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A CORRENTE ESTRUTURALISTA A contribuição de Saussure 1-Linguagem, Língua e Fala Se você hoje está lendo isto que aqui está escrito, é graças ao fato de você ter, juntamente com milhões de outros usuários da língua, um acervo comum, que faz com que você me entenda e nós nos entendamos uns aos outros. Este acervo lingüístico depositado na mente de cada um de nós chama-se língua, mais especificamente: língua portuguesa. Assim, entendemos que a língua é uma das formas de linguagem, é a linguagem articulada. Há outras formas de linguagem: a música, as cores, os símbolos, os sinais, os desenhos, a pintura, a escultura, entre outros. .A própria natureza é uma linguagem, pois nos diz muita coisa, como, por exemplo, o fato de uma nuvem escura ser um indício de chuva, etc. Este sistema virtual, comum a todos os usuários é, portanto, a língua, que se concretiza nos atos de fala. Ao falarmos ou escrevermos, estamos concretizando nosso sistema virtual que é nossa língua. 1.2-A língua é um conjunto de signos A língua é composta por signos que são as palavras, que, por sua vez, são compostas de sons na linguagem oral e de letras que representam estes sons na linguagem escrita. Estas palavras significam coisas, pensamentos e conceitos. A língua é, portanto, um sistema de signos formados pela união do significado com o significante. O significado remete ao conceito de algo do mundo e o significante à imagem acústica deste mesmo conceito. significante- imagem acústica: / violão/ significado: conceito de violão Objeto do mundo real: Se não houver coincidência entre o significado e o significante não há sentido, ou seja, não se constitui um signo para os falantes daquele determinado idioma. O signo é arbitrário, porque não há uma relação intrínseca entre a coisa e sua denominação, ou seja, escolhemos aleatoriamente, os nomes para denominar os objetos do mundo real. O signo é também convencional, pois uma vez que escolhemos determinado nome, não podemos alterá-lo, ao nosso bel prazer, sob pena de não sermos entendidos. O SIGNO (A PALAVRA) NOS REMETE A UM CONCEITO DE ALGO QUE EXISTE NA REALIDADE : O OBJETO CARRO OU O CONCEITO DE CARRO. 1.3- AS DICOTOMIAS SAUSSUREANAS Foi Saussure, o pai da linguística moderna, o primeiro teórico a desenvolver e sistematizar os fenômenos da língua. Ele concebeu a língua como um sistema de oposições e como uma estrutura, em que as dicotomias exercem valor preponderante: Língua (conjunto de hábitos lingüísticos, é social e abstrata) e fala(fenômeno individual, é concreta e heterogênea); Sincronia (estudo da língua em um determinado momento do tempo) e diacronia (estudo da língua no decorrer do tempo); relações sintagmáticas(in praesentia, relações de co-ocorrência no sintagma) e paradigmáticas(in absentia , relações de oposição no paradigma) Estas dicotomias são conceitos importantes que vieram sistematizar os fenômenos lingüísticos. Mas, sem dúvida, o conceito mais importante da teoria saussureana é a teoria do signo. A língua é um sistema de signos formados pela união do significado com o significante. O significado remete ao conceito de algo do mundo e o significante à imagem acústica deste mesmo conceito. Se não houver coincidência entre o significado e o significante não há sentido, ou seja, não se constitui um signo para os falantes daquele determinado idioma. O signo é arbitrário, porque não há uma relação intrínseca entre a coisa e sua denominação e convencional, uma vez que não podemos alterar, ao nosso bel prazer uma palavra sob pena de não sermos entendidos. A estas valiosas contribuições, outras se sucederam , contribuindo para a visão que temos hoje de língua como um processo complexo, determinado pelas circunstâncias sócio-históricas e culturais. Estas circunstâncias, aludidas acima, levaram os lingüistas que sucederam Saussure, a verificar como a língua, fenômeno sociocultural por excelência, se concretizava nas relações humanas. Coseriu foi um dos que, logo após Saussure, percebeu que à dicotomia Língua e Fala, deveria se acrescentar um conceito intermediário, denominado Norma, que é o modelo lingüístico adotado por uma comunidade: é o costume, a tradição de um determinado grupo social ou regional. Atualmente denominamos a norma de dialeto, quando há diferenciação regional e socioleto, quando há diferenciação social . Quando nós entendemos que na língua existe a diversidade e que, dependendo da situação, uma variante do português pode ser adequada, nós temos que repensar nossa postura enquanto futuros professores da língua portuguesa. PARA SABER MAIS: SAUSSURE. F. Curso de lingüística geral. Lisboa: Universidade Moderna. 1971 �PAGE � �PAGE �3�