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Enfoque geral sobre o Comitê de Prevenção à Mortalidade Materna

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Enfoque geral sobre o 
Comitê de Prevenção 
à Mortalidade Materna 
Enfª Obst Jeanne Alencar 
 
 
 
 
 
A redução da mortalidade materna e infantil é uma 
preocupação mundial, e para enfrentar este agravo, as 
Nações Unidas definiram a melhoria da saúde materna, 
como a 5ª meta na Declaração do Milênio das Nações 
Unidas (NEW YORK, 2000). 
As últimas décadas do Sec. XX, foram marcadas por 
grandes avanços científicos e tecnológicos nas áreas de 
saúde materna e perinatal. Hoje graças a esse 
desenvolvimento, tornou-se inadmissível que o processo 
da reprodução cause danos às mulheres levando-as à 
morte. 
Introdução 
Os comitês exercem um importante papel de controle 
social. 
Seus objetivos são identificar a magnitude da 
mortalidade materna e infantil, suas causas, os fatores 
que a determinam, propor medidas de prevenção a 
ocorrência de novas mortes, contribuir com informação, 
avaliar a assistência de saúde a mulher analisando os 
indicadores. 
A mortalidade materna é uma das mais graves violações 
dos direitos humanos das mulheres, por ser uma tragédia 
evitável em 92% dos casos e por ocupar principalmente 
nos países em desenvolvimento (MS). 
Mortalidade Materna 
Situação Atual 
Ainda a maioria dos óbitos maternos são por causas 
evitáveis. Sendo as quatro causas obstétricas diretas 
principais: 
1. Hipertensão (DHEG) 
2. Hemorragia pré e pós parto 
3. Infecções puerperais 
4. Complicações do aborto 
Morte Materna 
Conceitos Básicos 
É o óbito de uma mulher durante a gravidez ou até 42 
dias pós parto, independente da duração, localização da 
gravidez, devido a qualquer causa relacionada ou 
agravada pela gravidez ou por medidas tomadas em 
relação a ela, porém, não devida a causas acidentais ou 
incidentais. 
Direta: É aquela que ocorre por complicações obstétrica 
 na gravidez, parto, puerpério. 
Ex.: eclampsia, hemorragia, trabalho de parto prematuro 
Morte Materna Obstétrica 
Indireta: É aquela resultante de doenças pré-existentes 
 a gravidez ou de doenças que se 
 desenvolveram durante a gravidez, agravadas 
 pelos efeitos fisiológicos da gravidez. 
Ex.: hipertensão, hepatite viral 
Morte Materna não Obstétrica: É aquela resultante de 
causas incidentais ou acidentais não relacionadas com a 
gravidez e seu manuseio. 
Morte Materna Tardia: É a morte de uma mulher por 
causas obstétricas diretas ou indiretas que ocorre após 42 
dias do parto ou menos de um ano após o término da 
gravidez. 
Morte Materna Declarada: É quando a causa na 
declaração de óbito (D.O.) menciona claramente o estado 
grávido puerperal por ocasião do óbito. 
Morte Materna Não Declarada: A declaração de óbito 
não consiste nenhuma referência de gravidez, parto, 
puerpério por ocasião do óbito, ficando evidenciado após 
investigação. 
Morte Materna Mascarada: É o preenchimento incorreto 
da declaração de óbito, onde a causa básica relacionada 
ao ciclo grávido-puerperal não é registrado. 
Comitê de Prevenção a Mortalidade 
Materna e Infantil 
Conceito 
Organismo de natureza institucional, multiprofissional e 
confidencial que visa identificar todos os óbitos maternos 
e apontar medidas de intervenção para a sua redução, 
na região de sua abrangência. Representa, também, um 
instrumento importante de acompanhamento e avaliação 
permanente da atenção à saúde da mulher. 
Aspectos Históricos 
• Surgiram no Século XX 
• 1931: Filadelfia (EUA) 
• 1932: New York 
• 1952: Inglaterra e País de Gales 
• 1958: Cuba 
• 1990: 23ª Conferências Sanitárias Pan Americana 
estabeleceu como prioridade a redução da mortalidade 
materna e impulsionou a proposta de implantar comitês 
em vários países da América. 
• 1993 a 1996: No Brasil foi estimulada a implantação de 
vários comitês estaduais 
• 1993: Ceará 
• 1998: 21ª CRES – Juazeiro do Norte 
• 1999: Haviam implantados 27 comitês Estaduais no 
Brasil, dos quais 18 foram identificados como atuantes, 5 
reestruturação e 4 desativados. 
• 2001: Ceará Comitês Estadual 
100% Comitês Regional 
Objetivo 
Desenvolver as ações de prevenção e promoção da 
saúde que propicie a redução da mortalidade 
materna. 
Finalidades 
• Recomendar ações de prevenção a mortalidade materna 
no que se refere a legislação, recursos, organização dos 
serviços, formação e capacitação dos profissionais. 
• Fortalecer os sistemas estatísticos 
• Conscientizar gestores, instituições, equipes de saúde, 
comunidades 
• Acompanhar, avaliar permanentemente à saúde da 
mulher 
• Avaliar os efeitos das intervenções sobre a morbidade e 
mortalidade materna 
Caráter 
• Os comitês são fundamentalmente interinstitucionais e 
multiprofissionais. 
• Sua atuação é técnico-científica, sigilosa, não 
punitiva, com função eminentemente educativa. 
Composição 
• Representantes de Instituições governamentais e não 
governamentais, instituições de ensino, entidades de 
classes. 
• Representantes da saúde: área técnica da saúde da 
mulher, vigilância epidemiológica, PSF, ACS. 
• Médicos obstetras, Enf. Obstetra, pediatras 
• Defensoria pública 
• ONGS, etc.. 
Funções 
Investigação 
e 
Análise 
Mobilizadora 
Informativa Assessoria 
Normativa Educativa 
Notificação Compulsória do Óbito Materno 
• MAIO/2003: Portaria Nº 635 anexo C. Estabelece que o 
óbito Materno passa a ser um evento de notificação 
compulsória, tornando obrigatório a investigação por 
parte de todos os Municípios dos óbitos de Mulheres em 
Idade Fértil. 
Ministro da Saúde – Dr. Humberto Costa 
Análise do Óbito Materno 
• Preencher corretamente o instrumento de investigação, 
anexar prontuário médico, 2ª via D.O., 2ª via cartão pré-
natal. 
• Visita domiciliar, formalizar informações. 
• Ouvir profissionais de saúde que prestaram assistência 
gravidez-parto-puerpério. 
• Efetuar o preenchimento do instrumento de investigação, 
o comitê deverá reunir outros seus representantes e 
desenvolver uma ampla análise detalhada do caso. 
• Analisar o perfil sócio econômico, assistência pré-natal, 
parto, aborto, puerpério. 
• A precisão dos dados da D.O., se trata de um óbito 
declarado ou não. 
• Se a morte era evitável ou não, quais seriam os fatores 
de evitabilidade, as medidas de prevenção cabíveis. 
• Importante a presença do médico obstetra para avaliar o 
diagnóstico e tratamento dispensado a mulher. 
• Da comunidade e da Mulher 
• Profissionais 
• Institucionais 
• Sociais 
• Intersetoriais 
• O Comitê mais a Vigilância Epidemiológica devem definir 
os critérios que utilizarão para estabelecer a evitabilidade de 
cada óbito materno, levando em conta os seguintes fatores: 
Proposta de Intervenções 
A principal tarefa dos Comitês é perceber em cada caso 
investigado, o que deve ser modificado para evitar novas 
mortes e comunicar isto a aqueles que podem conduzir ou 
realizar estas mudanças. Só, assim haverá efetividade de 
todas suas ações para redução da mortalidade. 
Gráfico 3: Óbitos Materno segundo a evitabilidade ocorrido Mortalidade 
Materna nos municípios adstritos a 21ª CRES. 
78%
17%
5%
Evitável
Inevitável
Inconclusivo
 
• OBRIGADA!

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