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Senador NEY BRAGA Ministro da Educação e Cultura Prof. EURO BRANDÃO Secretário Geral do MEC Dr. EDSON MACHADO DE SOUZA Diretor Geral — DAU Prof. LYNALDO CAVALCANTI DE ALBUQUERQUE Diretor Adjunto — D AU ELABORAÇÃO DO PROJETO Prof. JOÀO AUGUSTO BASTOS (DAU) Prof. IVO MATINAZZO (DAU) Prof. OCTANNY SILVEIRA DA MOTA (ITA) DIAGRAMAÇÂO E CAPA ANTÓNIO BATISTA FILHO (DAU) ÍNDICE INTRODUÇÃO 3 I CURSOS SUPERIORES DE TECNOLOGIA 5 II OBJETIVOS DO PROJETO 10 III A LEGISLAÇÃO DO ENSINO . 15 IV PERSPECTIVAS DOS CURSOS DE CURTA DURAÇÃO .. 18 V ESTRUTURA TÉCNICA E ADMINISTRATIVA 25 VI CURSOS IMPLANTADOS 34 VII PROGRAMAÇÃO DE NOVOS CURSOS 36 ANEXOS 38 INTRODUÇÃO * Ê perfeitamente conhecido o fato de que o perfil ocupacional dos vários setores da at ividade económica vêm se ampl iando e diversif icando grandemente, como consequência do aperfeiçoamento crescente e rápido das técnicas de produção de bens e serviços, assim como de administração e gerência. Concretamente, esse fenómeno se traduz no aumento do número de ocupações distintas exstentes no mercado de t rabalho, como também no desaparecimento de certas ocupações tradicionais. Em outras palavras, o aperfeiçoamento das técnicas, faz com que ocupações tradicionais sejam desdobradas em certo número de outras ocupações ou simplesmente sejam substituídas por novas ocupações. A natureza e as causas dessas transformações são de ordem a exigir que as novas ocupações sejam mais específicas, no sentido das tarefas cuja execução envolvem, e ao mesmo tempo mais especializadas no sentido do nível de conhecimento necessário para sua execução. Este processo de transformação é altamente dinâmico e vem se ace- lerando continuamente nos últimos vinte a vinte e cinco anos. Essa tendência certamente prosseguirá, acompanhando o ritmo crescente do progresso cien- tífico e tecnológico mundia l . Em consequência, torna-se cada vez mais difícil ao sistema educacional responder adequadamente, isto é, em tempo e na quant idade e qual idade exigidas, às necessidades do mercado de t raba lhe . Provavelmente essa dif iculdade jamais poderá ser superada pelos sistemas formais de educação tal como os conhecemos ho je . Daí a tendência moderna de, sob a designação genérica e ampla de «educação permanente», procurarem os sistemas educacionais novas formas de atuação e desempenho. Basicamente, duas linhas vêm sendo seguidas, simultaneamente ou não: a) proporcionar a complementação da formação profissional obt ida no sistema de educação formal , através de um ativo sistema de treinamento intensivo para o t raba lho; b) proporcionar repetida volta à escola, para a atual ização de conhecimentos e /ou aquisição de novas habi l idades. Paralelamente, a educação profissional, sobretudo de nível superior mas também a de nível médio, vem sendo constantemente revista em seus conceitos e métodos. O conteúdo e direção dessas revisões varia princi- palmente em função do estágio de desenvolvimento dos sistemas educacionais e da própria economia. Assim, enquanto em alguns países, onde as duas possibilidades que acabamos de mencionar podem ser amplamente oferecidas, a educação profissional regular, ministrada no sistema formal , pode adquirir nova feição, oferecendo principalmente uma formação cientifico-técnica ampla e sólida * Excerto da conferencia pronunciada pelo Conselheiro Edson Machado de Sousa no VII Seminário de Assuntos Universitários, realizado no Conselho Federal de Educação, em 07/05/1974. para que a habi l i tação profissional propriamente dita possa ser facilmente adquir ida pelo treinamento intensivo antes ou no próprio emprego. A edu- cação passa assim a ser mais profissional e menos ocupacional do que tem sido tradicionalmente. Já em outros países, ao contrário, busca-se oferecer cada vez maiores possibilidades de especialização profissional no próprio sistema educacional. Obviamente, a primeira tendência se esboça com maior clareza em países altamente desenvolvidos e que já atingiram há muito tempo níveis de escolarização da ordem de 7 5 / 8 0 % no ensino secundário e 25 a 4 0 % no ensino superior, em relação às faixas etárias correspondentes. Tais são os casos, por exemplo, dos Estados Unidos, Canadá e Japão. A segunda tendência é mais visível em países como a França e outros da Europa Ocidental como resposta ao desafio que lhes foi colocado de superarem o alarmante «gap» tecnológico que os separa dos Estados Unidos, que tem sido frequentemente relacionado às deficiências do seu aparelho formador de recursos humanos altamente qual i f icados. A inda na l inha dessa revisão de conceitos e métodos da educação profissional regular, uma inovação recente e que vem assumindo impor- tância crescente nos sistemas educacionais é a criação dos chamados cursos superiores de curta duração. Essencialmente, a criação de tais cursos resultou da constatação simples de que embora o espectro das ocupações no mer- cado de trabalho estivesse se ampl iando e diversificando, os níveis de formação pelo sistema educacional continuavam sendo os mesmos três t radi- cionais: elementar, médio e superior. Enquanto as ocupações, quanto ao nível de qual i f icação, já constituem um verdadeiro «continuum», os níveis educacionais se traduzem ainda em degraus. Consequentemente, o mercado de t rabalho se vê obr igado a adotar soluções próprias, que consistem comumente em ou «elevar» o nível de qual i f icação, complementando a formação recebida na escola através de treinamento específico, ou simplesmente «subuti l izar» a qual i f icação supos- tamente obt ida no sistema educacional, o que, em geral , é mais barato para o empregador. A primeira solução evidentemente não apresenta incon- venientes do ponto de vista social mas ela nem sempre é exequível, como é fácil de compreender. Já a segunda solução é certamente indesejável em termos de polit ica educacional e de política de investimento social em ge ra l . Não resta dúvida, porém, que o surgimento dos cursos superiores de curta duração encontrou outras razões em diferentes países. Assim é que muitas vezes, esses cursos são apresentados como uma forma conveniente, social e economicamente, de fazer face à crescente demanda por educação de nível superior, através da diversificação, inclusive espacial, da oferta de oportunidades. É óbvio que essa argumentação é vál ida sobretudo para aqueles que já at ingiram um nível de escolarização secundária próprio da universalização. Tudo indica, portanto, que a criação de cursos superiores de curta duração em nosso país parece vir ao encontro de uma exigência socio- económica e profissional já experimentada por nações tecnologicamente mais avançadas e compete ao nosso sistema de educação abrir um lugar importante e def inido para uma forma de ensino já prevista em diversos tópicos da nossa legislação educacional. I — OS CURSOS SUPERIORES DE TECNOLOGIA O Projeto 19, do Plano Setorial de Educação e Cultura — 7 2 / 7 4 , que será o Projeto 15, do Novo Plano 7 5 / 7 9 — «Implantação Gradat iva dos Cursos de Curta Duração» — vem incluir-se no contexto ideológico de criat ividade que deve inspirar a universidade brasileira. E uma resposta aos anseios de uma gama imensa da juventude, que busca ansiosamente ajustar-se às novas exigências da conjuntura tecnológica do nosso século. A instituição universitária há de realizar-se a partir de uma lucidez de espírito, que não abandona a exigência, de entrelaçar-se com a proble- mática do rea l idade. A perspectiva que busca o contato com a real idade transformará pouco a pouco a universidade num mundo de criatividades, feitas para corresponder às verdadeiras necessidades. A universidade só poderá exercer com eficácia sua magistratura do saber, quando sua autêntica sapiência converter-senuma experiência exata das coisas. Ela terá sempre de transmitir conhecimentos científicos, sem negligenciar, contudo, o desenvolvimento das aptidões técnicas, tentando formar profissionais para as mais variadas tarefas da civil ização moderna. A universidade do saber não entra em contradição com a universidade do fazer, iniciando pelos conhecimentos práticos que interessam ao ambiente onde deve atuar . Exige-se, pois, da estrutura universitária f lex ib i l idade necessária para oferecer um produto de conhecimentos tecnológicos e científicos, ampla- mente diversificados, capazes de satisfazer às solicitações do mercado de trabalho, cuja demanda torna-se cada vez mais d i ferenciada. A universidade tem que se preparar para adequar-se à criação constante do «know-how», vinculado à expansão da indústria nacional e ao momento histórico da mudança que está caracterizando nossa rea l idade. A implantação gradat iva dos cursos de curta duração poderá ser instrumento precioso para inserir a universidade brasileira no contexto de integração à real idade e no âmbito da transmentalização de suas estru- turas operacionais. De fato, não se trata apenas de implantar cursos novos, mas, de criar uma nova sistemática de ação, fundamentada realmente nas necessidades da comunidade. De nada adiantar ia sistematizar uma ope- ração, se não houvesse, preliminarmente, uma exigência, capaz de trans- formar o saber teórico num verdadeiro agente do desenvolvimento. Impõe-se, consequentemente, uma ampl iação dos quadros universitários para resolver o confl i to angustiante que envolve uma mult idão de jovens, qual seja a busca de um saber eficaz que os habi l i te à prática de inúmeras profissões técnicas, próprias às mais variadas regiões brasileiras. 1 — O MERCADO DE TRABALHO As transformações sócio-econômicas que atualmente envolvem o Pais têm provocado profundas modificações no mercado de t rabalho, que exige, a curto prazo, pessoal qual i f icado para atender à diversificação e especia- lização das tarefas. O crescimento industrial, a reforma agrár ia, os serviços de saúde e outros, exigem um aumento dos efetivos, dentro de uma categoria de mão de obra em nível superior e formada em tempo hábi l , a f im de suprir os necessidades do país, bem como responder ao apelo da população jovem que pretende ingressar na força de t raba lho . A implantação gradat iva dos cursos de curta duração procura alcançar o equilíbrio entre a oferta de mão de obra existente e a capacidade de absorção. Deverá também prever inovações e garantir f lex ib i l idade neces- sária ao atendimento, a curto prazo, de necessidades provocadas pela própria dinâmica de desenvolvimento regional e nac iona l . O técnico de nível superior ou tecnólogo, que numa região se forme, deverá responder a um reclamo dessa região e por ela ser absorvido. A análise objetiva do mercado de t rabalho demonstra que os profis- sionais de carreiras longas são frequentemente subutilizados, isto é, estão sendo requisitados para funções que poderiam exercer com uma formação muito mais prática e muito mais ráp ida . E, nesses termos, amplíssima a gama de atividades que poderiam ser adequadamente atendidas por técnicos de nível superior, especialmente preparados em cursos superiores de curta duração. Essa mult ipl icidade mesma aconselha, se não obr iga, a op ta r . Uma primeira opção é a de concentrar esforços na formação de profissionais, l igados às áreas consi- deradas prioritárias pelos programas do governo. Tais áreas ficariam adstritas aos campos da saúde, tecnologia, agricultura e educação. A definição de campos específicos dentro dessas áreas, deverá ser consequência de ação conjunta, desenvolvida fundamentalmente pelo Depar- tamento de Assuntos Universitários, pelas Universidades e Institutos, junto aos quais os cursos venham a funcionar. A tal ação conviria que se acres- centasse a colaboração de Agências Federais de desenvolvimento que atuam na região (Sudam, Sudene, Suvale, Sudeco, Sudesul); de Secretarias Esta- duais (Educação, Saúde, Planejamento, Tecno log ia) ; de Instituições que sob uma forma ou outra, estejam vinculadas ao problema (Federações da Indústria, Instituto Euvaldo Lodi — IEL); ou Entidades a que o problema possa interessar (Petrobrás, Eletrobrás, Companhia Vale do Rio Doce, etc. ) . Consultas e estudos prévios deverão trazer a certeza da existência de um mercado profissional receptivo e, tanto quanto possível, a garant ia antecipada de emprego. O procedimento nunca deverá ser o de preparar o profissional de cuja excelência se procurará, posteriormente, convencer o empregador poten- cial e relutante; ao contrário, a preparação se fará levando em conta as necessidades imediatas e próximas do usuário dos serviços, pretendendo-se chegar ao ponto de com ele discutir, sempre que possível, aspectos do currículo escolar proposto. E assim, proceder-se-á para ter, pelo menos em certo grau, certeza da pronta uti l ização do técnico fo rmado. Uma boa política a seguir será a de entrar em contato com os empregadores poten- ciais, não só para o fim referido acima, porém, ainda, para deles conseguir auxíl io em beneficio dos alunos ou do própr io curso. O objet ivo será o de não formar profissionais para além do número capaz de ser absorv ido. Em termos de Escola, significa essa diretriz que deverá haver constante disposição de suspender cursos, desde que o mer- cado profissional, continuamente auscultado, apresente sintomas de satu- ração. Dentro da mesma linha de ideias, é preciso estabelecer a firme disposição de alterar e atualizar os currículos, para atendimento de exi - gências práticas novas; e cursos poderão surgir, na medida em que neces- sidades novas se façam manifestas. Impõe-se, complementarmente, a necessidade de manter entendimentos com órgãos federais e estaduais de planejamento, como forma adequada de orientar o desenvolvimento do Projeto. 2 _ UM PAPEL A DESEMPENHAR O problema do ensino superior de curta duração tornou-se um centro de preocupações para vários países desenvolvidos e, sem dúvida, constitui frequentemente um problema maior para a organização do próprio ensino superior no seu conjunto. Uma análise rápida demonstra que as estruturas tradicionais do ensino superior não são, de maneira gera l , funcionais. Ademais, transfor- mações quantitativas e qualitativas se processaram, como o crescimento rápido do número de discentes, a característica l iterária e teórica dos cursos, a duração prolongada dos mesmos. Espera-se que a instauração dos cursos superiores de curta duração desempenhe um papel regulador, permit indo atenuar gradativamente algumas distorções do sistema t rad ic ional . O ensino superior de curta duração permitirá resolver o problema da demanda, sempre mais crescente, de alunos que pretendem ingressar na vida universitária. Trata-se, em princípio, de um novo tipo de instrução, capaz de al iviar, ao menos parcialmente, a pressão quanti tat iva sobre as univer- sidades, tendo também a vantagem de diversificar as formas de estudos a nivel superior. Ademais, as instituições de ensino superior de curta duração permi- tirão adquir ir competências e qualificações que normalmente não são dadas pelas universidades tradicionais, por causa de seu nível muito teórico, nem pelas escolas secundárias, cujos ensinamentos são insuficientes. A estrutura dos cursos de curta duração parece mais apta do que o ensino universitário tradicional para oferecer toda uma gama nova de métodos e técnicas de estudo, exigidos pela evolução da economia e tecno- logia modernas. Sem dúvida, este novo sistema de ensino superior forne- cerá a criat ividade no domínio da pedagogia e da pesquisa científ ica. 3 — AS OPÇÕES Considerando rapidamente os sistemas de curta duração, constata-seque existem variações de um país para outro. Ora, o sistema é assimilado ao ensinamento universitário; ora, funciona fora da universidade. Três modelos são, de modo geral, definidos: a) o modelo com várias f inal idades; b) o modelo especializado; c) o modelo b inár io . a) Omode locom várias f inal idades tem como padrão o «júnior college» ou o «community c o l l e g e » — americano ou canadense — estruturados de maneira a responder às necessidades locais ou regionais. Tais instituições possuem um grau elevado de autonomia, mas, estão estritamente ligadas ao ensino universitário. Alguns desses cursos constituem o primeiro ciclo de estudos universitários. Essas instituições assumem funções múltiplas e seus programas são de tal modo diversificados, que vão de um ensino puramente teórico, como preparação a estudos posteriores na universidade, até diferentes tipos de formação profissional, de caráter terminal . Na Europa, os estabelecimentos que se aproximam mais desse modelo são os «colégios regionais» da Noruega ou «Visa skola» na lugoslávia, que oferecem cursos preparando o aluno, tanto para os estudos universitários longos, como para carreiras terminais, visando diretamente um trabalho assalar iado. b) O segundo modelo, chamado «especial izado», corresponde princi- palmente à preocupação de oferecer um ensino pós-secundàrio aos alunos que seguiram os cursos técnicos e aos quais as portas das universidades estão fechadas. Os estabelecimentos classificados neste modelo se caracte- rizam por tênues ligações com as universidades, pois têm caráter especia- l izado e prof issional . Tal t ipo de instituições existe praticamente em todos os países da Europa. c) O terceiro modelo, o «binário», se encontra principalmente no Reino Unido e em alguns países da Europa. O ensino pós-secundário é div idido em dois setores distintos e que se desenvolvem independentemente um do outro: o setor universitário, de um lado, e o ensino pós-secundário, profissionalizante, de ou t ro . A grande fraqueza dos modelos apresentados reside no fa to que eles fazem uma distinção entre setores «nobres», isto é, o ensino superior de longa duração, e os menos «nobres», isto é, o ensino superior de curta duração. De fato, os alunos pertencendo às classes sociais superiores são larga- mente representados no fim do curso secundário. Por razões de status social, eles têm tendência a preferir o ensino superior de longa duração. Ademais, os alunos que chegam ao fim do curso secundário atingem um sistema de valores que os conduzem a escolher o ensino superior de longa duração. De maneira gera l , não existe meio de orientar o aluno para o ensino superior de curta duração, permanecendo, infel izmente, a inferioridade do status socia l . OS CU RS OS E O M ER CA DO DE TR AB AL HO II — OBJETIVOS DO PROJETO Considera-se curso de curta duração aquele cujo termo mínimo de integral ização do tempo será de 1.800 horas, excetuadas as licenciaturas que poderão ser reduzidas, na forma da le i . Este período poderá variar de 2 (dois) a 3 (três) anos. Os cursos de curta duração buscarão cobrir áreas de formação pro- fissional insuficientemente atendidas e evitar a subutil ização de profissionais de carreiras longas. Os egressos de nossas Faculdades irão sentir, na grande maioria, as restrições do mercado de t rabalho e muitos f icarão subutil izados, deixando talvez de atuar à altura do preparo recebido, para executarem trabalhos menos complexos, que um técnico de nível superior poderia real izar . Curso de curta duração pioneiro no Brasil, com um currículo escolar que se estende por três anos, é o de Engenharia de Operações. Parece, em razão disso, conveniente que se aproxime o Engenheiro de Operações do Tecnólogo de Nível Superior formado na área industrial, a f im de que melhor se recorte o perf i l desse últ imo, já que o primeiro têm suas feições def in idas. Em t rabalho apresentado à «Quinta Reunião Conjunta dos Conselhos de Educação» e int i tulado «CURSOS TÉCNICOS SUPERIORES — FACUL- DADES DE TECNOLOGIA», o professor Octávio Gaspar de Souza Ricardo, da Escola Politécnica de São Paulo e do Conselho Estadual de Educação, escreveu: «Na minha opinião, há três tipos de homens envolvidos em atividades, na engenharia ou na técnica industr ial: 1) aqueles que devem: a) resolver problemas específicos, já resolvidos genericamente nos livros e nos manuais; b) tomar decisões quanto à melhor maneira de executar uma deter- minada tarefa de âmbito restrito, l igada ao projeto, construção ou produção de uma ut i l idade tecnológica. Problemas típicos: projetar uma viga ou uma engrenagem, construir uma torre em t re l iça. 2) aqueles que devem conhecer conceitos gerais, já estudados por outros, para apl icá-los eficientemente em projetos ou estudos g loba is . Problema típico: otimizar um pro je to . 3) aqueles que procuram conceitos ou caminhos novos para solução de problemas genéricos. Problema típico: estudar a f lambagem de ci l in- dros de paredes finas para usá-las em foguetes. Estes três tipos exigem formações bem caracterizadas e distintas entre si, ( . . . ) na minha opinião, o engenheiro operacional se enquadra no primeiro t ipo, assim como o técnico super ior». Se o professor Ricardo coloca engenheiro operacional e técnico de nível superior numa área única — a área do «fazer» — não os confunde, entretanto. Observa, inicialmente, que o terceiro ano do curso de enge- nharia operacional já conferia um grau de especialização superior, em 5 0 % , ao técnico preparado em apenas dois anos. Assinala o mesmo professor, além disso, que existe, entre os dois profissionais que vimos referindo, uma distinção decorrente do fa to de no currículo mínimo dos cursos de Engenharia de Operações, haverem sido incluídas — talvez em razão do título «engenheiro» — matérias chamadas «nobres» e divorcia- das da mediata fa ixa do «fazer». (Consulte-se Parecer nº 25/26, da CES do CFE, aprovado em 4 . 2 . 1 9 6 5 — Documenta nº 34, p g . 9 4 ) . Condenando essa orientação — o que não vem ao caso no momento, e só mencionamos paro assegurar continuidade à exposição e justificar a transcrição seguinte — o Professor Ricardo conclui: «Acho que se deve quebrar esse «engenheirismo» que infelizmente, impugna até os currículos mínimos dos colégios técnicos do 2" ciclo e enveredar corajosa e eficientemente pelo ensino do « fazer» . Este é o ponto fundamenta l . Chega de gente para supervisionar, olhar de longe, ensinar como se f a z . Precisamos de gente que faça, que construa, que real ize. Portanto, é este o caminho ainda virgem e disponível, para os cursos técnicos superiores». Se nos concentramos, até agora, numa aproximação entre o enge- nheiro de operações e o tecnólogo de nível superior, preparado para atuar no campo tecnológico, foi por nos parecer — já o acentuamos —• que a existência desses dois profissionais de formação superior interme- diária na mesma área de atividades, melhor permitiria traçar o contorno da f igura que nos interessa individualizar — a do tecnólogo de nível superior. E evidente, entretanto, que a comparação tem apenas valor ilustrativo, importando, em face do objetivo que nos move, emprestar-lhe caráter gera l , apl icável não só à área da tecnologia, mas também a outras áreas supra mencionadas. Tentando fazé- lo, devemos entender que o técnico de nível superior, independentemente da área em que se forme e do setor em que deva atuar, define-se como profissional fortemente inserido na área do «fazer». Sua preparação escolar há de inclinar-se decididamente para esse lado, assegurando-lhe, idealmente, passagem sem degraus do período de estudo para a atuação na vida prá t i ca . Seu preparo não se fará, entretanto,em termos de empiria ou pragmatismo, antes, terá o apoio de uma sólida formação científica, embora de restrito raio, que lhe dê compreensão teórica das operações que deva executar e lhe proporcione visão dos problemas enfrentados por profissionais do mesmo ramo, formados em cursos tradicionais de longa duração. Junto a esses profissionais e deles recebendo orientação, deverá o técnico de nível superior, em princípio, t raba lhar . A propósito, será talvez oportuno reproduzir curta frase que se contém num estudo feito no Instituto Tecnológico da Aeronáutica, ao se cogitar de al i instalar um curso técnico de nível superior, vol tado para a formação de programado- res de computação. «Concebe-se esse profissional come técnico de qual i f icação tal que o habi l i te a entender-se inteligentemente com o ana- lista, cujos problemas deve estar em condições de compreender e que possa entender-se inteligivelmente com os elementos empenhados em níveis inferiores do t rabalho, or ientando-os e supervisionando-lhes as atividades, de sorte a conseguir a maior rentabi l idade para o conjunto das operações». O tecnólogo de nível superior é, pois, um profissional de formação superior, mas intermediária, vol tado acentuadamente para as tarefas de execução. Essa caracterização que, apresentada em termos abstratos não pode fugir a certa f luidez de contornos, ganha concretude com exame do currí- culo que, em cada caso, deva ser cumpr ido. Situando-se, como o engenheiro de operações, como os técnicos de nível médio e outros elementos de execução, na área do «fazer», o tecnólogo de nível superior não apresenta, em relação àquelas figuras, característica part icularizadora que delas o dist inga. A distinção será fei ta por nível de habi l i tação, em termos de currículos cumpridos e qualif icações adquir idas. O tecnólogo de nível superior deve cumprir currículo e adquirir qual i - ficação que o habi l i te a atuar em área onde se vem observando subutil i- zação dos profissionais formados em carreiras de longa duração ou em áreas atualmente desatendidas, por carência daqueles profissionais e impossibilidade concomitante de os técnicos de nível médio se elevarem à altura exigida pela complexidade da tarefa a desempenhar. O tecnólogo de nível superior, não é, pois, uma superposição nem uma superfluidade. Sua necessidade é naturalmente sentida quando deter- minado setor profissional ganha complexidade e se apartam os extremos do leque em que se abre o conjunto de atividades por ele abrang idas. Diante de tal situação, os profissionais de formação superior t radic ional hão de ver-se compelidos a executar funções aba ixo daquelas para as quais foram preparados e isso pela simples razão de que só ainda mais aba ixo encontrarão o técnico de nível médio, incapaz, por vezes, de sequer compreender-lhes a l inguagem. Posto o mesmo ponto em outras palavras, poder-se-ia dizer que a complexidade crescente dos campos profissionais, decorrência natural do avanço da ciência e da tecnologia, faz crescer a distância entre elementos desigualmente quali f icados que neles atuem e gera o surgimento de lacunas que vêm sendo preenchidas com a subuti l ização do melhor qual i - f icado . A complexidade referida — pelo fa to mesmo de fluir do progresso científico e tecnológico — rompe em a l to nível a cadeia de continuidade que deve ligar os elementos, empenhados em diferentes níveis da at iv idade abrangida por um determinado setor prof iss ional . A formação de um profissional com bom preparo — o tecnólogo de nível superior — tem sido a resposta dada em outros países para essa mesma questão, por eles também enf rentada. A engenharia de operações foi a primeira resposta brasi le ira. Uma segunda resposta seria dada com a formação do tecnólogo. Tal resposta não viria a ser propriamente inédita, uma vez que no Estado de São Paulo já vem sendo preparado esse tipo de prof issional . Observemos, de pas- sagem, que, ao ser solicitada a autorização para implantação do Centro Estadual de Educação Tecnológica de São Paulo, o Conselho Federal de Educação, ao manitesTar-se, aprovando-o (Parecer nº 2 7 8 / 7 0 , aprovado pela Câmara de Ensino Superior, em 9 de abri l de 1970, sendo relator o Prof. T. D. Souza Santos. Documenta nº 113, p á g . 176s), fez algumas anotações que é oportuno reter. Sublinha, por exemplo, o CFE que o funcionamento de cursos supe- riores de curta duração encontra apoio no que dispõe a Lei nº 5 . 5 4 0 , especialmente em seus artigos 18 e 23, estando os diplomas conferidos sujeitos ao registro previsto no a r t . 27 da mesma Lei. E o relator do parecer faz nele f igurar este trecho de real signif icação: «A necessidade e oportunidade desses cursos vinha sendo reconhe- cida e fr isada por numerosos educadores» (Doc. nº 113, pg 1 8 0 8 ) . A título de ilustração, convém lembrar o Parecer nº 4 1 7 / 7 1 do CFE, que aprova o «Plano de Licenciatura de Curta Duração em Educação Física, e laborado pelo «PREMEM». O tecnólogo vem senão preparado, no Estado de São Paulo, em vários campos, tendo havido boa receptividade do mercado de trabalho para uma primeira turma formada pelo Centro Estadual de Educação Tecnológica de São Paulo, em maio de 1972 . Ainda na Capital do Estado — na Universidade Mackenzie — e em Bauru, Sorocaba e São José dos Campos, vêm funcionando outras Escolas de preparação de técnicos de nível superior, em diversas áreas. E oportuno também lembrar as licencia- turas de curta duração, na área da pedagogia, realizadas em várias universidades e instituições particulares. O Projeto pretende incentivar e institucionalizar em todo o país essas experiências e medidas pioneiras, visando atender às situações do mercado de t rabalho, em face do desenvolvimento tecnológico das regiões, como também racionalizar a crescente procura do ensino superior. Os objetivos propostos, como já fo i anunciado tendem, enfim, a formar o tecnólogo, com essas características, nas áreas prioritárias esta- belecidas pelo governo a fim de responder aos reclamos das necessidades nacionais e regionais. Trata-se, pois, de racionalizar criteriosamente a formação de profissionais de nível superior para atender às exigências impostas à educação pelo processo ascendente do desenvolvimento. As tarefas se multipl icam na sociedade moderna e o ideal parece ser o da preparação de profissionais adequados para o desempenho de cada qual — preparação que não peque por excesso ou carência. « O TE CN ÓL OG O» RE SP OS TA AO NÚ ME RO CR ES CE NT E DE AL UN OS ES TR UT UR A PR ÁT ICA E FU NC IO NA L — O FA ZE R — CA RÁ TE R IN TE NS IV O E TE RM IN AL QU AL IF IC AÇ ÃO ES PE CÍF ICA — RA IO RE ST RI TO — NO VO S M ÉT OD OS E TÉ CN IC AS DE EN SI NO FO RM AÇ ÃO SU PE RI OR — IN TE RM ED IÁR IA — PR EE NC HE R SU BU TI LI ZA ÇÃ O DO PR OF IS SI ON AL TR AD IC IO NA L IN SE RI DO NO DE SE NV OL VI M EN TO TE CN O LÓ GI CO BA SE AD O NA S NE CE SS ID AD ES DE M ER CA DO DE TR AB AL HO AM PL IA LE QU E DA S FO RM AÇ ÕE S PR OF IS SI ON AL IZ AN TE S Ill — A LEGISLAÇÃO DO ENSINO Os cursos superiores de curta duração representam uma forma de ensino relativamente recente e inovadora dentro do sistema de educação nac iona l . Mais do que resultado de uma predeterminação legalampla e bem def in ida, foram eles suscitados pela necessidade de formar pessoal docente qual i f icado para o ensino de 1º e 2º graus e pelos reclamos do avanço tecnológico, que expande e diversifica o leque das tarefas ocu- pacionais. Não obstante, a part ir da Lei de Diretrizes e Bases, muitos passos da legislação deles se ocupam, chegando os mesmos a receber menção caracterizada em alguns artigos da Lei 5 . 5 4 0 / 6 8 e em Pareceres do Conselho Federal de Educação que aprovaram planos e currículos de tais cursos. Será conveniente transcrever os tópicos principais da legislação e fazer referência ao teor dos demais, para se obter um panorama o mais possível completo da situação jurídica atual desses cursos. a) Lei de Diretrizes e Bases — A r t . 104: «Será permitida a organização de cursos ou escolas experimentais, com currículos, métodos e períodos escolares próprios, dependendo o seu funcionamento para fins de val idade legal da autoriza- ção do Conselho Estadual de Educação, quando se tratar de cursos primários e médios e do Conselho Federal de Educação, quando de cursos superiores ou de estabelecimentos de ensino primário e médio sob a jurisdição do Governo Federal». b) Lei 5 . 5 4 0 / 6 8 — A r t . 18: «Além dos cursos correspondentes a profissões reguladas em lei, as universidades e os estabelecimentos isolados poderão organizar outros para atender às exigências de sua programação específica e fazer face à peculiaridade do mercado de t rabalho reg iona l» . — Art. 23: «Os cursos profissionais poderão, segundo a área abrangida, apresentar modalidades diferentes quanto ao número e à duração, a fim de corresponder às condições do mercado de t raba lho . § 1º — Serão organizados cursos profissionais de curta duração destinados a proporcionar habilitações intermediárias de grau superior. § 2º — Os estatutos e regimentos discipl inarão o aproveitamento dos estudos dos ciclos básicos e profissionais, inclusive os de curta duração, entre si e em outros cursos». — Ar t . 26 «O Conselho Federal de Educação f ixará o currículo mínimo e a duração mínima dos cursos superiores correspondentes a pro- fissões reguladas em lei e de outros necessários ao desenvolvimento nac iona l» . c ) Decreto-Lei 4 6 4 / 6 9 — Art. 9º: «O registro de diplomas em universidades oficiais faf-se-á por delegação do Ministério da Educação e Cultura, na forma do que dispõe o art igo 102 da Lei 4 . 0 2 4 , de 20 de dezembro de 1961 . Parágrafo único — Os diplomas correspondentes a cursos criados de conformidade com a art igo 18 da Lei 5 . 5 4 0 , de 28 de novembro de 1968, estarão sujeitos a registro e terão val idade nos termos do art igo 27 da mesma le i» . d) Lei 5 . 6 9 2 / 7 1 — Art. 30 : «Exigir-se-á como formação mínima para o exercício do magistério: a) no ensino de 1º grau, da 1a à 4* séries, habi l i tação específica de 2º g rau ; b) no ensino de 1º grau, da 1a à 8ª séries, habi l i tação específica de grau superior, ao nível de graduação, representada por licenciatura de 1º grau obt ida em curso de curta duração». — Ar t . 3 1 : «As licenciaturas de 1º grau e os estudos adicionais referidos no § 2º do art igo anterior serão ministrados nas universidades e demais instituições que mantenham cursos de graduação p lena. Parágrafo único — As licenciaturas de 1º grau e os estudos adicionais, de preferência nas comunidades menores, poderão também ser ministrados em faculdades, centros, escolas, institutos e outros tipos de estabelecimen- tos criados ou adaptados para esse f im, com autorização e reconhecimento na forma da l e i » . e) Decreto-Lei 5 4 7 / 6 9 Autoriza as Escolas Técnicas Federais a organizar e manter, em nível superior, cursos de curto duração para formação profissional básica. f ) Decretos-Leis 6 5 5 / 6 9 e 7 4 9 / 6 9 Autorizam os órgãos técnicos do Ministério da Educação e Cultura encarregados da administração e coordenação do ensino técnico agrícola, comercial e industrial, e a Diretoria do Ensino Secundário do mesmo Ministério, a organizar, em nível superior, cursos para formação de pro- fessores para disciplinas gerais ou técnicos e práticas educativas vocacionais do ensino secundário, e bem assim, a mantê-los, diretamente ou em convénio com unidades de ensino técnico ou de ensino superior, oficiais ou reconhecidas. O Parecer 7 4 / 7 0 C . F . E . aprove o currículo de cursos, em nível superior, para formação de professores para artes práticas: Artes Indus- triais — Técnicas Comerciais — Técnicas Agrícolas — Educação para o Lar. O curso é designado como licenciatura «curta», e sua duração é de 1 . 6 0 0 horas. A portar ia Ministerial 4 3 2 / 7 1 aprova normas relativas aos cursos superiores para formação de professores de disciplinas especializadas para habi l i tação do ensino médio, referentes às atividades económicas primárias, secundárias e terciárias. A duração desses cursos é de 600 horas para portadores de diplomas de nivel superior (Esquema I) e de até 1 .480 horas para técnicos de nivel médio (Esquema II) . g ) Pareceres 6 0 / 6 3 e 2 5 / 6 5 C F . E . Aprovam o p lano e regulamentam o currículo do curso de Engenharia de Operação, com a duração de 2 . 2 0 0 horas, a serem integral izadas em dois ou três anos. O Decreto-Lei 2 4 1 , de 28 de fevereiro de 1967, regulou a profissão. h) Indicação, de 10 de setembro de 1964, CF.E. e Pareceres 6 3 8 / 6 6 ; 4 2 / 6 7 ; 1 5 4 / 6 7 , 7 1 2 / 6 9 ; 9 1 2 / 6 9 ; 2 5 5 / 7 0 C F . E . Aprovam planos e regulamentam currículos de cursos conducentes a licenciaturas de 1º grau, na área da Pedagogia, com a duração de 1.400 a 1.600 horas. i ) Parecer 4 7 7 / 7 1 C F . E . Aprova o curso de curta duração em Educação Física, com a duração de 1 . 2 0 0 horas. i ) Pareceres 2 7 8 / 7 0 ; 1 . 0 6 0 / 7 3 ; 1 . 2 8 1 / 7 3 e 1 2 9 8 / 7 3 C F . E . Aprovam planos e regulamentam currículos de diversos cursos, na área da Tecnologia, com a duração de 1 . 800 horas, e caracterizam o «tecnólogo de nível superior», produto dos cursos de curta duração pre- conizados pelo Projeto 19 do Plano Setorial 7 2 / 7 4 . I) Portaria Ministerial 1 5 9 / 6 5 e Resolução 1 /72 C F . E . Fixam a duração dos cursos superiores de graduação, inclusive os de curta duração. IV — PERSPECTIVAS DOS CURSOS DE CURTA DURAÇÃO 1 - A POLITICA DO MEC A implantação gradat iva dos cursos de curta duração traz no seu bojo um marco histórico em prol do desenvolvimento do ensino superior brasi leiro. Sua necessidade reflete a crescente complexidade da evolução da vida de uma nação. Os cursos de curta duração são imposição de uma sociedade que avança em todos os setores da iniciativa humana diversifi- cada . Embora tais cursos se orientem para a especialização profissional, não devem descurar, contudo, a formação geral e humana, que, em última análise, confere sentido e compreensão à própria especial ização. Seria valioso que na estruturação dos currículos de tais cursos, constassem dis- ciplinas de formação humana. A implantação gradat iva dos cursos superiores de curta duração encontrará, sem dúvida, no Brasil, como encontrou nos Estados Unidos e em outros paises, o obstáculo dos preconceitos do sistema universitário t rad ic ional . Tais preconceitos, contudo, podem e, aliás, devem ser supe- rados pela compreensão das exigências de uma sociedade que evolui tecnologicamente. A polít ica de implantação dos cursos de curta duração é uma decisão da ação governamental , no setor da educação. O empenho encetado pretende convencer a opinião pública da oportunidade e da seriedade de ta l pro je to . A polít ica f inanceira que está sendo adotada é mais um incentivo ao desenvolvimento desses cursos. Na ampla programação do ensino superior no país, os cursos de curtaduração devem ocupar o seu devido lugar. Impõe-se, na verdade, a renovação do sistema administra- tivo das universidades, a expansão e melhoria do ensino de pós-graduação, o estabelecimento de uma estratégia de a locação de recursos para for- talecimento das instituições de ensino superior. A qual idade do ensino, fort i f icada pela severa vigi lância da pós- graduação, deve amparar-se também na criat ividade de novas estruturas e de novos recursos. Os cursos de curta duração, além de serem criativos, vêm, com a mesma intensidade, qual i f icar o ensino superior, pois, estão voltados à formação de técnicos, altamente preparados, em tempo reduzido, para enfrentar os desafios práticos do saber e da tecnologia. Não há dúvida de que integram uma graduação qual i f icada e al tamente especial izada. O estudo mais amplo da mão de obra ocupacional, apelando para todos os órgãos interessados, oferecerá subsídios concretos que resultarão em programas educacionais, realmente fundamentados em fatos e em necessidades. 2 — CARREIRAS DE CURTA DURAÇÃO NOS ESTADOS UNIDOS O surto económico e técnico do após-guerra estimulou nos Estados Unidos a educação ocupacional, vocacional e técnica. Os cursos de curta duração, denominados «Comprehensive Commu- nity Júnior Colleges», após resistência inicial , receberam grande aceitação, por corresponder à necessidade técnico-sócio-econômica. As próprias universidades passaram a encará-los com simpatia e entusiasmo, na convicção de que ocupam lugar def inido e necessário na educação nac iona l . Há presentemente, nos Estados Unidos, 56 tipos de cursos superiores de curta duração em desenvolvimento, distribuídos nas áreas da Saúde, Comércio, Educação, Educação Gera l , Engenharia, Indústria, Serviços etc. A experiência amer.cana pode ser pista úti l , embora de valor relativo, paro o nosso Projeto. Mas a rápida evolução do nosso pais enseja a ante- visão das linhas do amanhã, evitando a repetição de erros e possibil i tando um programa de educação que se antecipa aos acontecimentos, não apenas os segue. 3 _ A EXPERIÊNCIA FRANCESA Os Institutos Universitários de Tecnologia ( I . U . T . ) , criados por De- creto de 7 de janeiro de 1966, estão se desenvolvendo rap idamente. Cin- quenta e seis I . U . T . , em 1972, reagrupavam 3 5 . 6 7 6 estudantes. Eles constituem um dos baluartes da reforma do ensino superior da França. Na verdade, sua existência corresponde a uma necessidade. A formação existente de técnicos de nível superior não permitia enfrentar as necessidades crescentes de uma economia em transformação. A França formava cada ano menos de 12 .000 engenheiros e apenas 5 . 0 0 0 técnicos de nível superior. Dotados de uma estrutura própr ia, dispondo de condições de funcio- namento e de uma organização pedagógica especial, os I . U . T . oferecem um ensino vol tado para a tecnologia, levando o estudante imediatamente pcra a vida prática e prof issional . A admissão aos I . U . T . é or ig ina l : rea l iza-se através de título (ba - charelado, diploma de técnico) ou de exame. O ensino de dois anos é of ic ial izado por um diploma universitário de tecnologia (DUT) . Uma pesquisa demonstrou que após o dip loma, um terço dos estu- dantes dos I . U . T . prosseguem seus estudos. Concebidos para melhorar a adaptação do ensino superior à at iv idade económica, a formação dada nos I . U . T . , apesar dos esforços consideráveis de construções, de recrutamento de professores, não correspondem to ta l - mente aos objetivos propostos. Esta dif iculdade provém, em grande parte, de uma certa desconfiança com relação ao ensino superior de curta duração, atitude que se explica pela tendência geral de prolongar a duração dos estudos superiores e também porque os empresários, na maioria, são mal informados do con- teúdo dos diplomas dos Institutos Universitários de Tecnologia. 4 — CONDIÇÕES DE EXECUÇÃO Há, no momento, part ic ipação da universidade nos programas dos cursos de curta duração. Isso dif iculta em parte, sua caracterização e de- senvoltura por causa da forte tradição «superior» por parte de instituições e professores. Por outro lado, as escolas técnicas de nível médio, no país, marcham para programações em «nível super ior». Seria uma chance brasileira para os cursos de curta duração. Ocorre, porém, que o processo para transfor- má-los seria muito lento e dispendioso. Acresce que, no momento brasi- leiro, as escolas técnicas correspondem a uma necessidade e a sua trans- formação, para atender a novos objetivos, equivaler.a a «roubar de Pedro para dar a Paulo». A medida de utilizar, para os cursos de curta duração, algumas uni- versidades bem constituídas e algumas escolas técnicas de nível médio exce- lentes, é sem dúvida uma possibi l idade. Mas, na real idade, permanece ainda a questão da melhor al ternat iva para o sistema educacional brasileiro. Acrescentar às escolas de nívei médio mais dois anos «profissionali- zantes» é solução que não deu bons resultados em alguns países. A melhor solução seria caminhar progressivamente para instituições distintas, com autonomia e objetivos própr ios. Isso se aproximaria dos «Community Júnior Colleges», que deram bons resultados nos Estados Unidos. Esta não inval ida a medida, talvez no momento mais viável, embora de caráter transitório, de recorrer às instituições universitárias. Antes, porém, de qualquer opção por uma medida de execução, tor- na-se necessário definir a natureza própria desses cursos. No Brasil está clara a definição educacional do 1º e 2º graus, escola técnica, universidade, graduação e pós-graduação. Mas, os cursos superiores de curta duração são ainda um campo a ser exp lo rado . Os cursos já instalados no Brasil o são em universidades cujo sistema não prevê um título que não seja bacharelado, l icenciatura, mestrado, doutorado. A legislação do ensino de 29 grau, por outro lado, adscreve a esse nível habilitações profissionais que competem aos cursos superiores de curta duração. E preciso, no entanto, atentar para o inconveniente de trazer a uni- versidade «para baixo» ou a escola técnica «para c ima». Em face da importância que os cursos de curta duração assumem no atual momento do desenvolvimento nacional, parece evidente que deva existir por parte do MEC um compromisso suficientemente forte e convin- cente com respeito a esses cursos, como caminho a ser seguido. Espera-se angariar recursos mais substanciais e definidos para implan- tação e manutenção dos cursos. Uma campanha de divulgação é necessária, por meio de pronuncia- mentos e documentos of ic iais. Paralelamente, é preciso combater, por todas as formas o ainda forte preconceito do «status» que envolve tais cursos. A evolução dos fatos poderá evidenciar a conveniência de desvincular os cursos de curta duração da universidade, erigindo-os em entidade edu- cacional didática e administrativamente autónoma, a exemplo dos «Júnior Colleges» nos Estados Unidos. Como medida de cautela, na implantação desses cursos, sugere-se, a curto prazo, o procedimento seguinte.- a) f ixar uma programação anua l ; b) proceder a estudos, com objet ivo de determinar as necessidades do mercado de t rabalho das regiões e com a f inal idade de preparar a programação; c) ampl iar cuidadosamente o leque dos cursos de curta duração, lendo em vista as áreas prioritárias estabelecidas pelo governo: educação, saúde, tecnologia e agricultura; d) submeter as sugestões de novos cursos às comissões de técnicos e especialistas, que organizarão planos de cursos, de acordo com as neces- sidades do mercado de t rabalho e levantamento das características socio- económicas da região; e) comprometer a universidade ou instituição na continuidade dos ci/rsos, pois, será demasiadamente oneroso parao MEC arcar com todas as despesas desses cursos. Com relação à área de educação, proceder a um levantamento das licenciaturas de curta duração, existentes nas Faculdades de Educação com vistas à melhoria do corpo docente. £ de se esperar que a opinião públ ica, educadores e educandos, aos poucos se convencerão da alta qual i f icação dos cursos de curta duração e dos sérios propósitos do MEC, no sentido de comprometer o sistema educa- cional brasileiro no desafio do desenvolvimento. 5 — FASES DE EDUCAÇÃO a) Planejamento A programação dos cursos estará de acordo com a pesquisa de mer- cado de t rabalho, que em última análise definirá a área específica de atua- ção indicando o t ipo de técnico de nível superior que será fo rmado. £ natural que a ent idade em causa, de acordo com o planejamento estabelecido, não encontre maior di f iculdade em definir os campos de in- teresse, porque localizada em determinada região e al i atuando, terá conhe- cimentos das peculiares condições do meio, o que vale dizer, no caso, de suas deficiências e, portanto da contribuição que o técnico de nível superior, especialmente preparado, poderá trazer para saná-las. Caberá, pois, à própria entidade interessada a tarefa de preparar currículos, que terão por pauta as exigências do meio. Não deverá o Departamento de Assuntos Universitários, naturalmente, furtar-se a uma co- laboração que objetivará a dominação possível dos aspectos formais e não deverá a ent idade, por outro lado, esquecer a contribuição a receber de pessoas e instituições por qualquer forma ligadas ao campo de atuação escolhida. A denominação das disciplinas a serem lecionadas, mesmo quando o conteúdo equivalha ao de um curso universitário tradicional, deverá ser di ferente. Tudo deve ser fei to, para que o curso técnico de nível superior seja apresentado ao candidato como a lgo terminal que o leva ao t raba lho . Evidentemente, não se pode «condenar» o a luno a permanecer como técnico de nível superior, mas, a preocupação inicial será a de formar ele- mentos, para imediata util ização e prá t ica . Posteriormente caberá talvez equacionar a questão de maneira diferente e uma hipótese seria a de d i - vidir os cursos universitários comuns em três porções distintas e concate- nadas: terminada a primeira (dois anos, por exemplo) , teríamos o técnico de nível superior ou tecnólogo; terminada a segunda (terceiro a n o ) , teríamos o equivalente ao que é chamado de operações; terminada a terceira (mais dois ou três anos) , teríamos o profissional equivalente as respectivas pro- fissões tradicionais. b) Execução A execução do Projeto está, no momento, a cargo das universidades e instituições de ensino superior, em convénio com o Departamento de As- suntos Universitários, órgão responsável pelas diretrizes e assessoramento técnico. Cabe também ao DAU o acompanhamento da tramitação dos pro- cessos no Conselho Federal de Educação, discussão e assinatura dos con- vénios para implantação dos cursos. A implantação dos cursos de curta duração deverá ser revestida de certas garantias com relação ao status profissional, oficialmente def inido e reconhecido. O técnico, formado nestes cursos, deve ter o seu lugar no contexto das profissões e consequentemente, desfrutar de sua devida po- sição na sociedade e no campo de t raba lho . Além de definição de atribuições específicas e exclusivas do tecnólogo, sugere-se uma ampla promoção, auxi l iada por incentivos especiais, tais como a concessão de bolsas de manutenção aos alunos que seriam tota l ou parcialmente dispensados do pagamento de anuidades, se este paga- mento vier a tornar-se obr iga tór io . E importante que os novos diplomas sejam bem aceitos no mercado de trabalho e que os profissionais tradicionais não os vejam como desleais concorrentes, mas como elementos auxil iares, que irão complementar-lhes as at iv idades. Para que assim seja, é preciso que os cursos funcionem de acordo estrito com sua f inal idade própria e que sejcm submetidos ao pro- nunciamento prático das indústrias, empresas e instituições, nas áreas em que irão funcionar. O interesse do mercado de t rabalho tem que ser de- monstrado e sua confiança, depois, merecida. Uma forma proveitosa de procedimento seria de os empregadores potenciais estudarem, juntamente com as instituições, os cursos que possam ser tidos como os de maior con- veniência. Outra forma seria a de esses empregadores autorizarem funcio- nários seus a ministrarem aulas, em cursos que tenham acentuada feição prá t ica . c) A variação • Controle O esquema técnico de aval iação e controle é o instrumento adequado para garant i r a qual idade e o funcionamento desses cursos. Ao DAU caberá a responsabil idade de exerecer ta l tarefa, através de visitas periódicas, relatórios e fichas de ava l iação. Este Departamento deverá exercer também a supervisão das licencia- turas de curta duração e dos cursos de Engenharia de Operações. Neste sentido já houve determinação da Secretaria Geral do Minis- tério da Educação e Cultura para se proceder a estudos do DAU, juntamente com o DEM, que objetivassem uma solução com relação ao problema dos cursos de Engenharia de Operações. Seria de todo conveniente que os projetos de novos cursos de tec- nologia fossem enviados ao DAU para a devida análise, apreciação, bem como encaminhamento ao Conselho Federal de Educação. E preciso evitar um crescimento desordenado desses cursos. Toda cau- tela deverá ser empregada para alicerçar os mesmos em bases sólidas, oferecendo sempre a garant ia do mercado de t rabalho e a coerência de uma boa just i f icat iva. A fase da implantação dos cursos de tecnologia deverá merecer cuida- dos e atenções especiais por parte dos técnicos do DAU, para que não se estabeleçam distorções e experiências fa lhas . Espera-se, enf im, que o planejamento, acompanhado de uma ava l ia- ção criteriosa, estruture esses novos cursos num caminho certo e seguro. CU RS O S EM CA RÁ TE R TE RM IN AL V — ESTRUTURA TÉCNICO-ADMINISTRATIVA A instituição dos cursos superiores de curta duração obedece a motivos e a dinâmica próprios, que divergem sensivelmente da estrutura e organi- zação da universidade. A diferença é particularmente notável no plano e no funcionamento dos cursos, na autonomia que deles decorre, na maior part ic ipação da empresa e da comunidade e, f inalmente, na supervisão especial do Ministério da Educação e Cul tura. A criação dos cursos superiores de curta duração visa a estruturar um novo t ipo de ensino superior que melhor corresponda às exigências da economia moderna e de certa maneira, poupar o disperdicio de tempo e de recursos, dos cursos de longa duração. Ê inegável que há alguns anos amplia-se um movimento de reformas, destinadas a renovar nosso ensino, procurando responder aos anseios da juventude e às exigências da vida moderna. Em todos os setores de at iv idade se desenvolvem funções novas de enquadramento técnico, cujos titulares são associados aos engenheiros, aos pesquisadores e aos quadros da alta administração. As formações prepa- rando estas funções são diferentes, tanto pelo conteúdo como pelo método, com relação ao ensino superior t rad ic ional . Ê preciso considerar com aten- ção o que existe no bojo desse novo tipo de ensino superior. A formação, assegurada pelos cursos superiores de curta duração, se situa a nível intermediário entre o 2º grau e o diploma tradicional de nível superior. Os beneficiários dos primeiros estarão l igados diretamente à pro- dução e à gestão de empresas. Uma nova pedagogia se depreende dessa estrutura, forjada em bases diferentes, com relação aos cursos tradicionais. Daí decorre a necessidade de se montar uma organização específica para esse t ipo deensino e estruturas administrativas adaptados a estas exigências. Os cursos de curta duração oferecem uma dimensão pluridisciplinar, isto é, que prepara os estudantes para um certo número de especialidades, bem específicas, em função das necessidades da economia, tanto regional como nac iona l . As tarefas propostas se concentram mais nos setores secundário e terciár io. No futuro, cada especialidade deverá ser reagrupada num De- par tamento. O ensino, consequentemente, se concentra na aprendizagem profissional e até mesmo manual ; os programas prevêem um grande número de aulas práticas, bem como estágios obr igatór ios. A estrutura técnica administrativa dos cursos de curta duração poderá ser um marco na evolução do sistema do ensino superior. Parece óbvio que as novas instituições permitirão engajar certos processos de inovação, em condições mais favoráveis do que os estabelecimentos tradicionais. Trata-se, em princípio, de um tipo de instituição suscetível de aliviar a pressão quantitativa do ensino superior, abrindo o leque das formações profissionalizantes e das motivações que vão além do 2º grau. Não há dúvida de que os cursos de curta duração oferecerão ao aluno uma melhor chance de inserção na vida profissional. Poder-se-ia tentar reduzir o sistema dos cursos de curta duração em dois tipos: 1º — ficaria situado fora do sistema universitário; 2º — esta- ria integrado ao sistema universitário existente. 1 __ PLANO E FUNCIONAMENTO A criação de um curso superior de curta duração, tal como é preconi- zado pelo Projeto 19 do Plano Setorial de Educação e Cultura 7 2 / 7 4 , é sempre motivada pelas exigências do mercado de trabalho imposto pelo desenvolvimento ou reclamado por características regionais. E o que tem ocorrido com a implantação dos cursos de Processamento de Dados em diversas instituições de nível superior; de Cooperativismo, em Viçosa; de Curtumes e Tonantes, no Rio Grande do Sul; de industrialização de Açúcar de Cana, em Alagoas; de Engenharia Têxtil, na Guanabara; de Metalurgia, em Minas Gerais, e outros. Reunidos dados suficientes sobre a situação sócio-econômica da re- gião e sobre as necessidades de mão de obra qualificada, convocam-se especialistas da área que, em colaboração com o estabelecimento de ensino local que irá ministrar o curso e com os peritos do DAU, traçam o plano do curso. Dado o caráter intensivo e terminal do curso, o conteúdo programático do currículo é selecionado por tal forma que, sem prejuízo da natureza científica do ensino a ser ministrado, o aluno seja preparado diretamente para a execução. 2 — CONCURSO VESTIBULAR Quanto ao concurso vestibular será observada, no que for aplicável, a Portaria nº 113, de 21 de fevereiro de 1973, do Ministério de Educação e Cultura. Isso não impede que se estude a viabilidade de realizar o concurso vestibular dos cursos de curta duração independentemente dos outros cursos. De preferência, parece aconselhável que o mesmo se realize após conhe- cidos os resultados dos concursos vestibulares para os cursos tradicionais. O concurso vestibular dos cursos de curta duração poderá ter estrutura mais simples que a do vestibular comum. Uma sugestão é a de que abranja apenas três matérias de maior interesse para o curso futuro e se realize num só dia . Lembre-se, a propósito que, para cursos na área da tecnologia, o concurso vestibular, em mais de uma escola paulista abrange Matemá- tica, Física e Português; no Instituto Tecnológico da Aeronáutica, para o Curso Técnico Superior de Programadores de Computação, o concurso ves- t ibular fo i real izado num só dia — Matemática e Português pela manhã e Física, à ta rde . 3 — OS PERÍODOS TRIMESTRAIS Quanto à programação de cursos, parece desejável a adoção do sistema de períodos trimestrais. O sistema não deixa de ofecerer um inconveniente que importa men- cionar, porque se reflete de maneira direta na área docente: deixa de haver coincidência entre o período letivo do curso técnico de nível superior e o da universidade, de sorte que o professor poderá estar em férias nesta e compelido a continuar lecionando no pr imeiro. A situação o desagradará, talvez, e é sucetível de levá-lo a afastar-se do curso técnico. Apesar desse aspecto, aconselha-se adoção do sistema trimestral para os cursos que for- marão os tecnólogos. Uma primeira razão é a de considerar-se excessivo o período comum de férias: boa parte, quando não todo o mês de dezembro, o de janeiro, o de fevereiro e o de julho, mais a Semana Santa e a Semana da Pátria, sem fa lar em fer iados esparsos e sempre numerosos. Cento e oitenta dias a mais de aula — e dias, por vezes, de uma só aula são como se sabe, o mínimo estabelecido e raramente ul t rapassado. No caso de um curso de curta duração, previsto para completar-se em dois anos, largo hiato entre os dois termos letivos ser.a part icularmente indesejável e, assim, o esquema trimestral parece atender melhor ao objet ivo de um preparo pro- fissional que, por ser breve, há de ser intensivo. Propõe-se, portanto, especificamente, que os cursos tenham início na primeira segunda-feira de fevereiro, estendendo-se o primeiro período por doze semanas de aulas, seguidas de uma de exames e duas de fér ias. No segundo período terá a mesma estrutura. No terceiro período, após as doze semanas de aula e a de exames, haverá férias de nove semanas, até o inicio do ano letivo seguinte. Em suma, as 52 semanas do ano estarão divididas da seguinte ma- neira: 12 semanas de aula, uma de exames, duas de férias (1º período — 15 semanas); 12 semanas de aula, uma de exames, duas de férias (2º período — 15 semanas); 12 semanas de aulas, uma de exames, nove de férias (3º período — 22 semanas) . O curso teria a duração máxima de 1.080 horas-aula e a mínima de 900 horas-aula por ano , perfazendo o cômputo total de 2.160 horas-aula, no máximo, e 1 .800, no mínimo, em dois anos.Esclareça-se que não serão computadas, para a integral ização do tempo útil as horas correspondentes a estágios supervisionados, no que excede a um décimo do número de horas f ixado para o curso (Portar ia Ministerial nº 1 5 9 / 6 5 — a r t . 2º, parágrafo único) . Nessas condições, teremos como já f icou di to, um curso que é breve, mas, intensivo. Recebendo esse tipo de aluno e precisando t ransformá- lo ,a curto prazo, em profissional de bom nível, a escola deve dispor de tempo, inclusive para preencher lacunas que o estudante apresente. O problema do eventual fracasso do aluno do curso regular é outro motivo que leva a preconizar o sistema tr imestral . Reprovado o aluno, se o curso de dois anos tiver divisão anual ou semestral, a repetição pro lon- gará o tempo de estudos da metade ou de um quar to, e a extensão po- dera parecer demasiada. Sendo a divisão trimestral, uma reprovação es- tenderá o curso de apenas um sexto, o que é psicologicamente favorável. Estando em regime normal de operação, o curso técnico de nível superior poderá adotar a prática do concurso vestibular, reali- zado três vezes por ano, permitindo que o aluno aprovado se agregue, naturalmente, à turma imediatamente seguinte. Três vestibulares por ano, embora tragam sobrecarga administrativa, podem corresponder a um artifício para divisão do grupo de alunos a admitir anualmente, possibilitando — o que é essencial para o bom ren- dimento escolar — a formação de turmas pequenas e a utilização mais eficaz de aparelhamento de laboratório e oficina, quase sempre escasso em quantidade. 4 — A CARGA ESCOLAR A carga semanal de atividade escolar deverá manter-se em torno de 30 horas, computadas: aulas teóricas aulas de exercício aulas de laboratório aulas de oficina Cinco seria o número ideal de disciplinas por período, admitindo-se o acréscimo de matérias que fujam ao esquemade estrita formação pro- fissional (Educação Física, por exemplo, e Estudos de Problemas Brasileiros). Disciplinas: A— B — C — D— E (F) 5 — ELABORAÇÃO DE CURRÍCULOS Deve a elaboração dos currículos começar por estudos técnico-sócio- econômicos da área onde se pretende instalar o curso. Em seguida é pre- ciso estabelecer que tipo de conhecimento será necessário a tal formando. Para tanto, o pronunciamento de peritos, dos que «têm a mão na massa> é de suma importância. Após este trabalho, organiza-se o quadro das disciplinas. Na elaboração das disciplinas, não convém descurar as de formação humana, para evitar os erros de uma formação excessivamente técnica e especializada. Os programas devem ser criteriosamente preparados, com determina- ção tão aproximada quanto possível, do número de aulas necessárias para a apresentação da matéria; aulas programadas e não dadas devem sempre ser objeto de reposição. Tudo deve ser organizado, em função de uma realidade prática, cor- respondendo às exigências do mercado de trabalho, sem desprezar a qua- lidade e o nível de ensino. 6 _ CORPO DOCENTE Professores para os cursos técnicos que este documento propõe im- plantar deverão ser recrutados na esfera do profissional de nível superior e. de preferência, ente os que se venham dedicando, não somente ao en- sino, mas, a par disso, ao exercício at ivo da profissão, tendo, por tanto, visão direta das condições práticas do t raba lho . Parece conveniente que os professores l igados ao novo curso tenham, por isso, uma remuneração adicional — ainda que pequena—e não incorporável ao salário, como es- tímulo para desempenho de uma tarefa que acresce às normas. Ademais, é preciso que os professores se integrem no espírito dos cursos de curta duração, que exigem não só um conteúdo específico, mas uma didática adequada à real idade para a qual os alunos estão sendo fo rmados. Para o exercício das tarefas de instrução prática podem ser dispen- sados títulos universitários, considerando-se como habi l i tação suficiente o preparo profissional e a reputação do cand ida to . 7 _ ADMINISTRAÇÃO DO CURSO A administração do curso é conf iada a um coordenador e a um secre- tár io, responsáveis por todos os aspectos do funcionamento e perante o DAU, ao qual serão enviados relatórios periódicos. E de se esperar que o coordenador goze de plena autonomia para efeito de organização, administração e supervisão do curso e será assessora- do por dois ou três consultores, com eles compondo um Conselho consul- t ivo que resolverá questões não previstas e que possam apresentar-se du - rante o desenvolvimento do curso. 8 —. PREVISÃO ORÇAMENTARIA a ) C u s t o s Trata-se naturalmente de uma previsão, dependendo das condições e necessidades de cada instituição, bem como dos recursos orçamentários pre- vistos pelo DAU para o Projeto dos cursos de curta duração. Exemplo dos custos de um curso, nos dois primeiros anos de funcio- namento, abrangendo seis trimestres de 13 semanas de atividades, tendo em média 26 aulas por semana, a Cr$ 60,00 por au la . — D o c ê n c i a 1º Trimestre — 1 Turma : 26 x 1 3 x 6 0 , 0 0 = 20 .280 ,00 2º Trimestre — 2 Turmas: 2 x 2 6 x 1 3 x 6 0 , 0 0 = 4 0 . 5 6 0 , 0 0 3º Trimestre — 2 Turmas: 2 x 26 x 1 3 x 6 0 , 0 0 = 4 0 . 5 6 0 , 0 0 4º Trimestre — 3 Turmas: 3 x 26 x 1 3 x 6 0 , 0 0 = 6 0 . 8 4 0 , 0 0 5º Trimestre — 4 Turmas: 4 x 2 6 x 1 3 x 6 0 , 0 0 = 8 1 . 1 2 0 , 0 0 6º Trimestre — 4 Turmas: 4 x 2 6 x 1 3 x 6 0 , 0 0 = 8 1 . 1 2 0 , 0 0 3 2 4 . 4 8 0 , 0 0 Outros custos Monitores 17 .600 ,00 Coordenação 4 7 . 2 0 0 , 0 0 Secretaria 5 6 . 0 0 0 , 0 0 Previdência Social 8 1 . 1 2 0 , 0 0 Mater ia l de Consumo 14 .000 ,00 T o t a l 324 .480 ,00 + 215 .920 ,00 = 540 .400 ,00 b) Previsão de recursos financeiros Os recursos orçamentários do Departamento de Assuntos Universitários. para o Projeto 15, no quiqúênio 7 5 / 7 9 , estão assim del imitados: 1975 6.600.000 1976 7.011.800 1977 7.412.200 1978 7.931.054 1979 8.486.227 TOTAL 37.441.281 Recursos extraordinários deverão ser captados de outros órgãos afins com o Projeto, de outros ministérios, autarquias e instituições de empresas e organismos internacionais. 2 1 5 . 9 2 0 , 0 0 9 _ PARTICIPAÇÃO DE OUTROS ÓRGÀOS E PROJETOS A política de ação traçada pelo DAU pretende ser mais um incentivo ao$ cursos de curta duração, do que um compromisso de assumir todos os encargos e responsabilidades. A instituição interessada deverá procurar envolver outros órgãos no programa. Cada região possui inúmeros órgãos, nas esferas federal, esta- dual e municipal. Recomenda-se o entrosamento com os mesmos, a fim de se obter uma boa participação no desenvolvimento desses cursos. Destaque-se também a colaboração das empresas, que são certamente o mercado para absorver o recém-formado. Elas, uma vez interessadas, serão as primeiras a oferecer sua eficiente participação através de bolsas e outros recursos. Além da participação de órgãos, instituições e empresas, convém des- tacar a interface existente do Projeto dos cursos de curta duração com outros projetos prioritários do novo Plano Setorial de Educação 7 5 / 7 9 , a saber: — Implantação Progressiva de Diferentes regimes de Trabalho no Ma- gistério Superior (Projeto 3 ) ; — Desenvolvimento de Novas Metodologias Aplicáveis ao Processo de Ensino-Aprendizagem na área do Ensino Superior (Subpro- ieto 7.5); — Atualização de Currículos no Ensino Superior (Subprojeto 8 . 3 ) ; — Capacitação de Recursos Humanos para o Ensino Superior ( 1 3 . 3 ) ; — Integração Escola — Empresa — Governo na Área do Ensino Superior (Subprojeto 2 2 . 2 ) . 10 — CENTROS REGIONAIS Espera-se a implantação de um ou mais Centros Regionais de Curso de Curta Duração, em diversas regiões do país. Para tanto, faz-se mister elaborar estudos prévios sobre as condições das melhores regiões onde serão implantados. Estão incluídos levanta- mentos sócio-econômicos para garantir a absorção do novo profissional pelo mercado de trabalho. O Centro Regional seria um marco importante para encaminhar pro- gressivamente a experiência dos cursos de curta duração no país. Nele se concentrariam as várias áreas de conhecimento de acordo com as neces- sidades das regiões. Ter-se-ia também elementos importantes para estabe- lecer os verdadeiros parâmetros com relação à filosofia a ser adotada. Não há dúvida que a experiência piloto do Centro Regional de Cursos de Curta Duração viria a reforçar a autonomia desses cursos, sua impor tância no contexto do desenvolvimento do ensino superior no país 11 — SUPERVISÃO DO DAU/MEC A instituição dos cursos de curta duração está merecendo cuidados especiais, sobretudo nesta fase de implantação. Para isso é preciso que se implante um rigoroso esquema de avaliação e controle para evitar que proliferem tais cursos sem a devida precaução. Esquemas devem ser montados para obter dados com relação à qua- lidade do corpo docente, aproveitamento do corpo discente, intercâmbio com as empresas e entrosamento dos cursos com o setor administrativo das instituições universitárias. Relatórios periódicos, reuniões de coordenadores e visitas «in loco» devem ser organizados com o objetivo de manter o acompanhamento do sistema dos cursos de curta duração em condições ideais, evitando a todo custo cair numa forma medíocre de ministrar o ensino superior. FO RM AÇ ÃO DO S DO CE NT ES VI — CURSOS IMPLANTADOS Orientados pelas diretrizes gerais acolhidas pelo Projeto dos cursos de curta duração e empenhado em concretizar os objetivos ali consagra- dos, o Departamento de Assuntos Universitários realizou, a propósito do assunto, durante o segundo semestrede 1972, estudos e consultas para elaboração do mesmo. Tendo em conta os elementos reunidos, julgou-se que a área de tecno- logia seria um dos campos mais convenientes para dar início à formação de profissionais de nível superior em carreiras de curta duração. Dentro desse campo, a seleção de cursos terá o propósito de ade- quar-se às necessidades do mercado de t rabalho, muito embora caiba desde logo, assinalar-se que de tal mercado não se fez levantamento cientif ico. tendo-se guiado o DAU por consulta a pessoas e instituições l igadas aos setores em pau ta . Com base no que fo i exposto, o DAU propôs-se a instalar, no segun- do período de 1973, 6 (seis) cursos superiores de curta duração, apelan- do para a estrutura das universidades. Reunido pequeno grupo de especialistas na matéria, foi preparado um esboço de currículo, que seus próprios elaboradores se encarregaram de submeter à apreciação das universidades, a serem posteriormente envia- dos ao Conselho Federal de Educação para a devida aprovação. Após estudos preliminares, chegou-se à definição dos Planos de cursos que foram encaminhados ao CFE, na segunda metade de 1973. Foram os seguintes os cursos aprovados: a) Formação de Tecnólogos Mecânicos de Nivel Superior. — Moda l idade: Oficinas e Manutenção — Parecer Nº 1 . 0 6 0 / 7 3 ; b) Formação de Tecnólogos de Nível Superior em Processamento de Dados — Parecer nº 1 . 2 8 1 / 7 3 ; c) Formação de Tecnólogos em Análise Química Industrial em Nível Superior — Parecer nº 1 . 2 9 8 / 7 3 . De acordo com estudos realizados pela CAPRE sobre o mercado de trabalho na área de Processamento de Dados, foram selecionadas as se- guintes universidades para implantar este novo curso: a) Universidade Federal da Paraíba b) Universidade Federal de Minas Gerais c) Universidade Federal do Rio Grande do Sul d) Pontifícia Universidade Católica do Rio-PUC/RIO A Universidade Federal do Espírito Santo, sob o patrocínio do DAU, realizou estudos junto às Companhias do Vale do Rio Doce e Ferro e Aço de Vitória, para implantação do curso de Mecânica — Modalidade: Ofi- cinas e Manutenção, em correspondência às exigências do mercado da região. Estudos semelhantes foram realizados pela Universidade Federal da Bahia, juntamente com o Centro Petroquímico (PETROBRÁS) desse Estado para implantação do Curso de Análise Química Industrial. A equipe dos cursos de Processamento, juntamente com a CAPRE, sob o patrocínio do DAU, assumiram o encargo de elaborar o material didá- tico para os referidos cursos. As despesas correram por conta deste Departamento. Convém destacar as seguintes reuniões: a) dos Coordenadores dos Cursos de Processamento de Dados, com o participação de representantes de Empresas.de 9 a 13 de abril de 1973. no Rio Datacentro — PUC/RIO . b) dos reitores das Universidades interessadas nos cursos de Proces- samento de Dados, Coordenadores e Assessores do DAU/ na Guanabara, no dia 16 de maio de 1973. c) dos Coordenadores dos cursos de Processamento de Dados, rea- lizada em Belo Horizonte, para a primeira avaliação, nos dias 20 e 21 de novembro de 1973 . Destaque-se também a assessoria valiosa do Dr. Spathelf, professor do Ferris State College — Michigan — U . S . A . , que a convite do Depar- tamento de Assuntos Universitários e patrocinado pela USAID, permaneceu cerca de um mês no Brasil, deixando-nos um substancioso relatório sobre o Projeto 19 . Além do Dr. Spathelf, a convite da CAPRE, estiveram assessorando os cursos de Processamento de Dados, os professores franceses Castan e Sheid, durante três semanas. Trouxeram-nos a rica experiência dos I . U . T . da França (Institut Universitaire de Tecnologie) deixando-nos também um im- portante relatório. Com exceção da Bahia (25 vagas), todos outros cursos (5 ) abriram 40 vagas, perfazendo um total de 225 alunos classificados. Em Proces- samento de Dados inscreveram-se 1 .025 candidatos (para os 4 cursos) . No curso de Mecânica e Análise Química inscreveram-se 490 candidatos. Assim, para as 225 vagas oferecidas nos cursos de curta duração, candi- dotaram-se 1 .515 alunos. Ressalte-se que na Universidade Federal de Minas Gerais, o curso de Processamento de Dados foi o quarto classifcado em número de candida- tos inscritos para o concurso vestibular de 1974: 400 candidatos para 40 vagas. VII — PROGRAMAÇÃO DE NOVOS CURSOS A partir de agosto de 1973, o Departamento de Assuntos Universitá- rios iniciou a fase de preparação de novos cursos para o período de 1974 . Os critérios adotados, a curto prazo, foram os seguintes: a) ampliar a área de Tecnologia; b) criar novos cursos nas áreas de Saúde e Agr icul tura; c) consultar as Comissões de Engenharia, Ciências Agrár ias e Me- dicina para selecionar os tipos de cursos e determinar as regiões; d) determinar as regiões e necessidades, manter contatos com as universidades interessadas para comprovar, de maneira mais exata, as ex i - gências de mercado de t raba lho; e) proceder em seguida, à seleçâo de equipes de técnicos para elaborar os planos de novos cursos, com uma apresentação razoável de seus objetivos práticos; f) o Departamento de Assuntos Universitários vem adotando uma polít ica integrada de coordenação, aval iação e supervisão de todas essas medidas preparatór ias. Os cursos programados foram os seguintes: A) ÁREA DE TECNOLOGIA a) Processamento de Dados — Universidade Federal de São Carlos ( S . P . ) — Centro Estadual de Educação Tecnológica ( S . P . ) — Universidade de Brasília b) Mecânica — Universidade Federal de Alagoas c) Corromes e Tonantes — Universidade Federal do Rio Grande do Sul d) Engenharia Têxtil — Universidade Estadual da Guanabara ( U . E . G . ) e) Saneamento — Faculdade de Engenharia de Limeira (UNICAMP) f) Telecomunicações — Escola «Sérgio Sukow» ou Escola Técnica de Minas Gerais 9) Tecnologia de Alimentos — Modalidade: Laticínios — Instituto de Laticínios Cândido Tostes (MG) h) Programação Económica e Planejamento Administrativo — Universidade Federal do Piauí B) ÁREA DA SAÚDE a) Saneamento Ambiental — Universidade Federal de Mato Grosso — Universidade Federal de Alagoas — Universidade Federal do Pará b) Ortóptica — Escola Paulista de Medicina c) Fonoaudiologia — Escola Paulista de Medicina C) ÁREA DE AGRICULTURA a) Cooperativismo — Universidade Federal de Viçosa (MG) b) Industrialização de Açúcar de Cana — Universidade Federal de Alagoas RESUMO: a) Tecnologia 10 b) Saúde 5 c) Agricultura 2 TOTAL 17 Sugere-se, à guisa de cautela, que a programação prevista para implan- tação de novos cursos, em 1974, não seja ampliada. Esta medida procura evitar, de um lado, um crescimento desordenado, e por outro, oferecer melhores condições para que o DAU fundamente em bases mais sólidas seu planejamento para 1975. Os custos orçamentários previstos para o Projeto 19, durante o exer- cido de 1974 são da ordem de Cr$ 2.000.000,00. A N E X O S I — CURSOS DO C.E.E.T. II _ CURSO DE MECÂNICA III _ CURSO DE PROCESSAMENTO DE DADOS IV — CURSO DE ANALISE QUÍMICA INDUSTRIAL V — CURSO DE CURTUMES E TANANTES VI — CURSO DE SANEAMENTO BÁSICO VII — CURSO DE COOPERATIVISMO VIII — CURSO DE TECNÔLOGO INDUSTRIAL DE AÇOCAR DE CANA IX — CURSO PARA FORMAÇÃO DE TfCNÔLOGOS EM SANEAMENTO AMBIENTAL X — SUGESTÕES DA C.E.C.A. XI _ SUGESTÕES DA G.E.E. XII — RESUMO DAS SUGESTÕES DO VII SEMINÁRIO DE ASSUNTOS UNIVERSITÁRIOS — C.F.E. XIII — GRÁFICOS XIV — PROJETO 15 — PLANO SETORIAL DE EDUCAÇÃO E CULTURA 75/79. A N E X O — I CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE SÃO PAULO PLANO PARA CURSO TÉCNICO DE NÍVEL SUPERIOR Parecer nº 2 7 8 / 7 0 — C.E.Su, aprovado em 9 / a b r i l
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