matéria através do seu campo elétrico. M Ei M+ M E (hv ) M* (estado excitado) M + E (calor ou luz) Quando um fóton se aproxima de um átomo ou molécula podem ocorrer 3 eventos: PASSAR DIRETO, ser REFLETIDO ou ser ABSORVIDO. A.A.M 17 Como medir a absorção de “luz”? Po P P/Po = T T = 0 a 1 ou b 0 a 100 (Transmitância) Os fótons de determinada frequência podem ser ABSORVIDOS se estiverem “sintonizados” na frequência que fornece E necessária para a transição de um estado ROTACIONAL para outro, de um VIBRACIONAL para outro ou de um ELETRÔNICO para outro. A.A.M 18 feixe de cores separadas Fenda seletora Feixe luz branca COR SELECIONADA Equipamento Fonte Monocromador Amostra Detector Registrador Filtro(Fotocolorímetro) X Prisma (Espectrofotômetro) MONOCROMADOR: prismas ou redes (ou grades) de difraçãoA.A.M 19 Equipamento A.A.M 20 Monocromador A.A.M 21 A.A.M 22 Cores complementares A.A.M 23 Lei de Lambert-Beer Medindo-se a transmitância de soluções- padrão de uma subst. em variadas Conc.: T Conc. -log T Conc. A relação gráfica T x C é uma exponencial. Para se obter uma RETA, basta aplicar o Log. na T: - log T X Conc. A.A.M 24 Como os valores são menores do que 1 (T= 0 a 1),aplica-se o Log do inverso de T. Log 1/T é a C. Log 1/T = A Se a Conc. é constante e o caminho ótico (b) varia, a Absorbância varia LINEARMENTE e o gráfico A x b é idêntico ao gráfico 2. Logo: a A depende da C analito e do b. Então: A = . b . C = constante de proporcionalidade = Absortividade Molar = L/mol.cm a = Absortividade específica = L/g.cm A.A.M 25 ESPECTRO DE ABSORÇÃO DO KMnO4 Espectro de Absorção do KMnO4 400 450 500 550 600 (nm) A 12 3 A.A.M 26 Repetindo-se o gráfico A x C, para os comprimentos de onda: 1, 2, 3, nas mesmas condições de análise (b e C são os mesmos para cada reta): A Conc. A1 > A2 >A3 ( mesmo que 1 < 2 < 3). Como b e C são os mesmos, é quem está variando para cada . A.A.M 27 A melhor RETA é a que melhor distingue duas Conc. muito próximas e que dá maior sinal de respostas para amostras diluídas. A reta de 1 é a melhor, portanto 1 é aonde se dá a máxima ABSORBÂNCIA do analito. Portanto, 1 = máx. é uma constante, que só depende da amostra, do solvente (meio) e do usado. A.A.M 28 Curva Analítica 1. CALIBRAR O EQUIPAMENTO •Ajustar o 0 (ZERO) % de T com o feixe de luz OBSTRUÍDO; •Ajustar o 100% de T (0% A) com a cubeta com branco ótico; 2. CURVA ANALÍTICA •Fazer a VARREDURA da solução da substância analisada; •No máx., proceder as medidas de T (ou A) de uma série de padrões da subst.; •Calcular as ABSORBÂNCIAS e construir o gráfico: A x C que servirá de base para o cálculo da conc. da amostra; •No gráfico (por interpolação) ou pela EQUAÇÃO DA RETA: Y = aX + b, calcular a conc. da amostra. A.A.M 29 NEM SEMPRE É POSSÍVEL FAZER A LEITURA DIRETA DA AMOSTRA, POIS: •A amostra pode conter mais de 1 cromóforo; •As condições da amostra podem não ser reprodutíveis nos padrões; •A amostra pode estar fora da faixa ótima de trabalho. A CURVA DIMINUI A POSSIBILIDADE DE ERROS E PERMITE O CÁLCULO DE OU a: ou a = coef. Ang. reta b (caminho ótico) A.A.M 30 O Método da Adição-padrão Um constituinte indesejável pode INTERFERIR devido às suas propriedades óticas, ou por sofrer interações com o cromóforo a ser analisado, ou com os reagentes usados na determinação. Técnicas para eliminar ou minimizar os efeitos dos interferentes: SEPARAÇÃO FÍSICA / CONVERSÃO QUÍMICA (do interferente numa espécie opticamente inerte) & ADIÇÃO- PADRÃO (É uma técnica INSTRUMENTAL rápida e simples que dispensa todos os procedimentos de eliminação de interferentes). DEFINIÇÃO: Consiste na adição de uma quantidade definida de padrão à amostra para leitura da Absorbância. A.A.M 31 METODOLOGIA: Medir a absorbância da amostra antes e após a adição do padrão, nas mesmas condições espectrofotométricas. O efeito dos interferentes é praticamente o mesmo nas soluções de amostra e de amostra + padrão. Vx (aliq. AM) Vt medir Abs 1 Vx (Aliq. AM) + Vp ( aliq. padrão) Vt medir Abs 2 Abs 2 Abs 1 A= .b.C A1 = b(Cx Vx / Vt) A2 = b(Cx Vx + CpVp/ Vt) Conc. após a dil. Conc. da sol. A.A.M 32 Pode-se calcular a Cx, fazendo-se uma única adição de padrão: A2 A1 = (.b.Cx / Vt + .b.CpVp/ Vt) .b.Cx / Vt Cx = CpVp (A2 – A1)Vx A.A.M 33 Pode-se também calcular a Cx através da Curva de Adição–padrão Utilizando-se o Gráfico A X Vp A2 = b(Cx Vx / Vt) + b.Cp . Vp Vt const. = coeficiente linear const. = coeficiente angular , b, Vx, Vt, Cp = constantes para qualquer Vp. Pode-se fazer o cálculo graficamente dividindo o coef. Linear pelo angular e achar o valor de Cx: b(Cx Vx / Vt) b.Cp = Cx Ou seja: Vt Cx = coef. Linear / coef. Angular A.A.M 34 OBJETIVO: Analisar dois ou mais cromóforos simultaneamente. Tais espectros apresentam regiões de superposição. O máx. escolhido deve corresponder apenas ao cromóforo de interesse. Apesar dos outros cromóforos não estarem na região de Absorbância Máxima escolhido, eles absorvem em alguma medida neste comprimento de onda. Para dois cromóforos: X e Y, no máx. de X há uma contribuição de Y; no máx. de Y há contribuição de X: Atotal = Ax + Ay Análise de Mistura de Cromóforos A.A.M 35 •Escolhe-se os máx. de cada um dos cromóforos (onde cada um deles tem maior sensibilidade) e calcula-se, pela Lei de Beer, a contribuição de cada um deles para a Abs. Total: Atotal(em x) = x,x.b.Cx + y,x.b.Cy Atotal(em y) = x,y.b.Cx + y,y.b.Cy •Sabendo-se as e b, as incógnitas das equações são Cx e Cy, e resolvendo-se o sistema de equações de primeiro grau, pode-se calcular ambas as concentrações. •As , em cada comprimento de onda, podem ser calculados através de padrões de cada cromóforo. A.A.M 36 A LEI DE BEER NEM SEMPRE É VÁLIDA!! ( A C A = . b . C NEM SEMPRE !) TIPOS DE DESVIOS: 1. POR LIMITAÇÃO DA LEI: Nem sempre a A é linearmente relacionada com o C: Interações do ANALITO com o solvente e demais solutos variam com o aumento da Conc. I.R.sol. () Conc. A = . b . C A = [( . ) (2 + 2)2 ] . b . C Correção em função do I.R Em geral, esta correção é DESPREZÍVEL para C < 0,01mol/L. Para: , + & , - Desvios da Lei de Lambert-Beer A.A.M 37 2. DESVIOS QUÍMICOS: Ocorrem devido a reações não- completas (Kc ). Se Kc favorece o cromóforo nas conc. analíticas + altas, é + Se Kc favorece o cromóforo nas conc. analíticas + baixas, é – 3. CAUSADOS PELA INSTRUMENTAÇÃO: Lembrar que: “A Lei de Beer é aplicável a luz MONOCROMÁTICA”. 3.1. FILTROS: Os filtros acabam apresentando uma mistura de que absorvem menos que o máx. Daí a é tanto MAIOR, quanto mais fora do máx. fizermos a leitura (pois a não será máx.). - 3.2. LUZ ESPALHADA INTERNAMENTE NO APARELHO POR QUALQUER SUPERFÍCIE REFLETORA: - 3.3. CUBETAS SUJAS E NÃO UNIFORMES. A.A.M 38 SOLUÇÃO: Diluir a amostra, para que a análise ocorra na faixa LINEAR da curva (desde que e a sensibilidade do aparelho permitam). FAIXA NORMAL (de trabalho em espectrofotometria): 10-2 a 10-7 mol/L OBS: Deve-se conhecer a faixa de conc. onde ocorre um DESVIO SIGNIFICATIVO da Lei, daí nunca EXTRAPOLAR resultados de uma curva para calcular a conc. da amostra cuja Absorbância caiu fora dos limites dos valores dos padrões.
Compartilhar