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Uso terapeutico e religioso das ervas

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79 , Goiânia, v. 12, n. 1, p. 79-92, jan./jun. 2014.79
Cilma Laurinda Freitas e Silva** 
Resumo: este artigo trata do uso terapêutico e religioso das ervas. O emprego das plan-
tas como medicamento é milenar e universal, tendo surgido desde os tempos 
primitivos, por meio de uma medicina empírica. Essa prática veio do contato 
com a natureza, da necessidade de sobrevivência, da observação do compor-
tamento dos animais e da religiosidade dos povos antigos. Acreditava-se que 
doenças e curas eram promovidas pelas divindades, que concediam aos hu-
manos o conhecimento sobre os poderes mágicos e curativos das ervas. Assim, 
as plantas, além dos tratamentos físicos, eram usadas com fins religiosos em 
rituais diversos e oferendas a deuses e entidades divinas.
Palavras-chave: Ervas. cura. Religião.
 
O presente artigo objetiva tratar das ervas nos aspectos curativo e religioso. Con-forme registra a história, todos os povos fizeram e fazem uso das plantas com fins diversos. O ser humano não vive sem os vegetais, seja para alimentação ou 
cura. Com a medicina atual, baseada na quimioterapia, as pessoas confiam mais 
nos medicamentos produzidos pela química moderna, porém mesmo hoje são 
desenvolvidos tratamentos alternativos, como a homeopatia e uma fitoterapia 
científica, persistindo, todavia, uma medicina popular à base de plantas resultan-
te de uma longa tradição. 
Ao longo da história o uso dos vegetais em várias comunidades e culturas mostram o 
desenvolvimento de um conhecimento prático e empírico sobre a utilização 
das ervas. Acredita-se que tal conhecimento adveio da observação do compor-
tamento dos animais e da própria experimentação no contato com a natureza, 
USO TERAPÊUTICO
E RELIGIOSO DAS ERVAS*
–––––––––––––––––
* Recebido em: 30.11.2013. Aprovado em: 20.12.2013.
** Doutoranda em Ciências da Religião na PUC Goiás. E-mail: cilmafreitas@uol.com.br
80 , Goiânia, v. 12, n. 1, p. 79-92, jan./jun. 2014.
sendo reconhecidos vegetais alimentícios, tóxicos e curativos. Esse saber era 
repassado de gerações a gerações através dos costumes e crenças de cada povo.
As ervas foram empregadas também com fins religiosos, estando presentes em dife-
rentes tipos de rituais e cerimônias. Dessa forma, o estudo do uso das plantas 
revela aspectos religiosos, sociológicos e culturais dos povos. No correr do 
tempo, à medida que a ciência evoluía, o aspecto religioso do uso das ervas foi 
se perdendo, prevalecendo hoje, porém, em algumas práticas religiosas, como 
a umbanda e o candomblé realizados no Brasil e na África virgem, e em rituais 
místicos do Norte brasileiro, como a prática recente da ingestão da ayahuasca, 
por exemplo. 
O presente artigo pretende abordar um pouco desse conhecimento, que ainda permane-
ce em muitas comunidades em todo o mundo.
USO DAS ERVAS: UM CONHECIMENTO MILENAR
O emprego de elementos da natureza, como as plantas, foi originariamente o único 
meio de tratamento em todas as comunidades até bem pouco tempo, antes do 
advento da medicina como ciência. 
De cunho universal, o uso medicamentoso das plantas é um conhecimento milenar, 
adquirido pelos povos de modo empírico e indutivo, com a experimentação, 
para fins de cura e sobrevivência, não tendo, porém, uma história inicial clara e 
delimitada no tempo e no espaço. Todas as comunidades antigas (China, Egito, 
Suméria, Assíria, Babilônia, Índia, Grécia, Arábia, Ásia, África) conheciam os 
segredos curativos das plantas, sem saber exatamente como tal conhecimento 
foi criado ou adquirido. Na sua relação íntima com a natureza e nas suas an-
danças e moradias por cavernas, florestas, savanas, pradarias, pântanos, vales, 
montanhas, os seres humanos primitivos de todos os lugares e também os 
indígenas conhecidos nos últimos tempos (nas Américas) acumularam grande 
conhecimento sobre as plantas. Esse saber passou a fazer parte dos hábitos, 
costumes, crenças e tradições, sendo repassado pelos mais velhos aos mais 
jovens, que repetiam e perpetuavam as práticas aprendidas, acreditando total-
mente nas mesmas e prosseguindo a tradição. Em todas as comunidades, quem 
detinha o vasto conhecimento sobre o uso das plantas gozava de prestígio e 
poder. 
O conhecimento sobre o uso das plantas adveio em grande parte da observação da na-
tureza e do comportamento dos animais, conforme Paula e Trasvenzol (2001, 
p. 1) historiam: 
O estudo das plantas medicinais remonta praticamente ao princípio da evolução 
do homem sobre a terra. O homem pré-histórico observava o comportamento 
81 , Goiânia, v. 12, n. 1, p. 79-92, jan./jun. 2014.
instintivo dos animais para cicatrizar suas feridas e curar suas enfermidades. 
[...]. Em sua contínua movimentação o homem pôde observar que certas plantas 
eram aptas ao consumo alimentício e outras eram tóxicas. Tais observações de-
ram origem ao processo intuitivo que caracterizou os primeiros povos e permi-
tiu-lhes ensaiar os efeitos de diversas plantas a fim de verificar quais possuíam 
ou não efeitos medicinais. 
Por sua vez, escreve Rey Bueno (2009, p. 17), outra estudiosa do uso medicinal das 
plantas, mostrando a antiguidade do seu emprego: 
O estudo das propriedades curativas das plantas se perde nas brumas do tempo. 
Um dos primeiros escritos sobre o tema é o chamado Papiro Ebers, com mais 
de 3.500 anos de antiguidade. Denominado assim por seu tradutor, o egiptólogo 
George Moritz Ebers, foi encontrado na cidade de Luxor. Trata-se do mais im-
portante escrito sobre medicina egípcia, no qual se pode identificar cerca de 150 
plantas de utilidade terapêutica. 
Hoje é vasta e detalhada a literatura sobre a descrição das ervas e seu uso como 
medicamento, mostrando a origem remota e lendária dessa prática curativa. 
Hartmann (1997), por exemplo, em Duas ou três coisas que me contaram 
sobre as ervas: uso terapêutico das plantas, aborda o uso das ervas desde 
os primórdios da raça humana até os dias atuais, mostrando origens e nomes 
científicos de muitas plantas. Biazzi, em Saúde pelas plantas (1996), apre-
senta diversas receitas de medicamentos à base de vegetais. Segundo essa 
autora: “A Natureza também está à nossa disposição. Existem milhares de 
plantas que podem auxiliar o organismo nas suas funções corretivas ou neu-
tralizam tóxicos e ajudam a eliminá-los“ (BIAZZI, 1996, p. 8). Por sua vez, 
Leite (2003, p. 1151) declara, citando a Bíblia: “As ervas eram cultivadas 
pelos antigos com propósitos práticos, que variavam desde a fabricação de 
óleos, essenciais e de usos em culinária, até fins medicinais (Gn 1, 29). Esses 
últimos eram os mais importantes“.
Rey Bueno (2009), em História das ervas mágicas e medicinais, remonta à Antiguida-
de Clássica, cujos conhecimentos práticos se misturavam aos mitos, oferecendo 
interessantes passagens de tratamentos mesclados com poderes mágicos. Segun-
do a autora, o enciclopedista romano Plínio cita o Centauro Quíron como o pri-
meiro herborista e boticário da humanidade. Herboristas e boticários gozavam 
de importância social em razão de poderem aliviar o sofrimento causado por 
dores e doenças, proporcionando alívio e cura. Praticado pelo povo simples e 
por nobres, o costume do uso das ervas atravessou os tempos, passando pela 
Idade Média e o Renascimento europeus, sendo inclusive tema de estudos nas 
82 , Goiânia, v. 12, n. 1, p. 79-92, jan./jun. 2014.
primeiras universidades. As pessoas colhiam plantas em campos e florestas e 
cultivavam hortas no quintal de suas residências; universidades, instituições 
diversas e monarcas formavam jardins botânicos com plantas exóticas, orna-
mentais e medicinais.
Portanto antigamente as doenças eram tratadas com a terapia vegetal, sendo a qui-
mioterapia uma conquista recente da humanidade, como destaca Rey Bueno 
(2009, p. 23-4):
Desde as civilizações mais primitivas, o ser humano tem se ocupado não só em 
aperfeiçoar e aumentar o cultivodas plantas para a sua alimentação, como 
também tem tentado buscar as propriedades medicinais de cada uma delas – 
conhecimento transmitido de geração em geração. A terapia química, tão di-
fundida atualmente, é uma invenção relativamente recente. Até o século XIX, os 
medicamentos eram feitos, quase em sua totalidade, a partir de plantas que o 
boticário se encarregava de preparar e misturar adequadamente, com a finali-
dade de potencializar sua atividade. 
Nessa fitoterapia empírica, nascida nas sociedades primitivas e aprimorada ao longo 
dos tempos, havia um cuidado rigoroso na escolha da planta e no modo de 
prepará-la, envolvendo sua colheita, secagem, trituração e a elaboração do 
medicamento. Esse trato mais especializado era seguido por boticários, herbo-
ristas, alquimistas, herbanários, curadores, feiticeiros, rezadores, benzedores e 
demais pessoas dedicadas à atividade. Junto ao povo, no âmbito das famílias, a 
prática era menos rigorosa. Assim, diversos remédios populares, denominados 
pelo senso comum de “receitas da vovó“, eram utilizados para diversos tipos 
de doenças, como inflamações da epiderme e da mucosa, problemas gástricos, 
dores em geral, febres e outros males. 
Ao lado do valor medicinal, destacava-se também o emprego das plantas como cosmé-
tico, auxiliando na beleza da pele, dos cabelos, na desintoxicação de órgãos e 
na tonificação do corpo. O emprego estético das ervas intensificou-se com o 
tempo, resultando na sofisticada cosmetologia moderna.
O USO RELIGIOSO DAS ERVAS
No contexto das sociedades primitivas, dominadas por mitos religiosos, tanto doenças 
quanto suas curas vinculavam-se a crenças, sistemas religiosos, ritos mágicos. 
Daí a incorporação do aspecto religioso e místico do emprego das plantas nos 
tratamentos de doenças. Acreditava-se, na visão de uma teologia pagã, que o 
mundo vegetal possuía propriedades ocultas e segredos que tinham sido reve-
lados à humanidade pelos deuses. Assim, por atuação divina, muitas plantas 
83 , Goiânia, v. 12, n. 1, p. 79-92, jan./jun. 2014.
eram sagradas e tinham poderes sobrenaturais para curar problemas de saúde 
e outros malefícios. Esse princípio que liga saúde e religião parece fazer parte 
da natureza humana, vigorando até hoje, como afirma Terrin: “Tudo faz pensar 
que a relação entre religião e saúde é consubstancial, imemorável e inatacável, 
que certamente não poderá ser dissolvida por nosso mundo técnico-científico“ 
(TERRIN, 1998, p. 197). Quanto ao aspecto religioso e sagrado da utilização 
das ervas por diferentes povos, escreve Albuquerque (1997, p. 13): 
Outrora dominava a crença de que algumas plantas foram dadas ao homem pe-
los deuses ou heróis míticos, como auxiliares na cura de processos patológicos, 
ferimentos de guerra, ou como livramento de males; outras plantas, por sua vez, 
decoravam templos erguidos para adoração de determinadas divindades, onde 
eram consumidas em bebidas ou queimadas [...], e que ainda hoje encontram 
aplicação em ritos de diversas crenças religiosas. 
No processo de cura pelas ervas e divindades, é fundamental, dentro da dinâmica cul-
tural, a questão da fé, em nível pessoal e coletivo, sendo envolvida também a 
relação de poder, como declara Reimer (2008, p. 66): 
Os processos terapêuticos pressupõem uma relação interpessoal de fé/confiança 
entre a pessoa doente/possessa e a divindade/seu agente. Nisto se reflete não 
apenas o poder divino de perdoar e curar, mas também a importância e a abran-
gência de poderes em relação: a fé é uma expressão de poder que, intercedendo, 
articula e –libera– o poder (dynamis) da divindade/seu representante, possibili-
tando uma poderosa dinâmica de libertação e superação do Mal. Esta relação 
de poderes articulados entre a pessoa doente/possessa, a coletividade e a divin-
dade é que atua também na (re)construção de identidades após a cura. 
Biazzi tem uma interpretação religiosa sobre o uso dos elementos da natureza (matas, 
rios, mar, terra, animais) na vida, sobrevivência e saúde do ser humano muito 
próxima de um deus único (diferentemente da visão pagã sobre entidades e 
deuses diversos). Ela escreve:
Assim como os diversos regulamentos e itens asseguram o sucesso no funciona-
mento de uma nave, a vontade da Suprema Inteligência do Universo assegura o 
sucesso para a vida do homem.
Exatamente no momento da criação, a vontade do Criador já assegurou a saúde 
e normalidade das coisas criadas. 
Descobrir a vontade de Deus, ou as Leis Naturais e incorporá-las à vida é des-
cobrir o segredo para o sucesso e para a saúde, é conseguir ‘conversar’ com o 
84 , Goiânia, v. 12, n. 1, p. 79-92, jan./jun. 2014.
próprio corpo e compreendê-lo, é perceber a linguagem das matas, dos rios, do 
mar, da terra, dos animais e corresponder a ela (BIAZZI, 1996, p. 17).
 O próprio Deus bíblico, monoteísta, do judaísmo, ofereceu a natureza e as ervas aos 
homens. A Bíblia, o livro sagrado dessa religião, se refere a diversas plantas 
para diferentes fins. O livro de Gênesis (1: 29) traz: “E disse Deus: “Eis que 
vos tenho dado toda erva que dá semente e que está sobre a face de toda a 
terra e toda árvore em que há fruto de árvore que dá semente; ser-vos-ão para 
mantimento“ (Bíblia Sagrada, Sociedade Bíblica do Brasil, Casa Publicadora 
das Assembleias de Deus).
Em vários livros da Bíblia, do Velho e do Novo Testamento, são citadas diversas er-
vas, como açafrão, aloés, arruda, coentro, cominho, endro, funcho, hissopo, 
hortelã, incenso, losna, manjerona, mirra, sálvia e outras. A arruda e a hor-
telã, juntamente com hortaliças, são mencionadas em Lucas 11:42 (BÍBLIA 
SAGRADA, 2004) como dízimo ou oferenda religiosa. Traz uma versão d“A 
Bíblia da Mulher (2003): 
Mas ai de vós, fariseus! Porque dais o dízimo da hortelã, da arruda e de todas 
as hortaliças e desprezais a justiça e o amor de Deus; devíeis, porém, fazer estas 
coisas, sem omitir aquelas.
Diz ainda Leite sobre a hortelã: ““A erva da graça“ era espalhada pelos prédios como 
proteção contra doenças. Apreciada pelo seu sabor forte e por suas proprieda-
des medicinais“ (A BÍBLIA DA MULHER, 2003, p. 1151). 
Também Rey Bueno (2009, p. 56) expõe sobre referências bíblicas a ervas: 
A tradição conta que o zimbro (juniperus communis) deu proteção à Família Sa-
grada, o qual ofereceu seus galhos para que a Família se escondesse neles, com 
o Menino Jesus, durante a perseguição de Herodes. Desde então, possui pro-
priedades especiais para expulsar os demônios e destruir qualquer sortilégio. 
Fernán Caballero, no entanto, acredita que o alecrim (Rosmarinus officinalis) 
foi o que prestou ajuda à Virgem em sua fuga para o Egito. Diz-se que floresce 
no dia da Paixão de Cristo pelo fato de a virgem ter colocado para secar sobre 
os alecrins as fraldas do menino Jesus. 
AS ERVAS NO BRASIL
Apesar de aspectos universais, evidentemente cada povo, com sua cultura, hábitos, 
cosmovisão, desenvolveu particularidades no uso das plantas. No Brasil Colô-
nia, agrário e intercultural, formado com a miscigenação de brancos europeus 
85 , Goiânia, v. 12, n. 1, p. 79-92, jan./jun. 2014.
(portugueses), indígenas nativos e o negro africano escravo, o uso das ervas 
como medicamento teve importante papel medicinal e religioso. Cada uma 
das raças formadoras do povo brasileiro já trazia as suas práticas, que aqui se 
mesclaram, em influências recíprocas, criando-se, então, em razão da grande 
diversidade da flora tropical, uma medicina popular e de origem rural riquíssi-
ma, misturada com aspectos religiosos das três etnias. 
As ervas eram manipuladas por benzedores, raizeiros, curandeiros, rezadores, que in-
dicavam chás, emplastros, banhos, unguentos, garrafadas, pós, pomadas, xaro-
pes, raizadas, infusões, feitos com folhas, flores, raízes, cascas, troncos e semen-
tes, para promover a cura de doenças, muitas vezes junto com passes, orações erituais sagrados. Os tratamentos eram indicados para males físicos e espirituais, 
tendo ainda o fim de abertura de caminhos, combate à inveja, mau-olhado, fei-
tiço, arca caída, espinhela caída, vento virado, quebranto, cobreiro. A esse 
respeito falam Maciel e Guarin Neto (2006, p. 74), expondo pensamento de F. 
Portugual, em Rezas, folhas, chás de rituais dos orixás (1987): 
Portugual (1987) comenta que o uso de folhas, raízes, cascas e frutos é cerca-
do de rituais mágicos, de guias, curandeiros, raizeiros e benzedores. O autor 
ainda relaciona tal utilidade das plantas a um passado da medicina oculta da 
Antiguidade, dominada por sacerdotes e sacerdotisas, os quais receitavam chás 
e poções e rezavam. Pode-se dizer que, ainda hoje, isto pode ser observado em 
diversas regiões do Brasil, onde benzedores e benzedeiras perpetuam esta forma 
de ligação entre o ser humano e a natureza, através da fé. 
Por sua vez, os padres jesuítas trabalhavam com suas boticas, usando plantas vindas do 
Reino (mirra, incenso, estoraque) e manipulavam remédios, dando assistência 
a índios e colonos (CAMARGO, 1998, p. 27-8). Sousa e Lima (s/d, p. 6-7) 
afirmam que “os jesuítas tiveram grande importância na difusão dos conheci-
mentos dos indígenas sobre as plantas medicinais para a população em geral“. 
Segundo esses autores, os primeiros registros sobre o uso das plantas no Brasil 
foram feitos pelo padre Anchieta no século XVI. 
Os jesuítas, em suas missões, visando catequizar e proteger principalmente os índios 
da escravidão, tiveram um papel importante na defesa de negros e índios con-
tra fenômenos discriminadores criados pelos brancos (demonização, folclori-
zação, paganismo, pecado, temor de envenenamento dos senhores brancos e 
outras atitudes de preconceito, temor e rejeição das culturas índias e negras 
conforme expõem D“Adeski (2001) e Laplantine (2007). Prudentemente os 
jesuítas perceberam a importância de priorizar plantas em que os índios e os 
negros confiavam, passando então a estudá-las. Assim, em 1625, o padre Ma-
nuel Tristão produziu a “Coleção de Receitas Medicinais“, que trazia grande 
86 , Goiânia, v. 12, n. 1, p. 79-92, jan./jun. 2014.
conhecimento. Dessa forma, os jesuítas contribuíram para a valorização da 
flora local. 
Quanto à mistura de raças e aspectos culturais na medicina popular brasileira da época, 
escreve Gomes (2008, p. 111): 
No Brasil, a medicina popular é o resultado de uma série de aculturações de 
técnicas utilizadas pelo português, pelo indígena e pelo negro. A contribuição 
do pajé ameríndio, do feiticeiro negro e do bruxo europeu foi de tal maneira 
misturada que hoje seria difícil distinguir o que é puramente indígena, negro ou 
branco. 
Sobre a busca de conhecimento das plantas medicinais brasileiras, Jorge (s/d, p. 10) 
destaca que:
A primeira história natural brasileira, elaborada por Wilhem Pies e Georg Mar-
cgraf, integrantes da comitiva de Maurício de Nassau, incluía um herbário de 
plantas medicinais (Historia Naturalis Brasiliae). Os paulistas com suas ‘Entra-
das e Bandeiras’ foram os primeiros a utilizarem a medicina herbalista, e mais 
tarde os negros escravos. 
Entre os índios o uso das ervas, mesmo com fins curativos, sempre tinha algum aspecto 
místico. Os indígenas possuíam seus rituais religiosos, que não se realizavam 
sem as ervas sagradas, como o xamanismo, o toré e o catimbó (CUMINO, 
2011, p. 59-60). Embora guardando algumas diferenças, havia nessas práticas 
religiosas a presença de um líder, o pajé ou xamã, que dirigia os rituais de 
pajelança, fazendo a mediação entre os vivos e as entidades transcendentais 
ou espirituais (deuses), exercendo o papel de médico, sacerdote, curandeiro. 
Eram rituais de magia para realizar tratamentos, curas, profecias. O líder in-
geria bebidas ou fumos, para obtenção de diversos efeitos: ampliar a consci-
ência, fazer a pessoa sair do corpo, incorporar a energia poderosa de uma en-
tidade ou de um animal a fim de auxiliar os membros do ritual e a tribo. Eram 
feitas também defumações para afugentar os maus espíritos. Bastide (1971, p. 
244) descreve que, no trabalho dos feiticeiros indígenas, “tragava-se a fumaça 
até a produção do transe místico em que se chamava o espírito de santidade“. 
As plantas entorpecentes levavam o feiticeiro a sonhar com os espíritos, que 
revelavam a erva adequada ou o modo de curar o enfermo. 
No ritual do toré1 eram ingeridas bebidas feitas com a erva jurema para o encontro 
com o transcendente. Como explica Cumino, tais bebidas são enteógenas ou 
alucinógenas: criam o estado de êxtase xamânico; conduzem à alteração de 
consciência. “Da árvore de jurema os índios usam as folhas, as sementes e o 
87 , Goiânia, v. 12, n. 1, p. 79-92, jan./jun. 2014.
tronco para fazer bebidas, maracás (chocalhos) e cachimbos, nos quais o fumo 
também é misturado com folhas de jurema“ (CUMINO, 2011, p. 60).
O catimbó3 (ou linha da jurema), conforme Cumino (2011, p. 60), corresponde à jun-
ção das tradições do toré com a magia europeia, tendo ainda influência de 
elementos católicos e africanos. Cumino (2011, p. 60) relata que nesses rituais 
é fundamental o uso de bebidas feitas com a jurema, a fim de produzir os tran-
ses, levando o espírito da pessoa ao encontro do seu mestre no astral a fim de 
aprender a arte da jurema. 
Ainda no campo do sagrado, destacam-se no Brasil dois segmentos religiosos que fa-
zem largo uso das plantas, a umbanda e o candomblé, duas práticas místicas 
trazidas ao Brasil pelos negros africanos escravos. Em perfeita simbiose com a 
natureza, o negro africano extraiu das grandes florestas nativas toda a força da 
seiva das plantas consubstanciada em sacralidade concedida pelas divindades 
ou entidades espirituais que regem a vida das pessoas. Com o fim de atender, 
curar e resolver problemas dos consulentes, os líderes dessas práticas reli-
giosas, os pais ou mães de santo, estavam em relação direta com as entidades 
espirituais, os orixás. 
A umbanda foi mesclada com o cristianismo e santos da igreja católica; já o candomblé 
manteve-se mais fiel às matrizes africanas, realizando feitiços e práticas de 
cura de enfermidades e solução de problemas cotidianos, utilizando-se far-
tamente das ervas. Atesta um dos estudiosos desses ritos: “no século XVIII 
generalizou-se, por influência do negro feiticeiro, o uso da diamba (Cannabis 
indica) e da jurema (Pithecolobium tortum), vegetais de efeito narcótico, nas 
festas feiticistas, e por todo o país preparavam-se “feitiços““ (SANTOS FILHO, 
1991, p.135-6) com fins diversos, inclusive como uma arma de resistência do 
afrodescendente contra o seu senhor. 
A crença na cura proporcionada pelos feiticeiros negros justificava-se também pela 
insuficiência dos tratamentos realizados pelos brancos:
A ineficácia apresentada pela medicina favoreceu a crença em um viés mágico 
de cura. Todas aquelas doenças para as quais os médicos oficiais não tinham 
cura entravam na denominação de doenças mágicas, causadas por um castigo 
divino, uma intervenção diabólica ou uma maldição provocada por um feiticeiro 
(REY BUENO, 2009, p. 103).
Nos rituais afro-brasileiros as ervas tinham diversas finalidades: “usa-se as folhas para 
defumar o terreiro (abaçá), para preparar a iaô (iniciada), para amacis4, Boris5 
e para todas obrigações e preceitos“ [...] Sem folhas, não existiria Candomblé“ 
(FARELLI, 2002, p. 35).
88 , Goiânia, v. 12, n. 1, p. 79-92, jan./jun. 2014.
Além das receitas diversas, as plantas eram usadas ainda em defumações, incensos e 
patuás, com funções magísticas e terapêuticas, liberando essências balsâmi-
cas, purificando o ambiente, emitindo “radiações energizadoras, purificadoras, 
curadoras, cicatrizadoras, higienizadoras e potencializadoras“ (VIEIRA, 2006, 
p. 30). Nessas práticas a natureza era vista como aquela que, “sem qualquer 
egoísmo, na exaltação supremado altruísmo, nos oferece as fontes e as dádi-
vas necessárias para cuidarmos de nosso corpo com a mais elementar simpli-
cidade” (YARZA, 1982, p. 260).
Detentoras de grande quantidade de energia mágico-universal sagrada, as ervas possuem 
axé (força), atuando energeticamente sobre o corpo espiritual das pessoas, pois 
são hipersensíveis, catalisadoras de energia, possuindo capacidades mágico-te-
rapêuticas. Bem combinadas entre si, unindo os campos medicinal e simbólico, 
e com a intervenção de entidades espirituais, as plantas têm o poder de realizar 
a limpeza da aura, produzindo energia positiva e equilíbrio interior; de resolver 
questões da vida material, trazendo prosperidade em negócios, fartura, dinhei-
ro; resolver casos amorosos; proporcionar alegria; proteger a saúde; controlar 
desavenças; retirar sentimentos negativos, como ira, ciúme, inveja, mau-olhado, 
desafeto; proporcionar cura, sorte e vigor; afastar forças negativas; limpar, puri-
ficar e harmonizar o ambiente; acalmar; afastar pensamentos negativos; apurar 
a intuição e a capacidade premonitória; atrair o amor e energias positivas; etc.
Toda essa ação das plantas em rituais religiosos brasileiros representa uma cultura na-
cional peculiar dentro de um mosaico vastíssimo que o uso das plantas pode 
oferecer se consideradas as demais culturas de outros países. 
CONCLUSÃO
Embora em menor escala, em razão do desenvolvimento científico e da medicina moder-
na, conserva-se ainda o uso terapêutico das plantas, em medicamentos de apli-
cação interna e externa, havendo manuais, guias, livros que tratam do assunto 
(YARZA, 1982; BALBACH, 1986; HARTMANN, 1997; BIAZZI, 1996). Tais 
obras trazem listas de plantas com fotografias, receitas e indicações de uso para 
dezenas de doenças (inclusive doenças codificadas pela medicina), produzindo 
no organismo efeito relaxante, digestivo, depurativo, afrodisíaco, energético, diu-efeito relaxante, digestivo, depurativo, afrodisíaco, energético, diu-
rético, estimulante (físico e mental), tonificante, fortificante, desintoxicante, la-
xante, vermífugo, antidepressivo, balsâmico, expectorante, cicatrizante, antifebril, 
cardiotônico, circulatório, hepatoprotetor, calmante, antidiarreico, anti-inflamató-
rio, sedativo, fortalecedor pulmonar, anti-hemorrágico, adstringente, puricador 
do sangue, espasmódico e outros.
Essa medicina fitoterápica nem sempre se relaciona à religião. Trata-se do uso curativo 
das plantas em si. Afirma Santos Filho sobre a medicina popular brasileira que 
89 , Goiânia, v. 12, n. 1, p. 79-92, jan./jun. 2014.
emprega as plantas: “Foi ela, principalmente, empírica, e, em menor escala, 
mágica e religiosa“ (SANTOS FILHO, 1991, p. 348).
No entanto, o sentido místico e religioso ligado às plantas ainda persiste, de alguma for-
ma, nos dias de hoje. Os florais de Bach, por exemplo, um método descoberto e 
praticado pelo Dr. Edward Bach, em 1930, visam ao equilíbrio das emoções e, 
associados ou não a outros tratamentos, proporcionam a cura de forma natural 
para diversos males, tendo, porém, um teor místico. O Dr. Bach acreditava que 
os florais tinham o poder de elevar as vibrações das pessoas e abrir canais para 
o seu “eu espiritual“; de elevar a natureza pessoal, promover virtudes necessárias 
e remover imperfeições; de aproximar a pessoa da sua própria alma, trazendo 
paz e aliviando sofrimentos. Portanto a ação dos florais não é exatamente a de 
combater as enfermidades e doenças, mas de dissolvê-las por meio de vibrações 
sublimes retiradas da “natureza superior“ das pessoas. 
Outro caso do século XX surgiu no Brasil com o uso de uma bebida, a ayahuasca6, no 
ritual denominado de Santo Daime. O Santo Daime é uma manifestação religio-
sa da região amazônica, surgida nas primeiras décadas do século XX. A doutri-
na, de fundo religioso cristão, visa ao autoconhecimento das pessoas, levando-as 
a adquirir sabedoria, a praticar o perdão e a regeneração do ser. O objetivo é que 
o daimista corrija seus defeitos e alcance a perfeição. O criador da doutrina, 
descendente de escravos, teve uma visão em que um ser superior lhe conferiu 
a missão do Santo Daime .
Dessa forma, percebe-se que, com início entre os povos antigos, o uso terapêutico e 
religioso das plantas permanece no mundo moderno. Possivelmente pesquisas 
científicas até intensifiquem o poder curativo das ervas, com novas descober-
tas sobre suas propriedades. Quanto ao aspecto religioso, esse mistério que 
povoa a alma e o imaginário humanos, o tempo se encarregará de inscrever os 
rumos que tomarão as plantas em rituais magísticos e sagrados.
THERAPEUTIC AND RELIGIOUS USE OF HERBS
Abstract: this article focus on religious and therapeutic use of herbs. The use of plants for 
medical purpose is universal and millennial. It appeared since primitive times 
through an empirical medical practice. This practice came into existence from 
the contact with nature, the need for survival, the observation of animals be-
havior and also from religiosity of ancient people. It was believed that cure and 
disease were caused by deities that granted to human beings the plants’ magic 
power healing. Therefore plants besides physical treatment were used for reli-
gious purposes in different rituals and offering to gods and spiritual deities.
Palavras-chave: Herbs. Healing. Religion.
90 , Goiânia, v. 12, n. 1, p. 79-92, jan./jun. 2014.
Notas
1 “Toré é uma religião ameríndia, na qual as pessoas buscam remédios para as suas doenças, 
procuram conselhos com os caboclos que baixam. Já o mestre defuma, receita e aconselha. 
Certamente é o mesmo Catimbó dos arredores das capitais e grandes cidades nordestinas, onde 
os destituídos da fortuna procuram como oráculo para minorar os penares e desditas” (Dispo-
nívem em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Tor%C3%A9>. Acesso em: 24 dez. 2013. 17:16:45).
2 “Enteógeno (ou enteogénico) é o estado xamânico ou de êxtase induzida pela ingestão 
de substâncias alteradoras da consciência. É um neologismo que vem do inglês: entheo-
gen ou entheogenic, tendo sido proposto em 1973 por investigadores, dentre os quais se 
pode citar Gordon Wasson (1898-1986)” (Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/
Ente%C3%B3geno>. Acesso em: 24 dez. 2013. 17:26:10). 
3 “Catimbó é um conjunto específico de atividades mágico-religiosas, originárias da Região 
Nordeste do Brasil. Conhecido desde meados do século XVII, o catimbó resulta da fusão 
entre as práticas de magia provenientes da Europa e rituais indígenas de pajelança, que 
foram agregados ao contexto das crenças do catolicismo. Conforme a região de culto, 
influências africanas podem ser notadas, de forma limitada, entretanto” (Disponívem em: 
<http://pt.wikipedia.org/wiki/Catimb%C3%B3>. Acesso em: 24 dez. 2013. 17:36:15). 
4 “Amaci é o banho feito de várias ervas conforme a orientação do pai ou guia chefe 
dirigente de um terreiro” (Disponível em: <http://guerreirosdapaz.forumeiros.com/
t4-amacis-fundamentos-na-umbanda-de-nacao>. Acesso em: 26 dez.2013. 19:00).
5 Bori é um processo de iniciação na umbanda, na “feitura“ de um Orixá (Disponível em: 
<http://umbandalivre.forumeiros.com/t68-feitura-de-orixa-na-umbanda>. Acesso em: 26 
dez. 2013.19:53). 
6 Ayahuasca é uma bebida produzida a partir de duas plantas amazônicas: Banisteriopsis caapi 
e Psychotria viridis (Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Ayahuasca>. Acesso em: 
10 nov. 2013. 19:15:23). 
7 Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Santo_Daime>. Acesso em: 10 nov. 2013. 
12:27:13. 
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