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Direito Processual Civil II

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DIREITO PROCESSUAL CIVIL II 
Graduação em Direito - 6º período 
1º semestre / 2018 
 
Prof. Francisco Dourado 
 
franciscodourado@gmail.com 
 
• Conteúdo programático (resumo): 
 
o Recursos Cíveis 
 
o Liquidação de sentença; Cumprimento de 
Sentença; Execução de Título Extrajudicial 
I. NOÇÕES ELEMENTARES DE 
TÉCNICA PROCESSUAL 
EPISTEMOLOGIA QUADRIPARTITE 
 
 TÉCNICA TEORIA 
 
 CIÊNCIA CRÍTICA 
 
• Técnica: Conjunto de procedimentos numa 
relação meio-fim, visando resultados úteis. 
Proceder ordenado. 
 
• Ciência: É a racionalização da técnica. 
Atividade produtora de esclarecimentos do 
conhecimento ou conjunto de conhecimentos 
esclarecidos e fundamentados. Atividade 
esclarecedora. Saber ordenado. 
 
• Teoria: Conhecimento formalizado suscetível à 
crítica. Preocupação com o esgotamento pela via 
da testabilidade, provisoriedade, falseabilidade, 
refutabilidade da validade proposicional dos 
argumentos das teorias concorrentes. 
 
• Crítica: Atividade intelectiva testificadora. É o 
apontamento de aporias (vazios enunciativos) no 
discurso do conhecimento. 
 
São pilares estruturais que devem ser refletidos 
juridicamente em escala progressiva com 
influências recíprocas (cargas e retrocargas), que se 
torna possível teorizar, praticar, pensar, repensar, 
testificar, falsear, sistematizar, semantizar, 
ressemantizar, ordenar e esclarecer o direito, na 
dinâmica da complexidade das interações humanas. 
 
TÉCNICA – CIÊNCIA – TEORIA – CRÍTICA 
II. FUNDAMENTOS CONSTITUCIONAIS 
DOS RECURSOS 
• Noções gerais: 
 
Recurso: Ideia de retomada de um caminho já 
percorrido (do latim re currere). 
 
 
• Impugnação das decisões judiciais: 
 
1. Possibilidade de erro na decisão; 
 
2. Reação natural da própria personalidade 
humana diante de uma decisão que lhe é 
desfavorável. Inconformismo. 
 
• RECURSO: Criado e assegurado por norma 
fundamental no direito brasileiro (art. 5º, LV, 
da CB/88). 
 
• MEIOS RECURSAIS: Encontram-se estampados 
na lei infraconstitucional, por diversas 
denominações, conforme se pode notar no 
art. 994 do CPC. 
O meio recursal pressupõe a instrumentação 
adequada para concretizar o instituto do recurso 
in abstrato. 
 
O direito à recorribilidade é exercido pela via 
instrumental das petições que se definem como 
meio eficiente da explicitação dos recursos. 
• Conceito: 
 
O recurso é a forma legal de impugnação dos 
provimentos (decisões) jurisdicionais e 
administrativos elencados pela lei como 
suscetíveis de revisibilidade em outra instância 
diversa daquela em que foram exarados. 
• Visão neoinstitucionalista: 
 
O recurso não tem mais aquele “sentido químico de 
remédio” lecionado por CARNELLUTTI, onde a 
legalidade do ato recursal se aferia por critérios 
personalíssimos de conveniência e justiça. 
 
Também não é ação autônoma nem prolongamento 
do direito de ação. 
• Visão neoinstitucionalista: 
 
O direito de ação tem raízes genéticas na 
plataforma constitucional (CB/88), sendo que o 
recurso é instituto de garantia revisional exercitável 
na estrutura procedimental, como forma de alongar 
ou ampliar o processo pela impugnação das 
decisões nele proferidas. 
• Recurso como espaço procedimental 
democrático: 
 
 
Participação dialógica das partes e pela 
regência do contraditório, isonomia e 
ampla defesa. 
 
 
 
 
• Recurso como possibilidade de exercício da 
crítica em face dos pronunciamentos 
decisórios do Estado: 
 
RECURSO = garantia constitucionalizada 
+ 
CRÍTICA = apontamento de falhas no discurso 
formalizado 
 
 
 
• Dialogicidade recursal: Preceito que 
estabelece a necessidade de o recurso ser 
discursivo, de maneira que a parte que sofrer 
algum gravame deverá, no ato de sua 
interposição, esclarecer os fundamentos 
fáticos e jurídicos de sua irresignação e 
apresentar o pedido de nova decisão. 
• Irrecorribilidade das interlocutórias: 
 
“Juizados Especiais e Justiça do Trabalho” 
 
Tendências de desprocessualização e 
desprocedimentalização. 
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DO PROCESSO 
 
 
• Contraditório 
 
• Isonomia 
 
• Ampla defesa 
 
• Reserva legal (princípio da legalidade) 
 
• Fundamentação das decisões 
 
• Direito ao advogado 
 
 
 
 
DEVIDO 
PROCESSO 
LEGAL 
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DOS RECURSOS: 
 
a) Devido processo legal: estrutura normativa 
que envolve uma série de direitos e garantias 
fundamentais previstos na Constituição que 
devem ser resguardadas aos destinatários 
dos atos jurisdicionais (o povo). 
 
b) Duplo grau de jurisdição: Consiste em 
oferecer ao povo a oportunidade de 
conhecimento e decisão de suas causas por, 
pelo menos, dois órgãos judicantes, 
hierárquicos, sucessivos e autônomos. 
 
Tendo em vista a isonomia institucionalizada pelo 
art. 5º, caput, e LV, da CB/88, manifesta-se 
inconstitucional a limitação taxativa do art. 1.015 
quanto ao Agravo de Instrumento. 
PRINCÍPIOS ORIENTADORES DOS RECURSOS 
 
a) Voluntariedade: A vontade do recorrente, 
inequivocamente manifestada, se torna elemento 
essencial para a admissibilidade e existência do 
recurso. Os recursos somente existem e podem 
provocar a atividade do Judiciário para a revisão de 
determinado pronunciamento por expressa 
manifestação das partes. 
b) Dialeticidade: Todo recurso deve ser discursivo, 
argumentativo, dialético. A mera insurgência 
contra a decisão não é suficiente, ou seja, não basta 
apenas manifestar vontade de recorrer. São as 
chamadas “razões recursais”. Deverá o recorrente 
demonstrar o porquê de estar recorrendo, 
alinhando as razões de fato e de direito pelas quais 
entende que a decisão está errada, bem como o 
pedido de nova decisão. 
c) Singularidade: Princípio também chamado de 
“unicidade” ou “unirrecorribilidade”. As decisões 
judiciais somente são impugnadas por meio de um 
único recurso. Para cada decisão não é permitida a 
interposição, ao mesmo tempo, de mais de um 
recurso. Por exemplo: 
 
 Sentença Apelação 
 Decisão interlocutória Agravo 
 
 Exceção ao princípio da singularidade: 
 
Interposição simultânea de Recurso Especial e 
Recurso Extraordinário contra ao mesmo 
acórdão, conforme previsto no art. 1.029 do 
CPC. 
TENDO O ACÓRDÃO DECIDIDO QUESTÃO FEDERAL E QUESTÃO 
CONSTITUCIONAL, CONTRA CADA CAPÍTULO DELE DEVE O 
RECORRENTE INTERPOR O RECURSO ESPECÍFICO PARA TAL FIM. 
d) Taxatividade: Os recursos encontram-se 
enumerados no art. 994 do CPC, da seguinte forma: 
Apelação; Agravo de Instrumento; Agravo Interno; 
Embargos de Declaração; Recurso Ordinário; 
Recurso Especial; Recurso Extraordinário, Agravo 
em Recurso Especial ou Extraordinário e Embargos 
de Divergência. 
 
Rol taxativo (numerus clausus) 
e) Dispositivo: O início do procedimento pela via da 
petição inicial reside na manifestação de vontade 
do autor. 
 
“Art. 141 O juiz decidirá o mérito nos limites propostos 
pelas partes, sendo-lhe vedado conhecer de questões não 
suscitadas a cujo respeito a lei exige iniciativa da parte.” 
 
O mesmo se pode pensar quanto aos recursos, 
sendo que o recorrente é quem irá fixará, com o 
seu recurso, o âmbito de conhecimento da matéria. 
 
f) A proibição da reformatio in pejus: A reforma 
para pior decorre da incidência natural do princípio 
dispositivo, fazendo com que exista a 
impossibilidade de o recurso prejudicar a situação 
do próprio recorrente. Logo, dá-se provimento ao 
recurso e a situação do recorrente é melhorada; ou 
nega-se provimento ao recurso e o recorrente 
encontrar-se-á em situaçãoidêntica àquela que se 
encontrava quando da prolação da decisão 
desfavorável. 
 
Possível piora da situação do recorrente (art. 1.013, § 3º) 
g) Inquisitório: Antagônico ao princípio dispositivo, 
mas acolhido por parte da doutrina como princípio 
recursal. Permite que o conhecimento de questões 
que não foram impugnadas pelas partes em seu 
recurso. Aplicável quanto às questões de ordem 
pública, bem como outras que comprometem a 
adequada prestação da tutela jurisdicional. 
 
Atenção para os arts. 337, §5º e 485, §3º, CPC. 
h) Fungibilidade: Consagra a possibilidade da parte 
interpor um recurso que não seja o adequado para 
aquela decisão de que se recorre. Apesar da 
ausência de disposição expressa no CPC/15, sua 
incidência é acolhida pela doutrina. Tem como 
pressupostos: 
 
1. Evitar o formalismo excessivo; 
2. Especial circunstância de um erro do sistema 
processual (dificuldade de identificação do recurso 
adequado para se impugnar determinada decisão) 
III. RECURSOS NO PROCESSO CIVIL 
• Pronunciamentos judiciais sujeitos a recurso 
SENTENÇA 
DECISÃO INTERLOCUTÓRIA 
ACÓRDÃO 
DECISÃO MONOCRÁTICA 
 
 
 
• Juízo de admissibilidade 
 
Reside na verificação da existência ou inexistência 
dos requisitos necessários para que o órgão 
competente possa legitimamente exercer sua 
atividade cognitiva, no tocante ao mérito do 
recurso. Deve o recorrente, portanto, cumprir todas 
as condições impostas pela lei processual. 
 
 
 
OBS.: O juízo de admissibilidade, tanto na apelação como 
no agravo de instrumento, cabe ao tribunal ad quem 
(art. 1.010, § 3º e art. 1.016 c/c art. 932, III). 
Exceção: REXT e RESP (art. 1.030) 
 
• Juízo de mérito 
 
Seu conteúdo consiste na matéria devolvida ao 
órgão competente com a interposição do recurso e 
que pode levar à anulação ou reforma da decisão 
impugnada. Visa a análise da decisão recorrida no 
que tange a error in procedendo (erro no 
procedimento) ou error in judicando (erro no 
julgamento do mérito da causa). 
 
 
• Requisitos de admissibilidade 
 
INTRÍNSECOS 
 
a) Cabimento (atos judiciais recorríveis) 
b) Legitimação (partes, MP, advogado e terceiro 
prejudicado) 
c) Interesse (necessidade + utilidade) 
d) Inexistência de fato impeditivo ou extintivo do 
poder de recorrer (renúncia ou aceitação da 
decisão – art. 1.000) 
 
EXTRÍNSECOS 
 
a) Recorribilidade da decisão (decisão recorrível) 
b) Adequação (há um recurso para cada decisão) 
c) Singularidade (unirrecorribilidade) 
d) Preparo (despesas processuais. OBS.: art. 1.007) 
e) Tempestividade (interposição no prazo legal) 
f) Regularidade formal (interposição na forma 
preconizada em lei) 
g) Motivação do recurso (razões recursais) 
 
 
• Efeitos dos recursos 
 
a) DEVOLUTIVO: Refere-se à transferência, ao 
órgão competente para o duplo exame, da 
matéria que constitui o objeto da impugnação 
recursal. 
b) SUSPENSIVO: Atinente ao impedimento da 
eficácia (produção de efeitos) da decisão 
recorrida. 
c) OBSTATIVO: Refere-se à obstacularização do 
trânsito em julgado. 
 
 
 
Tantum devolutum quanto appellatum 
 
Trata-se de máxima de origem romana, através da 
qual se compreende que somente se devolve ao 
conhecimento do Judiciário a matéria contra a qual 
se insurgiu o recorrente. 
 
E mais! A impugnação formulada pelo recorrente limita o 
âmbito da cognição do órgão ad quem. Tendo o recurso 
tratado apenas de parte da decisão impugnada, a outra, não 
atacada, restará alcançada pela preclusão ou mesmo pela 
coisa julgada – dependendo de sua natureza, se processual 
ou de mérito. 
• Outros efeitos: 
 
a) SUBSTITUTIVO: O julgamento proferido pelo 
tribunal substituirá a decisão impugnada no que 
tiver sido objeto de recurso. (art. 1.008) 
b) TRANSLATIVO: Decorre do “princípio 
inquisitório” (conhecimento de matérias ex 
officio pelo tribunal). 
c) EXPANSIVO: Supõe o “julgamento do processo” 
pelo Tribunal, e não apenas o reexame do 
“julgamento da causa” realizado na instância de 
origem. Vide art. 1.013, §§ 1º e 2º. 
 
 
 
III. RECURSOS EM ESPÉCIE 
APELAÇÃO 
 
• Base legal: art. 994, I, e 1.009 a 1.014, CPC. 
• Cabimento: Contra a sentença 
• Interposição: Mediante petição dirigida ao 
juízo a quo (aquele que prolatou a decisão). 
 
 
• Requisitos: Segundo o art. 1.010 do CPC, 
deverá a apelação conter: 
 
I - os nomes e a qualificação das partes; 
II - a exposição do fato e do direito; 
III - as razões do pedido de reforma ou de 
decretação de nulidade; 
IV - o pedido de nova decisão. 
 
• Efeito devolutivo: Art. 1.013, CPC. 
• Efeito suspensivo: Art. 1.012, CPC. 
 
o Exceções (art. 1.012, §1º) – produção imediata dos efeitos 
para a sentença que: 
 
I - homologa divisão ou demarcação de terras; 
II - condena a pagar alimentos; 
III - extingue sem resolução do mérito ou julga improcedentes os 
embargos do executado; 
IV - julga procedente o pedido de instituição de arbitragem; 
V - confirma, concede ou revoga tutela provisória; 
VI - decreta a interdição. 
 
 
(cont. Exceções ao efeito suspensivo...) 
 
o Autoriza o cumprimento provisório da sentença; 
o Possibilidade de atribuição de efeito suspensivo pelo 
tribunal ou relator: deve o recorrente demonstrar a 
probabilidade de provimento do recurso ou se, sendo 
relevante a fundamentação, houver risco de dano grave ou de 
difícil reparação (art. 1.012, §3º e 4º). 
 
• Contrarrazões: 15 (quinze) dias para o apelado. 
• Julgamento da causa madura: Art. 1.013, §3º, 
CPC. 
 
“Não basta, portanto, que a questão de mérito a decidir 
seja apenas de direito; é necessário que o processo esteja 
maduro para a solução do mérito da causa. Mesmo que 
não haja prova a ser produzida, não poderá o Tribunal 
enfrentá-lo no julgamento da apelação formulada contra 
a sentença terminativa, se uma das partes ainda não teve 
oportunidade processual adequada para debater a 
questão de mérito. Estar o processo em condições de 
imediato julgamento significa, em outras palavras, não 
apenas envolver o mérito da causa questão só de direito 
que se deve levar em conta, mas também a necessidade 
de cumprir o contraditório.” (Humberto Theodoro Jr.) 
• Juízo de retratação na apelação: Possibilidade 
na apelação interposta contra sentença que: 
 
1. Resolve o processo sem julgamento do mérito 
(art. 485, §7º); 
2. Indefere a petição inicial (art. 331); ou 
3. Julga liminarmente improcedente o pedido (art. 
332). 
RETRATAÇÃO DO JUIZ EM 5 (CINCO) DIAS, DEPOIS DE 
INTERPOSTO O RECURSO 
• Recurso adesivo: 
 
- Pressuposto: sucumbência recíproca e admissibilidade 
do recurso interposto pela parte contrária. 
- Art. 997, §1º: Sendo vencidos autor e réu, ao recurso 
interposto por qualquer deles poderá aderir o outro. 
- Subordinação ao recurso principal: §2º 
- Admissibilidade na apelação, no recurso extraordinário 
e no recurso especial. 
- Art. 1.010, §2º, CPC: intimação do apelante para 
apresentação de contrarrazões. 
 
AGRAVO DE INSTRUMENTO 
 
• Base legal: art. 994, II, e 1.015 a 1.020, CPC. 
• Cabimento: Contra algumas decisões 
interlocutórias (art. 1.015), ou seja, contra os 
pronunciamentos judiciais de natureza decisória que 
não se enquadrem no conceito de sentença (art. 203, 
§ 2º). 
• Interposição: Mediante petição dirigida ao juízo 
ad quem (instância hierarquicamente superior). 
 
 
• Requisitos: Segundo o art. 1.016 do CPC, deverá 
a apelação conter: 
 
I - os nomes das partes; 
II - a exposição do fato e do direito; 
III - as razões do pedido de reforma ou de 
decretação de nulidade e o próprio pedido; 
IV - o nome e o endereço completo dos advogadosconstantes do processo. 
 
• Documentos: 
 
a) OBRIGATÓRIOS = art. 1.017, inciso I. 
(cópia da petição inicial, da contestação, da petição que ensejou a 
decisão agravada, da própria decisão agravada, da certidão da 
respectiva intimação ou outro documento oficial que comprove a 
tempestividade e das procurações outorgadas aos advogados do 
agravante e do agravado) 
 
a) FACULTATIVOS = art. 1.017, inciso III. 
 
OBS.: art. 1.017, §3º (vício sanável ou complementação de documentos) 
art. 1.017, §5º (dispensa quando autos eletrônicos) 
 
• Juntada na 1ª instância: Se eletrônico, 
facultativo. Se autos físicos, obrigatório e no 
prazo de 3 (três) dias, sob pena de 
inadmissibilidade (art. 1.018). 
 
• Contraminuta: 15 (quinze) dias para o agravado, 
facultando-lhe a juntada da documentação 
necessária ao julgamento do recurso (art. 1.019, 
inciso II). 
• Efeito suspensivo ou antecipação da tutela 
recursal pelo relator: Somente em hipóteses 
excepcionais. 
 
 
Nota-se que os recursos não têm efeito suspensivo e os 
autos não saem do juízo da causa, não havendo 
prejuízo para o desenvolvimento normal do processo. 
Só, excepcionalmente, diante de situação de risco grave 
e de difícil reparação, permite-se ao relator atribuir-lhe 
eficácia suspensiva (art. 1.019, I). 
• Juízo de retratação no agravo de instrumento: 
 
Art. 1.018. O agravante poderá requerer a juntada, 
aos autos do processo, de cópia da petição do 
agravo de instrumento, do comprovante de sua 
interposição e da relação dos documentos que 
instruíram o recurso. 
 
§ 1o Se o juiz comunicar que reformou 
inteiramente a decisão, o relator considerará 
prejudicado o agravo de instrumento. 
 
• Sobre o extinto “agravo retido” e situação atual 
no CPC/15: 
 
Afora o rol de decisões passíveis de agravo de 
instrumento (art. 1.015), as demais “questões 
resolvidas na fase de conhecimento, se a decisão a seu 
respeito não comportar agravo de instrumento, não 
são cobertas pela preclusão e devem ser suscitadas 
em preliminar de apelação, eventualmente interposta 
contra a decisão final, ou nas contrarrazões”. (art. 
1.009, §1º). 
15 dias para o recorrente, caso suscitado nas contrarrazões (§2º) 
AGRAVO INTERNO 
 
• Base legal: art. 994, III, e 1.021, CPC. 
• Cabimento: Contra qualquer “decisão proferida 
pelo relator” (art. 1.021, caput). 
• Interposição: Mediante petição dirigida ao 
relator, por meio da qual o recorrente impugnará 
especificadamente os fundamentos da decisão 
agravada. 
• Prazo: 15 dias (art. 1.021 c/c art. 1.070) 
 
 
• Preservação do princípio da colegialidade: 
Garantia de revisão das decisões pelo órgão 
colegiado, de modo que as decisões singulares do 
relator, embora autorizadas, não suprimem a 
competência principal do tribunal. 
• Prazo para resposta do recorrido: 15 dias 
• Juízo de retratação do relator: Possível (art. 
1.021, §2º) 
• Remessa a julgamento pelo órgão colegiado: 
Caso não haja retratação. 
 
 
• Multa de 1% a 5% do valor atualizado da causa: 
Quando o agravo interno for declarado 
manifestamente inadmissível ou improcedente 
em votação unânime, em decisão fundamentada, 
pelo órgão colegiado (art. 1.021, §4º). 
 
• Fungibilidade: entre os embargos de declaração 
e o agravo interno (art. 1.024, § 3º). Nesta 
hipótese: intimação do recorrente para que, no 
prazo de 5 (cinco) dias, complemente as razões 
recursais, a fim de que adequá-las ao art. 1.021, § 
1º, ou seja, para que impugne especificadamente 
os argumentos da decisão recorrida. 
 
• Exemplos de decisões monocráticas que 
desafiam o agravo interno: 
 
a) decisão do relator que nega seguimento a recurso inadmissível, 
prejudicado ou que não tenha impugnado especificamente os 
fundamentos da decisão recorrida (art. 932, III); 
b) decisão do relator que nega provimento a recurso contrário a 
súmula do STF, do STJ ou do próprio tribunal (art. 932, IV, “a”); 
c) decisão do relator que dá provimento ao recurso se a decisão 
recorrida for contrária a súmula do Supremo Tribunal Federal, do 
Superior Tribunal de Justiça ou do próprio tribunal (art. 932, V, 
“a”). 
d) qualquer decisão, no âmbito do Supremo Tribunal Federal e 
Superior Tribunal de Justiça, proferida por Presidente do Tribunal, 
de Seção, de Turma, ou de Relator, que cause gravame à parte (Lei 
nº 8.038, de 28.05.1990, art. 39). 
 
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO 
 
• Base legal: art. 994, IV, e 1.022 a 1.026, CPC. 
• Cabimento: Contra qualquer decisão judicial 
• Interposição: Mediante petição dirigida 
diretamente ao juízo decisor, com indicação 
do erro, obscuridade, contradição ou omissão, 
e não se sujeitam a preparo. 
 
 
• Natureza jurídica: 
 
A rigor, não se trata de um recurso, pois não 
visa modificar o julgado e não será apreciado 
por órgão judicante hierarquicamente 
superior. Sem embargo, continua sendo 
mencionado no NCPC como recurso cabível 
contra qualquer decisão judicial, conforme 
dispõe o art. 1.022, do CPC. 
 
 
Art. 1.022. Cabem embargos de declaração contra 
qualquer decisão judicial para: 
 
I. esclarecer obscuridade ou eliminar contradição; 
II. suprir omissão de ponto ou questão sobre o qual 
devia se pronunciar o juiz de ofício ou a 
requerimento; 
III. corrigir erro material. 
 
Art. 1.022. (...) 
 
Parágrafo único. Considera-se omissa a decisão que: 
I - deixe de se manifestar sobre tese firmada em 
julgamento de casos repetitivos ou em incidente de 
assunção de competência aplicável ao caso sob 
julgamento; 
II - incorra em qualquer das condutas descritas no art. 
489, § 1o. 
 
OBS.: A omissão não recai apenas nas hipóteses acima. Logo, o texto 
legal foi mal escrito. O correto seria: “Considera-se TAMBÉM omissão 
a decisão que...” 
• Obscura é a decisão que não permite compreender 
claramente a fundamentação desenvolvida pelo julgado; 
 
• Contraditória é a decisão que contém pontos 
conflitantes em seus próprios fundamentos ou na parte 
dispositiva; 
 
• Omissa é a decisão que não contém decisão a respeito 
do ponto sobre o qual necessariamente deveria 
pronunciar-se. 
 
• Erro material é o equívoco imediatamente perceptível na 
decisão por erro de grafia, de dados do processo, de 
menção a folhas etc. 
 
• Preparo: Não há (art. 1.023, caput) 
 
• Prazo: 5 dias (art. 1.003, §5º, e 1.023, caput) 
 
• Efeito interruptivo: Após o julgamento dos 
declaratórios, portanto, recomeça-se a contagem 
por inteiro do prazo para interposição do outro 
recurso cabível na espécie contra a decisão 
embargada (art. 1.026, caput). 
• Efeito suspensivo: Não há, salvo se (1) 
demonstrada a probabilidade de provimento do 
recurso ou, (2) sendo relevante a fundamentação, 
se houver risco de dano grave ou de difícil 
reparação (art. 1.026, §1º). 
 
• Efeito modificativo (infringente): Caso seu 
eventual acolhimento implique a modificação da 
decisão embargada, o embargado será intimado 
para se manifestar no prazo de 5 dias (art. 1.023, 
§2º). 
 
 
• Recurso interposto antes dos embargos de 
declaração 
 
Art. 1.024 
(...) 
§ 4o Caso o acolhimento dos embargos de declaração implique 
modificação da decisão embargada, o embargado que já tiver 
interposto outro recurso contra a decisão originária tem o direito 
de complementar ou alterar suas razões, nos exatos limites da 
modificação, no prazo de 15 (quinze) dias, contado da intimação da 
decisão dos embargos de declaração. 
§ 5o Se os embargos de declaração forem rejeitados ou não 
alterarem a conclusão do julgamento anterior, o recurso interposto 
pela outra parte antes da publicação do julgamento dos embargos 
de declaração será processado e julgado independentementede 
ratificação 
 
• Prequestionamento: Afigura-se como requisito 
imprescindível para o conhecimento do Recurso 
Especial e Extraordinário. Busca-se abordar e discutir 
matéria de ordem federal ou constitucional. A 
matéria deve ser “ventilada” antes da decisão, não se 
admitindo inovação pela parte recorrente. 
 
Art. 1.025. Consideram-se incluídos no acórdão os 
elementos que o embargante suscitou, para fins de pré-
questionamento, ainda que os embargos de declaração 
sejam inadmitidos ou rejeitados, caso o tribunal superior 
considere existentes erro, omissão, contradição ou 
obscuridade. 
 
• Embargos protelatórios (art. 1.026, §2º a 4º): 
 
o Pagamento de multa não excedente a 2% sobre o valor 
atualizado da causa (§2º); 
 
o A reiteração dos embargos implicará em aumento de até 
10%, sendo que a interposição de qualquer recurso 
posterior ficará condicionada ao depósito prévio dessa 
multa, à exceção da Fazenda Pública e beneficiário da 
justiça gratuita, que recolherão ao final (§3º); 
 
o Inadmissão de novos embargos se os dois anteriores 
houverem sido considerados protelatórios (§4º). 
 
• Efeito interruptivo dos Embargos de 
Declaração nos Juizados Especiais: 
 
Art. 1.065. O art. 50 da Lei no 9.099, de 26 de 
setembro de 1995, passa a vigorar com a seguinte 
redação: (Vigência) 
“Art. 50. Os embargos de declaração 
interrompem o prazo para a interposição de 
recurso.” (NR) 
 
RECURSO ORDINÁRIO 
 
• Base legal: art. 994, V, e 1.027 e 1.028, CPC. 
• Cabimento: “Nos recursos ordinários, ao contrário do que 
se passa nos extraordinários e especiais, a devolução ao 
Tribunal ad quem é a mais ampla possível. Abrange tanto a 
matéria fática como a de direito, ensejando, por isso, uma 
completa revisão, em todos os níveis, do que se decidiu no 
Tribunal inferior. E a admissibilidade do recurso não se 
limita a situações específicas como as dos arts. 102, III, e 
105, III, da Constituição. Alcança todo e qualquer caso de 
sucumbência. Basta estar vencida a parte para poder 
interpor o recurso ordinário, como acontece em qualquer 
situação comum de dualidade de graus de jurisdição.” (HTJ) 
 
RECURSO ORDINÁRIO PARA O STF 
 
• Cabimento: Julgamento colegiado dos mandados 
de segurança, os habeas data e os mandados de 
injunção decididos em única instância pelos 
tribunais superiores (STJ, TST, STM e TSE), quando 
denegatória a decisão (art. 1.027, I, CPC e art. 
102, II, CF/88). 
 
OBS.: Denegatória é tanto aquela decisão que 
não admite a ação de segurança como a que a 
julga improcedente. 
 
 
• Requisitos de admissibilidade: São os comuns a 
qualquer recurso e não aqueles especiais exigidos 
para o recurso extraordinário. 
 
• Interposição: Perante o Tribunal Superior de 
origem. Após, intimação do recorrido, pelo 
presidente ou vice-presidente do tribunal, para 
contrarrazões em 15 dias (art. 1.028, §2º). Após, 
remessa dos autos ao respectivo Tribunal 
superior, independentemente do juízo de 
admissibilidade (art. 1.028, §3º). 
 
 
 
• “Poderes” do relator: Depois de distribuído o 
recurso, o relator poderá não conhecê-lo, negar 
ou dar-lhe provimento (art. 932, III, IV e V), em 
decisão monocrática, contra a qual caberá, 
agravo interno para o colegiado (art. 1.021). 
• Julgamento do mérito: Como o RO se assemelha 
à Apelação, o Código autoriza que o STF decida 
desde logo o mérito do recurso, nos termos do 
art. 1.013, §3º (art. 1.027, §2º). 
• Efeito suspensivo: Possível, nos termos do art. 
1.027,§2º c/c 1.029, §5º. 
 
 
 
 
RECURSO ORDINÁRIO PARA O STJ 
 
• Cabimento: Julgamento colegiado dos mandados 
de segurança decididos em única instância pelos 
tribunais regionais federais ou pelos tribunais de 
justiça dos Estados e do Distrito Federal e 
Territórios, quando denegatória a decisão, e os 
processos em que forem partes, de um lado, 
Estado estrangeiro ou organismo internacional e, 
de outro, Município ou pessoa residente ou 
domiciliada no País. (art. 1.027, II, “a” e “b”, CPC e 
art. 105, II, CF/88). 
 
 
 
 
• Requisitos de admissibilidade: Na hipótese do art. 
1.027, II, “a”, a doutrina costuma falar em “Recurso 
Ordinário em Mandado de Segurança”, visto que o 
recurso é manejável contra acórdão e não contra 
sentença (definição legal no art. 1.009). 
 
• Já com relação ao art. 1.027, II, “b”, são comuns os 
requisitos da apelação ou do agravo de instrumento (art. 
1.027, §1º c/c 1.015), eis que interponível contra decisão 
interlocutória ou sentença de primeiro grau. Aqui, o RO é 
a própria apelação (art. 1.028, caput, CPC) e interposto 
diretamente da primeira instância para o STJ, em lugar do 
TRF (art. 249, RISTJ). No mais, observar-se-á o Regimento 
Interno do STJ. 
 
 
 
• Interposição: Perante o Tribunal de origem, quando 
mandado de segurança. 
 
Após, intimação do recorrido, pelo presidente ou 
vice-presidente do tribunal, para contrarrazões em 
15 dias (art. 1.028, §2º). Com isto, cuida-se da 
remessa dos autos ao respectivo Tribunal superior, 
independentemente do juízo de admissibilidade (art. 
1.028, §3º). 
 
 
 
 
• Recurso adesivo: Considerando o conteúdo expresso 
do art. 997, II, do CPC, será cabível somente na 
hipótese do art. 1.027, II, “b” (processos em que 
forem partes, de um lado, Estado estrangeiro ou 
organismo internacional e, de outro, Município ou 
pessoa residente ou domiciliada no País), visto que 
aqui recai o regramento específico da Apelação (art. 
1.028, caput). 
 
• Efeito suspensivo: Possível, nos termos do art. 
1.027,§2º c/c 1.029, §5º. 
 
 
 
 
 
• Julgamento: Ao relator cabe o juízo sobre o 
cabimento do RO, bem como julgá-lo quanto ao 
mérito (art. 932, III, IV e V), em decisão 
monocrática, contra a qual desafiará agravo 
interno para o colegiado (art. 1.021, caput). 
 
Não ocorrendo nenhuma das hipóteses acima, o 
relator pedirá dia para o julgamento colegiado. 
Assim como no caso de RO para o STF, o Código 
autoriza que o STJ decida desde logo o mérito do 
recurso, nos termos do art. 1.013, §3º (art. 1.027, 
§2º). 
 
 
 
 
 
RECURSO EXTRAORDINÁRIO 
 
• Base legal: art. 102, III, CF/88 e 1.029 a 1.041, 
CPC. 
• Finalidade: manter a autoridade e a 
integridade da Constituição. 
• Cabimento: causas julgadas por outros órgãos 
judiciais, em única ou última instância, nas 
hipóteses do art. 102, III, “a” a “d”, CF/88. 
 
 
Hipóteses: 
 
a) contrariar dispositivo da Constituição; 
b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei 
federal; 
c) julgar válida lei ou ato de governo local 
contestado em face da Constituição. 
d) julgar válida lei local contestada em face de lei 
federal. 
 
• Pressupostos: 
 
a) O julgamento da causa, em última ou única 
instância; 
b) A existência de questão federal constitucional; 
c) A demonstração da repercussão geral das 
questões constitucionais discutidas no caso; 
d) A observância do prazo legal (15 dias); 
e) A existência do prequestionamento. 
• Sobre a repercussão geral: 
 
Art. 102. (...) 
§ 3º No recurso extraordinário o recorrente deverá 
demonstrar a repercussão geral das questões 
constitucionais discutidas no caso, nos termos da 
lei, a fim de que o Tribunal examine a admissão do 
recurso, somente podendo recusá-lo pela 
manifestação de dois terços de seus membros. 
 
OBS.: Regra de controle exclusiva para o RExt. 
o Conceito legal: será considerada a existência ou 
não de questões relevantes do ponto de vista 
econômico, político, social ou jurídico que 
ultrapassem os interesses subjetivos do processo 
(art. 1.035, §1º, CPC). 
o Outras hipóteses de previsão expressa: Haverárepercussão geral sempre que o recurso 
impugnar acórdão que: (I) contrarie súmula ou 
jurisprudência dominante do Supremo Tribunal 
Federal, ou (III) tenha reconhecido a 
inconstitucionalidade de tratado ou de lei federal, 
nos termos do art. 97 da Constituição Federal 
(art. 1.035, I e III, CPC). 
o Objetivo central: necessidade de controlar e 
reduzir o sempre crescente e intolerável volume 
de recursos para o STF. 
o Momento da alegação: em preliminar do recurso. 
o Participação de terceiros na análise da 
repercussão geral: É possível a sua admissão pelo 
relator, observando-se o regimento interno do 
STF (art. 1.035, §4º). 
o Ausência de repercussão geral: Não 
conhecimento do recurso. 
 
o Coexistência de numerosos processos sobre a 
mesma questão: Não é necessário para o 
conhecimento da matéria. 
o Apreciação exclusiva pelo STF: art. 1.035, §2º. A 
competência é do Pleno, por decisão de pelo 
menos oito de seus onze Ministros (art. 102, § 3º, 
da CF). 
o Exigência de fundamentação da decisão: art. 93, 
IX, CF/88. 
o Decisão: irrecorrível (art. 1.035, caput, CPC). 
 
o Acolhimento da repercussão geral: Sendo 
reconhecida a repercussão geral, o relator no 
Supremo Tribunal Federal determinará a 
suspensão do processamento de todos os 
processos pendentes, individuais ou coletivos, 
que versem sobre a questão e tramitem no 
território nacional (art. 1.035, §5º). 
o Rejeição da repercussão geral: Negada a 
repercussão geral, o presidente ou o vice-
presidente do tribunal de origem negará 
seguimento aos recursos extraordinários 
sobrestados na origem que versem sobre matéria 
idêntica (art. 1.035, §8º). 
 
o Prazo para julgamento: O recurso que tiver a 
repercussão geral reconhecida deverá ser julgado 
no prazo de 1 (um) ano e terá preferência sobre 
os demais feitos, ressalvados os que envolvam 
réu preso e os pedidos de habeas corpus (art. 
1.035, §9º). 
 
o Súmula da decisão: A súmula da decisão sobre a 
repercussão geral constará de ata, que será 
publicada no diário oficial e valerá como acórdão 
(art. 1.035, §11º). 
 
 
RECURSO ESPECIAL 
 
• Base legal: art. 105, III, CF/88 e 1.029 a 1.041, 
CPC. 
• Finalidade: manter a autoridade e a unidade 
da lei federal. 
• Cabimento: causas julgadas por outros órgãos 
judiciais, em única ou última instância, nas 
hipóteses do art. 105, III, “a” a “c”, CF/88. 
 
 
• Hipóteses: 
 
a) contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes 
vigência; 
b) julgar válido ato de governo local contestado 
em face de lei federal; 
c) der a lei federal interpretação divergente da 
que lhe haja atribuído outro tribunal. 
 
• Pressuposto: Existência de questão federal 
controvertida que demanda solução pelo STJ. 
 
OBS.: 
1. Não se suscitam nem se resolvem questões de 
fato (matéria própria da análise da prova) nem 
questões de direito local. 
2. Se a controvérsia gira, não em torno da 
ocorrência do fato, mas da atribuição dos efeitos 
jurídicos que lhe correspondem, a questão é de 
direito, e, portanto, pode ser debatida no Rest. 
• Juízo de cassação e juízo de reexame: Ao julgar o 
mérito do recurso, o STJ não se restringe ao juízo 
de cassação, pois pode ir até o rejulgamento da 
causa (juízo de reexame). 
• Controle de constitucionalidade: Decorre do 
natural controle de constitucionalidade difuso 
confiado, pela Constituição, a todo juiz ou 
tribunal. Deste modo, o STJ, no cumprimento do 
art. 1.034 do CPC, ao aplicar o direito 
infraconstitucional ao julgamento do processo, 
naturalmente ocorrerá uma operação mental de 
controle da constitucionalidade, implicitamente 
ou não. 
PROCEDIMENTO (RExt e REsp) 
 
Via de regra, o procedimento para ambos é o 
mesmo. Distinções quanto a: 
 
a) Exigência de repercussão geral (no RExt). 
 
b) Peculiaridades das causas repetitivas (no REsp). 
 
 
 
• Requisitos da petição recursal: 
 
a) a exposição do fato e do direito; 
b) a demonstração do cabimento do recurso 
interposto; 
c) demonstração da repercussão geral; 
d) as razões do pedido de reforma ou de 
invalidação da decisão recorrida. 
 
 
 
• Ainda sobre a petição recursal: 
 
Art. 1.029 (...) 
§1º Quando o recurso fundar-se em dissídio 
jurisprudencial, o recorrente fará a prova da 
divergência com a certidão, cópia ou citação do 
repositório de jurisprudência, oficial ou credenciado, 
inclusive em mídia eletrônica, em que houver sido 
publicado o acórdão divergente, ou ainda com a 
reprodução de julgado disponível na rede mundial de 
computadores, com indicação da respectiva fonte, 
devendo-se, em qualquer caso, mencionar as 
circunstâncias que identifiquem ou assemelhem os 
casos confrontados. 
• Interposição: Mediante petição dirigida ao 
presidente ou vice-presidente do tribunal 
recorrido. 
• Instrumentalidade das formas: Poderá o STF ou 
STJ desconsiderar vício formal de recurso 
tempestivo ou determinar sua correção, desde 
que não o repute grave (art. 1.029, §3º). 
• Contrarrazões: 15 dias. 
• Recurso adesivo: Possível (art. 997, II). 
 
• Efeito devolutivo: É a regra (art. 995). 
• Efeito suspensivo: Possível (art. 1.029, §5º). 
• Concomitância de recurso extraordinário e 
recurso especial: 
 
a) Peças distintas (art. 1.029, caput). 
b) Prazo comum a interposição de ambos os 
recursos. 
c) Remessa dos autos ao STJ para julgamento. 
d) Critério da prejudicialidade (art. 1.031, §§ 1º, 2º 
e 3º). 
• Fungibilidade entre o REsp e o RExt: 
 
Art. 1.032. Se o relator, no Superior Tribunal de Justiça, 
entender que o recurso especial versa sobre questão 
constitucional, deverá conceder prazo de 15 (quinze) dias 
para que o recorrente demonstre a existência de 
repercussão geral e se manifeste sobre a questão 
constitucional. 
 
Parágrafo único. Cumprida a diligência de que trata 
o caput, o relator remeterá o recurso ao Supremo 
Tribunal Federal, que, em juízo de admissibilidade, 
poderá devolvê-lo ao Superior Tribunal de Justiça. 
• Fungibilidade entre o RExt e o REsp: 
 
Art. 1.033. Se o Supremo Tribunal Federal 
considerar como reflexa a ofensa à Constituição 
afirmada no recurso extraordinário, por pressupor a 
revisão da interpretação de lei federal ou de 
tratado, remetê-lo-á ao Superior Tribunal de Justiça 
para julgamento como recurso especial. 
• Juízo de admissibilidade: Há aqui o duplo juízo 
de admissibilidade, a começar pelo tribunal de 
origem e, se positivo, irá remeter o feito ao STF 
ou STJ, desde que: 
 
a) o recurso ainda não tenha sido submetido ao 
regime de repercussão geral ou de julgamento 
de recursos repetitivos; 
b) o recurso tenha sido selecionado como 
representativo da controvérsia; ou 
c) o tribunal recorrido tenha refutado o juízo de 
retratação. (vide art. 1.030, V, “a” a “c”). 
 
• Juízo negativo de admissibilidade: O art. 1.030 
trata das hipóteses em que o presidente ou vice-
presidente do tribunal recorrido deverá negar 
seguimento ao RExt ou REsp. Neste caso, ocorrerá 
a não admissibilidade quando: 
 
a) o RExt versar sobre questão constitucional a que o STF já recusou o 
reconhecimento de repercussão geral (art. 1.030, I, “a”, primeira parte); 
b) o RExt tenha sido interposto contra acórdão “que esteja em 
conformidade com entendimento do Supremo Tribunal Federal exarado 
no regime de repercussão geral” (art. 1.030, I, “a”, segunda parte); 
c) o RExt ou REsp for interposto contra acórdão que esteja em 
conformidade com entendimento do Supremo Tribunal Federal ou do 
Superior Tribunal de Justiça, respectivamente, exarado no regime de 
julgamento de recursos repetitivos (art. 1.030, I, “b”). 
RECURSOS ESPECIAL E EXTRAORDINÁRIO 
REPETITIVOS 
 
• Consideraçõesiniciais: 
 
1) Jurisprudencialização do direito (art. 926 a 928); 
2) Combater o grande volume de recursos que se 
acumulam nos tribunais; 
3) Busca por “segurança jurídica” e “isonomia”. 
 
• Tendência do CPC/15: a uniformização da 
interpretação e aplicação da lei. 
 
a) arts. 1.036 a 1.041: técnica de julgamento dos 
recursos extraordinário e especial repetitivos. 
b) arts. 976 a 987: incidente de demandas 
repetitivas. 
c) art. 947: incidente de assunção de competência. 
Segundo Humberto Theodoro, os dois primeiros 
nascem da pluralidade de processos sobre 
questão igual, caracterizando-se imediatamente 
pelo objetivo de evitar decisão contraditória; já 
o último se justifica pela repercussão social que 
o julgamento haverá de ter sobre a relevante 
questão de direito em discussão no processo. 
• Pressuposto: Causas repetitivas ou seriadas 
suscitadas via RExt ou REsp, vale dizer, quando 
se verificar (i) multiplicidade de recursos, (ii) 
com fundamento em idêntica questão de 
direito, os quais deixam de seguir o 
procedimento comum dos arts. 1.029 a 1.035, 
para observar o dos arts. 1.036 a 1.041 do 
CPC/15. 
• Afetação para julgamento: é a escolha de recursos 
paradigmas, cuja solução vinculará todos os demais 
atinentes à mesma questão (art. 1.036, caput). 
 
• Escolha dos recursos representativos: Seleção de 2 
(dois) ou mais recursos representativos da 
controvérsia pelo presidente ou vice-presidente do TJ 
ou TRF, os quais serão encaminhados ao STF ou STJ 
para fins de afetação. Com isso, será determinada a 
suspensão do trâmite de todos os processos 
pendentes, individuais ou coletivos, que tramitem no 
Estado ou na região, conforme o caso (art. 1.036, 
§1º). 
 
• Exclusão do processo dos efeitos da decisão de 
sobrestamento: Requerimento a ser feito pelo 
interessado (recorrido), diretamente ao 
presidente ou vice-presidente, quando o recurso 
for intempestivo (art. 1.036, §2º). 
 
o Vista ao recorrente no prazo de 5 dias. 
o Decisão: (1) acolhimento, com a inadmissão do 
RExt ou REsp intempestivo; (ii) indeferimento, 
com o sobrestamento do recurso. 
• Seleção por tribunal superior: Também é possível, 
independentemente da iniciativa do presidente ou 
do vice-presidente do tribunal de origem (art. 1.036, 
§5º). 
 
• Critério de seleção do recurso como 
representativo de controvérsia constitucional ou 
infraconstitucional: Somente podem ser 
selecionados recursos admissíveis que contenham 
abrangente argumentação e discussão a respeito da 
questão a ser decidida (arts. 1.030, IV e 1.036, §6º). 
• Decisão de afetação: Constatada a hipótese de 
RExt ou REsp repetitivos, caberá ao relator do 
tribunal superior proferir decisão de afetação, na 
qual: 
 
I. identificará com precisão a questão a ser submetida a 
julgamento; 
II. determinará a suspensão do processamento de todos 
os processos pendentes, individuais ou coletivos, que 
versem sobre a questão; 
III. poderá requisitar aos presidentes ou aos vice-
presidentes dos tribunais de justiça ou dos tribunais 
regionais federais a remessa de um recurso 
representativo da controvérsia. (vide art. 1.037) 
 
• Não ocorrência da afetação: Revogação da decisão 
de suspensão referida no art. 1.036, §1º (art. 1.037, 
§1º). 
 
• Prazo para julgamento dos recursos afetados: 1 (um) 
ano, salvo se se tratar de réu preso (art. 1.037, §4º). 
 
• Intimação das partes: As partes são comunicadas da 
suspensão de seu processo a ser proferida pelo 
respectivo juiz ou relator, quando informados da 
decisão a que se refere o inciso II do art. 1.037. 
• Distinção (distinguishing) : Revela a ausência de 
identidade entre a questão afetada e a discutida no 
recurso especial ou extraordinário suspenso. Desta 
forma, caberá à parte demonstrar as particularidades 
de seu caso e em que medida ele se distingue 
(quanto às questões fáticas e jurídicas) da matéria 
objeto do recurso afetado. 
 
“Art. 1.037 
(...) 
§ 9o Demonstrando distinção entre a questão a ser 
decidida no processo e aquela a ser julgada no recurso 
especial ou extraordinário afetado, a parte poderá 
requerer o prosseguimento do seu processo”. 
o Requerimento da distinção: A petição será 
dirigida 
 
I - ao juiz, se o processo sobrestado estiver em primeiro grau; 
II - ao relator, se o processo sobrestado estiver no tribunal de 
origem; 
III - ao relator do acórdão recorrido, se for sobrestado recurso 
especial ou recurso extraordinário no tribunal de origem; 
IV - ao relator, no tribunal superior, de recurso especial ou de 
recurso extraordinário cujo processamento houver sido 
sobrestado. 
 
o Vista à parte contrária: 5 dias. 
o Reconhecida a distinção: art. 1.037, §12 (regular 
prosseguimento do processo). 
o Recurso cabível contra a decisão que resolver o 
requerimento da distinção: 
 
a) agravo de instrumento, se o processo estiver em 
primeiro grau (art. 1.037, §13, I). 
b) agravo interno, se a decisão for de relator (art. 
1.037, §13, II). 
 
• “Poderes” do relator: 
 
a) solicitar ou admitir manifestação de pessoas, órgãos 
ou entidades com interesse na controvérsia, 
considerando a relevância da matéria; 
b) fixar data para, em audiência pública, ouvir 
depoimentos de pessoas com experiência e 
conhecimento na matéria, com a finalidade de instruir 
o procedimento; 
c) requisitar informações aos tribunais inferiores a 
respeito da controvérsia e, cumprida a diligência, 
intimará o Ministério Público para manifestar-se. 
(vide art. 1.038) 
 
• Abrangência do acórdão: Mais amplo possível, 
abarcando todos os fundamentos da tese jurídica 
discutida (art. 1.038, § 3º). 
 
• Efeitos do acórdão nas causas repetitivas: 
a) Recursos sobrestados no STJ ou STF (art. 1.039, 
caput). 
b) Recursos sobrestados no tribunal de origem (art. 
1.040, I e II). 
c) Processos sobrestados em primeira instância ou 
no tribunal de origem (art. 1.040, III). 
AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL OU 
EXTRAORDINÁRIO 
 
• Base legal: art. 994, VIII, e 1.042, CPC. 
• Cabimento: Contra decisão do presidente ou do vice-
presidente do tribunal recorrido que inadmitir RExt 
ou REsp, salvo quando fundada na aplicação de 
entendimento firmado em regime de repercussão 
geral ou em julgamento de recursos repetitivos, pois 
aqui será o caso de agravo interno (art. 1.030, § 2º). 
 
 
• Interposição: Mediante petição dirigida ao 
presidente ou ao vice-presidente do tribunal de 
origem, não dependendo do pagamento de 
custas e despesas postais (1.042, §2º). 
 
• Regime de repercussão geral e de recursos 
repetitivos: aplica-se à peça recursal, inclusive 
quanto à possibilidade de sobrestamento e do 
juízo de retratação (1.042, §2º). 
 
• Resposta para contraminuta: 15 dias. 
 
• Juízo de retratação: Possível. Não havendo 
retratação, remessa dos autos ao tribunal 
superior competente (1.042, §4º). 
 
• Julgamento conjunto do agravo com o RExt ou 
REsp: Possível, sendo assegurada a sustentação 
oral (1.042, §5º). 
 
• Interposição conjunta de RExt e REsp: o 
agravante deverá interpor um agravo para cada 
recurso não admitido, com remessa ao STJ. 
Critério da prejudicialidade (1.042, §§6º a 8º). 
EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA 
 
• Base legal: art. 994, IX, e 1.043 a 1.044, CPC. 
 
• Cabimento: Sempre que houver divergência de 
entendimento entre turmas ou outros órgão 
fracionários do Supremo Tribunal Federal ou do 
Superior Tribunal de Justiça. 
OBS.: A divergência pode se instalar sobre a 
aplicação tanto do direito material como do 
direito processual (art. 1.043, §5º). 
 
• Hipóteses de cabimento: 
 
a) Acórdão que, em RExt ou em REsp, divergir do 
julgamento de qualquer outro órgão do mesmo 
tribunal, sendo os acórdãos, embargadoe 
paradigma, de mérito (art. 1.043, I). 
 
b) Acórdão que, em RExt ou em REsp, divergir do 
julgamento de qualquer outro órgão do mesmo 
tribunal, sendo um acórdão de mérito e outro 
que não tenha conhecido do recurso, embora 
tenha apreciado a controvérsia (art. 1.043, III). 
 
• Objetivo: Uniformizar a jurisprudência e, por via 
reflexa, reduzir a interposição de recursos. 
 
• Prazo de interposição e de contrarrazões: 15 
dias. 
 
• Interposição: Perante o relator do acórdão 
embargado, observando-se o regimento interno 
do respectivo tribunal. Deve o recorrente provar 
a divergência, na forma do art. 1.043, §4º. 
 
IV. PROCEDIMENTOS DOS RECURSOS NOS 
DOIS GRAUS DE JURISDIÇÃO 
V. PROCEDIMENTOS DOS RECURSOS PARA 
O SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA E 
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL 
• Procedimento: Em cada recurso estudado, foram 
apresentadas as nuances procedimentais de cada 
um deles, valendo lembrar que o Regimento 
Interno do respectivo Tribunal também 
regulamentam a sua tramitação. 
 
OBS.: Atenção para o art. 229, que trata do prazo 
em dobro para litisconsortes com procuradores 
distintos, salvo processo em autos eletrônicos. 
 
VI. A ORDEM DOS PROCESSOS NOS 
TRIBUNAIS E O JULGAMENTO DE 
INCIDENTES 
ORDEM DOS PROCESSOS NOS TRIBUNAIS 
 
• Protocolo: Registro no dia de sua entrada, 
cabendo à secretaria ordená-los, com 
imediata distribuição (art. 929). 
 
• Distribuição: Observância da alternatividade, 
do sorteio eletrônico e da publicidade (art. 
930, caput). 
• Prevenção: O primeiro recurso interposto 
torna prevento o relator para eventual recurso 
subsequente no mesmo processo ou em caso 
conexo (art. 930, parágrafo único). 
• Conclusão ao relator: Prazo de 30 dias para 
elaboração do voto e retorno à secretaria (art. 
930). 
 
• Atribuições do relator (art. 932): 
 
I - dirigir e ordenar o processo no tribunal, inclusive 
em relação à produção de prova, bem como, 
quando for o caso, homologar autocomposição das 
partes; 
II - apreciar o pedido de tutela provisória nos 
recursos e nos processos de competência originária 
do tribunal; 
III - não conhecer de recurso inadmissível, 
prejudicado ou que não tenha impugnado 
especificamente os fundamentos da decisão 
recorrida; 
 
IV - negar provimento a recurso que for contrário a: 
a) súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior 
Tribunal de Justiça ou do próprio tribunal; 
b) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal 
ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento 
de recursos repetitivos; 
c) entendimento firmado em incidente de resolução 
de demandas repetitivas ou de assunção de 
competência; 
 
V - depois de facultada a apresentação de 
contrarrazões, dar provimento ao recurso se a 
decisão recorrida for contrária a: 
a) súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior 
Tribunal de Justiça ou do próprio tribunal; 
b) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal 
ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento 
de recursos repetitivos; 
c) entendimento firmado em incidente de resolução 
de demandas repetitivas ou de assunção de 
competência; 
 
VI - decidir o incidente de desconsideração da 
personalidade jurídica, quando este for instaurado 
originariamente perante o tribunal; 
VII - determinar a intimação do Ministério Público, 
quando for o caso; 
VIII - exercer outras atribuições estabelecidas no 
regimento interno do tribunal. 
 
OBS.: Possibilidade de correção de vício ou 
complementação de documentação exigível (art. 930, 
parágrafo único). 
• Ocorrência de fato superveniente à decisão 
recorrida ou a existência de questão apreciável 
de ofício: Manifestação das partes pelo prazo de 
5 dias (art. 933). 
• Designação do julgamento: art. 934 e 935. 
• Ordem de julgamento: 
 
1º) aqueles nos quais houver sustentação oral; 
2º) os requerimentos de preferência apresentados até o início 
da sessão de julgamento; 
3º) aqueles cujo julgamento tenha iniciado em sessão 
anterior; 
4º) os demais casos. 
 
• Sustentação oral: Depois da exposição da causa 
pelo relator, o presidente dará a palavra, 
sucessivamente, ao recorrente, ao recorrido e, 
nos casos de sua intervenção, ao membro do 
Ministério Público, pelo prazo improrrogável de 
15 (quinze) minutos para cada (art. 937). 
 
• Sustentação oral por videoconferência: Possível, 
nos termos do art. 937, §4º. 
• Julgamento de questão preliminar: decidida 
antes do mérito, deste não se conhecendo caso 
seja incompatível com a decisão (art. 938). Se 
rejeitada ou se a apreciação do mérito for com 
ela compatível, seguirão a discussão e o 
julgamento da matéria principal (art. 939). 
 
• Vício sanável: o relator determinará a realização 
ou a renovação do ato processual, no próprio 
tribunal ou em primeiro grau de jurisdição, 
intimadas as partes (art. 938, §1º) 
• Necessidade de produção probatória: o relator 
converterá o julgamento em diligência, que se realizará 
no tribunal ou em primeiro grau de jurisdição, 
decidindo-se o recurso após a conclusão da instrução 
(art. 938, §3º). 
 
• Pedido de vista: art. 940. 
 
• Julgamento: Depois de proferidos os votos, o 
presidente do tribunal anunciará o resultado do 
julgamento, designando para redigir o acórdão o 
relator ou, se vencido este, o autor do primeiro voto 
vencedor (art. 941). 
• Técnica de julgamento de acórdão não unânime: 
 
o Instituto semelhante ao extinto recurso de 
“embargos infringentes” (CPC/1973). 
o Art. 942, CPC/2015. 
o Cabimento: julgamento não unânime de 
apelação, ação rescisória e agravo de 
instrumento. 
o Pressuposto: possibilidade de inversão do 
resultado inicial, assegurado às partes e a 
eventuais terceiros o direito de sustentar 
oralmente suas razões perante os novos 
julgadores (art. 942, caput). 
o Prosseguimento do julgamento na próxima 
sessão, embora seja possível tal prosseguimento 
na mesma sessão, colhendo-se os votos de 
outros julgadores que porventura componham o 
órgão colegiado (art. 942, §1º). 
o Possibilidade de revisão dos votos daqueles 
julgadores que já tiverem votado (art. 942, §2º). 
o Não aplicabilidade desta técnica de julgamento: 
 
a) do incidente de assunção de competência e ao 
de resolução de demandas repetitivas; 
b) da remessa necessária; 
c) não unânime proferido, nos tribunais, pelo 
plenário ou pela corte especial. (art. 942, §4º) 
 
• Ementa: todo acórdão conterá ementa que 
sintetize a matéria decidida (art. 943, § 1º). 
 
• Redação da ementa: Com a valorização do 
sistema dos precedentes pelo CPC, o rigor técnico 
na elaboração da ementa é de grande significado, 
pois será a partir dela que se chegará a identificar 
os acórdãos existentes em torno da questão que 
interessa ao caso concreto deduzido em juízo. 
EMENTA: APELAÇÃO - DANOS MORAIS E MATERIAIS - ACIDENTE DE TRÂNSITO - 
SUBSTITUIÇÃO DO RITO SUMÁRIO PELO ORDINÁRIO - AUSÊNCIA DE PREJUÍZO - 
INÉPCIA DA INICIAL - CERCEAMENTO DE DEFESA - PRELIMINARES AFASTADAS - 
VALOR DA INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS - DEDUÇÃO DO DPVAT. 
Inexistindo prejuízo para a parte adversa, admissível é a conversão do rito 
sumário pelo ordinário, notadamente por ser o segundo mais amplo, propiciando 
maior dilação probatória. Atendidas as regras dos artigos 282 e 283 do CPC/1973, 
não há que se falar em inépcia da inicial. O magistrado é o destinatário da prova, 
devendo guardar adstrição ao seu livre convencimento, competindo-lhe 
determinar as provas úteis à instrução do feito, até mesmo ex officio, afastando 
as diligências que entender inúteis ou meramente protelatórias, sem que, com 
isso, incorra em cerceamento de defesa. Uma vez verificada que a indenização 
por danos morais fixada no caso concreto se ateve às circunstânciasfáticas 
necessárias, não é cabível a sua redução. O valor pago a título de DPVAT deve ser 
decotado do quantum indenizatório devido quando restar comprovado que a 
vítima recebeu o seguro obrigatório. (TJMG - Apelação Cível 1.0701.07.205639-
6/001, Relator(a): Des.(a) José Arthur Filho , 9ª CÂMARA CÍVEL, julgamento em 
04/07/2017, publicação da súmula em 20/07/2017.) 
 
• Publicação do acórdão: lavrado o acórdão, a 
ementa será publicada no diário oficial no prazo 
de 10 dias (ar. 943). 
 
• Ordem de julgamento dos recursos: o agravo de 
instrumento será julgado antes da apelação 
interposta no mesmo processo. Caso ambos os 
recursos estejam na pauta para julgamento na 
mesma sessão, o agravo de instrumento será 
julgamento primeiramente (art. 946). 
INCIDENTE DE ASSUNÇÃO DE COMPETÊNCIA 
 
• Cabimento: cabível quando o julgamento de 
recurso, de remessa necessária ou de processo 
de competência originária envolver relevante 
questão de direito, com grande repercussão 
social, sem repetição em múltiplos processos (art. 
947). 
• Iniciativa: O relator, de ofício ou a requerimento 
da parte, do Ministério Público ou da Defensoria 
Pública, poderá suscitar o incidente, propondo 
que o processo seja julgado pelo órgão colegiado 
indicado pelo regimento interno do Tribunal (art. 
947, caput e § 1º). 
 
• Objetivo: provocar órgão colegiado maior a 
assumir o julgamento, em determinadas 
circunstâncias, de causa que normalmente seria 
de competência de órgão fracionário menor do 
mesmo tribunal. Uniformizar a jurisprudência! 
• Julgamento pelo órgão colegiado maior do 
Tribunal: Se justifica exatamente em razão da 
relevância e a repercussão social da questão de 
direito envolvida, bem como a potencialidade de 
gerar (ou a já existente) divergência entre as 
câmaras ou turmas do tribunal que justificam e 
até mesmo impõem a sua análise por um 
colegiado maior. 
 
• Julgamento por todos os Tribunais: 
Possibilidade. 
 
• Pressupostos: 
 
a) o processo, para justificar o incidente, deverá 
encontrar-se em estágio de julgamento em 
curso, de sorte que, se o resultado já foi 
proclamado, não haverá mais possibilidade de 
instaurar-se o incidente; 
b) a divergência não pode ser entre posições de 
juízes e tribunais diversos, haverá de ser apenas 
entre órgãos do próprio tribunal; 
c) o incidente ocorre sobre questão que não se 
repete ainda em múltiplos processos. 
• Fases do procedimento: 
 
1ª) o relator delibera, de ofício ou a requerimento, 
sobre o cabimento e a conveniência da submissão 
da causa ao julgamento do órgão regimentalmente 
encarregado da uniformização da jurisprudência do 
tribunal (art. 947, § 1º). 
 
2ª) remessa dos autos ao órgão maior, a quem 
caberá a decisão sobre a ocorrência ou não do 
interesse público na assunção de competência 
proposta (art. 947, § 2º). 
OBS.: Não havendo reconhecimento do 
interesse público na assunção de competência, 
o processo retornará ao órgão fracionário 
primitivo. 
 
Reconhecido interesse público, o colegiado ad 
quem julgará o recurso, a remessa necessária ou 
o processo de competência originária, de onde 
surgiu o incidente (art. 947, § 2º). 
• Efeitos da decisão: O acórdão proferido em 
assunção de competência vinculará todos os 
juízes e órgãos fracionários, exceto se houver 
revisão de tese (art. 947, §3º). 
INCIDENTE DE ARGUIÇÃO DE 
INCONSTITUCIONALIDADE 
 
• Controle de constitucionalidade: Tem por 
objetivo principal examinar e garantir a 
concretização das condições procedimentais da 
gênese democrática do Direito. O Tribunais 
Constitucionais devem preocupar-se com a 
regularidade do processo legislativo e operar a 
revisão constitucional, se for o caso. 
• Controle concentrado: Visa promover o controle 
de constitucionalidade de leis e atos normativos 
de modo concentrado (sistema reservado). 
 
Segundo Gilmar Mendes, no Brasil pode ser 
caracterizado pela “originalidade e diversidade de 
instrumentos processuais destinados à fiscalização da 
constitucionalidade dos atos do poder público e à 
proteção dos direitos fundamentais”. 
• Rol de legitimados para propor ADin e ADC 
(art. 103, CB/88): 
 
I - o Presidente da República; 
II - a Mesa do Senado Federal; 
III - a Mesa da Câmara dos Deputados; 
IV - a Mesa de Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa do 
Distrito Federal; 
V - o Governador de Estado ou do Distrito Federal; 
VI - o Procurador-Geral da República; 
VII - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil; 
VIII - partido político com representação no Congresso Nacional; 
IX - confederação sindical ou entidade de classe de âmbito 
nacional. 
 
• Controle difuso: É assim nomeado por autorizar a 
qualquer órgão do Judiciário, monocrático ou 
colegiado, em qualquer grau de jurisdição, 
efetivamente exercer a chamada Jurisdição 
Constitucional Ordinária. 
 
O controle difuso aproxima a Jurisdição 
Constitucional e a sociedade. Tem o condão de 
incrementar o exercício da cidadania, 
robustecendo a noção de democracia. 
• Incidente de arguição de inconstitucionalidade: 
Cabível quando, em controle difuso, for arguida a 
inconstitucionalidade de lei ou de ato normativo do 
poder público (art. 948, CPC). 
 
• O que diz a Constituição de 88? “Art. 97. Somente 
pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou 
dos membros do respectivo órgão especial poderão 
os tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou 
ato normativo do Poder Público.” 
• Iniciativa da arguição: Partes, assistentes e 
Ministério Público (como parte ou custos legis). 
Possível também que o incidente seja suscitado 
ex officio pelo relator ou outros juízes do tribunal 
que julgarão a causa principal. 
 
• Momento da arguição: Por se tratar de questão 
de direito e não passível de preclusão, a 
inconstitucionalidade pode ser arguida a 
qualquer momento do processo. 
• Procedimento: 
 
1) o relator, após ouvir o Ministério Público e as 
partes, submeterá a questão à turma ou à 
câmara à qual competir o conhecimento do 
processo (art. 948). 
2) Se a arguição for rejeitada, prosseguirá o 
julgamento (art. 949, I) – Decisão irrecorrível. 
3) Se a arguição for acolhida, a questão será 
submetida ao plenário do tribunal ou ao seu 
órgão especial, se houver (art. 949, II). 
 
4) Se o STF ou o plenário / órgão especial do 
Tribunal já tiverem se pronunciado sobre a 
matéria, os órgãos fracionários não farão a 
remessa do incidente (art. 949, § único). 
5) Designação da sessão de julgamento (art. 950, 
caput). 
6) Possibilidade de manifestação da pessoa jurídica 
de direito público responsável pela edição do 
ato questionado (art. 950, §1º). 
7) Manifestação dos legitimados para ADin e ADC 
(art. 103, CB/88) e amicus curiae (art. 950, §§ 2º 
e 3º). 
• Afinidade procedimental entre a assunção de 
competência e a arguição de 
inconstitucionalidade: o julgamento da matéria 
de ambos é direcionado ao órgão superior, a fim 
de conferir força vinculativa. No entanto, 
enquanto na arguição de inconstitucionalidade o 
órgão colegiado analisará somente a tese que 
fundamenta a controvérsia, sem imiscuir-se nas 
especificidades do caso concreto, na assunção de 
competência o objeto do julgamento será a 
própria lide levada a conhecimento ao Poder 
Judiciário. 
INCIDENTE DE RESOLUÇÃO DE DEMANDAS 
REPETITIVAS 
 
• Cabimento: O IRDR será cabível quando houver, 
simultaneamente, (I) efetiva repetição de 
processos que contenham controvérsia sobre a 
mesma questão unicamente de direito e (II) risco 
de ofensa à isonomia e à segurança jurídica (art. 
976). 
 
• Julgamento por todos os Tribunais: Possível. 
 
 
• Duplo objetivo: racionalizar o tratamento judicial 
das causas repetitivas (arts.976; 980 a 984) e 
formar precedente de observância obrigatória 
(art. 985). 
 
• Força vinculante: Embora o acórdão que resolve 
o IRDR não faça coisa julgada material (o que se 
opera em cada caso), há aqui força vinculativa 
erga omnes, fazendo com que haja a sua 
aplicação uniforme a todos os casos similares. 
• Distinção das ações coletivas: As ações coletivas 
são propostas por um único substituto processual 
em busca de um provimento de mérito único que 
tutele os direitos subjetivos individuais 
homogêneos de todos os interessados 
substituídos. Já no IRDR, não há reunião das 
ações já propostas ou por propor, cuja resolução 
será individual, mas tomando como base a tese 
de direito de aplicação comum em todas as 
causas em que haja debate da mesma questão 
de direito. 
• Conteúdo do julgamento do IRDR: O Tribunal 
não decide a lide (o caso concreto), eis que, ao 
solucionar demandas repetitivas, irá apreciar, na 
verdade, questões jurídicas repetitivas (matéria 
de direito), embora deva a tese de direito ser 
contextualizada no plano fático-jurídico, o que só 
se alcançará se do acórdão vinculante constar a 
identificação da causa de pedir presente nas 
diversas demandas repetitivas. 
OBS.: 
1) O acórdão proferido no incidente em exame 
deve gerar um padrão decisório para todos os 
casos similares terá de avaliar a questão-tipo, de 
forma obrigatoriamente contextualizada. Só 
assim se permitirá a exata compreensão jurídica 
da tese fixada no IRDR. 
2) Não há súmula, mas um acórdão que contempla 
teses jurídicas firmadas no julgamento padrão 
(art. 979, §2º). 
• Observância obrigatória pelos juízes e tribunais: 
 
Art. 927. Os juízes e os tribunais observarão: 
I - as decisões do Supremo Tribunal Federal em controle 
concentrado de constitucionalidade; 
II - os enunciados de súmula vinculante; 
III - os acórdãos em incidente de assunção de competência 
ou de resolução de demandas repetitivas e em julgamento 
de recursos extraordinário e especial repetitivos; 
IV - os enunciados das súmulas do Supremo Tribunal 
Federal em matéria constitucional e do Superior Tribunal 
de Justiça em matéria infraconstitucional; 
V - a orientação do plenário ou do órgão especial aos quais 
estiverem vinculados. 
 
• Vedação de decisão surpresa e dever de 
fundamentação no IRDR: arts. 10 e 489, §1º. 
 
• Alteração de tese jurídica adotada em IRDR: 
 
o Audiências públicas (art. 927, §2º); 
o Modulação do efeitos – interesse social e 
segurança jurídica (art. 927, §3º); 
o Dever de fundamentação na decisão 
modificativa (art. 927, §4º). 
• Organização e indexação das decisões 
vinculantes: Os precedentes devem ser 
organizados por questão jurídica decidida e 
divulgados preferencialmente pela Internet (art. 
927, §5º). E, além de fixar teses a respeito de 
questões repetitivas, deverão os tribunais 
identificar o seu objeto corretamente, ou seja, 
devem ser conjuntamente evidenciados o 
contexto fático em que a decisão foi prolatada e a 
interpretação dada ao ordenamento. 
• Desistência ou o abandono do processo: não 
impede o exame de mérito do incidente (art. 976, 
§1º). 
• Intervenção do MP: Se não for o requerente, o 
Ministério Público intervirá obrigatoriamente no 
incidente e deverá assumir sua titularidade em 
caso de desistência ou de abandono (art. 976, 
§2º). 
• Não cabimento do IRDR: quando um dos 
tribunais superiores já tiver afetado recurso para 
definição de tese sobre questão jurídica repetitiva 
(art. 976, §4º). 
• Competência, iniciativa e documentos: 
 
Art. 977. O pedido de instauração do incidente será 
dirigido ao presidente de tribunal: 
I - pelo juiz ou relator, por ofício; 
II - pelas partes, por petição; 
III - pelo Ministério Público ou pela Defensoria Pública, 
por petição. 
 
Parágrafo único. O ofício ou a petição será instruído com 
os documentos necessários à demonstração do 
preenchimento dos pressupostos para a instauração do 
incidente. 
• Divulgação e publicidade: A mais ampla possível, 
por meio de registro eletrônico no CNJ (art. 979, 
§§ 1º a 3º): 
 
o Banco de dados dos tribunais com atualização 
constante e imediata junto ao CNJ; 
o O registro eletrônico das teses jurídicas constantes do 
cadastro conterá, no mínimo, os fundamentos 
determinantes da decisão e os dispositivos normativos 
a ela relacionados. 
o Regra aplicável ao julgamento de recursos repetitivos e 
da repercussão geral em recurso extraordinário. 
 
• Julgamento: O incidente será processado e 
julgado pelo órgão indicado pelo regimento 
interno do tribunal, em cuja competência está a 
uniformização da jurisprudência (art. 978). 
• Prazo para julgamento: 1 (um) ano e terá 
preferência sobre os demais feitos, ressalvados os 
que envolvam réu preso e os pedidos de habeas 
corpus (art. 980). 
• Superado o prazo previsto pela lei: cessa a 
suspensão dos processos prevista no art. 982, I. 
• Juízo de admissibilidade: feito pelo órgão 
colegiado competente (art. 981). Exame do 
atendimento dos pressupostos do art. 976. 
 
• Atribuições do relator: Admitido o incidente, o 
relator: 
a) suspenderá os processos pendentes, individuais ou 
coletivos, que tramitam no Estado ou na região; 
b) poderá requisitar informações a órgãos em cujo juízo 
tramita processo no qual se discute o objeto do 
incidente, que as prestarão no prazo de 15 dias; 
c) intimará o Ministério Público. (art. 982). 
 
• Suspensão dos processos pendentes: 
 
o Deverá ser comunicada a todos os órgãos jurisdicionais 
(art. 982, §1º). 
o Caso haja pedido de tutela de urgência durante a 
suspensão, deverá ser dirigido ao juízo onde tramita o 
processo suspenso (art. 982, §2º). 
o Suspensão dos processos individuais e coletivos no 
território nacional pelo STF ou STJ (art. 982, §§ 3º e 4º). 
o No caso da hipótese anterior, cessa a suspensão se não 
for interposto recurso especial ou recurso 
extraordinário contra a decisão proferida no incidente 
(art. 982, §5º). 
• Contraditório: 
 
Art. 983. O relator ouvirá as partes e os demais 
interessados, inclusive pessoas, órgãos e 
entidades com interesse na controvérsia, que, no 
prazo comum de 15 (quinze) dias, poderão 
requerer a juntada de documentos, bem como as 
diligências necessárias para a elucidação da 
questão de direito controvertida, e, em seguida, 
manifestar-se-á o Ministério Público, no mesmo 
prazo. 
• Audiência pública: Possibilidade de depoimentos 
de pessoas com experiência e conhecimento na 
matéria (art. 983, 1º). 
• Pedido de dia: Concluídas as diligências, o relator 
solicitará dia para o julgamento do incidente (art. 
983, 2º). 
• Ordem do julgamento: (1º) o relator faz a 
exposição do objeto do incidente; (2º) 
sustentação oral, no prazo de 30 minutos para 
autor e réu (ambos do processo originário), MP e 
demais interessados (art. 984). 
• Conteúdo do acórdão: deverá abranger a análise 
de todos os fundamentos suscitados 
concernentes à tese jurídica discutida, sejam 
favoráveis ou contrários (art. 984, §2º). 
 
• Âmbito da força vinculante da decisão: 
a) a todos os processos individuais ou coletivos que versem 
sobre idêntica questão de direito e que tramitem na área 
de jurisdição do respectivo tribunal, inclusive àqueles que 
tramitem nos juizados especiais do respectivo Estado ou 
região; 
b) aos casos futuros que versem idêntica questão de direito 
e que venham a tramitar no território de competência do 
tribunal (art. 985). 
• RExt ou REsp contra julgamento de mérito do 
IRDR: Possível, inclusive com efeito suspensivo, 
presumindo-se a repercussão geral da questão 
constitucional discutida. Ademais, a tese adotada 
pelo STF ou STJ será aplicada no território 
nacional a todos os processos que versem sobre 
idêntica questãode direito (art. 987, §§1º e 2º). 
• Inobservância da tese adotada no incidente: 
caberá reclamação (art. 985, 1º). 
• Revisão da tese jurídica: Será feita pelo mesmo 
tribunal, de ofício ou mediante requerimento do 
MP ou Defensoria Pública (art. 986). 
• Diferença entre o IRDR e o incidente de 
assunção de competência: 
 
Ambos visam à formação de precedente vinculante. 
No entanto, o incidente de assunção de 
competência tem papel preventivo, já que se aplica 
antes de configurado o dissídio jurisprudencial. 
Baseia-se na relevância da questão de direito e na 
grande repercussão social que sua solução possa 
acarretar. 
Já o incidente de resolução de demandas repetitivas 
supõe a existência de múltiplos processos que 
repetem a mesma questão de direito, em curso em 
primeiro e segundo grau, o que justificaria a 
uniformização da tese de direito (necessária porque 
já se estabeleceram entendimentos conflitantes). 
 
Exceção.: art. 947, § 4º (quando a divergência atual 
se achar instalada entre processos já julgados entre 
câmaras ou turmas do próprio tribunal). 
RECLAMAÇÃO 
 
• Base legal: Arts. 102, I, “l”, e 105, I, “f ”, da CF/88 
e art. 988 a 993, CPC/15. 
 
• Natureza jurídica: Não é considerado “recurso”, 
mas pode produzir efeitos análogos. A doutrina a 
qualifica como “ação”. É, pois, o instituto 
processual cabível para denunciar ao tribunal 
atos ou decisões ofensivos à sua competência ou 
à autoridade de suas decisões. 
• Cabimento e legitimação: Segundo o art. 988 do 
CPC, Caberá reclamação da parte interessada ou 
do Ministério Público para: 
 
I. preservar a competência do tribunal; 
II. garantir a autoridade das decisões do tribunal; 
III. garantir a observância de enunciado de súmula 
vinculante e de decisão do Supremo Tribunal Federal 
em controle concentrado de constitucionalidade; 
IV. garantir a observância de acórdão proferido em 
julgamento de incidente de resolução de demandas 
repetitivas ou de incidente de assunção de 
competência. 
 
• Competência: A reclamação pode ser proposta 
perante qualquer tribunal, e seu julgamento 
compete ao órgão jurisdicional cuja competência 
se busca preservar ou cuja autoridade se 
pretenda garantir (art. 988, §1º). 
 
• Petição: Dirigida ao presidente do tribunal e 
instruída com prova documental (art. 988, §2º). 
• Inadmissibilidade da reclamação: Segundo o art. 
988, §5º, a reclamação não será admitida 
quando: 
 
a) proposta após o trânsito em julgado da decisão 
reclamada; 
b) proposta para garantir a observância de acórdão 
de recurso extraordinário com repercussão geral 
reconhecida ou de acórdão proferido em 
julgamento de recursos extraordinário ou 
especial repetitivos, quando não esgotadas as 
instâncias ordinárias. 
 
• Atribuições do relator: Segundo o art. 989, o 
relator: 
 
a) requisitará informações da autoridade a quem 
for imputada a prática do ato impugnado, que as 
prestará no prazo de 10 (dez) dias; 
b) se necessário, ordenará a suspensão do 
processo ou do ato impugnado para evitar dano 
irreparável; 
c) determinará a citação do beneficiário da decisão 
impugnada, que terá prazo de 15 (quinze) dias 
para apresentar a sua contestação. 
 
• Impugnação por terceiro: Possível (art. 990). 
• Intervenção do MP: Como custos legis, pelo 
prazo de 5 dias (art. 991). 
• Julgamento: Se procedente a reclamação, o 
tribunal cassará a decisão exorbitante de seu 
julgado ou determinará a realização das medidas 
adequadas à solução da controvérsia (art. 992). 
• Acórdão: O julgamento gera efeitos imediatos, 
antes mesmo da publicação do acórdão (art. 
993). 
 
VII. CUMPRIMENTO DE SENTENÇA E 
PROCESSO DE EXECUÇÃO 
• Noções gerais: 
 
Finalidade jurissatisfativa, não continuativa 
 
É procedimento de direito já acertado, não de direito 
pretendido (conhecimento). 
 
Para título judicial e extrajudicial. 
 
 
• Conceito: 
 
A execução consiste no procedimento (estrutura 
normativa previamente definida em lei) iniciado 
pelo interessado com a finalidade de satisfazer 
uma obrigação previamente acertada, sem razão 
de uma decisão transitada em julgado, seja em 
razão de uma obrigação constante de uma 
cártula. 
• Cumprimento de sentença (arts. 513 a 538) 
 
1. abolição da ação autônoma de execução de 
sentença; 
2. sincretismo processual; 
3. caráter incidental do procedimento executivo, 
pós sentença. 
 
• Execução de título extrajudicial (arts. 771 a 925) 
É POSSÍVEL COGITAR UMA 
EXECUÇÃO PROCESSUALIZADA? 
• Princípios atinentes à execução: 
 
a) Princípio da menor onerosidade (a execução 
deve ser realizada do modo menos gravoso 
ao devedor); 
b) Princípio da dignidade da pessoa humana 
(direito fundamental); 
c) Princípio da patrimonialidade (a execução 
deve recair sobre os bens do executado); 
 
d) Princípio da disponibilidade (os atos 
executivos estão à disposição do exequente, que 
pode dispor ou desistir da execução como um 
todo ou apenas de alguns atos executivos); 
e) Princípio da nulla executio sine titulo (toda 
execução deve ser sustentada por um título 
executivo – judicial ou extrajudicial); 
f) Princípio da responsabilidade pela execução 
(responsabilidade do exequente pela atividade 
executiva). 
 
• Execução e devido processo: 
 
O devido processo representa uma disciplina 
principiológica constitucional estruturadora do 
procedimento, sendo que é pelo devido 
processo que se alcança o melhor resultado para 
a solução dos conflitos intersubjetivos, diante de 
argumentos que consubstanciarão a construção 
da decisão judicial pelas partes e juiz. 
• Impossibilidade de dispensa do devido 
processo na execução: 
 
O devido processo deve estar presente em todo 
e qualquer procedimento, eis que a Constituição 
é clara ao afirmar que ninguém será privado de 
seus bens sem o devido processo (art. 5º, LIV), 
do que por óbvio não exclui o procedimento 
executivo. 
• Execução e garantias constitucionais: 
 
A Constituição não faz distinções 
procedimentais no que se refere ao 
asseguramento da observância dos princípios 
institutivos do processo (contraditório, isonomia 
e ampla defesa), restando claro que possuem 
incidência imprescindível no processo de 
execução. 
• Execução e contraditório: 
 
O executado deve ser informado acerca de 
todos os atos a serem praticados no 
procedimento executivo, garantindo-lhe o 
espaço temporal adequado para reação, que 
pode até influenciar na decisão a ser prolatada, 
apesar de vários autores afirmarem que a 
execução se desenvolve unilateralmente. 
Contraditório como base para a construção 
procedimental-jurisdicional da execução. 
 
Contraditório como condição de validade e 
eficácia do procedimento executivo. 
 
Contraditório como meio de exigência de 
democratização do espaço procedimental. 
CUMPRIMENTO DE SENTENÇA 
 
• Base legal: Arts. 513 a 538 
 
• Regra geral: Basicamente, o cumprimento de 
sentença seguirá regras gerais no CPC/2015, 
observando-se, no entanto, certas 
peculiaridades conforme a natureza da 
obrigação. 
• Início do cumprimento de sentença: A 
requerimento do exequente (art. 513, §1º). 
• Intimação do executado: Na pessoa do seu 
procurador (Diário Oficial, carta, meio 
eletrônico ou editalício), conf. art. 513, §2º. 
• Presunção de intimação: Na hipótese em que 
o devedor mude de endereço sem prévia 
comunicação ao juízo (art. 513, §3º). 
• Intimação pessoal do executado: Na hipótese 
de o requerimento do cumprimento de 
sentença ocorrer após um ano do trânsito em 
julgado da sentença (art. 513, §4º). 
• Fiador, coobrigado ou corresponsável: Não 
poderão figurar no polo passivo

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