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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ CURSO DE ENGENHARIA AMBIENTAL HIDROLOGIA PROFESSOR: OCTAVIO CASCAES DOURADO JUNIOR OBJETIVO: Definir o Ciclo Hidrológico, bom como identificar e compreender os fenômenos que o compõem, quer individualmente, quer em suas múltiplas inter- relações. 1. DEFINIÇÕES: Hidrologia: É a ciência que trata do estudo da água na Natureza. Faz parte da Geografia Física, e abrange as propriedades, os fenômenos e a distribuição da água na atmosfera, na superfície da Terra e no subsolo. Ciclo Hidrológico: É o conjunto de fenômenos em que a água se encontra, seja na atmosfera, na superfície terrestre ou nos oceanos. 2. ESQUEMA GRÁFICO DO CICLO HIDROLÓGICO 3. FENÔMENOS DO CICLO HIDROLÓGICO 3.1. Condensação 3.2. Precipitação 3.3. Interceptação 3.4. Infiltração 3.5. Evapotranspiração 3.6. Escoamento Superficial 3.7. Escoamento Subterrâneo 3.1. CONDENSAÇÃO Conceito: É o fenômeno de passagem do vapor para o estado líquido. Definição do fenômeno no Ciclo Hidrológico: Quando as gotículas de água, formadas por condensação, atingem determinada dimensão, precipitam-se para a superfície terrestre ou os Oceanos. 3.2. PRECIPITAÇÃO Definição: È a água proveniente do vapor de água da atmosfera depositada na superfície terrestre de qualquer forma, como chuva, granizo, orvalho, neblina, neve ou geada. Estados Físicos da Água na Precipitação Gelo: Forma-se quando a precipitação, em sua queda, atravessa zonas de temperatura abaixo de zero, dando origem ao granizo. Neve: Ocorre quando as temperatura estão abaixo do ponto de congelamento. Geada ou Orvalho: Quando a condensação ocorre diretamente sobre uma superfície sólida. Chuva: Quando a precipitação encontra camadas com temperatura acima de zero grau centígrado durante a sua queda. Tipos de Chuva: Frontal: São aquelas ocorridas ao longo de uma linha de descontinuidade, separando duas massas de ar com características diferentes. Orográfica: Aquelas que ocorrem quando o ar é forçado a transpor barreiras de montanhas. Convectiva (tempestade ou trovoada): São as chuvas que ocorrem quando o ar é elevado devido às diferenças de temperatura na camada vizinha da atmosfera. Principais Características: As chuvas frontais e orográficas ocupam grandes áreas, têm intensidade de baixa a moderada, longa duração e são relativamente homogêneas. Interessam aos projetos de grandes trabalhos de obras hidrelétricas, controle de cheias e navegação,etc.. As chuvas convectivas são caracterizadas por terem curta duração e são independentes das “frentes”, apresentam fenômenos elétricos, grande intensidade e ocupam pequenas áreas. Interessam para projetos de obras em pequenas bacias, como cálculo de bueiros, galerias de águas pluviais, etc. 3.3. INTERCEPÇÃO Definição do fenômeno no Ciclo Hidrológico: É a parte da precipitação que não atinge o solo, seja devido à evaporação durante a própria queda, seja porque fica retida pela vegetação ou edificações. 3.4. INFILTRAÇÃO Definição do fenômeno no Ciclo Hidrológico: É o fenômeno da penetração da água nas camadas de solo próximas à superfície do terreno, movendo-se para baixo, através dos vazios, sob a ação da gravidade, mate atingir uma camada-suporte, que a retém, formando então a água no solo. Fases da Infiltração: Fase de intercâmbio: Nesta fase, a água está próxima à superfície do terreno, sujeita a retornar à atmosfera por uma aspiração capilar, provocada pela ação da evaporação ou absorvida pelas raízes das plantas e em seguida transpirada pelos vegetais. Fase de descida: Existe o deslocamento vertical da água quando a ação do seu peso próprio supera a adesão e a capilaridade. Esse movimento acontece até a água atingir a camada-suporte de solo impermeável. Fase de circulação: Na fase de circulação, devido ao acúmulo da água, são constituídos os lençóis subterrâneos, cujo movimento se deve também a ação da gravidade, obedecendo as leis de escoamento subterrâneo. Grandezas Características do Solo: Capacidade de infiltração: É a quantidade máxima de água que um solo, sob uma dada condição, pode absorver na unidade de tempo por unidade de área horizontal. Distribuição granulométrica do solo: É a distribuição das partículas constituintes do solo em função das suas dimensões. Podem ser homogêneas, onde as partículas têm dimensões aproximadamente iguais, e heterogêneas, que tem partículas com características diversificadas. As homogêneas têm maior capacidade de infiltração que as heterogêneas. Porosidade: É a relação entre o volume de vazios de um solo e o seu volume total, expressa geralmente em porcentagem. Suprimento específico: É a quantidade máxima que pode ser obtida de um solo por drenagem natural sob ação exclusiva de gravidade. É expresso em porcentagem de volume de solo. Retenção específica: É a quantidade de água que fica no solo por adesão e capilaridade, após a drenagem natural. É também expressa em porcentagem do volume do solo. A soma dos valores do suprimento e retenção específica dá como resultado a porosidade do solo. 3.5. ESCOAMENTO SUPERFICIAL Definição: É o segmento do ciclo hidrológico que estuda o deslocamento das águas na superfície da Terra. Ocorrência: Parte das chuvas é interceptada pela vegetação e outros obstáculos, de onde se evapora posteriormente. Do volume que atinge a superfície do solo, parte é retida em depressões do terreno, parte se infiltra e o restante escoa pela superfície logo que a intensidade da precipitação supere a capacidade de infiltração no solo e nos espaços nas superfícies retentoras tenham sido preenchidos. Movimento das Águas : a) Movimento das águas livres: As trajetórias descritas pela água no seu movimento são determinadas, principalmente, pelas linhas de maior declive de terreno e são influenciadas pelos obstáculos existentes. Nesta fase temos o movimento das águas livres. b) Formação de microrredes de drenagem: Ocorrem na medida em que as águas vão atingindo os pontos mais baixos do terreno e passam a escoar em canalículos, formando as microrredes de drenagem. c) Movimento das águas sujeitas: Sob a ação da erosão, vai aumentando a dimensão desses canalículos e o escoamento se processa, cada vez mais, por caminhos preferenciais. Formam-se torrentes, cuja duração está associada, praticamente à precipitação; a partir delas, formam-se os cursos d’água propriamente ditos. d) Formação da rede de drenagem: É o conjunto dos cursos d’água, desde pequenos córregos formadores até o rio principal. 3.6. EVAPOTRANSPIRAÇÃO Definição de Evaporação: É o conjunto de fenômenos da natureza física que transformam em vapor a água da superfície do solo, a dos cursos d’água, lagos reservatórios de acumulação e mares. Definição de Transpiração: É a evaporação devida à ação fisiológica dos vegetais. As plantas, através de suas raízes, retiram do solo a água para suas atividades vitais. Parte dessa água é cedida à atmosfera, sob forma de vapor, na superfície das folhas. Grandezas Características: Perda por evapotranspiração: É a quantidade de água evaporada por unidadede área horizontal durante um certo intervalo de tempo. Intensidade de evapotranspiração: É a velocidade com que se processam as perdas por evaporação. Pode ser expressa em mm/hora ou em mm/dia. 3.7. ESCOAMENTO SUBTERRÂNEO Definição: É o movimento das águas no subsolo. Distribuição Vertical da Água Subterrânea: Zona Não-Saturada ou de Aeração: Situa-se entra a superfície do terreno e a zona de saturação. a) Zona capilar: Se estende da superfície da zona de saturação até o limite de ascensão capilar da água. A sua espessura depende principalmente da distribuição de tamanho dos poros e da homogeneidade do terreno. b) Zona intermediária: Compreendida entre o limite de ascensão capilar da água e o limite de alcance das raízes das plantas. c) Zona de água do solo ou de evapotranspiração Situada entre os extremos radiculares da vegetação e a superfície do terreno. A sua espessura pode variar de poucos centímetros (ausência de cobertura vegetal) até vários metros em regiões de vegetação abundante. Forças que Retêm a Água no Solo a) Força de atração elétrica (zona de água no solo): Existe sob duas formas: água higroscópica, que forma porções isoladas adsorvidas pelas superfícies dos grãos sólidos e só pode ser recuperada em forma de vapor e água pelicular, que forma uma película ou filme sobre a superfície dos grãos sólidos e sobre a água higroscópica e que se desprende por centrifugação. b) Força capilar (zona Capilar): Explica-se pelo fato de que no contato de dois fluidos não miscíveis, como a água e o ar, existe uma diferença de pressão na interface que os separa, produzida pela tensão superficial. c) Força gravitacional (zona Intermediária): É a força aplicada pela gravidade e atua sob o peso próprio da água. Zona Saturada Definição de Aquífero: È a formação geológica que contem água e permite que quantidades significativas dessa água se movimentem no seu interior em condições naturais. Tipos de Aquíferos Aquífero Confinado Aquífero Confinado não Drenante: É um aquífero cujas camadas limítrofes, superior e inferior, são impermeáveis. Aquífero Confinado Drenante: É um aquífero no qual pelo menos uma das camadas limítrofes é semipermeável, permitindo a entrada e saída de topos pelo topo e/ou pela base. Aquífero Livre É aquele cujo limite superior é a superfície do solo, onde todos os pontos se encontram sob pressão atmosférica. 4. BALANÇO HÍDRICO Como a quantidade total de água disponível na Terra é finita e indestrutível, podemos considerar o Ciclo Hidrológico como um sistema fechado. Um Balanço Hídrico pode ser desenvolvido para explicar a relação entre os componentes hidrológicos. dt dS RP onde : P = precipitação (entrada) por unidade de tempo R = deflúvio (saída) por unidade de tempo Em geral, para uma região, a equação básica do balanço hídrico pode ser escrita da seguinte forma: tempo de unidadepor sistema do dentro ntoarmazename no variaçãodtdS SIRETRP Onde: P = precipitação ETR = evapotranspiração R = deflúvio I = Infiltração S = variação de armazenamento
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