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Resumo Leshimaniose

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Leishmania
O gênero Leishmania pertence à família Trypanossomatidae o qual agrupa protozoários unicelulares, digenéticos (heteróxenos), encontrados na forma promastigota e paramastigota, flagelados livres ou aderidas ao trato digestivo do hospedeiro invertebrado, e amastigota, sem flagelo livre, parasito intracelular. A reprodução acontece por divisão binária simples em ambos os hospedeiros. Os hospedeiros vertebrados incluem uma grande variedade de mamíferos. Como hospedeiro invertebrado é identificadas exclusivamente, fêmeas de insetos hematófagos conhecidos como flebotomíneos (dípera). A transmissão ocorre por um mecanismo complexo, através da picada do inseto infectado, no momento da hematofagia. 
Morfologia: 
*Nas diferentes espécies de Leishmania, a membrana uma invaginação na região anterior do corpo do parasito formando a bolsa flagelar, onde se forma o flagelo. Essa região é de grande atividade de pinocitose e fagocitose. Nas diferentes formas evolutivas, apresenta em sua superfície uma variedade de moléculas. 
Amastigotas: no interior das células fagocitárias ou livres aparecem como organismos ovais, esféricos ou fusiformes. No citoplasma, são encontrados: núcleo grande e arredondado, ocupando às vezes um terço do corpo do parasito, e cinetoplasto em forma de pequeno bastonete o qual se mostra ligado a única mitocôndria existente na célula, além de vacúolos. Não tem flagelo livre. O beflaroblasto aparece como uma continuação do flagelo. Apresenta k-DNA.
Promastigota: são encontradas no trato digestivo do hospedeiro invertebrado. São alongadas, com um flagelo livre e longo, emergindo do corpo do parasito na sua porção anterior. O núcleo é arredondado e está situado na região mediana. O cinetoplasto, em forma de bastão localiza-se na extremidade anterior ao núcleo. A forma infectante para o hospedeiro vertebrado é promastigota metaciclico. 
Paramastigostas: são pequenas e ovais. O flagelo é curto, exterioriza-se na região anterior do corpo e sua extremidade pode tá aderido à superfície cuticular da porção anterior do trato digestivo do vetor através de hemidesmossomos. 
A multiplicação é iniciada pela duplicação do cinetoplasto, um dos quais mantém o flagelo remanescente, enquanto o outro promove a reprodução da estrutura flagelar. A seguir o núcleo se divide e, em sequência, o corpo do parasita se fende no sentido Antero-posterior. 
Ciclo biológico:
Picada do inseto. Durante o processo de endocitose do parasito (mediada por receptores na superfície do hospedeiro), a célula hospedeira aumenta intensamente a sua atividade respiratória. Os produtos liberados deste processo, com a formação de óxido nítrico, dos radicais livres óxidos, hidroxilas e superóxidos. Os parasitos necessitam da utilização de mecanismos de escape a este ataque, possuindo assim a LPG como molécula protetora. A rápida transformação em amastigota é outra forma de evadir ao ataque do hospedeiro. Após a internalização, o promastigota metaciclico é encontrado dentro do vacúolo parasitóforo. Mantendo o controle das condições normais do vacúolo, a amastigota inicia o processo de sucessivas multiplicações. Na ausência do controle parasitário pela célula hospedeira, esta se rompe e as amastigotas liberadas serão, por mecanismo semelhante, internalizadas por outros macrófagos. A infecção para o hospedeiro invertebrado ocorre quando da ingestão, no momento do repasto sanguíneo as amastigotas acompanham o sangue ou linfa intersticial. O alimento é rapidamente envolvido por uma membrana quitinosa, secretadas pelas células epiteliais do intestino médio do inseto, a matriz peritrófica. No interior da matriz cerca de 18-48 horas, as amastigotas se transformam em flagelados pequenos, ovoides, pouco móveis. Após aproximadamente 3 -4 dias de multiplicação intensa ocorre a transformação em formas promastigostas delgadas e longas. 
Três agentes etiológicos como causadores das leishmanioses humanas:
Leishmania danovani: leishmaniose ou calazar.
Leishmania tropica: agente da leishmaniose cutânea ou botão-do-oriente. 
Leishmania braziliensis: agente da leishmaniose cutaneomucosa, espúndia ou úlcera de Bauru. 
Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA)
É uma doença de caráter zoonótico que acomete o homem. Considerada uma enfermidade polimórfica e espectral da pele e das mucosas. A forma cutânea localizada é caracterizada por lesões ulcerosas, indolores, únicas ou múltiplas, tem tendência para cura espontânea. As do tipo pian bois causada pelo L. guyanensis pode acontecer metástases linfáticas; a forma cuteneomucosa (nariz de anta) é caracterizada por lesões mucosas agressivas que afetam regiões nasofaringeas, é um processo lento e de curso crônico, dependendo da infecção pode levar a óbito; a forma disseminada apresenta múltiplas úlceras cutâneas por disseminação hematogênica ou linfática contendo grande número de amastigotas, os parasitos são do complexo mexicana, podendo haver metástase de um sítio para outro através dos vasos sanguíneos, curso crônico e progressivo por toda a vida do paciente não respondendo a tratamentos convencionais; forma difusa com lesões nodulares não-ulceradas. Os insetos (hospedeiros invertebrados) são do gênero Lutzomya. 
No hospedeiro vertebrado, a forma promastigota pé introduzido no local da picada. Dentro de 8 horas, estes flagelados são interiorizados pelos macrófagos teciduais. A saliva do flebotomíneo possui neuropeptideos vasodilatadores que atuam facilitando a alimentação do inseto e ao mesmo tempo imunossuprimindo à resposta do hospedeiro. Período de incubação varia entre duas semanas e três meses. 
Evolução- inicialmente são todas semelhantes, independentemente as espécie do parasito. Esta forma inicial pode inicial pode regredir espontaneamente após um breve curso abortivo, pode permanecer estacionária ou evoluir para um nódulo dérmico chamado “histiocitoma”, localizado sempre no sitio da picada. Seguindo um tratamento com sucesso, em substituição à ulcera, uma cicatriz característica, a área fica despigmentada, com uma leve depressão na pele, com uma fibrose sobre a epiderme.
No Brasil a LTA acontece em todas as regiões, sobretudo tem uma maior incidência na região Norte do país.
Profilaxia: Uso de repelentes, mosquiteiros de malha fina, embora a solução ideal fosse uma vacina. 
Tratamento: Uso de antimonial tártaro emético durante 10 dias, dá um intervalo de 10 dias e retorna o tratamento. Recomenda-se a continuação do tratamento até a cicatrização da ulcera. 
Leishmaníase Visceral (calazar)
É doença endêmica em várias regiões do mundo, capaz de produzir surtos epidêmicos graves. Caracteriza-se clinicamente por manifesta-se com febre irregular, esplenomegalia, anemia e na fase terminal caquexia e elevada taxa de mortalidade. Ela tem por causa flagelados do complexo “Leishmania donovani”, os quais são adaptados a viver em uma temperatura em torno de 37ºC, fato que lhes permite invadir os órgãos profundos, depois de terem colonizado áreas cutâneas. Esse parasito vive como amastigota no interior de células do sistema fagocitico mononuclear, principalmente nas células de Kupffer no fígado, nas células reticulares e macrófagos do baço, da medula óssea e dos linfonodos. A resposta inicial no homem é um processo inflamatório como formação de pápula ou nódulo de base dura. Ela pode evoluir para cura ou regredir, depois de uma disseminação do parasito. O teste de leishmania permanece negativo durante o curso da doença e só se torna positivo por ocasião da cura.
Formas clínicas:
Assintomática, latentes e frustras;
Agudas: evolução rápida e fatal em prazos curtos (20 a 40 dias)
Subaguda: evolução mais lenta (entre cinco meses e um ano) 
Crônicas: são as mais comuns e a que responde melhor aos tratamentos
Tratamento- uso de antimoniais pentavalentes. 
As principais áreas endêmicas no Brasil estão no Nordeste (do Maranhão até a Bahia). A zoonose que é, a infecção por L. infantum exige a participação do cão e outros vertebrados, além dos flebotomíneos específicos de cada foco da doença.Controle: 
Levantamentos para conhecer as áreas endêmicas e a prevalência.
Estudo da fauna flebotômica.
Inquérito sorológico em cães.
Estudos sobre reservatórios silvestres.
Preparação de mapas detalhados.

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