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Análise Instrumental MÉTODOS ELETROANALÍTICOS Interfaciais Não interfaciais CONDUTOMETRIA TITULAÇÃO CONDUTOMÉTRICA VOLTAMETRIA AMPEROMETRIA ELETROGRAVIMETRIA POTENCIOMETRIA TITULAÇÃO POTENCIOMÉTRICA ESTÁTICOS DINÂMICOS E CONTROLADO I CONSTANTE TITULAÇÃO COULOMÉTRICA ELETROGRAVIMETRIA COULOMETRIA 3 Experimentos são conduzidos em condições de fora do equilíbrio, i ≠ 0, Diferença fundamental: VOLTAMÉTRICOS: eletrodos de pequena área, composição da solução não é alterada ELETROGRAVIMETRIA: Produto de eletrólise é pesado após eletrodeposição quantitativa em um dos eletrodos. Ex.: Cu2+ + 2e- Cuoeletrodepositado COULOMÉTRICOS: eletrodos de grande área, conversão completa do analito para um novo estado de oxidação. COULOMETRIA A POTENCIAL CONTROLADO E COULOMETRIA A CORRENTE CONSTANTE: Quantidade de eletricidade necessária para completar a eletrólise (carga) serve como medida da quantidade de analito presente. Eletrogravimetria e Coulometria: princípios 4 CÉLULA ELETROLÍTICA: Diferença de potencial produz uma reação química Cu2+ + 2e- ⇄ Cuo (Cátodo) H2O ⇄ ½O2(g) + 2 H+ + 2e- (Ânodo) H2O + Cu 2+ ⇄ Cuo(s) + ½O2(g) + 2 H+ (Reação global) Eletrogravimetria e Coulometria: princípios Potencial célula = -0,94 V 5 CÉLULA GALVÂNICA: Sentido espontâneo Lembrando que: DGo = -nFEocélula, teremos: Eocélula > 0 DG o < 0 espontâneo no sentido considerado (célula galvânica) Eocélula – força motriz que “impulsiona” a reação. CÉLULA ELETROLÍTICA: Sentido não espontâneo. Eocélula < 0 DG o > 0 não espontâneo no sentido considerado (célula eletrolítica) O preço pago? Aplicação de um potencial externo – força motriz que “impulsiona” a reação. QUESTÕES: Como a corrente fluindo pela célula eletroquímica se relaciona com a quantidade do analito? Quais as dependências potencial-corrente envolvidas em uma célula eletrolítica? Eletrogravimetria e Coulometria: princípios 6 Se uma corrente cte I flui por um tempo t, a carga (q) será: q (C) = I (A) t (s) q de um elétron: 1,602 x 10-19 C Para um mol de elétrons: 6,02 x 1023 x 1,602 x 10-19 = 96.485 C mol-1 Carga para um mol de elétrons: Constante de faraday no mols de elétrons transferidos: no mols e- = (I.t)/F Espécie com n elétrons: Número de mols que reagiram: no mols reagiram = (I.t)/(n.F) Como: n = (m/M.M) m M.M Fn q 1ª Lei de Faraday Rege as técnicas coulométricas a corrente constante Eletrogravimetria e Coulometria: princípios Exemplo: Se uma corrente de 0,17 A fluir por 16 minutos através da célula eletrolítica, quantos gramas de PbO2 serão depositados? Eletrólise do Pb2+ em solução ácida 8 Relações potencial-corrente em uma célula eletrolítica: Cu2+ + 2e- ⇄ Cuo (Cátodo) H2O ⇄ ½O2(g) + 2 H+ + 2e- (Ânodo) H2O + Cu 2+ ⇄ Cuo(s) + ½O2(g) + 2 H+ (Reação global) ][HP 1 log 2 0,059 E ][Cu 1 log 2 0,059 EE 2 1 2 22 o2 O O,HO/H o 2/CuCu o Em condições de i 0 o potencial necessário para iniciar a eletrólise é dado por: E = E(cátodo) – E(ânodo) Condições experimentais arbitrárias: [Cu2+] = 0,2 mol L-1, [H+] = 1,0 mol L-1 e PO2 = 1,0 bar: E = -0,911 V. Em condições reais (fluxo de corrente), este potencial não é suficiente para promover a reação: SOBREPOTENCIAL Eletrogravimetria e Coulometria: princípios 9 SOBREPOTENCIAL (h): Potencial adicional em relação ao potencial termodinâmico para superar efeitos de resistência elétrica e cinéticos (energia de ativação). h = E - Etermodinâmico Quanto mais rápido desejamos que a reação ocorra (maior I) maior será o sobrepotencial a ser aplicado. Ex.: Deposição de Cu2+, I = 10 A m-2 h = 0,48 V I = 10.000 A m-2 h = 1,25 V Eletrogravimetria e Coulometria: princípios 10 Sobrepotencial Perfil esquemático da energia de uma reação química. Perfil esquemático da transferência de elétrons de um metal para H3O +. a) Sem aplicação de potencial. b) Após um potencial ser aplicado ao eletrodo. 11 SOBREPOTENCIAL TRANSFERÊNCIA DE CARGA: Surge quando a velocidade da reação redox não é suficiente para fornecer a corrente desejada. Potencial para manter uma taxa particular de transferência de elétrons. Eap = E(cátodo) – E(ânodo) – IR - h - sobrepotencial: fatores que dificultam o processo de eletrólise; - potencial efetivo para a realização de uma eletrólise excede o necessário termodinamicamente. SOBREPOTENCIAL DE QUEDA OHMICA: Potencial necessário para superar a resistência elétrica da solução: Eohmico = IRsol SOBREPOTENCIAL DE CONCENTRAÇÃO: velocidade de transporte da espécie eletroativa até a superfície do eletrodo não é alta o suficiente para manter a corrente desejada. ][Cu 1 log 2 0,059 3390E 2cátodo , Se a redução ocorrer muito rapidamente: [Cu2+]solução ≠ [Cu 2+]interface h de concentração Eletrogravimetria e Coulometria: princípios 12 Deposição eletrolítica sobre um eletrodo e pesagem desse elemento. Eletrogravimetria Essencialmente 2 eletrodos com uma fonte de energia elétrica externa: O catodo (deposição do metal) ligado ao terminal positivo da fonte. Eaplicado aos eletrodos da célula deve superar o Edecomposição do eletrólito, bem como a resistência elétrica da solução. Á medida que a eletrólise avança, a concentração do cátion que se deposita diminui e Ecatodo muda. O cátion de potencial de deposição mais alto se deposita sem contaminação pelo íon de potencial de deposição mais baixo. Exemplo: Ag+ facilmente separada de Cu2+: E0 prata= +0,779V e E0 cobre= +0,337V. Quando a diferença entre os E0 é pequena, a separação é mais difícil. Alternativa: diminuir a concentração de um dos íons por complexação. Eletrodos de referência Em aplicações eletroanalíticas, é desejável que um dos eletrodos tenha potencial conhecido, constante e completamente insensível à composição da solução em estudo Eletrodo de referência Eletrodo de referência ideal: i) Reversível e obedece a eq. de Nernst; ii) Exibe potencial constante com o tempo; iii) Retorna ao seu potencial original após submetido a pequenas correntes; Eletrodo Padrão de Hidrogênio 2H+ + 2e- H2 Eo = 0,00 V E = E0 – 0,0592 n log aH+ aH2 aH2 = 1 E = E0 – 0,0592 n log aH+ 1 Eletrodo de prata/cloreto de prata AgAgCl(sat.), KCl (x mol.L-1) Eletrodo de prata imerso em uma solução de KCl saturada com AgCl AgCl(s) + e - → Ag(s) + Cl - Podem ser utilizados em T > 60oC, ao contrário do ECS Quando [Cl-] = 1 mol L-1 o potencial do eletrodo é de +0,222V E quando é saturado com KCl o potencial é de +0,197V E = E0 – 0,0592 log Kps aCl- Eletrodo de calomelano (ESC ou SCE) Eletrodo formado por mercúrio em contato com solução saturada de Hg2Cl2 (calomelano) e que contém uma quantidade conhecida de KCl HgHg2Cl2 (sat), KCl (x mol.L -1) Hg2Cl2 (s) + 2e - 2Hg (l) + 2Cl - Potencial depende de conc. [Cl-] Quando [Cl-] = 1molL-1 o potencial do eletrodo é de +0,268V E quando é saturado com KCl o potencial é de +0,241V E = E0 – 0,0592 2 log Kps aCl- O analito é quantitativamente depositado sobre um eletrodo por meio de eletrólise. O eletrodo é pesado antes e depois do processo de deposição. O aumento na massa do eletrodo nos diz a quantidade de analito depositada. Testes para verificar se a deposição foi completa: -desaparecimento da cor. -Deposição do analito em região recém-exposta ao analito. -Teste qualitativo da presença do analito em solução. 19 a) Análise gravimétrica b) Gaze de Pt do eletrodo externo. c) Eletrodo in terno opcional de gaze de Pt projetado para ser girado por um motor no lugar do agitador magnético. Eletrogravimetria22 Variações do E(catodo) com o tempo quando a eletrólise é conduzida em uma pilha de dois eletrodos com um potencial constante entre os eletrodos. Circuito usado para eletrólise com potencial controlado com uma pilha de três eletrodos. Eletrogravimetria 23 Coulometria - Não são os métodos mais seletivos ou rápidos; - Dentre os métodos mais precisos e exatos; -Não requerem calibração contra padrões. Pois a grandeza medida (carga) está diretamente relacionada a massa do analito***. ***Necessário uma configuração que experimental que garanta que a carga consumida durante as eletrólises seja unicamente devido a transição redox do analito. Princípios de eletrólise. Lei de Faraday. 25 Eletrólises com o potencial do eletrodo mantido “constante”. Eletrodo de trabalho: reação de interesse Eletrodo auxiliar: fecha o circuito elétrico, permitindo o fluxo de corrente. Para um sistema de 3 eletrodos: ELETRODO DE REFERÊNCIA: possui potencial constante, (potencial do eletrodo de trabalho medido em relação ao eletrodo de referência). Eletrodo de referência: não polarizável, ou seja, não sofre variações de potencial a menos que uma corrente significativa flua. Em um sistema de três eletrodos: - A corrente flui entre eletrodo de trabalho e auxiliar; - A corrente que flui através do eletrodo de referência é negligenciável; - Imune a sobrepotencial de queda ohmica, concentração e transferência de carga. Potencial do eletrodo de referência: REALMENTE CONSTANTE Potenciostato. 26 Variações de corrente em eletrólises a potencial controlado: kt ot eII Onde: It = corrente no instante t; Io = corrente inicial, K constante: - DIRETAMENTE PROPORCIONAL A: Área do eletrodo, Transporte de massa da espécie eletroativa. - INVERSAMENTE PROPORCIONAL ao volume de solução; Diminuir o tempo de eletrólise: Eletrodo de elevada área Agitação da solução Célula de pequeno volume 27 Coulometria: princípios t 0 t dt Iq tempo Integração da curva I-t Integradores eletrônicos: fornece diretamente o valor de q 28 Coulometria Potenciostática Potencial mantido em um nível constante que faz com que o analito reaja quantitativamente com a corrente gerada sem a interferência de outros componentes da amostra; Não requer calibração; Não depende de medidas de massa; Potencial aplicado: seletividade; Configuração experimental: eletrólises em tempos relativamente curtos; O ponto final: i próxima a 0. (Em geral a eletrólise é quantitativa quando a corrente atinge 0,1 % de seu valor inicial); Instrumentação: célula de eletrólise, integrador eletrônico e um potenciostato. 29 Coulometria Potenciostática Para uma Eficiência de corrente = 100 %: REMOÇÃO DE OXIGÊNIO: N2 ou Ar O2 + 2H + + 2e- H2O2 E1/2 ≈ -0,5 V vs. ECS O2 + 4H + + 4e- 2H2O E1/2 ≈ -1,0 V vs. ECS PRÉ-ELETRÓLISE (Antes da adição do analito): solução eletrolisada com potencial superior ao utilizado na determinação coulométrica. Realizada até a corrente atingir valores próximos a zero. Remoção de impurezas eletroativas do solvente ou do eletrólito de suporte. ELETRODO DE TRABALHO: Certos materiais apresentam elevado valor de h para certas reações: Ex.: Pt – baixo sobrepotencial para a redução de H+ Hg – 1 V sobrepotencial para a redução de H+. Pode ser empregado para a análise coulométrica de íons metálicos. Ex.: Cu2+, Cd2+, Ni2+, Co2+,etc 30 Coulometria Potenciostática Elemento Eletrólito de suporte E1/2 Ecátodo Cu Tartarato ácido de sódio 0,5 M, pH 4,5 -0,09 -0,16 Pb Tartarato ácido de sódio 0,5 M, pH 4,5 -0,48 -0,56 Cd NH4Cl 1M + NH3aq 1 M -0,81 -0,85 Zn Piridina 1M + HCl pH 7 -0,78 -0,95 Ni Piridina 1M + HCl pH 7 -1,06 -1,20 Potenciais para deposição de alguns metais sobre mercúrio. E / V vs. ECS Vogel, Análise Química Quantitativa, 5ª ed, LTC, p. 432 Principais aplicações analíticas: quantificação de íons metálicos Ex.: Separação entre Ni e Co Pode também ser empregado para a determinação e eletrossíntese de compostos orgânicos. Ex.: Cl3COOH + H + + 2e- ⇄ Cl2HCOOH + Cl - 31 Os potenciais das espécies a serem analisadas devem ser conhecidos previamente: polarografia / voltametria. - conhecimento prévio sobre a composição da amostra. 32 Coulometria Amperostática Conhecida como TITULAÇÃO COULOMÉTRICA Os elétrons gerados (corrente constante) atuam como titulante ou geram uma espécie química que reage quantitativamente com o analito. Dispensa padronização: e- gerado in situ. Requer um meio para a detecção do ponto de equivalência: Detectores visuais, medidas potenciométricas, amperométricas, condutométricas podem ser empregadas para a detecção do ponto de equivalência. Instrumentação: célula eletroquímica de configuração variada, fonte para a geração de corrente constante, coulômetro ou um medidor de tempo, “interruptor” capaz de acionar simultaneamente a aplicação de corrente e o medidor de tempo ou coulômetro. 34 Titulações coulométricas: Karl Fischer Teoria sobre Karl Fischer Introdução - Um dos métodos mais utilizados, além de pH, pesagem e titulação ácido-base, -Específico para determinação do teor de água. -A água livre e de ligação pode ser determinada: Ex, água na superfície de cristais ou água contida dentro deles. -Sensível desde concentrações baixas (ppm, através da técnica coulométrica) até 100% (através da técnica volumétrica) e provém resultados corretos e reprodutíveis. A reação Karl Fischer e os reagentes -No desenvolvimento do método, Karl Fischer utilizou a conhecida reação de Bünsen, (determinação de dióxido de enxofre em soluções aquosas): Pode ser usada para a determinação de água se o dióxido de enxofre estiver presente em excesso e os ácidos produzidos forem neutralizados por uma base... I2 + SO2 + H2O 2 HI + SO3 35 Titulações coulométricas: Karl Fischer -A escolha da piridina, a base usada por Karl Fischer, foi completamente aleatória -Isso levou à estabilização da reação de KF clássica, uma solução de I2 e SO2 numa mistura de piridina e metanol. -Devido à toxidade da piridina, esta base tem sido substituída pelo Imidazol (C3H4N2): 36 Titulações coulométricas: Karl Fischer -Os ingredientes básicos de um reagente Karl Fischer são: -Iodo (iodeto no caso de solução coulométrica) -Dióxido de Enxofre (SO2) -Base Tamponante (Imidazol) -Solvente Alcoólico (Metanol, outros álcoois também podem ser usados: 2-metóxi- etanol, 2-cloro-etanol, 1-decanol) A importância do pH na reação KF A faixa mais favorável se situa entre pH 5,0 e 7,5. - Em meio mais ácido, a reação se torna lenta e o ponto final poderá não ser atingido. -Se o meio estiver alcalino, reações paralelas poderão ocorrer e a reação não será estequiométrica. 37 Titulações coulométricas: Karl Fischer A geração do Iodo no meio reacional na técnica Coulométrica -Os reagentes KF coulométricos: I- oxidado a I2 -A corrente (mA) que circula através do eletrodo gerador é responsável por “gerar” este Iodo. A detecção do ponto final -Ligeiro excesso de I2 detectado pelo eletrodo indicador de fio duplo de Pt (assim como no KF volumétrico). -Lei de Faraday: Conhecendo-se o valor da corrente aplicada ao eletrodo gerador, o tempo e a estequiometria calcula-se a quantidade de água reagida com o iodo gerado. 38 Titulações coulométricas: aplicações Detector (5-10 mA) Septo Ânodo gerador de I2 39 Titulações coulométricas: Coulômetro KF Metrohm Referências Skoog, D.A.; Holler, F.J.; Newman, T.A. Princípios de Análise Instrumental, 5aEdição, Bookman, Porto Alegre, 2002. Harris,D.C., Análise Química Quantitativa, 5ª Edição, Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos Editora S. A., 2001.
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