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Exame Microscópico da Urina Microscopia do Sedimento urinário • Sua finalidade é detectar e identificar os elementos sólidos, para cuja presença na urina contribuem o sangue, os rins, a parte inferior do sistema urogenital e contaminação externa • O exame do sedimento urinário deve compreender tanto a identificação quanto a quantificação dos elementos encontrados • Após centrifugada e analisada, o resultado é liberado em pelo menos 10 campos, que devem ser lidos nas objetivas de 10x e 40x Constituintes do sedimento 1. Eritrócitos 2. Leucócitos 3. Células epiteliais 4. Bactérias 5. Fungos 6. Parasitas 7. Espermatozóides 8. Muco 9. Cilindros 10. Cristais 11. Artefatos 1- Eritrócitos (Hemácias) Achados de mais que uma hemácia ocasional é considerado anormal. A existência de hemácias na urina tem relações com lesões na membrana glomerular ou nos vasos do sistema urogenital. Grande quantidade de hemácias está associada à: • Glomerulonefrite • Infecções agudas • Reações tóxicas e imunológicas • Distúrbios circulatórios Hemácias Normais (400x) Hemácias Microcíticas Hemácias Dismórficas (400x) Hemácias Dismórficas (400x) 2- Leucócitos Geralmente são encontrados menos de 5 leucócitos por campo de grande aumento na urina normal, mas na urina feminina esse número pode ser maior. O número elevado de leucócitos na urina é chamado de piúria e indica a presença de infecção ou inflamação do sistema urogenital. Causas mais frequentes: • Pielonefrite, cistite, prostatite e uretrite • Não bacterianas: Glomerulonefrite, LES e tumores. 3- Células epiteliais • Não é incomum, já que ela provêm dos tecidos de revestimento urogenital. • Representam descamação normal de células velhas. • Significativo quando em grande número e formato anormal. • As mais importantes são as células tubulares renais, porque quando sua quantidade é grande, há indícios de necrose tubular. São importantes também na rejeição do enxerto renal. Células Epiteliais Células Tubulares renais 4- Bactérias • Normalmente a urina não tem bactérias. • Pode corresponder à uma infecção, estando geralmente associada à leucócitos. • Pode representar uma contaminação de bancada. 5- Leveduras • As leveduras, geralmente Candida albicans, podem ser observadas na urina de pacientes com diabetes e de mulheres com candidíase vaginal • Observam-se brotamentos 6- Parasitas • O parasita encontrado com mais frequência é o Trichomonas vaginalis, devido à contaminação por secreções vaginais. É flagelado e móvel, quando imóvel, parece um leucócito. • O Schistossoma haematobium é um parasita urinário. • Outras vezes são observados outros parasitas intestinais na urina, resultado de contaminação fecal. Trofozoíto de Trichomonas vaginalis Ovo de Schistosoma haematobium Ovo de Enterobius vermicularis 7- Espermatozóides • São encontrados após relações sexuais ou ejaculação noturna. • Não tem significado clínico. 8- Muco • É o material protéico produzido por glândulas e células epiteliais do sistema urogenital. • É visto como estruturas filamentosas 9- Cilindros • Os cilindros são os únicos elementos exclusivamente renais encontrados no sedimento urinário. • Suas formas representam a luz do túbulo renal. • Os cilindros largos, são devido à distensão tubular. • A composição dos cilindros depende dos materiais presentes na sua formação. São eles: células, bactérias, grânulos, pigmentos e cristais. • O principal componente dos cilindros é a Proteína de Tamm-Horsfall- Excretada pelas células tubulares e constituem uma proteção imunológica contra infecções. 9.1- Cilindros Hialinos • São os mais frequentes. Constituídos pelas Proteínas de Tamm-Horsfall. • ⇧ Glomerulonefrite, pielonefrite, doença renal crônica. 9.2- Cilindros Hemáticos • A presença de cilindros celulares geralmente indica grave doença renal. • Indica que o sangramento provém do interior do néfron. 9.3- Cilindros Leucocitários • Significa infecção ou inflamação no interior dos néfrons. • Geralmente possuem grânulos e são multilobulados. 9.4- Cilindros de células epiteliais • É quando as células se desprendem do túbulo, durante o desligamento do cilindro 9.5- Cilindros granulares • São grosseiros e finos. Podem ou não ter significado clínico. • São observados principalmente após estresse ou exercício físico rigoroso. 9.6- Cilindros céreos • Possuem textura rígida, por isso se fragmentam ao passar pelos túbulos. • Sua presença indica extrema estase urinária. 9.7- Cilindro largo • São moldados pelos túbulos contorcidos distais. • Geralmente chamado de “cilindro da insuficiência renal” 9.8- Outros cilindros Cilindro de células renais tubulares coradas por bilirrubina Cilindro contendo pigmentos de hemoglobina 10- Cristais • É comum encontrar cristais na urina. • Os cristais são formados pela precipitação dos sais da urina, submetidos a alterações de pH, temperatura ou concentração, ou o que afeta sua solubilidade. • A urina normal recém-eliminada, pode conter cristais formados nos túbulos ou, com menos frequência, na bexiga. • A maior parte da formação dos cristais ocorre em amostras que foram deixadas em temperatura ambiente ou que foram refrigeradas. 10- Cristais • A principal razão para identificação dos cristais urinários, é detectar a presença de alguns tipos anormais, que podem representar certos distúrbios, como doenças hepáticas, erros inatos do metabolismo ou lesão renal. • O recurso mais útil para identificação dos cristais é o conhecimento do pH da urina, pois ele determinará os tipos de substâncias químicas precipitadas. • Os cristais são classificados de acordo com a urina em que estão presentes em: ácidos ou alcalinos. 10.1- Uratos Amorfos • São constituídos por grânulos castanho- amarelados, organizados em grumos. (pH < 7,0) 10.2- Ácido Úrico • Geralmente elevados na Gota e após quimioterapia. 10.3- Oxalato de cálcio • São octaedros incolores em forma de envelope. • Também podem ser vistos na urina alcalina. • Comuns em pessoas que ingerem alimentos ricos em ácido oxálico e ⇧ácido ascórbico. 10.4- Fosfato Amorfo (pH > 7,0) 10.5- Fosfato Triplo • Constituído por prismas ∴ “Tampa de caixão” • Comum em amostras que ficaram em temperatura ambiente paradas, por horas. • Quando em grande quantidade, produzem turvação branca à olho nu. 10.6- Fosfato de Cálcio • Não são frequentes. São incolores. • Tem formato de prismas finos, placas ou agulhas. 10.7- Biurato de Amônio • Tem cor castanho-amarelada. • São descritos como “ouriço-do-mar”, devido a aparência de esfera recoberta por espículas. 10.8- Carbonato de Cálcio • Pequenos, incolores, em forma de esfera. Maioria em urinas ácidas ou neutras 10.9- Cristais de Cistina • Placas hexagonais incolores. • Os portadores de cistinúria tendem à formar cálculos renais. 10.10- Cristais de Colesterol • É raro de se encontrar. Ocorre em obstrução da drenagem linfática abdominal, quadros nefróticos, e urina leitosa • São placas retangulares com chanfraduras em um ou vários cantos 10.11- Cristais de Leucina • Esferas castanho-amareladas com círculos concêntricos • Ocorre em hepatopatias graves, doenças terminais 10.12- Cristais de Tirosina • Parecem com bainhas de agulhas finas. • São vistos só em casos de hepatopatias graves. 10.13- Cristais de Bilirrubina • Aparecem como grumos de agulhas ou grânulos com cor amarela característica. 10.14- Cristais de antibióticos Cristais de Sulfa em RosetaCristais de Sulfa, leucócitos e bactéria- UTI Cristais de Ampicilina, não refrigerados Cristais de Ampicilina, após refrigeração 11- Artefatos Pó de luva- Confunde com Hemácias Grão de pólen- Confunde com Cristais Fibras semelhantes a um cilindroGrão Fibras vegetais
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